Estação Ferroviária de Estarreja
Estarreja
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Identificação:[1] | 38158 EST (Estarreja) | ||
Denominação: | Estação Satélite de Estarreja | ||
Classificação: | ES (estação satélite)[2][3] | ||
Tipologia: | B [4]5.3.1.1 | ||
Linha(s): | Linha do Norte (PK 287,421) | ||
Altitude: | 5 m (a.n.m) | ||
Coordenadas: | 40°45′4.39″N × 8°34′31.71″W (≍+40.75122;−8.57548) | ||
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Concelho: | ![]() | ||
Serviços: | ![]() | ||
Conexões: | ![]() ![]() | ||
Equipamentos: | ![]() ![]() ![]() ![]() ![]() ![]() ![]() ![]() ![]() | ||
Endereço: | Av. Visconde Salreu, s/n PT-3860-353 Estarreja | ||
Inauguração: | 8 de junho de 1863 (há 159 anos) | ||
Diagrama: | |||
Website: |
A Estação Ferroviária de Estarreja é uma interface da Linha do Norte, que serve a localidade de Estarreja, em Portugal. Entrou ao serviço, de forma provisória, em 19 de Novembro de 1862,[5] tendo sido oficialmente inaugurado em 8 de Junho de 1863.[6]
Descrição[editar | editar código-fonte]
Localização e acessos[editar | editar código-fonte]
A Estação situa-se junto à localidade de Estarreja,[7] em frente à Avenida Visconde Salreu.[8]
Vias e plataformas[editar | editar código-fonte]
Em Janeiro de 2011, tinha seis vias de circulação, com comprimentos entre os 448 e 632 m; as plataformas apresentavam todas 220 m de extensão e 90 cm de altura.[9]
História[editar | editar código-fonte]

Inauguração[editar | editar código-fonte]
O troço da Linha do Norte entre o Entroncamento e Vila Nova de Gaia foi construído em duas frentes, a partir destas duas estações, pela Companhia Real dos Caminhos de Ferro Portugueses.[10] O lanço entre Gaia e Estarreja entrou ao serviço de forma provisória em 19 de Novembro de 1862,[11] tendo sido aberto oficialmente em 8 de Junho de 1863.[6] O troço seguinte da Linha do Norte, até Taveiro, entrou ao serviço em 10 de Abril de 1864,[10] tendo o primeiro comboio em Taveiro saído de Estarreja nesse dia.[12] Após a inauguração do troço até Taveiro, foram organizados serviços mistos entre Coimbra e Gaia, transitando por todas as estações neste troço, incluindo Estarreja.[13]
A estação foi construída junto ao centro da povoação, tendo sido um dos principais factores para o desenvolvimento de Estarreja.[14]
Século XX[editar | editar código-fonte]
O orçamento da Companhia Real para 1903, apresentado em Dezembro de 1902, incluiu a ampliação das vias e das gares na estação de Estarreja.[15]
Em 26 de Novembro de 1906, foi duplicada a via férrea entre Espinho e Estarreja.[5]
Em 16 de Janeiro de 1909, a Gazeta dos Caminhos de Ferro noticiou que a Companhia do Vouga estava interessada na construção de uma linha entre Estarreja e Bestide.[16]
Em 1913, a estação de Estarreja era servida por carreiras de diligências até Salreu, Albergaria-a-Nova, Albergaria-a-Velha, Arcozelo das Maias, Foz, Mouquim, Oliveira de Azeméis, Oliveira de Frades, Pessegueiro do Vouga, Ribeiradio, São Pedro do Sul, Termas de D. Amélia, Souto de Lafões, Valmaior, Carvoeiro, Vila Chã, Viseu, e Vouzela.[17]
Em 1 de Agosto de 1926, a Empreza de Transportes da Murtosa inaugurou um serviço rodoviário para o transporte de passageiros, mercadorias e bagagens, entre a estação de Estarreja e o despacho central em Pardelhas, servindo pelo caminho as localidades de Veiros, Santa Luzia, Monte e Murtosa[18][19] Em Junho de 1934, a Companhia dos Caminhos de Ferro Portugueses inaugurou um serviço próprio de camionagem, entre a estação de Estarreja e a Murtosa, onde foi instalado um despacho central.[20]
Em 1933, a Companhia dos Caminhos de Ferro Portugueses realizou obras de reparação e melhoramento no edifício de passageiros desta estação.[21]
Em 24 de Setembro de 1954, três comboios colidiram na estação de Estarreja, provocando grandes estragos no material circulante, e nas vias e nas plataformas de passageiros, tendo apenas ficado ligeiramente ferido um dos maquinistas.[22] O inquérito subsequente apurou que o factor da estação tinha dado indevidamente avanço ao comboio de serviço J-1, provocando a colisão com o comboio M-30309 que estava em manobras; dois vagões descarrilaram para cima da linha geral, onde estava a entrar, a grande velocidade, o comboio recoveiro n.º 52, do qual descarrilaram a locomotiva, o furgão e 18 vagões.[22]
