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Dissertação: diferenças entre revisões

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{{Quote|A velha controvérsia sobre o comportamento dos [[Vício|viciados]] em [[entorpecente]]s — simples [[Crime|criminosos]], ou [[Doença|doentes]] que necessitam de [[Tratamento (saúde)|tratamento]] — voltou à discussão no fim da semana passada, depois que o [[Presidente Costa e Silva]] assinou [[decreto-lei]] alterando o artigo 281 do [[Código Penal brasileiro de 1940|Código Penal]], que legisla sobre o [[Narcotráfico|tráfico]] e uso de entorpecentes.|[[Revista Veja]], ''O vício passa a ser crime com a nova lei'', 1 de janeiro de 1969, p. 19}}
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Revisão das 17h04min de 14 de fevereiro de 2017

Dissertação (do latim disertatio ou dissertatione)[1][2] é uma modalidade de redação ou composição, escrita em prosa ou apresentada de forma oral,[3] sobre um tema sobre o qual se devem apresentar e discutir argumentos, provas, exemplos etc.[4] Nos meios universitários, equivale à tese, diferenciando-se no entanto desta pelo volume de material: a dissertação seria o material que envolvesse poucas páginas (até o limite de 100), enquanto a tese rotularia os textos que ultrapassassem esse número. Já pelo aspecto qualitativo, a dissertação pressupõe a capacidade de aplicação de um método de análise e interpretação, enquanto a tese implica a originalidade do tema ou da abordagem à luz da qual é exposta e discutida.[5]

Estrutura

Dentro da dissertação, podem existir descrições, narrações, comparações etc.[6] e também a interferência do autor por meio de digressões e parênteses explicativos, como, por exemplo, a obra Os Rougon-Macquart, do escritor naturalista Émile Zola.[5]

Comumente, o texto dissertativo escolar é composto por 3 partes:

  • Introdução: apresentação da ideia principal de acordo com o tema.
  • Desenvolvimento: a parte onde desenvolve-se o argumento.
  • Conclusão: o resumo das ideias discutidas, o resultado final.

Tipos de dissertação

Dissertação expositiva

É a modalidade de texto explicativa sem a intenção de convencer o leitor, debater, polemizar ou contestar posições diferentes.[7][8]

Dissertação argumentativa

É modalidade de texto que tenta convencer o leitor sobre algo com base em raciocínio e evidências de provas. A dissertação argumentativa não dá espaço para o leitor ter suas próprias conclusões uma vez que a conclusão já se encontra no texto, de modo que a única possibilidade de interpretação é a aceitação da conclusão proposta por parte do autor.[9] Este tipo de redação é a base que mantém o discurso forense por sua natureza persuasiva.[10]

Quanto ao ponto de vista do autor presente na dissertação argumentativa, temos, ainda, os seguintes tipos de dissertação:

Dissertação subjetiva

Quando o autor se envolve claramente no texto ao expressar suas ideias e usar verbos na primeira pessoa.[11]

Dissertação objetiva

Quando o autor usa verbos na terceira pessoa defendendo conceitos conhecidos ou universais, já expressos anteriormente por outros. É o tipo de dissertação comumente pedido em provas de concursos.[11]

Críticas

Em seu conceito de educação bancária, Paulo Freire afirmou que a narração e a dissertação são suas características marcantes:[14]

A narração ou a dissertação que implica num sujeito - o narrador - e em objetos pacientes, ouvintes - os educandos. Mantendo a contradição entre educador e educando, a narração não promove a educação: "narração de conteúdos que, por isto mesmo, tendem a petrificar-se ou a fazer-se algo quase morto.(...) Essa educação apresenta retalhos da realidade de forma estática, sem levar em conta a experiência do educando."[15]
— Freire, P.

O professor brasileiro e doutor em educação Lucídio Bianchetti criticou a forma como a produção de dissertações é ensinada nas escolas que seguem um modelo de preenchimento artificial da estrutura "introdução-desenvolvimento-conclusão", essa prática resulta em conclusões forçosamente otimistas:[16]

Como as propostas de redação envolvem temas que implica discussão e crítica, a conclusão nessas produções textuais apontam para uma solução do problema posto no início. E a solução não é proposta em decorrência dos conflitos apontados, é uma solução desejada, sonhada pelo vestibulando (a maioria adolescente). "O mundo é bom e o amor até existe", é uma proposição que sintetiza as conclusões dessas redações. Não importa qual é o conflito, a conclusão é, não raro, uma solução cor-de-rosa.[16]
— Bianchetti, L.
Capa de dissertação apresentada à Pontifícia Universidade Católica de São Paulo para obtenção de título de mestre em filosofia
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Referências

  1. Moisés, Massaud (1997). Dicionário de Termos Literários revisada e ampliada ed. [S.l.]: Editora Pensamento-Cultrix. p. 128. ISBN 9788531601309 
  2. FERREIRA, A. B. H. Novo dicionário da língua portuguesa. 2ª edição. Rio de Janeiro. Nova Fronteira. 1986. p. 599.
  3. FERREIRA, A. B. H. Novo dicionário da língua portuguesa. 2ª edição. Rio de Janeiro. Nova Fronteira. 1986. p. 599.
  4. Dicionário UNESP do português contemporâneo. [S.l.]: UNESP. p. 447. ISBN 978-85-7139-576-3 
  5. a b Massaud Moisés (2002). Dicionário de termos literários. [S.l.]: Editora Cultrix. p. 128. ISBN 978-85-316-0130-9 
  6. Nestor Delvaux (1967). Português no curso colegial, la. série: cursos claśsico, científico, comercial, industrial e normal. [S.l.]: Editora F.T.D. p. 37 
  7. Laine de Andrade e Silva. Redação: qualidade na comunicação escrita. [S.l.]: IBPEX. pp. 25–. ISBN 978-85-99583-99-9. Consultado em 25 de agosto de 2013 
  8. J. Simões - José Ferreira Simões. Língua Portuguesa Aplicada À Leitura E À Produção de Textos. [S.l.]: J. Simões. p. 170. ISBN 978-85-99109-03-8 
  9. Lúcia Santaella (2001). Matrizes da linguagem e pensamento: sonora, visual, verbal : aplicações na hipermídia. [S.l.]: Editora Iluminuras Ltda. p. 361. ISBN 978-85-7321-152-8 
  10. Nelson Maia Schocair. Portugues Juridico. [S.l.]: CAMPUS JURIDICO. p. 155. ISBN 978-85-352-3063-5 
  11. a b RENATO AQUINO. Português Para Concursos. [S.l.]: CAMPUS. p. 268. ISBN 978-85-352-1798-8 
  12. Ronald Sanson Stresser Junior, A nova Lei de Drogas, Site Observatório da imprensa, 04/06/2013 na edição 749
  13. Jorge de Figueiredo Dias, Uma proposta alternativa ao discurso da criminalização/descriminalização das drogas , Site do Instituto Baiano de Direito Processual Penal
  14. Vicente Zatti. Autonomia e Educação em Immanuel Kant & Paulo Freire. [S.l.]: EDIPUCRS. p. 47. ISBN 978-85-7430-656-8 
  15. Paulo Freire. Pedagogia do oprimido. [S.l.]: Paz e Terra. p. 65. ISBN 978-85-7753-016-8 
  16. a b Lucídio Bianchetti (2002). Trama e texto. [S.l.]: Grupo Editorial Summus. p. 107. ISBN 978-85-323-0778-1 

Ver também

Ligações externas