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== Theotokos na Bíblia ==
== Theotokos na Bíblia ==


Cristãos católicos e ortodoxos justificam a utilização da expressão ''Theotokos'' ou ''Mãe de Deus'', citando ''[[Evangelho de Lucas|Lucas]] 1:43'' a qual [[Isabel (Bíblia)]] saúda a Virgem Maria como a "''mãe do meu Senhor''".
Cristãos católicos e ortodoxos justificam a utilização da expressão ''Theotokos'' ou ''Mãe de Deus'', citando ''[[Evangelho de Lucas|Lucas]] 1:43'' a qual [[Isabel (Bíblia)]] saúda a Virgem Maria como a "''mãe do meu Senhor''". Também utiliza-se Isaías 7,14 e Mateus 1,23; onde contém a profecia do Emanuel, que significa 'Deus Conosco', e quem dá a luz à ele, é uma Virgem. No caso, Maria.


== História ==
== História ==

Revisão das 19h18min de 25 de outubro de 2014

Theotokos (grego: Θεοτόκος, transliteração: Theotókos) é o título grego de Maria, usado especialmente na Igreja Ortodoxa e Igrejas Orientais Católicas. Sua tradução literal para o português inclui "portadora de Deus".

Traduções menos literais incluem Mãe de Deus. Católicos, anglicanos, e algumas denominações protestantes usam com mais frequência o título de "Mãe de Deus" do que "Theotokos".

Diversos Padres da Igreja nos três primeiros séculos defendem Maria como a Theotokos, como Orígenes (254), Atanásio (330) e João Crisóstomo (400). O Concílio de Éfeso decretou esta doutrina dogmaticamente em 431.

Etimologia e tradução

Theotokos é composta de duas palavras gregas, Θεός (Deus) e τόκος (parto). Literalmente, isso se traduz como portadora de Deus ou a que dá à luz Deus. No entanto, na Igreja Ortodoxa muitos[quem?] consideram essa tradução literal desajeitada no uso litúrgico, e Theotokos é traduzida como Mãe de Deus. O último título é composto de uma palavra distinta em grego, Μήτηρ του Θεού (transliterado Mētēr tou Theou). Outras palavras gregas poderiam ser usadas para descrever "Mãe de Deus", como Θεομήτωρ (transliterado Theomētor; também escrito Θεομήτηρ, transliterado como Theomētēr) e Μητρόθεος (transliterado Mētrotheos), que são encontradas em textos patrísticos e litúrgicos. As letras gregas ΜΡ e ΘΥ são abreviaturas utilizadas para os termos gregos de "Mãe de Deus", consistindo das letras inicial e final de cada palavra, a sua utilização é uma prática comum na iconografia ortodoxa para referir-se à Maria.

Em muitas tradições, Theotokos foi traduzida do grego para a língua local litúrgica. A mais proeminente delas é a tradução para o latim (Deipara, Genetrix Dei, como também, Mater Dei), em árabe (والدة الله. transliteração: Wālidat Deus), em georgiano (ღვთისმშობელი. transliteração: Ghvtismshobeli), em armênio: (Աստուածածին. transliteração: Astvadzatzin) e o romeno (Născătoare de Dumnezeu ou Maica Domnului).

Theotokos na Bíblia

Cristãos católicos e ortodoxos justificam a utilização da expressão Theotokos ou Mãe de Deus, citando Lucas 1:43 a qual Isabel (Bíblia) saúda a Virgem Maria como a "mãe do meu Senhor". Também utiliza-se Isaías 7,14 e Mateus 1,23; onde contém a profecia do Emanuel, que significa 'Deus Conosco', e quem dá a luz à ele, é uma Virgem. No caso, Maria.

História

Primeiras Crenças e Padres da Igreja

Diversos Padres da Igreja nos três primeiros séculos defendem Maria como a Theotokos, dentre eles; Orígenes (254), Dionísio (250), Atanásio (330), Gregório (370), João Crisóstomo (400) e Agostinho de Hipona (430). O hino "À vossa compaixão" (em grego: Ὑπὸ τὴν σὴν εὐσπλαγχνίαν), datado do século III, retrata Maria como «Santíssima Theotokos, salvai-nos.»[1]

Definição dogmática pelo Concílio de Éfeso

O uso do termo Theotokos foi formalmente afirmado como dogma no Terceiro Concílio Ecumênico realizado em Éfeso, em 431. A visão contrária, defendida pelo patriarca de Constantinopla Nestório era que Maria devia ser chamada de Christotokos, que significa "Mãe de Cristo", para restringir o seu papel como mãe apenas da natureza humana de Cristo e não da sua natureza divina.

Os adversários de Nestório, liderados por Cirilo de Alexandria, consideravam isto inaceitável, pois Nestório estava destruindo a união perfeita e inseparável da natureza divina e humana em Jesus Cristo, uma vez que em Cristo "O Verbo se fez carne" (João 1:14), ou seja o Verbo (que é Deus - João 1:1) é a carne; e a carne é o Verbo, Maria foi a mãe da carne de Cristo e por consequencia do Verbo. Cirilo escreveu que "Surpreende-me que há alguns que duvidam que a Virgem santa deve ser chamada ou não de Theotokos. Pois, se Nosso Senhor Jesus Cristo é Deus, e a Virgem santa deu-o à luz, ela não se tornou a [Theotokos]?"[2] A doutrina de Nestório foi considerada uma falsificação da Encarnação de Cristo, e por consequência, da salvação da humanidade. O Concílio aceitou a argumentação de Cirilo, afirmou como dogma o título de Theotókos de Maria, e anatematizou Nestório, considerando sua doutrina (Nestorianismo) como uma heresia.

Theotokos de Vladimir, o mais venerado ícone ortodoxo.

Hinos

Maria é frequentemente chamada de Theotokos no hinos das Igrejas Ortodoxa, e Católicas Orientais. O mais comum é o Axion Estin, que é usado em quase todos as formas de liturgia.

Outros exemplos incluem o Sub tuum praesidium (À vossa proteção) que data do século III, a Ave Maria, e o Magnificat.

Solenidade

Na Igreja Católica, a solenidade da Theotokos é comemorado em 1 de janeiro, juntamente com o Dia Mundial da Paz. Esta solenidade data cerca de 500 d.C e foi originalmente comemorado nas Igrejas Orientais.

Ícones

Referências

  1. Matthewes-Green, Frederica (2007). The Lost Gospel of Mary: The Mother of Jesus in Three Ancient Texts. Brewster MA: Paraclete Press. pp. 85–87. ISBN 978-1-55725-536-5 
  2. Epístola 1, aos monges do Egito, Patrologia Graeca; 77:13 B

Bibliografia

  • Cirilo de Alexandria, On the Unity of Christ, John Anthony McGuckin, trans. ISBN 0-88141-133-7
  • McGuckin, John Anthony, St. Cyril of Alexandria: The Christological Controversy (1994, e reimpresso em 2004) ISBN 0-88141-259-7
  • São João de Shanghai e San Francisco, "The Orthodox Veneration of Mary, The Birth Giver of God" (2004, Sixth Printing, Third Edition). ISBN 0-938635-68-9
  • Ware, Bispo Kallistos, "The Orthodox Way" (1979, Revised Edition, 1995, reimpresso em 1999). ISBN 0-913836-58-3

Ver também

Ligações externas