Glebionis coronaria

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Classificação científica
Reino: Plantae
Clado: angiospérmicas
Clado: eudicotiledóneas
Ordem: Asterales
Família: Asteraceae
Subfamília: Asteroideae
Tribo: Anthemideae[1]
Subtribo: Glebionidinae[1]
Género: Glebionis
Espécie: G. coronaria
Nome binomial
Glebionis coronaria
(L.) Cass. ex Spach
Sinónimos[2][3]
  • Buphthalmum oleraceum Lour.
  • Chamaemelum coronarium (L.) E.H.L.Krause
  • Chrysanthemum breviradiatum Hort. ex DC.
  • Chrysanthemum coronarium L.
  • Chrysanthemum coronatum Dum.Cours.
  • Chrysanthemum merinoanum Pau
  • Chrysanthemum roxburghii Desf. ex Cass.
  • Chrysanthemum senecioides Dunal ex DC.
  • Chrysanthemum spatiosum (L.H.Bailey) L.H.Bailey
  • Chrysanthemum speciosum Brouss. ex Pers.
  • Dendranthema coronarium (L.) M.R.Almeida
  • Glebionis coronaria (L.) Tzvelev
  • Glebionis roxburghii (Desf. ex Cass.) Tzvelev
  • Matricaria coronaria (L.) Desr.
  • Pinardia coronaria (L.) Less.
  • Pinardia roxburghii (Desf. ex Cass.) Less.
  • Pyrethrum indicum Roxb.
  • Pyrethrum roxburghii Desf.
  • Xanthophthalmum coronarium (L.) P.D.Sell
  • Xanthophthalmum coronarium (L.) Trehane ex Cullen

Glebionis coronaria é uma espécie de planta com flor pertencente à família Asteraceae.

A espécie foi inicialmente descrita por Lineu, tendo sido publicada em Species Plantarum 2: 890. 1753;[4] no entanto a designação atual (ver Taxonomia) tem como autoridade Cass. ex Spach, tendo sido publicada em Histoire Naturelle des Végétaux. Phanérogames 10: 181. 1841.[5][6]

Os seus nomes comuns são malmequer, pampilho-vulgar, pimpilho ou pampilho-coroado.[7]

Taxonomia[editar | editar código-fonte]

A G. coronaria era tradicionalmente classificada no género Chrysanthemum, do qual era a espécie-tipo (com a designação C. coronarium); investigações científicas determinaram que as espécies agrupadas nesse género não tinham tão grande relação entre si, e as plantas de jardim designadas por "crisântemo" foram incluídas no género Dendranthema. No entanto, tal levou a reclamações dos produtores hortícolas, devido aos equívocos que poderia gerar a planta usualmente designada por "crisântemo" não ser um Chrysanthemum, pelo que em 1999 o Congresso Botânico Mundial decidiu que o género Chrysanthemum passaria a ser aplicada ao grupo das plantas mais aparentadas com a planta de jardim, sendo o C. coronarium passando a ser designado por Glebionis coronaria.[8][9][10][11]

Descrição[editar | editar código-fonte]

Variante com a flor integralmente amarela

A G. coronaria é uma planta anual, medindo entre 20 e 100 cm; floresce sobretudo entre abril e agosto - as flores são amarelas no centro, sendo as pétalas radiais, ou amarelas, ou brancas com um pouco de amarelo junto à base.[12] A variante em que a flor é toda amarela era designada (na nomenclatura tradicional) de Chrysanthemum coronarium var. coronarium e a com pétalas brancas de Chrysanthemum coronarium var. discolor; as variantes aparecem frequentemente em conjunto, sem haver um padrão geográfico definido na ocorrência de uma ou outra.[11]

Distribuição[editar | editar código-fonte]

É uma planta originária do região mediterrânica, mas introduzida em grande parte da Europa, nas ilhas atlânticas[13] e em também em regiões da Califórnia (EUA), México, Chile, África do Sul e Austrália.[14]

Portugal[editar | editar código-fonte]

Trata-se de uma espécie presente no território português, nomeadamente em Portugal Continental (sobretudo no sul),[15] no Arquipélago dos Açores e no Arquipélago da Madeira.

Em termos de naturalidade é nativa de Portugal Continental e introduzida nos Arquipélago dos Açores e da Madeira.

Habitat[editar | editar código-fonte]

É uma planta que se dá em terrenos agricolas ou incultos, bermas de caminhos ou em terrenos urbanos abandonados.[15]

Glebionis coronaria crescendo num terreno urbano vazio

Relação com outras espécies[editar | editar código-fonte]

As flores de G. coronaria fornecem alimento e são polinizadas por insetos como Odontomyia limbata, Megachile montivaga, Halictus ligatus ou Osmia.[14]

Jardinagem[editar | editar código-fonte]

A G. coronaria é só raramente cultivada,[10] mas tem sido cruzada com plantas do género Argyranthemum para produzir variedades híbridas de "margaridas" de jardim.[16]

Usos[editar | editar código-fonte]

