Glironia venusta

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Como ler uma infocaixa de taxonomiaGlironia venusta[1]

Estado de conservação
Espécie pouco preocupante
Pouco preocupante (IUCN 3.1) [2]
Classificação científica
Reino: Animalia
Filo: Chordata
Classe: Mammalia
Infraclasse: Marsupialia
Ordem: Didelphimorphia
Família: Didelfiídeos
Subfamília: Glironiíneos
Voss & Jansa, 2009
Género: Glironia
Thomas, 1912[3]
Espécie: G. venusta
Nome binomial
Glironia venusta
Thomas, 1912
Distribuição geográfica

Wikispecies
Wikispecies
O Wikispecies tem informações sobre: Glironia venusta

Glironia venusta é uma espécie de marsupial da família dos didelfiídeos (Didelphidae). É a única espécie descrita para o gênero Glironia.[1] Tem sido encontrada na Colômbia, Equador, Peru, Brasil e Bolívia.[2] Com os registros de exemplares em lugares muito distantes entre si, se estima que G. venusta é localmente rara e difícil de encontrar, mas tem ampla distribuição em toda a Amazônia.[4]

Descrição[editar | editar código-fonte]

Um adulto pesa entre 95 e 119 g. Comprimento do corpo, entre 160 e 205 mm; comprimento da cauda 160 a 214 mm. A textura da pelagem do corpo varia de macia e aveludada a densa e lanosa. Os pêlos do dorso têm 7 a 8 mm de comprimento. O dorso geralmente é fulvo, canela ou marrom e o ventre é cinza e amarelo a esbranquiçado. As bases dos pelos ventrais são xistosas e as pontas branco-amareladas. As mãos e os pés são de um branco acastanhado opaco a cinza.[5][6][7][8][9]

As orelhas são grandes, ovais, nuas, de cor enegrecida. Uma faixa larga, proeminente, marrom-escura a preta se estende por cada olho e dá a aparência de uma máscara. As listras começam nas laterais do rinário, passam pelos olhos dorsais às orelhas e terminam atrás das orelhas. Uma faixa estreita de pêlos branco-acinzentados, de cor ardósia em suas bases, estende-se ao longo da linha média da cabeça do rinário à nuca e separa as listras escuras dos olhos.[8]>[9]

A cauda é cilíndrica e densamente peluda, com os pelos próximos ao meio da cauda sed 14 a 15 mm de comprimento, o que dá uma aparência espessa, decrescente em direção à ponta.[5][9]

Registros[editar | editar código-fonte]

Exemplares de G. venusta têm sido achados em pelo menos 28 sítios diferentes espalhados pela bacia do rio Amazonas e duas divisória de águas contiguas (rio Paraguai e Guaviare). Estes são os lugares dos 28 registros:

Sítio Município / localidade Departamento / Estado País
1 800 m.s.n.m. Pozuzo[3] Pasco Peru
2 Los Yungas[5] Sud Yungas La Paz Bolívia
3 Boca de Lagarto Cocha[10] Cuyabeno Sucumbíos Equador
4 Boca del Curaray[10] Napo Loreto Peru
5 Montalvo[5] Cantón Pastaza Pastaza Equador
6 El Hacha[11] Puerto Leguízamo Putumayo Colômbia
7 Bocas del Mapuera[12] Oriximiná Pará Brasil
8 Alto Río Urucu[13][14] Tefé Amazonas Brasil
9 Cocha Cashu[15] Parque Nacional de Manú Madre de Dios Peru
10 Valle de Machariapo[16] Apolo La Paz Bolívia
11 Carretera a El Puente[17] San Javier Santa Cruz Bolívia
12 Meseta de Huanchaca[17] San Ignacio de Velasco Santa Cruz Bolívia
13 Fazenda Jaburi[18] Espigão d'Oeste Rondônia Brasil
14 Quebrada Vainilla[19] Las Amazonas Loreto Peru
15 Puerto Almendra[20] Iquitos Loreto Peru
16 Teotônio[21] Porto Velho Rondônia Brasil
17 Riozinho da Liberdade[22] Tarauacá Acre Brasil
18 Reserva Adolpho Ducke[4] Manaus Amazonas Brasil
19 Rio Cabaçal[21] Mirassol d'Oeste Mato Grosso Brasil
20 Floresta Tapirapé[23] Marabá Pará Brasil
21 Represa Guaporé[23] Vale de São Domingos Mato Grosso Brasil
22 Santo Antonio do Rio Bonito[23] Nova Ubiratã Mato Grosso Brasil
23 Floresta Carajás[7] Parauapebas Pará Brasil
24 Represa Teles Pires[24] Jacareacanga Pará Brasil
25 Rio Tales Pires[24] Paranaíta Mato Grosso Brasil
26 Terra Indígena Roosevelt[25] Pimenta Bueno Rondônia Brasil
27 El Capricho[26] San José del Guaviare Guaviare Colômbia
28 Ducutipabo[27] San Felipe Guainía Colômbia

