Guiné (região): diferenças entre revisões

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Conteúdo apagado Conteúdo adicionado
Adicionei informação. Dividi a página em seções.
Linha 1: Linha 1:
{{Sem-fontes|data=março de 2011| angola=| arte=| Brasil=| ciência=| geografia=| música=| Portugal=| sociedade=|1=|2=|3=|4=|5=|6=}}
{{Sem-fontes|data=março de 2011| angola=| arte=| Brasil=| ciência=| geografia=| música=| Portugal=| sociedade=|1=|2=|3=|4=|5=|6=}}
{{Reciclagem|data=Fevereiro de 2008}}
{{Reciclagem|data=Fevereiro de 2008}}
'''Guiné''' é o nome dado à costa [[África|africana]] que vai aproximadamente desde o cabo [[Cabo Verde (cabo)|Verde]], no [[Senegal]], até à foz do rio [[Ogooué]], no [[Gabão]]. Por vezes é estendido mais a sul até à foz do rio [[Rio Congo]]. Também incluídos nesta região costumam estar os arquipélagos no [[Atlântico]] ([[Cabo Verde]], [[São Tomé e Príncipe|São Tomé]]). Outras fontes identificam a região da Guiné como sendo a região da África situada a sul do [[Sahel]]. Atribui-se a designação «Guiné» pelos portugueses, embora não se tenha a certeza de qual a origem. Conjectura-se que pode ser derivado de [[Império Gana|Gana]].
'''Guiné''' é o nome dado à costa [[África|africana]] que vai aproximadamente desde o cabo [[Cabo Verde (cabo)|Verde]], no [[Senegal]], até à foz do rio [[Ogooué]], no [[Gabão]]. Por vezes, é estendido mais a sul até à foz do rio [[Rio Congo]]. Também incluídos nesta região costumam estar os [[arquipélago]]s no [[Oceano Atlântico]] ([[Cabo Verde]], [[São Tomé e Príncipe|São Tomé]]). Outras fontes identificam a região da Guiné como sendo a região da África situada a sul do [[Sahel]].
== Etimologia ==
Atribui-se a designação "Guiné" pelos [[portugueses]], embora não se tenha a certeza de qual a origem. Conjectura-se que pode ser derivado de [[Império Gana|Gana]].
== Geografia física ==
[[Orografia|Orograficamente]], a região é geralmente caracterizada por terrenos baixos, sendo os [[maciço]]s montanhosos (por exemplo, [[Fouta Djallon|Futa Djalon]]) pouco numerosos. É uma zona bastante recortada por rios (por exemplo: [[Rio Senegal|Senegal]], [[Rio Gâmbia|Gâmbia]], [[Rio Volta|Volta]], [[Rio Níger|Níger]]) com terrenos facilmente alagáveis (por exemplo: lago [[Lago Volta|Volta]], delta do [[Delta do Níger|Níger]]). A vegetação acompanha o clima, sendo em grande parte da região constituída por [[Floresta tropical pluvial|florestas tropicais húmidas]], mas podendo haver [[Floresta equatorial|florestas equatoriais]] nas zonas próximas do [[Linha do Equador|Equador]], mais a sul, e [[Floresta subtropical subperenefólia|vegetação subtropical]] nas zonas tropicais secas. As [[savana]]s encontram-se mais no interior.
== Geografia humana ==
A população encontra-se mais concentrada nas zonas costeiras, sendo o [[delta do Níger]] uma das zonas de maior [[densidade populacional]] de África. Trata-se de uma população diversificada, geralmente classificada conforme os [[Família linguística|grupos linguísticos]] (línguas [[Línguas africanas ocidentais|Atlântico-Ocidental]], [[Línguas mandês|Mandê]], [[Línguas Kru|Kru]], [[Línguas Kwa|Kwa]], [[Línguas Ijo|Ijo]], [[Línguas bantas|Bantas]]). As principais atividades económicas continuam centradas no [[sector primário]].
== História ==
Tradicionalmente, essa região não viu surgir [[estado]]s grandes (exceção: [[Reino do Benim|reino de Benim]]), o que contrasta com a região do Sahel, a norte, que viu suceder uma série de impérios ([[Império Gana|Gana]], [[Império do Mali|Mali]], [[Império songhai|Songhai]], [[Império Kanem-Bornu|Kanem-Bornu]]). A vegetação densa favoreceu a constituição de pequenos estados [[Autossuficiência|autossuficientes]], por vezes reduzidos à dimensão [[Tribo|tribal]] e não à dimensão [[Etnia|étnica]]. Presume-se que os primeiros [[europeus]] a entrar em contacto com a costa da Guiné foram [[Descobrimentos portugueses|navegadores portugueses]] no [[Século XV]]. Para implementar o seu comércio na região, os portugueses erigiram [[feitoria]]s fortificadas (por exemplo: [[Arguim]], [[Acra]], [[São Jorge da Mina]]), mas foram, progressivamente, perdendo o controlo da região para [[franceses]] e [[ingleses]].