Glebionis coronaria
Valor nutricional por porção
Porção 100 gramas
Energia 24 kcal (100 kJ)
Carboidratos
Carboidratos totais 3,02
 • Fibra dietética 3
Gorduras
Gorduras totais 0,56
Proteínas
Proteínas totais 3,36
Vitaminas
Vitamina A equiv. 116 µg (15%)
- Betacaroteno 1380 µg (13%)
- Luteína e Zeaxantina 3834 µg
Tiamina (vit. B1) 0.13 mg (11%)
Riboflavina (vit. B2) 0.144 mg (12%)
Niacina (vit. B3) 777 mg (5 180%)
Ácido pantotênico (B5) 0.221 mg (4%)
Vitamina B6 0.176 mg (14%)
Ácido fólico (vit. B9) 177 µg (44%)
Vitamina C 1.4 mg (2%)
Vitamina K 350 µg (333%)
Minerais
Cálcio 117 mg (12%)
Ferro 2.29 mg (18%)
Magnésio 32 mg (9%)
Manganês 0.943 mg (45%)
Fósforo 54 mg (8%)
Potássio 567 mg (12%)
Sódio 118 mg (8%)
Zinco 0.71 mg (7%)
Percentuais são relativos ao nível de ingestão diária recomendada para adultos.
Source: https://fdc.nal.usda.gov/fdc-app.html#/food-details/169995/nutrientsFonte: USDA Nutrient Database

Na culinária, é usada em vários países asiáticos, como China, Japão ou Coreia, nomeadamente em sopas e estufados.[17]

A planta é rica em vitaminas e minerais, como caroteno e potássio, e antioxidantes com benefícios a longo-prazo para a saúde humana; no entanto têm sido também observadas algumas propriedades tóxicas, e extratos da variante C. coronarium var. spatiosum afetam o desenvolvimento da Lacticaseibacillus casei, uma bactéria benéfica na flora intestinal.[18]

A G. coronaria tem também algum uso farmacêutico, sendo por vezes usada para tratar a gonorreia e a sífilis (as flores e o caule, respetivamente), e como expetorante, estomáquico e purgante.[7]

Protecção[editar | editar código-fonte]

Não se encontra protegida por legislação portuguesa ou da Comunidade Europeia.

Referências

  1. a b Oberprieler, Christoph; Himmelreich, Sven; Vogt, Robert (2007). «A new subtribal classification of the tribe Anthemideae (Compositae)». Willdenowia (em inglês). 37 (1): 89–114. doi:10.3372/wi.37.37104Acessível livremente 
  2. «Glebionis coronaria (L.) Cass. ex Spach». The World Flora Online (em inglês). Consultado em 15 de fevereiro de 2023 
  3. «Glebionis coronaria (L.) Cass. ex Spach». Plants of the World Online - Kew Science (em inglês). Consultado em 15 de fevereiro de 2023 
  4. «Name - !!Chrysanthemum coronarium L.». Tropicos.org (em inglês). Missouri Botanical Garden. Consultado em 14 de fevereiro de 2023 
  5. «Name - !Glebionis coronaria (L.) Cass. ex Spach». Tropicos.org (em inglês). Missouri Botanical Garden. Consultado em 14 de fevereiro de 2023 
  6. Spach, Édouard (1841). «Phanérogames». Histoire naturelle des végétaux (em francês). 10: 181. Consultado em 14 de fevereiro de 2023 
  7. a b «Glebionis coronaria». Jardim Botânico UTAD. Consultado em 13 de fevereiro de 2023 
  8. Ritter, Matt. «Why Plant Names Change». Pacific Horticulture (em inglês). Consultado em 14 de fevereiro de 2023 
  9. Nicolson, Dan H. (1999). «Report of the General Committee: 8»Subscrição paga é requerida. Taxon (em inglês). 48 (2): 375. JSTOR 1224444. doi:10.2307/1224444. Consultado em 14 de fevereiro de 2023 
  10. a b Brummitt, R.K. (1998). «Report of the Committee for Spermatophyta: 46»Subscrição paga é requerida. Taxon (em inglês). 47 (2): 443-444. JSTOR 1223777. doi:10.2307/1223777. Consultado em 14 de fevereiro de 2023 
  11. a b Turland, Nicholas J. (novembro de 2004). «(1647) Proposal to conserve the name Chrysanthemum coronarium (Compositae) with a conserved type». Taxon (em inglês). 53 (4): 1074-1074. JSTOR 4135582. doi:10.2307/4135582. Consultado em 14 de fevereiro de 2023 
  12. Araújo, Jorge. «Chrysanthemum coronarium». Museu Virtual Biodiversidade. Universidade de Évora. Consultado em 14 de fevereiro de 2023 
  13. «Glebionis coronaria». Euro+Med-Plantbase (em inglês). Consultado em 15 de fevereiro de 2023 
  14. a b «Crown Daisy». Encyclopedia of Life (em inglês). Consultado em 15 de fevereiro de 2023 
  15. a b «Chrysanthemum coronarium». Flora.on. Consultado em 15 de fevereiro de 2023 
  16. Flores, Anita; Shaw, Julian; Watson, John (2018). «Unpicking a daisy chain». The Plantsman. New Series (em inglês). 17 (4): 238-243 
  17. «How to find, choose and use GARLAND CHRYSANTHEMUM a.k.a. Tong Ho, Shungiku Glebionis coronaria». Diversivore (em inglês). Consultado em 15 de fevereiro de 2023 
  18. Teixeira da Silva, Jaime A.; Yonekura, Lina; Kaganda, Joyceline; Mookdasanit, Juta; Nhut, Duong T.; Afach, Ghanwa (2005). «Important secondary metabolites and essential oils of species within the Anthemideae (Asteraceae)». Journal of Herbs, Spices & Medicinal Plants (em inglês). 11 (1): 1–4. doi:10.1300/J044v11n01_01 

Bibliografia[editar | editar código-fonte]

Ligações externas[editar | editar código-fonte]

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