Cilícia romana: diferenças entre revisões

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As [[sé episcopal|sés episcopais]] da província e que aparecem no ''[[Annuario Pontificio]]'' como [[sé titular|sés titulares]] são<ref>''Annuario Pontificio 2013'' (Libreria Editrice Vaticana 2013 ISBN 978-88-209-9070-1), "Sedi titolari", pp. 819-1013</ref><ref name=LQ>[[Le Quien]], ''Oriens Christianus'', ii. 869–908</ref>:
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* Cilícia Prima
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* Cilícia Secunda
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Os bispos das várias dioceses da Cilícia estavam bem representados no [[Primeiro Concílio de Niceia]] em 325 e nos [[concílio ecumênico|concílios ecumênicos]] posteriores<ref name=LQ/>
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Revisão das 10h19min de 11 de janeiro de 2014

Provincia Cilicia
ἐπαρχία Κιλικία
Província da Cilícia
Província do(a) Império Romano
 
64 a.C.c. 27
 

 

Capital Tarso

Período Antiguidade Clássica
64 a.C. Conquistada por Pompeu
27 Reformas de Augusto

Cilícia foi uma antiga província romana localizada na região da Cilícia, na costa mediterrânea da Anatólia, na moderna Turquia. A região foi anexada ao Império Romano em 64 a.C. por Pompeu depois de sua vitória na Terceira Guerra Mitridática. Ela foi subdividida por Diocleciano por volta de 297 d.C. e permaneceu sob controle romano e bizantino por muitos séculos até finalmente sucumbir à expansão muçulmana no século VIII.

Primeiros contatos e fundação da província (103 – 47 a.C.)

A região da Cilícia havia muito tinha se tornado um santuário de piratas que lucrava do comércio de escravos com os romanos. Quando eles começaram a atacar também navios e cidades romanos, o Senado decidiu enviar expedições militares à região para lidar com a ameaça. Foi no decurso de uma delas que a província da Cilícia nasceu.

Partes da Cilícia Pedias tornaram-se território romano ainda em 103 a.C. durante a primeira campanha de Marco Antônio Orador contra os piratas. Apesar de toda a "Cilícia" ter estado sob seu imperium durante seu mandato como propretor da região, apenas uma pequena porção foi de fato transformada numa província na época.

Em 96 a.C., Lúcio Cornélio Sula foi nomeado governador da região, também um propretor, período no qual ele conseguiu impedir uma invasão de Mitrídates II da Pártia. Em 80 a.C., o governador era Cneu Cornélio Dolabela, que foi posteriormente condenado por saquear ilegalmente a província. Seu substituto, em 78 a.C., foi Públio Servílio Vácia Isáurico, que ficou até 74 a.C. e foi encarrado de expulsar os piratas no período[1]. Entre 77 e 76 a.C., ele conseguiu diversas vitórias navais contra eles e conseguiu também ocupar as costas da Lícia e da Panfília[2]. Depois que os piratas se refugiaram em suas fortalezas mais poderosas, Vácia Isáurico começou a tomar as outras, mais fracas, na costa. Ele tomou a cidade de Olimpo e muitas outras, incluindo Phaselis e Corycus[3].

Então, em 75 a.C., ele avançou através dos Montes Tauro (a primeira vez que um exército romano fez isso) e conseguiu derrotar os isáurios que viviam na encosta norte da cordilheira. Ele cercou a principal cidade da região, Isáuria, e conseguiu capturá-la depois de desviar o curso de um rio, privando os defensores de sua única fonte de água[3]. Quando seu mandato terminou, Vácia Isáurico havia organizado o território que capturara e o incorporou à província da Cilícia[3]. De qualquer maneira, a maior parte da Cilícia Pedias ainda era ainda parte do Império Armênio de Tigranes, o Grande, e a Cilícia Trachea ainda estava nas mãos dos piratas.

Foi somente quando Cneu Pompeu Magno venceu os piratas na decisiva Batalha de Coracésio (na moderna Alanya) em 67 a.C. que eles foram finalmente expulsos e a Cilícia Trachea foi conquistada. Depois que Pompeu recebeu o comando da Terceira Guerra Mitridática, ele forçou a rendição de Tigranes e conquistou-lhe as porções da Cilícia Pedias que ainda estavam sob controle armênio. Em 64 a.C., Pompeu organizou a criação da nova província da Cilícia e anexou a ela todas as suas conquistas. A capital escolhida por ele foi Tarso. Ele subdividiu a Cilícia em seis partes: Cilícia Campestris, Cilícia Aspera, Panfília, Pisídia, Isáuria e Licônia. Estavam também sob o comando da nova província uma grande parte da Frígia, incluindo o conventus iuridicus de Laodiceia, Apameia e Synnada.

Em 58 a.C., a ilha de Chipre foi adicionada depois que os romanos tomaram-na do Egito ptolemaico. Esta era a configuração da Cilícia quando Cícero tornou-se procônsul da região entre 51 e 50 a.C. Nesta época, ela já estava dividida em oito conventus (ou fora): o conventus de Tarso, onde morava o governador; o forum de Icônia para a Licônia; o forum Isauricum, provavelmente em Filomélio; o forum Pamphylium, em local desconhecido; o forum Cibyraticum em Laodiceia; os fora de Apameia, Synnada e Chipre.

Mudanças provínciais (47 a.C. – 14 d.C.)

