Estação Ferroviária de Nine
Nine
| |||
---|---|---|---|
a estação de Nine, em 2016 | |||
Identificação: | 06007 NIN (Nine)[1] | ||
Denominação: | Estação de Concentração de Nine | ||
Classificação: | EC (estação de concentração)[1] | ||
Linha(s): |
| ||
Altitude: | 80 m (a.n.m) | ||
Coordenadas: | 41°27′17.85″N × 8°32′39.85″W (=+41.45496;−8.5444) | ||
| |||
Concelho: | ![]() | ||
Serviços: | ![]() ![]() ![]() ![]() ![]() | ||
Conexões: | ![]() ![]() | ||
Equipamentos: | ![]() ![]() ![]() ![]() ![]() ![]() ![]() ![]() | ||
Inauguração: | 21 de maio de 1875 (há 148 anos) | ||
Diagrama: | |||
Website: |
A Estação Ferroviária de Nine é uma infra-estrutura da Linha do Minho e do Ramal de Braga, que serve a localidade de Nine, no Concelho de Vila Nova de Famalicão, em Portugal.
Caracterização[editar | editar código-fonte]
Localização e acessos[editar | editar código-fonte]
Situa-se junto à vila de Nine, no lugar da Estação.[2]
Descrição física[editar | editar código-fonte]
Em 2010, esta interface possuía cinco vias de circulação, que apresentavam entre 165 a 595 m de comprimento; as plataformas tinham 250, 240, 230 e 165 m de extensão, e uma altura de 90 cm.[3]
Serviços[editar | editar código-fonte]
Em 2016, esta estação era utilizada por serviços regionais, InterRegionais, internacionais, e urbanos.[4][5]
História[editar | editar código-fonte]
Planeamento[editar | editar código-fonte]
Os primeiros planos para a construção de uma linha férrea ao longo do Minho surgiram na década de 1840, tendo o empresário britânico Hardy Hislop proposto a construção de uma linha do Porto a Valença.[6] Porém, estes planos foram suspensos, e só em 1857, um ano após a inauguração do primeiro lanço ferroviário em Portugal, é que foi renovada a ideia de construir um caminho de ferro ao longo do rio Minho, quando o Conde de Réus sugeriu uma linha entre o Porto e a cidade espanhola de Vigo.[6] O governo foi autorizado a construir a Linha do Minho em 1867, tendo o Conde de Réus contratado um engenheiro português de fazer o traçado da linha, que percorria o interior desde o Porto até Travagem, seguindo depois pela orla costeira.[6] Porém, o governo encarregou um outro engenheiro para fazer um novo traçado, mas incluindo desde logo um ramal para Braga; este novo traçado também passava por Travagem, seguindo depois por Balazar e Necessidades até Esposende, onde continuaria ao longo do oceano, enquanto que o Ramal de Braga acompanharia o Rio Este.[6] No entanto, este percurso passava demasiado longe de Famalicão e Barcelos, pelo que o governo ordenou a realização de um novo traçado, onde já se demarcava Nine como o princípio do ramal para Braga.[6]

Entrada ao serviço[editar | editar código-fonte]
O troço entre Nine e Porto-Campanhã da Linha do Minho abriu à exploração em 21 de Maio de 1875, em conjunto com o ramal entre Nine e Braga.[7][8] A estação de Nine teria um duplo propósito, sendo não só o ponto de entroncamento com o Ramal de Braga, mas também um importante entreposto de mercadorias, para a redistribuição dos diversos produtos do Minho.[9]
Continuação até Midões[editar | editar código-fonte]
O segundo troço da Linha do Minho, até Midões, entrou ao serviço em 1 de Janeiro de 1877.[10]
Século XX[editar | editar código-fonte]
Em 1936, a Companhia dos Caminhos de Ferro Portugueses realizou grandes obras de reparação na gare de Nine.[11] Em 1968, aquela empresa estava a planear um programa nacional para a renovação da via férrea, incluindo a remodelação integral do eixo entre Braga e Faro, e renovação parcial no troço entre Nine e Valença, a ser executado por um consórcio das empresas SOMAFEL, Somapre, A. Borie e A. Dehé.[12]