Num artigo de 1955 da Gazeta dos Caminhos de Ferro, o jornalista Rogério Torroais Valente relatou que a estação de Estarreja era uma das que tinham mais movimento nos seus ramais particulares, com expedições de 18 791 t em 1375 vagões, e chegadas de 16 418 t em 1115 vagões.[23] Ver também[editar | editar código-fonte] |
Referências
- ↑ (I.E.T. 50/56) 56.º Aditamento à Instrução de Exploração Técnica N.º 50 : Rede Ferroviária Nacional. IMTT, 2011.10.20
- ↑ Instrução de exploração técnica nº 2 : Índice dos textos regulamentares em vigor. IMTT, 2012.11.06
- ↑ Instrução de Exploração Técnica N.º 50. INTF («Entrada em vigor 11 de Dezembro de 2005»): p.5
- ↑ Diretório da Rede 2021. IP: 2019.12.09
- ↑ a b NONO, Carlos (1 de Novembro de 1949). «Efemérides ferroviárias» (PDF). Gazeta dos Caminhos de Ferro. 62 (1485). p. 655-656. Consultado em 19 de Março de 2017
- ↑ a b NONO, Carlos (1 de Junho de 1949). «Efemérides ferroviárias» (PDF). Gazeta dos Caminhos de Ferro. 62 (1475). p. 381-382. Consultado em 19 de Março de 2017
- ↑ «Estarreja» (PDF). Gazeta dos Caminhos de Ferro. 63 (1513). 1 de Janeiro de 1951. p. 485. Consultado em 21 de Março de 2017
- ↑ «Estação de Estarreja». Comboios de Portugal. Consultado em 18 de Novembro de 2014
- ↑ «Linhas de Circulação e Plataformas de Embarque». Directório da Rede 2012. Rede Ferroviária Nacional. 6 de Janeiro de 2011. p. 71-85
- ↑ a b TORRES, Carlos Manitto (1 de Janeiro de 1958). «A evolução das linhas portuguesas e o seu significado ferroviário» (PDF). Gazeta dos Caminhos de Ferro. 70 (1681). p. 9-12. Consultado em 8 de Abril de 2014
- ↑ MARTINS et al, 1996:243
- ↑ NONO, Carlos (1 de Abril de 1949). «Efemérides ferroviárias» (PDF). Gazeta dos Caminhos de Ferro. 62 (1471). p. 245-246. Consultado em 19 de Março de 2017
- ↑ «Escada Rolante: Há 104 anos» (PDF). Gazeta dos Caminhos de Ferro. 81 (1931). 16 de Novembro de 1968. p. 152. Consultado em 8 de Abril de 2014
- ↑ «Estarreja» (PDF). Gazeta dos Caminhos de Ferro. 68 (1614). 16 de Março de 1955. p. 51. Consultado em 21 de Março de 2017
- ↑ «Orçamento da Companhia Real» (PDF). Gazeta dos Caminhos de Ferro. 16 (361). 1 de Janeiro de 1903. p. 6-7. Consultado em 8 de Abril de 2014
- ↑ «Efemérides» (PDF). Gazeta dos Caminhos de Ferro. 51 (1229). 1 de Março de 1939. p. 158-159. Consultado em 8 de Abril de 2014
- ↑ «Serviço de Diligencias». Guia official dos caminhos de ferro de Portugal. 39 (168). Outubro de 1913. p. 152-155. Consultado em 2 de Março de 2018
- ↑ «Viagens e Transportes» (PDF). Gazeta dos Caminhos de Ferro. 39 (927). 1 de Agosto de 1926. p. 236. Consultado em 8 de Abril de 2014
- ↑ «Viagens e Transportes» (PDF). Gazeta dos Caminhos de Ferro. 39 (928). 16 de Agosto de 1926. p. 255. Consultado em 8 de Abril de 2014
- ↑ «Direcção Geral de Caminhos de Ferro» (PDF). Gazeta dos Caminhos de Ferro. 46 (1117). 1 de Julho de 1934. p. 335. Consultado em 8 de Abril de 2014
- ↑ «O que se fez nos Caminhos de Ferro em Portugal no Ano de 1933» (PDF). Gazeta dos Caminhos de Ferro. 47 (1106). 16 de Janeiro de 1934. p. 49-52. Consultado em 8 de Abril de 2014
- ↑ a b «O Descarrilamento do "Rápido" do Algarve» (PDF). Gazeta dos Caminhos de Ferro. 67 (1605). 1 de Novembro de 1954. p. 305-309. Consultado em 30 de Dezembro de 2016
- ↑ VALENTE, Rogério Torroais (1 de Outubro de 1955). «Os ramais particulares da rede ferroviária portuguesa» (PDF). Gazeta dos Caminhos de Ferro. 68 (1627). p. 341-344. Consultado em 23 de Março de 2017
Bibliografia[editar | editar código-fonte]
- MARTINS, João; BRION, Madalena; SOUSA, Miguel; et al. (1996). O Caminho de Ferro Revisitado: O Caminho de Ferro em Portugal de 1856 a 1996. Lisboa: Caminhos de Ferro Portugueses. 446 páginas
Leitura recomendada[editar | editar código-fonte]
- CERVEIRA, Augusto; CASTRO, Francisco Almeida e (2006). Material e tracção: os caminhos de ferro portugueses nos anos 1940-70. Col: Para a História do Caminho de Ferro em Portugal. 5. Lisboa: CP-Comboios de Portugal. 270 páginas. ISBN 989-95182-0-4
- QUEIRÓS, Amílcar (1976). Os Primeiros Caminhos de Ferro de Portugal: As Linhas Férreas do Leste e do Norte. Coimbra: Coimbra Editora. 45 páginas
- SALGUEIRO, Ângela (2008). A Companhia Real dos Caminhos de Ferro Portugueses: 1859-1891. Lisboa: Univ. Nova de Lisboa. 145 páginas