Richard Williamson

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Richard Williamson
Bispo da Igreja Católica
Bispo fundador da USML
Info/Prelado da Igreja Católica
Richard Williamson

Título

Fundador da União Sacerdotal Marcel Lefebvre
Hierarquia
Papa Francisco
Ordenação e nomeação
Ordenação presbiteral 29 de junho de 1976
Ordenação episcopal 30 de junho de 1988 pelo Arcebispo Marcel Lefebvre e Bispo Antônio de Castro Mayer
Lema episcopal FIDELIS INVENIATUR
Encontrar o fiel
Brasão episcopal
Dados pessoais
Nascimento Londres, Inglaterra
8 de março de 1940 (84 anos)
Nacionalidade Inglês
dados em catholic-hierarchy.org
Bispos
Categoria:Hierarquia católica
Projeto Catolicismo

Richard Nelson Williamson (Londres, 8 de Março de 1940) é um bispo católico inglês que se opõe a certas reformas da Igreja Católica instauradas pelo Concílio Vaticano II. Williamson foi condenado em tribunais alemães por negar o Holocausto e incitação relacionada a esses pontos de vista.

Diplomado na Universidade de Cambridge e convertido do anglicanismo, entra no Seminário Internacional da Fraternidade Sacerdotal São Pio X, em Ecône. Em 1976 é ordenado sacerdote e é sucessivamente professor no seminário, e subdiretor do seminário da FSSPX nos Estados Unidos. Em 30 de junho de 1988 é consagrado bispo por Monsenhor Marcel Lefebvre. É nomeado diretor do seminário da FSSPX nos Estados Unidos. Em 2003 é nomeado diretor do seminário na Argentina (La Reja).[1]

Richard Williamson é conhecido por suas opiniões polêmicas. Nega os números de judeus mortos durante a Segunda Guerra Mundial. Ele exprimiu essas opiniões em várias ocasiões. Defende publicamente a veracidade dos "Protocolos dos Sábios de Sião", que os ataques de 11 de setembro de 2001 nos Estados Unidos foram perpetrados pelo próprio governo americano, e no mundialismo judaico-maçônico.[2] Os seus pontos de vista sobre as mulheres espantam mesmo os sectores mais conservadores da Igreja Católica: "Uma mulher pode fazer uma boa imitação de manejo de ideias, mas então ela não estará a pensar devidamente como uma mulher".[3]

Ele fala fluentemente inglês, francês, alemão, latim e castelhano, e conhece o português e o italiano.[4]

Em outubro de 2012 foi expulso da Fraternidade Sacerdotal São Pio X por Bernard Fellay após uma crise interna provocada pela possibilidade de acordo entre os tradicionalistas da FSSPX e as autoridades da Igreja Católica Romana, resultando na criação da União Sacerdotal Marcel Lefebvre.[carece de fontes?]

Possivelmente rompeu com qualquer possibilidade de acordo com a FSSPX quando sagrou Jean-Michel Faure, em 19 de março de 2015, para ajudá-lo a administrar a União e sofrendo as mesmas punições e usando do mesmo argumento usado nas sagrações por Marcel Lefebvre.[carece de fontes?]

Controvérsias[editar | editar código-fonte]

Numa entrevista a uma rede de TV sueca em Novembro de 2008 (exibida em 21 de Janeiro de 2009), R. Williamson expressou livremente o seu ponto de vista, relativamente à veracidade histórica do Holocausto: "Penso que duzentos ou trezentos mil judeus morreram nos campos de concentração nazis, mas nenhum deles em câmaras de gás."[3]

A comunidade judaica inglesa moveu retaliações e foi iniciada uma série de protestos (como foi o da expulsão da Argentina, movida pelo Estado junto da comunidade judaica) e foi-lhe aberto um processo na Alemanha (onde todo o chamado revisionismo do Holocausto é punível com prisão de até 5 anos). Em 4 de fevereiro de 2009, promotores alemães anunciaram a abertura de uma investigação criminal ao bispo. Durante os anos que seguiram o tribunal alemão apenas o condenou a uma multa simbólica, mas Williamson sempre recorreu dizendo que um inocente não pode ser punido. Na verdade o tribunal, de julgamento em julgamento, tem vindo a baixar a multa até a fazer praticamente inexistente. O caso não está ainda encerrado, e tendo prescrito, Williamson reabriu-o.[carece de fontes?]O bispo Bernard Fellay, antigo superior da FSSPX, inicialmente disse que Williamson era responsável por seus próprios comentários e que o incidente não envolvia a FSSPX. O Distrito Superior da FSSPX na Suécia e na Alemanha se distanciaram por acusações dos grupos judaicos de anti-semitismo contra Williamson. O antigo Superior Geral da FSSPX, o Bispo Fellay proibiu o Bispo Williamson de se pronunciar publicamente sobre assuntos históricos e políticos. R.Williamson enviou um pedido de desculpas ao Papa Bento XVI pela forma como foi inoportuno em responder àquela pergunta lançada na entrevista no canal sueco, admitido a possibilidade de haverem talvez melhores fontes documentais.[carece de fontes?] Ainda em 2010, continua a negar o Holocausto: "O fato é que os 6 milhões de pessoas que foram supostamente gaseadas representam uma mentira enorme".[5]

Em 2019, R. Williamson perdeu o recurso em tribunal, e foi condenado por "incitamento ao ódio" pelos seus comentários na entrevista à rede de televisão sueca.[6] Foi multado em mil e oitocentos euros. Richard Williamson argumentou que o seu direito à liberdade de expressão tinha sido violado, mas o Tribunal Europeu dos Direitos Humanos descreveu a sua sentença como "muito branda".[7]

Referências

  1. Walker, Peter (25 de fevereiro de 2009). «Profile: Richard Williamson». The Guardian (em inglês). ISSN 0261-3077. Consultado em 19 de março de 2023 
  2. «Bishop Williamson's mad conspiracy theories - how could the Pope rehabilitate him? "The Jews created the Holocaust" and "US planned 9/11"». bild.de (em alemão). Consultado em 19 de março de 2023 
  3. a b Walker, Peter (25 de fevereiro de 2009). «Richard Williamson profile». The Guardian (em inglês). ISSN 0261-3077 
  4. News, A. B. C. «Catholic Bishop Williamson Unrepentant in Holocaust Denial». ABC News (em inglês). Consultado em 19 de março de 2023 
  5. News, A. B. C. «Bishop Unrepentant in Holocaust Denial». ABC News (em inglês). Consultado em 14 de novembro de 2019 
  6. «Twice-Excommunicated Bishop Loses Appeal of Hate-Speech Conviction». National Catholic Register. Consultado em 14 de novembro de 2019 
  7. Welle (www.dw.com), Deutsche. «Holocaust-denying bishop loses case against German conviction | DW | 31.01.2019». DW.COM (em inglês). Consultado em 14 de novembro de 2019 
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