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Escola Preparatória de Cadetes do Exército

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Fachada da EsPCEx, Campinas (SP), Brasil.

A Escola Preparatória de Cadetes do Exército (EsPCEx) localiza-se na cidade de Campinas, estado de São Paulo, no Brasil. É uma instituição com mais de meio século de existência, cuja missão é preparar candidatos para o ingresso na Academia Militar das Agulhas Negras (AMAN), responsável pela formação do oficial combatente do Exército.

O ingresso na EsPCEx é feito por intermédio de um concurso de admissão realizado anualmente a nível nacional, para jovens do sexo masculino que estejam cursando, ou tenham concluído, a 3ª Série do Ensino Médio. O aluno da EsPCEx realiza em um ano, um curso equivalente à 1ª Série do Ensino Superior, acrescido de formação militar necessária ao futuro cadete da AMAN. Inclui-se, além das disciplinas do Ensino Superior, a disciplina de Instrução Militar, entre outras de cunho preparatório para a AMAN e a vida militar, com ênfase na preparação física do aluno através do Treinamento Físico Militar (TFM). A conclusão do curso garante ao aluno, além da opção de ingressar na AMAN, o Certificado de Reservista devido ao cumprimento do serviço militar dentro da EsPCEx.

A partir de 2012, a EsPCEx será o primeiro ano de formação do oficial de carreira do Exército da linha do Ensino Militar Bélico, que passará a ser feita em cinco anos. Portanto, a Escola transformar-se-á em Estabelecimento de Ensino Superior.

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História

A Origem

A Escola Preparatória de Cadetes do Exército teve sua origem em 1939, com a transformação do Colégio Militar de Porto Alegre em "Escola de Formação de Cadetes". Essa experiência, associada ao grande interesse dos candidatos pelo ingresso na Escola Militar de Realengo, incitaria o governo a criar outras escolas similares. Dessa forma, pelo Decreto-Lei nº 2584, de 17 de setembro de 1940, surgia a Escola Preparatória de Cadetes de São Paulo, instalado no edifício destinado, anteriormente, ao Hospital Sírio-Libanês, situado na rua da Fonte, 91, bairro da Bela Vista.

Em 1942, foi criada, também, a Escola Preparatória de Fortaleza e em 1946, São Paulo, instituiu-se a SRL (Sociedade Recreativa e Literária), órgão representativo do corpo discente, expressão da comunidade estudantil, que viria a se constituir em estimulante auxílio para a diversificação das atividades dos alunos na vida escolar. Nesse mesmo ano é realizado o primeiro baile de encerramento, no Teatro Municipal de São Paulo.

As três Escolas Preparatórias de Porto Alegre, São Paulo e Fortaleza atravessaram as décadas de 40 e 50 em franca atividade, mas em 1962, por decreto presidencial, as escolas de Porto Alegre e Fortaleza foram extintas, restando apenas a Escola Preparatória de São Paulo, nessa época já transferida para Campinas. De fato, a Escola Preparatória funcionou em São Paulo por 18 anos. O ano de 1958 seria o último ano de funcionamento da Escola em São Paulo, em 1959 por decreto, a sede foi transferida.

A transferência para Campinas

A transferência da Escola para Campinas começa no início da década de 1940, com as gestões do interventor federal Fernando Costa, que governava o estado de São Paulo. Para que Campinas fosse sede de uma Escola Preparatória de Cadetes, correram as despesas de sua instalação por conta do governo estadual. A doação inicial do terreno foi feita pelo Decreto-Lei 13.906, de 20 de março de 1944, ficando condicionada à conclusão da obra a instalação da Escola.

Aceita a forma de viabilizar a ideia, por intermédio de acordo firmado entre o Ministério da Guerra e o estado, encarregou-se do projeto o arquiteto Ernâni Val Penteado, que o justificou deste modo: "O referido projeto consiste em um conjunto de quatro pavilhões, ao redor de enorme praça de armas, contando, para maior facilidade de circulação, com grandes galerias na face interna. Por que quatro pavilhões? Porque três se destinariam aos alunos em preparação para cada uma das três armas (Marinha, Exército, Aeronáutica), ficando o quarto com o curso básico, formado pelo primeiro ano".

Escolhida a área na região da Fazenda Chapadão, na Região Norte de Campinas a obra foi iniciada em 1944. O Governo do Estado de São Paulo conduziu a obra até o estágio conveniado para então passá-la ao Ministério da Guerra, a quem caberia concluí-la. Face à sua magnitude, faltaram recursos, na época, para a conclusão e, durante alguns anos, a obra ficou parada e a Escola abandonada. O estado, em consequência, anulou a doação feita em 1944.