Na década de 1990, o Gabinete do Nó Ferroviário do Porto executou um plano para a instalação de sinalização electrónica em todas as estações e na plena via entre Porto - São Bento e Nine, e no Ramal de Braga.[13] Em 1996, previa-se que a sinalização também iria ser modernizada no troço seguinte da Linha do Minho, de Nine a Valença.[14] Em Janeiro desse ano, foi concluído o estudo prévio para a remodelação do troço entre Lousado e Nine.[15] Um dos principais fins deste programa de modernização era possibilitar a instalação de um serviço suburbano semi-rápido cadenciado entre São Bento e Braga, com paragem em várias estações pelo percurso, incluindo Nine.[15] O troço da Linha do Minho a Norte de Nine foi um dos alvos do Programa Operacional de Desenvolvimento das Acessibilidades (PRODAC), um fundo comunitário que esteve activo de 1989 a 1993, e que tinha como propósito melhorar as vias de comunicações no território português.[16]
Século XXI[editar | editar código-fonte]
Em 2004, foi concluída a modernização e electrificação do troço entre Nine e Lousado, em conjunto com o Ramal de Braga, projecto que incluiu a ampliação e remodelação de todas as estações,[17] incluindo Nine.[carece de fontes] Antes destas obras, o edifício de passageiros situava-se do lado poente da via (lado esquerdo do sentido ascendente, a Monção).[18]
Ver também[editar | editar código-fonte] |
Referências
- ↑ a b (I.E.T. 50/56) 56.º Aditamento à Instrução de Exploração Técnica N.º 50 : Rede Ferroviária Nacional. IMTT, 2011.10.20
- ↑ «Nine». Comboios de Portugal. Consultado em 23 de Novembro de 2014
- ↑ «Linhas de Circulação e Plataformas de Embarque». Directório da Rede 2011. Rede Ferroviária Nacional. 25 de Março de 2010. p. 67-89
- ↑ «Horário dos Comboios Porto < > Valença < > Vigo» (PDF). Comboios de Portugal. 28 de Junho de 2020. Consultado em 22 de Julho de 2020
- ↑ «Horário dos Comboios Urbanos do Porto < > Braga» (PDF). Comboios de Portugal. 28 de Junho de 2020. Consultado em 22 de Julho de 2020
- ↑ a b c d e FERNANDES, 1995:82-83
- ↑ TORRES, Carlos Manitto (16 de Fevereiro de 1958). «A evolução das linhas portuguesas e o seu significado ferroviário» (PDF). Gazeta dos Caminhos de Ferro. Ano 70 (1684). p. 91-95. Consultado em 5 de Outubro de 2016 – via Hemeroteca Digital de Lisboa
- ↑ MARTINS et al, 1996:227
- ↑ VIEGAS, 1988:49
- ↑ «Troços de linhas férreas portuguesas abertas à exploração desde 1856, e a sua extensão» (PDF). Gazeta dos Caminhos de Ferro. Ano 69 (1652). 16 de Outubro de 1956. p. 528-530. Consultado em 20 de Novembro de 2013 – via Hemeroteca Digital de Lisboa
- ↑ «O que se fez em Caminhos de Ferro durante o ano de 1936» (PDF). Gazeta dos Caminhos de Ferro. Ano 49 (1179). 1 de Fevereiro de 1937. p. 86. Consultado em 12 de Novembro de 2013 – via Hemeroteca Digital de Lisboa
- ↑ «Vão melhorar os serviços da C. P.» (PDF). Gazeta dos Caminhos de Ferro. 81 (1928). 16 de Agosto de 1968. p. 96. Consultado em 12 de Novembro de 2013
- ↑ MARTINS et al, 1996:159
- ↑ MARTINS et al, 1996:167
- ↑ a b MARTINS et al, 1996:227
- ↑ REIS e AMARAL, 1991:137
- ↑ REIS et al, 2006:237
- ↑ (anónimo): Mapa 20 : Diagrama das Linhas Férreas Portuguesas com as estações (Edição de 1985), CP: Departamento de Transportes: Serviço de Estudos: Sala de Desenho / Fergráfica — Artes Gráficas L.da: Lisboa, 1985
Bibliografia[editar | editar código-fonte]
- FERNANDES, Mário (1995). Viana do Castelo: A Consolidação de uma Cidade (1855-1926). Lisboa: Edições Colibri. 185 páginas. ISBN 972-8288-06-9
- MARTINS, João, BRION, Madalena, SOUSA, Miguel; et al. (1996). O Caminho de Ferro Revisitado: O Caminho de Ferro em Portugal de 1856 a 1996. Lisboa: Caminhos de Ferro Portugueses. 446 páginas
- REIS, Francisco; GOMES, Rosa; GOMES, Gilberto; et al. (2006). Os Caminhos de Ferro Portugueses 1856-2006. Lisboa: CP-Comboios de Portugal e Público-Comunicação Social S. A. 238 páginas. ISBN 989-619-078-X
- REIS, Sérgio; AMARAL, João, Lda. (1991). Portugal Moderno: Economia. Col: Enciclopédia Temática Portugal Moderno 1.ª ed. Lisboa: Pomo - Edições Portugal Moderno. 211 páginas
- VIEGAS, Francisco (1988). Comboios Portugueses: Um Guia Sentimental. Lisboa: Círculo de Editores. 185 páginas
Ligações externas[editar | editar código-fonte]
- Diagramas desta estação em
- «Página sobre a estação ferroviária de Nine, no sítio electrónico da empresa Infraestruturas de Portugal»
- «Galeria de fotografias da estação ferroviária de Nine, no sítio electrónico Railfaneurope» (em inglês)
- «Página sobre a estação ferroviária de Nine, no sítio electrónico Wikimapia»