Entre os séculos [[Século XV|XV]] e [[Século XIX|XIX]], a ocupação europeia foi limitada (resumia-se a alguns pontos da costa) e a principal atividade económica era o [[comércio]], principalmente [[Comércio atlântico de escravos|de escravos]], o que dizimou tribos inteiras.<ref>BUENO, E. ''A viagem do descobrimento: a verdadeira história da expedição de Cabral''. Rio de Janeiro. Objetiva. 1998. p. 75.</ref> Durante o Século XIX, e culminando na [[Conferência de Berlim]], nota-se uma incrementação da ação colonizadora por parte de potências europeias, que acabam por dividir o território em várias [[Neocolonialismo|colónias]].
Orograficamente a região é geralmente caracterizada por terrenos baixos, sendo os maciços montanhosos (por ex. [[Fouta Djallon|Futa Djalon]]) pouco numerosos, e é uma zona bastante recortada por rios (por ex. [[Rio Senegal|Senegal]], [[Rio Gâmbia|Gâmbia]], [[Rio Volta|Volta]], [[Rio Níger|Níger]]) com terrenos facilmente alagáveis (por ex. lago [[Lago Volta|Volta]], delta do [[Delta do Níger|Níger]]). A vegetação acompanha o clima, sendo em grande parte da região constituída por florestas tropicais húmidas, mas podendo haver florestas equatoriais nas zonas próximas do [[Linha do Equador|Equador]], mais a sul, e vegetação sub-tropical nas zonas tropicais secas. As savanas encontram-se mais no interior.


A diversidade dos produtos explorados pelos europeus na região pode ser notada pelo nome que deram a algumas das suas colónias: [[Costa do Ouro]] (hoje em dia [[Gana]]), [[Costa dos Escravos]] (hoje em dia [[Benim]]), [[Costa da Pimenta]] (hoje em dia [[Libéria]] e [[Serra Leoa]]), [[Costa do Marfim]] (mantém o mesmo nome). Por vezes, as colónias eram conhecidas conforme o nome da potência colonial europeia administrante: [[Guiné Francesa]] (hoje em dia [[Guiné]]), [[Guiné Portuguesa]] (hoje em dia [[Guiné-Bissau]]), [[Guiné Espanhola]] (hoje em dia [[Guiné Equatorial]]). Aproximadamente, a partir da década de 60 do Séc. XX, dá-se a independência dos diversos estados que constituem hoje a região da Guiné, mantendo grandemente as fronteiras herdadas da divisão colonial.
A população encontra-se mais concentrada nas zonas costeiras, sendo o delta do Níger uma das zonas de maior densidade populacional de África. Trata-se de uma população diversificada, geralmente classificada conforme os grupos linguísticos dos falantes (línguas [[Línguas africanas ocidentais|Atlântico-Ocidental]], [[Línguas mandês|Mandê]], [[Línguas Kru|Kru]], [[Línguas Kwa|Kwa]], [[Línguas Ijo|Ijo]], [[Línguas bantu|Bantu]]). As principais actividades económicas continuam centradas no sector primário.


==Países que constituem a região da Guiné==
Tradicionalmente, essa região não viu surgir estados grandes (excepção: [[Reino do Benim|reino de Benim]]), o que contrasta com a região do Sahel, a norte, que viu suceder uma série de impérios ([[Império Gana|Gana]], [[Império do Mali|Mali]], [[Império songhai|Songhai]], [[Império Kanem-Bornu|Kanem-Bornu]]). A vegetação densa favoreceu a constituição de pequenos estados autosuficentes, por vezes reduzidos à dimensão tribal e não à dimensão étnica. Presume-se que os primeiros europeus a entrar em contacto com a costa da Guiné foram navegadores portugueses no Séc. XV. Para implementar o seu comércio na região, os portugueses erigiram feitorias fortificadas (por ex. [[Arguim]], [[Acra]], [[São Jorge da Mina]]) mas foram progressivamente perdendo o controlo da região para franceses e ingleses. Entre os Séc. XV e XIX a ocupação europeia foi limitada (resumia-se a alguns pontos da costa) e a principal actividade económica era o comércio. Durante o Séc XIX, e culminando na [[Conferência de Berlim]], nota-se uma incrementação da acção colonizadora por parte de potências europeias, que acabam por dividir o território em várias colónias. A diversidade dos produtos explorados pelos europeus pode ser notada pelo nome que deram a algumas das colónias: [[Costa do Ouro]] (hoje em dia [[Gana]]), [[Costa dos Escravos]] (hoje em dia [[Benim]]), [[Costa da Pimenta]] (hoje em dia [[Libéria]] e [[Serra Leoa]]), [[Costa do Marfim]] (mantém o mesmo nome). Por vezes as colónias eram conhecidas conforme o nome da potência colonial europeia administrante: [[Guiné Francesa]] (hoje em dia [[Guiné]]), [[Guiné Portuguesa]] (hoje em dia [[Guiné-Bissau]]), [[Guiné Espanhola]] (hoje em dia [[Guiné Equatorial]]). Aproximadamente, a partir da década de 60 do Séc. XX, dá-se a independência dos diversos estados que constituem hoje a região da Guiné, mantendo grandemente as fronteiras herdadas da divisão colonial.