Em 1958, o Exército voltou a se interessar pelo projeto. Contatos realizados pelo então Comandante do II Exército com o Governo do Estado resultaram em mensagem à Assembleia Legislativa, datada de 29 de abril de 1958, encaminhando o Projeto de Lei nº 555, que autorizava a Fazenda Estadual a alienar, por doação ao Ministério da Guerra, o imóvel destinado à instalação da Escola Preparatória de Cadetes de Campinas.

O avaliador do Estado, quando da apreciação do referido Projeto de Lei, assim se pronunciou: "O prédio foi construído para fins militares, pois a sua destinação original era a instalação da escola preparatória de cadetes. O seu aspecto externo e de conjunto, entretanto, não denunciam um quartel. É belo e agradável à vista, com a sua fachada em estilo colonial. A sua estrutura, demasiadamente pesada, é que mostra para que fim foi construído. Previu-se , naturalmente, uma fortaleza inexpugnável".

A Comissão de Finanças da Assembleia Legislativa, ao dar parecer favorável à doação, registrou: "Trata-se de uma medida de máximo interesse do ministério da guerra e também do nosso estado, em cujo território se instalará um estabelecimento de ensino destinado à preparação dos futuros oficiais do Exército." A doação do imóvel ocorreu, solenemente, no dia 25 de agosto de 1958. Finalmente, no ano seguinte, a Escola foi transferida para Campinas.

Extinção

As dificuldades não ficaram restritas apenas às obras. O Decreto nº 166, de 17 de novembro de 1961, transformava as Escolas Preparatórias de Porto Alegre e de Fortaleza em Colégios Militares e em seu artigo 3º, reservava uma surpresa desagradável para a Escola: "A Escola Preparatória de Cadetes de Campinas deverá ser extinta em 31 de dezembro de 1963 e, a partir do ano letivo de 1962, não mais receberá novos alunos para o primeiro ano".

A opinião pública de Campinas levantou-se e pressionou o governo a favor da permanência do estabelecimento de ensino na cidade. O Comando da Escola sofreu diretamente as consequências desse dilema, até que a decisão fosse revogada no dia 26 de novembro de 1963, quando já se expirava o prazo para o seu fechamento.

Renascimento

Superadas as dificuldades, a partir de 1964, a Escola novamente encontrou o seu destino. As obras de acabamento foram reiniciadas em 1967; mudou-se a sua denominação de "Escola Preparatória de Campinas" para "Escola Preparatória de Cadetes do Exército". As mudanças atingiram sua área física, suas instalações, seus servidores e seu currículo.

Durante muitos anos, desde sua chegada a Campinas até 1991, a Escola funcionou com 3 séries, ministrando todo o Ensino Médio. A partir de então, o Exército adotou o modelo atual, por considerar mais adequado à formação dos futuros cadetes. Conta, anualmente, com cerca de 520 alunos oriundos das diversas regiões do Brasil, que ficam alojados na Escola, onde recebem, além das aulas e das instruções, fardamento, alimentação e ajuda de custo. No interior da instituição, os alunos são distribuídos em três companhias (Águia, Leão e Pantera), sendo que cada uma conta com cinco pelotões, totalizando 15 em toda a Escola.

Estabelecimento de Ensino Superior

A Portaria 152 do Chefe do Estado-Maior do Exército, de 16 de novembro de 2010, aprovou a diretriz para a implantação da nova sistemática de formação do Oficial de Carreira do Exército Brasileiro da linha de Ensino Militar Bélico. Segundo essa diretriz, o curso de Bacharel em Ciências Militares vai durar cinco anos, sendo o primeiro deles na EsPCEx e os quatro restantes na AMAN. Assim sendo, muitas disciplinas de nível superior não propriamente profissionais passarão a ser ministradas na Escola. A instrução militar também será reforçada. Isso permitirá maior disponibilidade de carga horária na AMAN para disciplinas que atendam às novas demandas da formação do oficial combatente no século XXI.


Rotina

  • 05:50 - Alvorada
  • 06:20 às 06:40 - Café da manhã
  • 06:50 - Formatura Matinal
  • 07:20 às 12:10 - Aulas
  • 12:30 - Almoço
  • 13:20 - Formatura na Companhia
  • 13:50 às 15:20 - Aula
  • 15:40 - Treinamento Físico Militar
  • 18:30 - Jantar
  • 18:50 às 22:00 - Horário "livre"
  • 22:00 - Toque de silêncio
Treinamento Físico Militar

Nos finais de semana (sexta-feira, após às 17:10, até o domingo, às 23:00) o aluno tem o horário livre, podendo inclusive viajar ou dormir fora da EsPCEx (desde que não esteja punido ou de serviço).

Endereço

Avenida Papa Pio XII, 350
Jardim Chapadão
Campinas, SP

Ver também

Ligações externas