Referências

  1. a b Gardner, A.L. (2005). «Order Didelphimorphia». In: Wilson, D.E.; Reeder, D.M. Mammal Species of the World 3º ed. Baltimore: Johns Hopkins University Press. ISBN 978-0-8018-8221-0. OCLC 62265494 
  2. a b Patterson, B.; Solari, S. (2008). Glironia venusta (em inglês). IUCN 2014. Lista Vermelha de Espécies Ameaçadas da IUCN. 2014. Página visitada em 10 de julho de 2014..
  3. a b Thomas, Oldfield (1912). «A new Genus of Opossums and a new Tuco-tuco». The Annals and Magazine of Natural History 9 (50): 239-241.
  4. a b Calzada, Javier et all. (2008) "First record of the bushy-tailed opossum, Glironia venusta, Thomas, 1912, (Didelphimorphia) from Manaus, Amazonas, Brazil". Acta Amazónica 38(4): 807 - 810.
  5. a b c d Marshall, Larry G. (1978). «Glironia venusta». Mammalian Species 107: 1-3.
  6. López Arévalo, Hugo F. et al. (2019) Guía de mamíferos de San José del Guaviare Bogotá: Universidad Nacional de Colombia, p. 18. ISBN 978-958-783-741-4
  7. a b Ardente, Natália et al. 2013 "Mammalia, Didelphimorphia, Didelphidae, Glironia venusta Thomas, 1912 and Chironectes minimus (Zimmermann, 1780): distribution extension for eastern Amazonia"; Check List 9(5): 1104–1007.
  8. a b Barkley, Linda J. (2007). «Genus Glironia O. Thomas, 1912». In: Alfred L. Gardner. Mammals of South America. 1 Marsupials, Xenarthrans, Shrews, and Bats. [S.l.]: University of Chicago Pres. pp. 12–14. ISBN 978-0-226-28240-4 
  9. a b c Rossi, Rogério; Gledson Blanconi e Wagner Pedro (2006). «Ordem Didelphimorpha». In: Nelio R. dos Reiss; et al. Mamíferos do Brasil. Londrina: [s.n.] p. 31. ISBN 85-906395-0-9 
  10. a b Anthony, Harold E. (1926) "Preliminary report on Ecuadorean mammals. No.7. American Museum novitates 240:1-6.
  11. Rodríguez-Mahecha, José Vicente et al. (1995) "Mamíferos colombianos: sus nombres comunes e indígenas". Occasional Papers in Conservation Biology 3. Bogotá, Colombia: Conservation International, p.6.
  12. da Silva, Maria Nazareth and Alfredo Langguth (1989) "A new record of Glironia venusta from the Lower Amazon, Brazil". Journal of Mammalogy 70: 873-875.
  13. da Silva, Maria Nazareth; C. A. Peres; J. R. Malcom; J. L. Patton (1989). "Inventário de Pequenos Mamíferos Não-voadores (Rodentia e Didelphimorphia) na Região do alto rio Urucu, Amazonas". Mec.
  14. Nogueira, M. R.; M.N. Ferreira da Silva; B.G.O. Câmara. 1999. Morphology of the male genital system of the bushy- tailed opossum Glironia venusta Thomas, 1912 (Didel- phimorphia, Didelphidae). Mammalia 63(2):231–236.