'''Países que constituem a região da Guiné: '''
* [[Benim]]
* [[Benim]]
* [[Cabo Verde]]
* [[Cabo Verde]]

Revisão das 18h44min de 12 de maio de 2015

Guiné é o nome dado à costa africana que vai aproximadamente desde o cabo Verde, no Senegal, até à foz do rio Ogooué, no Gabão. Por vezes, é estendido mais a sul até à foz do rio Rio Congo. Também incluídos nesta região costumam estar os arquipélagos no Oceano Atlântico (Cabo Verde, São Tomé). Outras fontes identificam a região da Guiné como sendo a região da África situada a sul do Sahel.

Etimologia

Atribui-se a designação "Guiné" pelos portugueses, embora não se tenha a certeza de qual a origem. Conjectura-se que pode ser derivado de Gana.

Geografia física

Orograficamente, a região é geralmente caracterizada por terrenos baixos, sendo os maciços montanhosos (por exemplo, Futa Djalon) pouco numerosos. É uma zona bastante recortada por rios (por exemplo: Senegal, Gâmbia, Volta, Níger) com terrenos facilmente alagáveis (por exemplo: lago Volta, delta do Níger). A vegetação acompanha o clima, sendo em grande parte da região constituída por florestas tropicais húmidas, mas podendo haver florestas equatoriais nas zonas próximas do Equador, mais a sul, e vegetação subtropical nas zonas tropicais secas. As savanas encontram-se mais no interior.

Geografia humana

A população encontra-se mais concentrada nas zonas costeiras, sendo o delta do Níger uma das zonas de maior densidade populacional de África. Trata-se de uma população diversificada, geralmente classificada conforme os grupos linguísticos (línguas Atlântico-Ocidental, Mandê, Kru, Kwa, Ijo, Bantas). As principais atividades económicas continuam centradas no sector primário.

História

Tradicionalmente, essa região não viu surgir estados grandes (exceção: reino de Benim), o que contrasta com a região do Sahel, a norte, que viu suceder uma série de impérios (Gana, Mali, Songhai, Kanem-Bornu). A vegetação densa favoreceu a constituição de pequenos estados autossuficientes, por vezes reduzidos à dimensão tribal e não à dimensão étnica. Presume-se que os primeiros europeus a entrar em contacto com a costa da Guiné foram navegadores portugueses no Século XV. Para implementar o seu comércio na região, os portugueses erigiram feitorias fortificadas (por exemplo: Arguim, Acra, São Jorge da Mina), mas foram, progressivamente, perdendo o controlo da região para franceses e ingleses.

Entre os séculos XV e XIX, a ocupação europeia foi limitada (resumia-se a alguns pontos da costa) e a principal atividade económica era o comércio, principalmente de escravos, o que dizimou tribos inteiras.[1] Durante o Século XIX, e culminando na Conferência de Berlim, nota-se uma incrementação da ação colonizadora por parte de potências europeias, que acabam por dividir o território em várias colónias.

A diversidade dos produtos explorados pelos europeus na região pode ser notada pelo nome que deram a algumas das suas colónias: Costa do Ouro (hoje em dia Gana), Costa dos Escravos (hoje em dia Benim), Costa da Pimenta (hoje em dia Libéria e Serra Leoa), Costa do Marfim (mantém o mesmo nome). Por vezes, as colónias eram conhecidas conforme o nome da potência colonial europeia administrante: Guiné Francesa (hoje em dia Guiné), Guiné Portuguesa (hoje em dia Guiné-Bissau), Guiné Espanhola (hoje em dia Guiné Equatorial). Aproximadamente, a partir da década de 60 do Séc. XX, dá-se a independência dos diversos estados que constituem hoje a região da Guiné, mantendo grandemente as fronteiras herdadas da divisão colonial.

Países que constituem a região da Guiné

Ícone de esboço Este artigo sobre geografia da África é um esboço. Você pode ajudar a Wikipédia expandindo-o.
  1. BUENO, E. A viagem do descobrimento: a verdadeira história da expedição de Cabral. Rio de Janeiro. Objetiva. 1998. p. 75.