Celta (serviço ferroviário)

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Comboio Internacional Porto-Vigo
Estação de Viana do Castelo
Estação de Viana do Castelo
Estação de Viana do Castelo
Bitola:Bitola larga
Head station
Vigo
Station on track
Redondela de Galícia
Station on track
O Porriño
Station on track
Tui / Tuy
PortugalEspanha× Rio Minho
Station on track
Valença
Station on track
Vila Nova de Cerveira
Station on track
Caminha
Stop on track
Âncora-Praia
Station on track
Viana do Castelo
Station on track
Barroselas
Station on track
Barcelos
Station on track
Nine
Station on track
Famalicão
Station on track
Trofa
Station on track
Ermesinde
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Porto-Campanhã
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Lisboa

O Comboio Internacional Porto-Vigo é um serviço ferroviário prestado pelo operador Comboios de Portugal que une as cidades de Vigo, em Espanha, ao Porto, em Portugal.

Caracterização

Este serviço era, em Fevereiro de 2011, realizado 2 vezes em cada direcção por dia, utilizando as Linhas do Minho e Coruña-Vigo e o Ramal Internacional de Valença.[1]

História

Antecedentes e operação

Sucede a um antigo serviço que se iniciou em 10 de Janeiro de 1868, que ligava Vigo a Lisboa[2], que se realizava 3 vezes por semana, e que pouco depois passou a ser efectuado diariamente; o serviço entre Porto e Vigo iniciou-se em 1913, sendo, em 1952, utilizada uma carruagem, que era rebocada, desde Campanhã, pelo comboio internacional para La Coruña.[3]

Entre 1980 e 1984, a frequência deste serviço, com o nome Lisboa-Porto-Galiza, foi aumentado de 2 para 3 composições[4][5]; em 1989, o percurso já tinha sido truncado, unindo apenas o Porto a Vigo, e o número diário de composições em cada sentido foi de novo reduzido para apenas duas.[6]

Em 1994, este serviço era assegurado por automotoras da Série 0600/0650.[7][8]

Suspensão programada de 2005

Em 2005, o operador Comboios de Portugal pretendeu suspender o Comboio Internacional Porto-Vigo, devido à queda na procura, resultante da melhoria nas ligações rodoviárias entre a Galiza e o Minho, a falta de qualidade do serviço e o custo da viagem.[9] Esta decisão foi, no entanto, contestada por vários autarcas da região, pelos passageiros[6], e por várias partes em território espanhol[3], pelo que a transportadora decidiu não suspender o serviço.[9]

Suspensão planeada de 2011

A operadora Comboios de Portugal anunciou novamente o encerramento deste serviço, para 10 de Julho de 2011[10], por motivos de obras[11], devido ao reduzido volume de passageiros; com efeito, esta decisão, que teve o apoio da operadora espanhola Renfe[12], detinha cerca de 15.500 passageiros por ano, o que fazia uma média de 11 passageiros por viagem.[3] Esta reduzida procura ligava-se à falta de competitividade desta ligação ferroviária em relação ao transporte rodoviário no mesmo trajecto, principalmente devido à duração da viagem, em cerca de 3 horas e 20 minutos, contra 2 horas, por autocarro; por outro lado, a ausência de técnicos de revisão em território espanhol permitia a realização de viagens sem pagamento, o que resultava num agravamento do prejuízo, que atingia cerca de 232 mil euros por ano.[3]

Esta medida foi criticada pelo autarca de Vigo, Abel Caballero[13], pela Associação de Utentes dos Comboios de Portugal, que apontaram que esta era a única ligação ferroviária entre o Norte do país e a Galiza, o que iria prejudicar a mobilidade nesta região, e pela Direcção da Organização Regional do Porto do Partido Comunista Português, que referiu a importância económica e histórica desta ligação.[11] Ilda Figueiredo, eurodeputada deste partido, inquiriu a Comissão Europeia sobre se seria possível fornecer mais apoios para a modernização e valorização desta linha internacional, a sua integração com outras infra-estruturas de transporte em território nacional, como o Porto de Viana de Castelo e o Aeroporto Sá Carneiro, na cidade do Porto, e o aproveitamento da rede ferroviária do Minho na zona de influência do Porto de Leixões; este partido anunciou, igualmente, a apresentação de um Projecto de Resolução na Assembleia da República, com recomendações para a modernização da ligação internacional e dos serviços de passageiros e de mercadorias entre o Porto e Vigo.[14] Também foi entregue um requerimento ao Ministério da Economia, de forma a solicitar mais informações sobre este assunto, da parte dos deputados do Partido Socialista.[14]

