Francisco Sá Carneiro: diferenças entre revisões
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Revisão das 20h38min de 30 de março de 2008
Ordem | 111º Primeiro-ministro (5º da III República) |
Mandato | 3 de Janeiro de 1979 – 4 de Dezembro de 1980 |
Predecessor | Maria de Lourdes Pintasilgo |
Sucessor | Diogo Freitas do Amaral |
Data de nascimento | 19 de Julho de 1934 |
Local de nascimento | Porto |
Data de morte | 4 de Dezembro de 1980 |
Local de morte | Camarate, Loures |
Cônjuge | Isabel Maria Ferreira Nunes de Matos de Sá Carneiro (primeira esposa) Ebbe Merete Seidenfaden "Snu" Abecassis (namorada) |
Profissão | Advogado |
Partido político | Partido Social-Democrata |
Francisco Manuel Lumbrales de Sá Carneiro, GCTE, GCC, GCL (Porto, 19 de Julho de 1934 — Camarate, 4 de Dezembro de 1980) foi um político português, fundador e líder do Partido Popular Democrático / Partido Social-Democrata, e ainda primeiro-ministro de Portugal, durante cerca de onze meses, no ano de 1980. [1]
Durante o Estado Novo
Advogado de profissão, formado na Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa, foi eleito pelas listas da Acção Nacional Popular, o partido único do regime salazarista, para a Assembleia Nacional, o parlamento fantoche do regime, convertendo-se em líder da Ala Liberal , onde desenvolveu diversas iniciativas tendentes à gradual transformação da ditadura numa democracia típica da Europa Ocidental. Colaborou com Mota Amaral na elaboração de um projecto de revisão constitucional, apresentado em 1970. Não tendo alcançado os objectivos aos quais se propusera, viria a resignar ao cargo de deputado com outros membros da Ala Liberal, entre os quais Francisco Pinto Balsemão.
Pós 25 de Abril de 1974
Em Maio de 1974, após a Revolução dos Cravos, Sá Carneiro fundou o Partido Popular Democrata (PPD), entretanto redesignado Partido Social-Democrata (PSD), juntamente com Francisco Pinto Balsemão e Joaquim Magalhães Mota. Torna-se o primeiro Secretário-Geral do novo partido.
Nomeado Ministro sem pasta em diversos governos provisórios, seria eleito deputado à Assembleia Constituinte no ano seguinte, e em 1976 eleito para a I Legislatura da Assembleia da República.
Em Novembro de 1977, demitiu-se da chefia do partido, mas seria reeleito no ano seguinte para desempenhar a mesma função.
Em finais de 1979, criou a Aliança Democrática, uma coligação entre o seu PPD/PSD, o Centro Democrático Social-Partido Popular de Diogo Freitas do Amaral, o Partido Popular Monárquico de Gonçalo Ribeiro-Telles, e alguns independentes). A coligação vence as eleições legislativas desse ano com maioria absoluta. Dispondo de uma ampla maioria a apoiá-lo (a maior coligação governamental até então desde o 25 de Abril), foi chamado pelo Presidente da República Ramalho Eanes para liderar o novo executivo, tendo sido nomeado Primeiro-Ministro a 3 de Janeiro de 1980, sucedendo assim a Maria de Lurdes Pintasilgo.
Uma morte inesperada
Francisco Sá Carneiro faleceu na noite de 4 de Dezembro de 1980, em circunstâncias trágicas e nunca completamente esclarecidas, quando o avião no qual seguia se despenhou em Camarate, pouco depois da descolagem do aeroporto de Lisboa, quando se dirigia ao Porto para participar num comício de apoio ao candidato presidencial da coligação, o General António Soares Carneiro. Juntamente com ele faleceu o Ministro da Defesa, o democrata-cristão Adelino Amaro da Costa, bem como a sua companheira Snu Abecassis, para além de assessores, piloto e co-piloto.
Nesse mesmo dia, Sá Carneiro gravara uma mensagem de tempo de antena onde exortava ao voto no candidato apoiado pela AD, ameaçando mesmo demitir-se caso Soares Carneiro perdesse as eleições (o que viria de facto a suceder três dias mais tarde, sendo assim o General Eanes reeleito para o seu segundo mandato presidencial). Dada a sua trágica morte, pode-se muito bem especular sobre se teria ou não demitido em função dos acontecimentos subsequentes...
Vinte e sete anos depois dos acontecimentos, contudo, continuam-se a existir duas teses relativas à sua morte: a de acidente (eventualmente motivado por negligência na manutenção de um avião que não era novo), ou a de atentado (nesse último caso, desconhecendo-se quem o perpetrara e contra quem teria sido ao certo - Sá Carneiro ou Amaro da Costa), porque Sá Carneiro queria que Marcello Caetano - na altura em que se deu o 25 de Abril, o Presidente do Conselho de Ministros (cargo equivalente ao actual Primeiro-Ministro) - voltasse para o Governo. Outra teoria, avançada por alguns meios de comunicação social, envolve o partido comunista português.
Homenagem
O aeroporto internacional do Porto, para o qual ele se dirigia, foi posteriormente renomeado com o seu nome, apesar das objeções de que não seria elegante dar a um aeroporto o nome de alguém que havia morrido num desastre de aviação.
Obras
Sá Carneiro foi autor de várias obras, das quais se destacam:
- Uma Tentativa de Participação Política (1973)
- Por uma Social-Democracia (1975)
- Poder Civil; Autoridade Democrática e Social-Democracia (1975)
- Uma Constituição para os Anos 80: Contributo para um Projecto de Revisão (1979).
Precedido por Lourdes Pintasilgo |
Primeiros-ministros de Portugal (VI Governo Constitucional) 1979 - 1980 |
Sucedido por Freitas do Amaral (interino) |
Precedido por fundação do partido |
Presidente do PSD 1974 - 1978 |
Sucedido por António Sousa Franco |
Precedido por José Menéres Pimentel |
Presidente do PSD 1979 - 1980 |
Sucedido por Francisco Pinto Balsemão |