  15. Emmons, Louise and François Feer (1999) Mamíferos de los bosques húmedos de América tropical: una guía de campo. Andres Ibáñez, Santa Cruz, Bolivia: Fundacion Amigos de la Naturaleza. ISBN 978-99905-801-0-5
  16. Emmons, Louise (1991) " Mammals of mid-elevation dry forest (Machariapo Valley)". T. Parker III and B. Bailey (eds.)A biological assessment of the Alto Madidi Region and adjacent areas of northwest Bolivia. Rapid Assessment Program Working Papers I. , Washington D.C.: Conservation International, p. 33.
  17. a b Tarifa, T. and S. Anderson (1997) "Two additional records of Glironia venusta Thomas, 1912 (Marsupialia, Didelphidae) for Bolivia". Mammalia 61(1) "Sonstiges": 111-113.
  18. Bernarde Paulo S. and V.J. Rocha (2003) "New record of Glironia venusta (Bushy-Tailed Opossum) (Mam- malia, Glironiidae) for the state of Rondônia - Brazil". Biociências 11:183-184.
  19. Brown, Bárbara (2004) Atlas of New World Marsupials. Fieldiana, Zoology, New Series 102:
  20. Díaz, M. Mónica y Michael R. Willig (2004). «Nuevos registros de Glironia Venusta y Didelphis Albiventris (Didelphimorphia) para Perú». Mastozoología Neotropical. 11 (2). pp. 185–192. ISSN 0327-9383 
  21. a b Santos-Filho, Manoel; da Silva, M.N.F., Costa, B.A., Bantel, C.G., Vieira, C.LG., Silva, D.J. y Franco, A.M.R. (2007) "New records of Glironia venusta, Thomas, 1912 (Mammalia, Didelphidae), from the Amazon and Paraguay basins, Brazil". Mastozoología Neotropical, 14(1):103-105
  22. Bernarde, Paulo Sérgio and Reginaldo Machado (2008) "Mammalia, Didelphimorphia, Didelphidae, Glironia venusta Thomas, 1912: Distribution extension to the state of Acre, Brazil". Check List 4(2): 151.
  23. a b c Rossi, R.V., C.L. Miranda, T.S. Santos-Júnior and T.B.F. Semedo (2010) "New records and geographic distribution of the rare Glironia venusta (Didelphimorphia, Didelphidae)". Mammalia 74: 445 – 447.
  24. a b Silveira, Thiago et al. (2014) "New field data on reproduction, diet, and activity of Glironia venusta Thomas, 1912 (Didelphimorphia, Didelphidae) in northern Brazil". Mammalia 78(2): 217-222.
  25. Cardozo, Ivanilde Bandeira (org.) (2016). Diagnóstico Etnoambiental Participativo, Etnozoneamento e Plano de Gestão em Terras Indígenas: Terra Indígena Roosevelt. Porto Velho: ECAM. pp. 115–116,118. ISBN 978-85-99991-14-5 
  26. Montenegro, Olga Lucía & Héctor Restrepo (2018). "Mamíferos". Vriesendorp, C., et al. (Eds.). La Lindosa, Capricho, Cerritos. Rapid Inventories 29: 139–146. Chicago, USA: The Field Museum. ISBN 978-0-9828419-7-6
  27. «Científicos colombianos registran especie de zarigüeya poco conocida para la ciencia, en Guainía». Fundación Omacha. Bogotá. 14 de janeiro de 2022 

}