A operadora garantiu que esta decisão apenas iria incidir sobre o transporte de passageiros, sem perturbar os serviços de mercadorias para a Galiza, pela Linha do Minho[15], e, no dia 6 de Julho, admitiu, após reunião com os deputados do Partido Social Democrata de Viana do Castelo, que, em vez de suspender o serviço, podia reduzir o seu percurso, de Vigo para Tuy, de forma a se poderem realizar outras ligações em território Espanhol[16], e que iria aumentar para quatro o número de comboios por dia.[17]

No dia 8 de Julho, a operadora Comboios de Portugal declarou já ter entrado em acordo com a sua homóloga espanhola, depois desta ter prometido o pagamento dos custos de circulação das automotoras portuguesas em território espanhol, pelo que a suspensão do serviço foi cancelada; mantiveram-se, assim, as dois comboios diários, em cada sentido, entre o Porto e Vigo.[18] Após a transportadora ter recuado na sua decisão, a Associação Portuguesa de Hotelaria, Restauração e Turismo defendeu a modernização deste serviço, de forma a se tornar uma alternativa viável às ligações rodoviárias internacionais.[19]

Ver também

Referências

  1. «Porto > Vigo». Comboios de Portugal. Consultado em 4 de Fevereiro de 2011 
  2. «Cronologia». Comboios de Portugal. Consultado em 22 de Julho de 2010 
  3. a b c d «Linha Porto-Vigo tem 11 passageiros por viagem». Diário de Notícias. 5 de Julho de 2011. Consultado em 9 de Julho de 2011 
  4. Caminhos de Ferro Portugueses (21 de Julho de 1980). «Horário de Verão 1980» (PDF). O Comboio em Portugal. 20 páginas. Consultado em 22 de Julho de 2010 
  5. Caminhos de Ferro Portugueses (3 de Junho de 1984). «Horário de Verão 1984» (PDF). O Comboio em Portugal. 23 páginas. Consultado em 22 de Julho de 2010 
  6. a b VILAÇA, Fátima (1 de Junho de 2005). «Já não se vendem bilhetes». A Voz do Minho. Consultado em 22 de Julho de 2010 
  7. FONTANA, Carlos P. (1994). «A través de Galicia». Maquetren (em espanhol). 3 (22). 53 páginas 
  8. «Concurso Fotografico». Madrid: A. G. B., s. l. Maquetren (em espanhol). 3 (27). 52 páginas 1994 
  9. a b «Marcha atrás no fim do comboio Porto-Vigo». Jornal de Notícias. 6 de Junho de 2010. Consultado em 22 de Julho de 2010 
  10. «Linha do Minho - Supressão do trajecto Valença/Vigo/Valença - 10 Julho». Comboios de Portugal. Consultado em 2 de Julho de 2011 
  11. a b «Utentes e PCP criticam fim das ligações ferroviárias entre Porto e Vigo». Jornalismo Porto Net. 4 de Julho de 2011. Consultado em 9 de Julho de 2011 
  12. CIPRIANO, Carlos (4 de Julho de 2011). «Espanhóis aceitam fim da ligação de comboios Porto-Vigo». Público. Consultado em 9 de Julho de 2011 
  13. «Autarca de Vigo lamenta fim da ligação ao Porto». Público. 4 de Julho de 2011. Consultado em 9 de Julho de 2011 
  14. a b «PCP leva encerramento da ligação à Galiza a Bruxelas». Diário de Notícias. 6 de Julho de 2011. Consultado em 9 de Julho de 2011 
  15. «Transporte de carga do Minho para Galiza não será afectado». Actualidades. 5 de Julho de 2011. Consultado em 9 de Julho de 2011 
  16. «Comboios: Ligação à Galiza poderá manter-se e chegar a Tui -- PSD». Expresso. 6 de Julho de 2011. Consultado em 9 de Julho de 2011 
  17. «Comboios: Ligação internacional à Galiza passa de Vigo para Tui, quatro vezes por dia mas pode aumentar - CP». Expresso. 7 de Julho de 2011. Consultado em 9 de Julho de 2011 
  18. «Comboios Porto-Vigo vão manter-se». Público. 8 de Julho de 2011. Consultado em 9 de Julho de 2011  Texto "CIPRIANO, Carlos" ignorado (ajuda)
  19. «Comboios: Garantida a ligação a Vigo reclama-se modernização da linha». Expresso. 9 de Julho de 2011. Consultado em 9 de Julho de 2011 

Ligações externas