Salmo 51: diferenças entre revisões

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Entre os compositores modernos que escreveram versões notáveis do Miserere estão [[Michael Nyman]] e [[Arvo Pärt]].
Entre os compositores modernos que escreveram versões notáveis do Miserere estão [[Michael Nyman]] e [[Arvo Pärt]].

No Brasil, o moteto Miserere (para Alto solista, coro SATB e baixo continuo) de Manuel Dias de Oliveira (? - 1834/35 - Vila de São José, 1813), em Ré maior, contextualizada na liturgia de Semana Santa, é das obras do período colonial com maior número de cópias. O Miserere de Manuel Dias de Oliveira foi mencionado, em 1915, pelo cônego João Batista da Silva, em São João d'El Rey, como "obra célebre", tendo sido depois analisada por Adhemar de Campos Filho e Willy Corrêa de Oliveira.


== Ver também ==
== Ver também ==

Revisão das 13h17min de 29 de janeiro de 2019

 Nota: Se procura obra musical de Gregorio Allegri, veja Miserere (Allegri).

O salmo 51 (na numeração grega, salmo 50), tradicionalmente chamado de Miserere (seu incipit em latim), é um dos salmos penitenciais.[1][2]

Seu texto começa com as palavras Miserere mei, Deus ("Senhor, tende misericórdia de mim"), o que fez com que viesse a ser conhecido por Miserere, nome que o texto recebe, inclusive, quando usado em diversas obras musicais.

Liturgia

Este salmo é utilizado frequentemente em diversas tradições litúrgicas, por sua mensagem de humildade e arrependimento.

O versículo 15 é recitado como um prefácio à Amidá, a oração central do Sidur, a liturgia judaica.

Como um salmo penitencial, o salmo 50 (na numeração do Septuaginta) é um dos salmos utilizados mais frequentemente na Igreja Ortodoxa, e nas Igrejas Católicas Orientais que seguem o rito bizantino. É incluído, tipicamente, durante o Mistério do Arrependimento (correspondente ao sacramento da penitência), nas orações pessoais cotidianas, e em muitas das funções litúrgicas. As diversas funções da Hora Canônica podem ser combinadas em três agregados (noite, manhã e tarde), arranjadas de tal maneira que o salmo 50 seja lido durante cada agregado.

No Agpeya, o livro de horas da Igreja Copta, o salmo é recitado em cada ofício ao longo do dia, como uma oração de confissão e arrependimento.

No cristianismo ocidental, o salmo 51 também é usado liturgicamente. Na Igreja Latina este salmo pode ser designado por um padre a um fiel como penitência, depois da confissão. O versículo 7 é cantado tradicionalmente enquanto o padre asperge água benta sobre a congregação antes da missa, em um ritual conhecido como Asperges me, duas primeiras palavras do versículo em latim. O salmo 51 está também associado com a quarta-feira de cinzas.

Música

O Miserere foi um texto utilizado frequentemente na música litúrgica católica antes do Concílio Vaticano II. A maioria dos temas, utilizados quase sempre durante o ofício de trevas, estão num estilo falsobordone simples. Durante o Renascimento muitos compositores escreveram sobre o texto. A primeira obra polifônica que o utilizou, provavelmente datada da década de 1480, foi feita por Johannes Martini, um compositor que trabalhava para a Casa de Este, em Ferrara.[3] O Miserere polifônico de Josquin des Prez, composto provavelmente em 1503 ou 1504, também em Ferrara, foi inspirado, provavelmente, na meditação Infelix ego, composta no cárcere por Girolamo Savonarola, que fora condenado à execução na fogueira cinco anos antes. Posteriormente, no século XVI, Orlande de Lassus compôs um Miserere elaborado, como parte de seus Salmos Penitenciais, e Palestrina, Andrea Gabrieli, Giovanni Gabrieli e Carlo Gesualdo também escreveram música para o texto.[4] Antonio Vivaldi pode ter composto um ou mais Misereres, porém estas composições foram perdidas, com apenas dois motetos introdutórios tendo sobrevivido. Johann Sebastian Bach e Giovanni Battista Pergolesi também teriam composto Misereres.

Uma das versões mais conhecidas é o Miserere composto no século XVII pelo compositor Gregorio Allegri, da escola romana. De acordo com uma célebre história, o jovem Wolfgang Amadeus Mozart, com apenas catorze anos de idade, ouviu a peça sendo executada na Capela Sistina, no dia 11 de abril de 1770, e, depois de retornar ao lugar onde passaria a noite, conseguiu reescrever toda a partitura de memória. Mozart então teria retornado um ou dois dias depois para ouvir a peça e corrigir os poucos erros de sua transcrição.[5] O fato do coro final incorporar uma harmonia de dez vozes ressalta o prodígio do gênio do jovem Mozart. A obra também é conhecida por possuir diversos dós altos nos solos dos sopranos infantis.

Entre os compositores modernos que escreveram versões notáveis do Miserere estão Michael Nyman e Arvo Pärt.

Ver também

Referências

  1. Echegary, J. González et ali (2000). A Bíblia e seu contexto 2 ed. São Paulo: Edições Ave Maria. 1133 páginas. ISBN 9788527603478 
  2. Pearlman, Myer (2006). Através da Bíblia. Livro por Livro 23 ed. São Paulo: Editora Vida. 439 páginas. ISBN 9788573671346 
  3. Macey, p. 185
  4. Caldwell, Grove
  5. Sadie, Grove; Boorman, Grove

Bibliografia

  • John Caldwell: "Miserere", Stanley Boorman, "Sources: MS", Stanley Sadie, "Mozart, Wolfgang Amadeus"; Grove Music Online, ed. L. Macy (Accessed November 25, 2006), (subscription access)
  • Macey, Patrick (1998). Bonfire Songs: Savonarola's Musical Legacy. Oxford: Clarendon Press. 0-19-816669-9 ISBN 
  • Este artigo incorpora texto (em inglês) da Encyclopædia Britannica (11.ª edição), publicação em domínio público.

Ligações externas