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Forró: diferenças entre revisões

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===Origem do nome===
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O termo "forró", segundo o filólogo pernambucano [[Evanildo Bechara]] é uma variante do antigo [[galego-português]] ''forbodó'', relacionando o termo a ''farbodão'', do francês ''faux-bourdon'', que teria a conotação de ''desentoação''. O elo semântico entre ''fabordão'' e ''forrobodó'' tem origem, segundo [[Fermín Bouza-Brey]], na região noroeste da Península Ibérica (Galiza e norte de Portugal), onde "a gente dança a golpe de bumbo, com pontos monorrítmicos monótonos desse baile que se chama ''forbodo''"<ref>[[Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa]], verbete "forrobodó"</ref>.

Na [[etimologia popular]] (ou pseudoetaes
imologia) é frequente associar a origem da palavra "forró" à expressão da língua inglesa ''for all'' (para todos). Para essa versão foi construída uma engenhosa história: no início do [[século XX]], os [[engenharia|engenheiros]] [[Inglaterra|britânicos]], instalados em [[Pernambuco]] para construir a ferrovia [[Great Western]], promoviam bailes abertos ao público, ou seja ''for all''. Assim, o termo passaria a ser pronunciado "forró" pelos nordestinos. Outra versão da mesma história substitui os ingleses pelos [[estadunidenses]] e [[Pernambuco]] por [[Natal (Rio Grande do Norte)]] do período da [[Segunda Guerra Mundial]], quando uma base militar dos [[Estados Unidos]] foi instalada nessa cidade.<ref name="lvr">{{citar web |url=http://www.mvirtual.com.br/pedagogia/mosaico/cultura_forro.htm |título=Forró - Origens e Manifestações atuais |acessodata=13 de janeiro de 2012 |autor=Mvirtual }}</ref>

Apesar da versão bem-humorada, não há nenhuma sustentação para tal etimologia do termo, pois em 1937, cinco anos antes da instalação da referida base, a palavra "forró" já se encontrava registrada na história musical na gravação fonográfica de “Forró na roça”, canção composta por [[Manuel Queirós]] e [[Xerém (músico)|Xerém]].


===Histórico===
===Histórico===

Revisão das 13h31min de 21 de junho de 2013

Forró
Forró
Escultura em barro pintado de um sanfoneiro, um dos músicos que integram as bandas de forró. Caruaru, Pernambuco.
Origens estilísticas Polca, Contradança
Contexto cultural Início do século XIX, no Sertão nordestino
Instrumentos típicos Sanfona, Triângulo, Zabumba
Popularidade Popular no Nordeste do Brasil, especialmente em Pernambuco, Paraíba e Ceará.
Subgêneros
Xote, Xaxado, Baião, Forró universitário, Forró eletrônico
Formas regionais
Região Nordeste

Forró é um ritmo e dança típico da Região Nordeste do Brasil praticada nas festas juninas e outros eventos. Diante a imprecisão do termo, não existe consenso quanto a definição musical do forró como estilo musical, sendo geralmente associado o nome como uma generalização de vários ritmos musicais daquela região,como baião, a quadrilha, o xaxado, que tem influências holandesas e o xote, que tem influência de Portugal. São tocados, tradicionalmente, por trios, compostos de um sanfoneiro (tocador de acordeão, que no forró é tradicionalmente a sanfona de oito baixos), um zabumbeiro e um tocador de triângulo. Também é chamado arrasta-pé, bate-chinela, fobó.

O forró possui semelhanças com o toré e o arrastar dos pés dos índios, com os ritmos binários portugueses e holandeses, porque são ritmos de origem europeia a chula, denominada pelos nordestinos simplesmente "forró", xote e variedades de polcas europeias que são chamadas pelos nordestinos de arrasta-pé e ou quadrilhas. A dança do forró tem influência direta das danças de salão europeias, como evidencia nossa história de colonização e invasões europeias.

Além do forró tradicional, denominado pé-de-serra, existe outras variações, tais como o forró eletrônico, vertente estilizada e pós-modernizada do forró surgida no início da década de 90 que utiliza elementos eletrônicos em sua execução, como a bateria, o teclado, o contrabaixo e a guitarra elétrica; e o forró universitário, surgido na capital paulista no final da década de 90, que é uma especie de revitalização do forró tradicional, que eventualmente acrescenta contrabaixo e violão aos instrumentos tradicionais, sendo a principal caracteristica os três passos basicos, sendo um deles o "2 para lá 2 para cá", que veio da polca.

Conhecido e praticado em todo o Brasil, o forró é especialmente popular nas cidades brasileiras de Campina Grande, Caruaru, Mossoró e Juazeiro do Norte, que sediam as maiores Festa de São João do país. Já nas capitais Aracaju, Fortaleza, João Pessoa, Natal, Maceió, Recife, e Teresina, são tradicionais as festas e apresentações de bandas de forró em eventos privados que atraem especialmente os jovens.

