Exposição Universal de 1867
A Exposição Universal de Paris de 1867, também referida como Segunda Exposição Universal ou "Exposition Universelle d'Art et d'Industrie" (Exposição Universal de Arte e Indústria), foi uma exposição mundial que se realizou entre 1 de abril e 3 de novembro de 1867 no Campo de Marte, em Paris. Nela estiveram presentes expositores oriundos de 41 países.
História
[editar | editar código-fonte]O imperador Napoleão III de França havia decretado a execução deste projeto para afirmar a grandeza do "Segundo Império Francês". Uma comissão foi designada para este fim, presidida pelo príncipe Jerome Napoleão Bonaparte II, que dirigiu os trabalhos preliminares.
O local escolhido pelo governo francês para erigir o edifico da exposição foi o Campo de Marte, o grande palco dos desfiles militares da cidade, que abrangia 48 hectares, e ao qual se acrescentou a ilha de Billancourt, de 21 hectares.
O tema principal foi o progresso e a paz, apesar de a feira estar, ironicamente, situada frente ao edifício da École Militaire.[1]
A partir de 1865 o engenheiro Jean-Baptise Krantz, juntamente com o arquiteto Leopold Hardy, dirigiram a construção de um gigantesco edifício ovalado, de 490 metros de comprimento por 390 metros de largura, para albergar a exposição, cobrindo uma área total de 150 000 m².[2] O edifício estava desenhado com doze galerias concêntricas dispostas em torno de um jardim de 166 m de comprimento por 56 de largura. A coberta foi realizada com lâminas de aço canelado e suportada por uma estrutura de 176 colunas de ferro.[3] Além deste havia cerca de 100 edifícios menores.
Os fundos para a construção e a manutenção da exposição consistiram em subvenções do governo francês num montante de 1 165 020$, bem como uma quantidade similar da cidade, e por cerca de 2 000 000$ de doações públicas, o que dava um total de 5 883 400$. Os recibos ascendiam a 2 822 900$, o qual deixava um déficit que, porém, foi coberto pelas contribuições do governo e da cidade de Paris, razão pela qual o balanço final foi positivo.
Houve 50 226 expositores, dos quais 15 055 procediam da França e das suas colónias, 6176 da Grã-Bretanha e Irlanda, 703 dos Estados Unidos e um pequeno contingente do Canadá.[4]
Durante os sete meses de duração a exposição foi visitada por 9 238 967 pessoas, incluídos expositores e empregados. Foi a mais grandiosa exposição internacional até então havida, tanto com referência à sua grandeza quanto ao propósito do projeto.
Faziam parte da paisagem da exposição réplicas da Catedral de Notre-Dame de Paris, das esbeltas cúpulas do Hôtel des Invalides e do Panteão e das agulhas de Santa Clotilde. As duas torretas da eletricidade e do globo do fotógrafo Félix Nadar constituíam uma amostra do avanço técnico.
A 21 de outubro, como homenagem à exposição, teve lugar uma reestreia do famoso balé Le Corsaire, encenado pelo mestre de Ballet Joseph Mazilier no Théâtre de l'Académie Royale de Musique.
Durante o mês de julho, o campeonato mundial de remo foi celebrado no rio Sena, resultando ganhadora a equipa canadense de Saint John, que foi chamada pelos meios de comunicação como a tripulação de Paris.
Referências
- ↑ HERBERT, 1988:4.
- ↑ «EXPO2000 ::The Paris World Exposition 1867::». web.archive.org. 27 de maio de 2011. Consultado em 9 de janeiro de 2022
- ↑ Miles (1892), p.69
- ↑ MILES, 1892:70.
Bibliografia
[editar | editar código-fonte]- Herbert, Robert (1988). Impressionism : Art, leisure and parisian society. [S.l.]: New Haven : Yale University Press. ISBN 0-300-04262-0
- Miles, George (1892). World's fairs from London 1851 to Chicago 1893. [S.l.]: Chicago : Midway Pub. Co. OCLC 6598890
- Ducuing, François, Vol 1: L'Exposition universelle de 1867 illustrée: publication internationale autorisée par la Commission impériale. (Paris: Bureaux d'Abonnements, 1867).
- Ducuing, François, Vol 2: L'Exposition universelle de 1867 illustrée: publication internationale autorisée par la Commission impériale. (Paris: Bureaux d'Abonnements, 1867).