Provincia Syria-Cilicia Phoenice
Província da Síria-Cilícia Fenícia
Província do(a) Império Romano
 
27c. 297
 

 



Província romana da Cilícia em 117 d.C.
Capital Tarso
Líder Legatus augusti pro praetore

Período Antiguidade Clássica
27 Reforma de Augusto
72 Vespasiano absorve Olba, a Cilícia Aspera e o reino de Tarcondimotus
c. 297 Reformas de Diocleciano

A província foi reorganizada por Júlio César em 47 d.C. O forum de Cybira foi anexado à província da Ásia juntamente com grande parte da Pisídia, Panfília e, provavelmente, os conventus de Apameia e Synnada. Novas mudanças foram feitas por Marco Antônio em 36 a.C., quando ele presenteou Chipre e a Cilícia Aspera a Cleópatra e a Frígia oriental (incluindo Licônia, Isáuria e Pisídia) ao rei da Galácia, Amintas.

Em 27 a.C., o imperador romano Augusto também reorganizou o território da Cilícia, reduzindo-o ainda mais. Chipre tornou-se uma nova província; a Panfília, juntamente com Isáuria e Pisídia, formaram a nova província da Galácia depois da morte de Amintas em 25 a.C., à qual a Licônia também foi anexada. O resultado foi que a Cilícia acabou reduzida às originais regiões de Campestris e Aspera e foi rebatizada de Síria-Cilía Fenícia, uma província imperial administrada por um legatus augusti pro praetore de nível consular.

Governar a região montanhosa da Cilícia (Cilícia Trachea) não era tarefa fácil e, por isso, os romanos permitiram que príncipes locais a administrassem. Três dinastias locais independentes emergiram. Uma foi a da cidade de Olba, nas montanhas entre Soli e Cyinda, governada por sacerdotes dinásticos. Uma segunda apareceu na região da Cilícia Aspera - que Marco Antônio havia dado a Cleópatra - que foi entregue por Augusto a Arquelau da Capadócia em 25 a.C. Finalmente, um pequeno reino se consolidou nos Montes Amanus, no leste, sob o comando de Tarcondimotus.

Principado (14 – 297 d.C.)

Em 72, durante o reinado de Vespasiano, os três pequenos reinos foram abolidos e seus territórios foram fundidos ao da província da Cilícia-Síria Fenícia[4]. Na época de Caracala, o governador proconsular passou a ser chamado de consularis e a região ostentava 47 cidades[5].

Tetrarquia e período bizantino (297 – c. 720)

Cilicia Prima
Cilicia Secunda
Cilícia Prima
Cilícia Secunda
Província do(a) Império Romano e Império Bizantino
 
297c. 720
 



As duas províncias da Cilícia estão neste mapa da Diocese do Oriente, c. 400.
Capital Tarso (Prima)
Anazarbo (Secunda)
Líder Consularis

Período Antiguidade Tardia
297 Reforma de Diocleciano
c. 720 Conquistada pelo Califado Omíada

Em algum momento durante as reformas de Diocleciano (r. 284-305), provavelmente por volta de 297, a Cilícia foi dividida em três partes:

  • Cilícia Prima (ou Cilícia I), governada por um consularis e capital em Tarso
  • Cilícia Secunda' (ou Cilícia II), sob um [[praeses, com capital em Anazarbo
  • Isáuria (a antiga região da Cilícia Aspera, também governada por um praeses e com capital em Selêucia

As três foram subordinadas à Diocese do Oriente da Prefeitura pretoriana do Oriente.

A Cilícia propriamente dita permaneceu sob controle dos bizantinos até o início do século VII, quando a região foi conquistada pelo Califado Omíada e tornou-se um território fortificado de fronteira (thughur). Contudo, a região já estava quase que completamente despopulada em meados do século VII e formava uma terra de ninguém entre o Império Bizantino e o Califado. A porção ocidental da antiga província permaneceu sob controle bizantino e foi incorporada ao Thema Cibirreota.

Sés episcopais

A Cilícia romana tinha diversas comunidades cristãs e é mencionada seis vezes nos Atos dos Apóstolos e uma na Epístola aos Gálatas (Gálatas 1:21). Depois que o cristianismo tornou-se a religião estatal do Império Romano, no século IV, a Cilícia foi subordinada ao patriarca de Antioquia.

As sés episcopais da província e que aparecem no Annuario Pontificio como sés titulares são[6][7]:

Os bispos das várias dioceses da Cilícia estavam bem representados no Primeiro Concílio de Niceia em 325 e nos concílios ecumênicos posteriores[7]

Referências

  1. Broughton, pg. 87
  2. Broughton, pg. 90
  3. a b c Smith, pg. 1233
  4. A dictionary of the Roman Empire. By Matthew Bunson. ISBN 0-19-510233-9. See page 90.
  5. Lista completa em Asia Minor Coins - Killikia
  6. Annuario Pontificio 2013 (Libreria Editrice Vaticana 2013 ISBN 978-88-209-9070-1), "Sedi titolari", pp. 819-1013
  7. a b Le Quien, Oriens Christianus, ii. 869–908

Bibliografia

  • Broughton, T. Robert S., The Magistrates of the Roman Republic, Vol. I (1951)
  • Smith, William, Dictionary of Greek and Roman Biography and Mythology, Vol III (1867)
  • Smith, William, Dictionary of Greek and Roman Geography (1854)