Máximo III de Constantinopla

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Máximo III de Constantinopla
Nascimento século XV
Região de Peloponnes
Morte 3 de abril de 1482
Constantinopla
Cidadania Império Bizantino
Ocupação sacerdote, historiador

Máximo III de Constantinopla (em grego: Μάξιμος Γ΄; m. 3 de abril de 1482), nascido Manuel Cristônimo (em grego: Μανουήλ Χριστώνυμος; romaniz.:Manuel Christonymos), foi patriarca ecumênico de Constantinopla entre 1476 e sua morte em 1482. Além disto, foi um renomado acadêmico e é comemorado como santo pela Igreja Ortodoxa, com festa em 17 de novembro[1].

História[editar | editar código-fonte]

Manuel Cristônimo provavelmente era nativo do Peloponeso, na Grécia. Já em Constantinopla, tornou-se megas ekklesiarches (grande sacristão). Depois da Queda de Constantinopla (1453), assumiu também a função de escevofílax[2], responsável pelos tesouros sagrados e relíquias do Patriarcado Ecumênico, e, neste posto, Manuel entrou em conflito com o patriarca Genádio Escolário por questões financeiros[2]. Sob o patrocínio do secretário do sultão otomano, Demétrio Kyritzes, Manuel, juntamente com o grande cartofílax Jorge Galesiota, influenciou a vida da Igreja de Constantinopla pelos próximos vinte anos[3].

Em 1463, Manuel apoiou o patriarca Josafá I em sua recusa de atender o pedido do poderoso político Jorge Amiroutzes, um nobre grego do antigo Império de Trebizonda, que queria se casar com uma segunda esposa, um caso claro de bigamia segundo o direito canônico cristão. Como punição por seu apoio ao patriarca, Manuel teve seu nariz decepado por ordem do sultão Maomé II[4].

No outono de 1465 (ou início do ano seguinte), Manuel patrocinou a eleição ao patriarcado de Marco II e depois se opôs aos patriarcas apoiados por outras facções, como Simeão de Trebizonda e Dionísio I, que, em 15 de janeiro de 1467, aprovou a retirada de todas as dignidades eclesiásticas investidas em Galesiotes e em Manuel[5].

Porém, eles logo recuperaram sua influência. Manuel conseguiu recuperar a estima do sultão Maomé II[2] e, na primavera de 1476, ele próprio conseguiu ser eleito patriarca. Como ele era ainda um leigo, Manuel primeiro se tornou monge com o nome religioso de Máximo e, no dia seguinte, foi consagrado bispo e entronizado patriarca pelo bispo metropolitano de Heracleia Perinto, como mandava a tradição[6]. Seu reinado encerrou um período de instabilidade para a Igreja Ortodoxa na região e é lembrado como um tempo de paz e consenso[3].

Máximo morreu em 3 de abril de 1482[7]. Sua principal obra literária é a "Monódia sobre a Captura de Constantinopla".

Ver também[editar | editar código-fonte]

Máximo III de Constantinopla
(1476-1482)
Precedido por:

Patriarcas ecumênicos de Constantinopla

Sucedido por:
Rafael I 167.º Simeão I

Referências

  1. «Maximos III» (em inglês). Site oficial do Patriarcado Ecumênico de Constantinopla 
  2. a b c Runciman, Steven (1985). The Great Church in captivity (em inglês). [S.l.]: Cambridge University Press. p. 194–5 (176). ISBN 978-0-521-31310-0 
  3. a b Vitalien, Laurent (1968). «Les premiers patriarches de Constantinople sous la domination turque (1454–1476)». Revue des études byzantines (em francês) (26). p. 229–263 (255-260). doi:10.3406/rebyz.1968.1407 
  4. Konstantinos, Moustakas. «Symeon I of Constantinople» (em grego). Encyclopaedia of the Hellenic World, Asia Minor 
  5. Petit, L. (1903). «Déposition du Patriarche Mark Xylocarvi». Revue de l'Orient Chrétien (em francês) (8): 144–9 
  6. Niebuhr, B.G.; Bekker, I., eds. (1849) [1584]. «Historia Politica et Patriarchica Constantinopoleos». Corpus scriptorum historiae byzantinae (em latim). 49. Bonn: [s.n.] p. 116 
  7. Kiminas, Demetrius (2009). The Ecumenical Patriarchate (em inglês). [S.l.]: Wildside Press LLC. p. 37, 46. ISBN 978-1-4344-5876-6 

Ligações externas[editar | editar código-fonte]