Mae

Origem do nome

Histórico

Os bailes populares eram conhecidos em Pernambuco por "forrobodó" ou "forrobodança" ou ainda "forrobodão"já em fins do século XIX.[1]

O forró tornou-se um fenômeno pop em princípios da década de 1950. Em 1949, Luiz Gonzaga gravou "Forró de Mané Vito", de sua autoria em parceria com Zé Dantas e em 1958, "Forró no escuro". No entanto, o forró popularizou-se em todo o Brasil com a intensa imigração dos nordestinos para outras regiões do país, especialmente, para as capitais: Brasília, Rio de Janeiro e São Paulo.

Nos anos 1970, surgiram, nessas e noutras cidades brasileiras, "casas de forró". Artistas nordestinos que já faziam sucesso tornaram-se consagrados (Luiz Gonzaga, Dominguinhos, Trio Nordestino, Genival Lacerda) e outros surgiram.

Depois de um período de desinteresse na década de 1980, o forró ganhou novo fôlego da década de 1990 em diante, com o surgimento e sucesso de novos trios e artistas de forró.

Gêneros musicais

O forró é dançado ao som de vários ritmos brasileiros tipicamente nordestinos, entre os quais destacam-se: o xote, o baião, o xaxado, a marcha (estilo tradicionalmente adotado em quadrilhas) e coco.

Estilos da dança

O forró é dançado em pares que executam diversas evoluções, diferentes para o forró nordestino e o forró universitário:

O forró nordestino é executado com mais malícia e sensualidade, o que exige maior cumplicidade entre os parceiros. Os principais passos desse estilo são a levantada de perna e a testada (as testas do par se encontram), também conhecido pelo termo "Cretinagem".[2]

O forró universitário possui mais evoluções. Os passos principais são:

  • dobradiça - abertura lateral do par;
  • caminhada - passo do par para a frente ou para trás;
  • comemoração - passo de balançada, com a perna do cavalheiro entre a perna da dama;
  • giro simples;
  • giro do cavalheiro;
  • oito - o cavalheiro e a dama ficam de costas e passam um pelo outro.

Modernização do forró

Ver artigo principal: Forró Eletrônico

A partir de meados da década de 1980, com a saturação do forró tradicional conhecido como pé-de serra, surgiu no Ceará um novo meio de fazer forró, com a introdução de instrumentos eletrônicos tais como guitarra, bateria e baixo. Também as letras deixaram de ter como o foco a seca e sofrimento dos nordestinos, e passaram a abordar conteúdos que atraíssem os jovens. O precursor do movimento foi o ex-árbitro de futebol, produtor musical e empresário Emanuel Gurgel, responsável pelas bandas Mastruz com Leite, Cavalo de Pau, Alegria do Forró e Catuaba com Amendoim. O principal instrumento de divulgação do forró na década de 1990 foi a a rádio Som Zoom Sat e a gravadora Som Zoom Estúdio pertencentes a Gurgel. Tal pioneirismo teve críticas de transformar o forró num produto. Em entrevista à revista Época, declarou Gurgel: "Mudamos a filosofia do forró: Luiz Gonzaga só falava de fome, seca e Nordeste independente. Agora a linguagem é romântica, enfocada no cotidiano, nas raízes nordestinas, nas belezas naturais e no Nordeste menos sofrido, mais alegre e moderno(...)".[2]

Referências

  1. Enciclopédia da Música Brasileira: p. 301.
  2. a b Erro de citação: Etiqueta <ref> inválida; não foi fornecido texto para as refs de nome lvr

Bibliografia

  • Enciclopédia da Música Brasileira: Erudita, folclórica, popular. 2ª. ed. rev. e atual. Art Editora/Itaú Cultural, 1998.
  • Alvarenga, Oneyda. 1942. Música Popular Brasileira. São Paulo. ‘Lundu e Danças Afins’. P.177. 2ª Edição. Livraria Duas Cidades
  • Carvalho, Rodrigues de. 1928. Cancioneiro do Norte. Paraíba do Norte. 71. 2º Edição
  • Cascudo, Luís da Câmara. Vaqueiros e Cantadores. p. 143 (em Almeida RJ, José Alberto de. 1997. Os Cantadores de Cordel do Nordeste Brasileiro: Relentara de Uma Prática Medieval. p. 06. Universidade Estadual do Ceará. CNPq - PIBIC).
  • Cascudo, Luís da C. 1962. Dicionário do Folclore Brasileiro. 2ª ED. Rio de .Janeiro. Instituto Nacional do Livro. Ministério da Educação e Cultura.
  • Cascudo, Luís da Câmara. 1988. Dicionário do Folclore Brasileiro. 6ª Edição. Belo Horizonte, Itatiaia - São Paulo. p. 95. Editora da Universidade de São Paulo.
  • Enciclopédia Brasileira Globo. 1975. Vol.II - 14ª. Porto Alegre. Edição. Editora Globo
  • Ferreira, Aurélio Buarque de Holanda. 1977. Mini Dicionário da Língua Portuguesa. 1ª Ed. 5ª Impressão. Rio de Janeiro. p.207. Editora Nova Fronteira S.A.
  • Phaelante, Renato. Set / Out de 1995. Forró: Identidade Nordestina. Fundação joaquim Nabuco (Instituto de Pesquisas Sociais / Departamento de Antropologia). Recife - PE. Brasil

Ver também

Ligações externas

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