Hippie (livro)

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Hippie
Autor(es) Paulo Coelho
Idioma Português
País Brasil Brasil
Assunto Literatura Brasileira-Autobiografias
Ilustrador Alceu Chiesorin Nunes
Arte de capa Alceu Chiesorin Nunes
Editora Paralela
Lançamento 2018
Páginas 296
Edição brasileira
Editora Companhia das Letras
Lançamento 28 de abril de 2018
Páginas 296
ISBN 9788584391165
Cronologia
A Espiã

Hippie é um livro autobiográfico de Paulo Coelho que foi publicado pelo selo Paralela da editora Companhia das Letras.[1] O autor é o escritor brasileiro que mais vendeu livros em todos os tempos e o escritor mais traduzido em todo o mundo. Seu livro mais conhecido, O alquimista, ficou por mais de 200 semanas consecutivas na lista de best sellers do jornal The New York Times.[2]

Sinopse[editar | editar código-fonte]

Paulo é um jovem que quer ser escritor, deixa os cabelos longos e sai pelo mundo à procura da liberdade e do significado mais profundo da existência. Sua jornada começa com uma viagem pela América do Sul - passando por Machu Picchu, no Peru, Chile e Argentina - até o encontro com Karla, em Amsterdã, quando juntos resolvem ir até o Nepal no Magic Bus. No caminho, os companheiros vivem uma extraordinária história de amor, passam por transformações profundas e abraçam novos valores para suas vidas. "Hippie" é o vigésimo livro de Paulo Coelho, o autor mais traduzido em todo o mundo e que vem sendo publicado pela Paralela desde 2016.

Contexto[editar | editar código-fonte]

Em Hippie, seu livro mais autobiográfico, Paulo Coelho nos leva a reviver o sonho transformador e pacifista de uma geração que ousou desafiar todos os padrões estabelecidos pela civilização ocidental: a hipocrisia dos hábitos burgueses, a lógica de um sistema voltado para o consumismo, para a acumulação de dinheiro, do lado capitalista da Guerra Fria; e, do lado comunista, a contestação dos dogmas dos “revolucionários” de esquerda, que no fundo não abriam mão de uma ideologia autoritária e de um conservadorismo na maneira de se comportar. No começo da década de 1970, um novo estilo de vida começou a ganhar visibilidade entre os jovens dos principais países do mundo. Numa época em que não existia internet e os veículos de comunicação eram cegos, surdos e mudos para as formas de expressão alternativas, essas tribos de jovens espalhadas pelo planeta recebiam misteriosa e magicamente informações por meio de um correio invisível, que havia levado 400 mil americanos, em agosto de 1969, à cidadezinha de Bethel, no estado de Nova York, para “três dias de paz e música”. O encontro mudou o mundo para sempre e ficou conhecido como Festival de Woodstock, revelando artistas como Janis Joplin e Jimi Hendrix, entre outros grandes nomes.

Um ano depois, em setembro de 1970, havia dois paraísos hippies no mundo: [Dam], em Amsterdam, e a Trafalgar Square, em Londres. Nessas duas praças, jovens cabeludos, vestindo roupas bem coloridas, acendendo incensos, sentavam-se no chão para meditar, tocar flauta ou violão, bater papos que tinham como tema a liberdade sexual, a ampliação das fronteiras da sensibilidade, a busca pela verdade interior. Não eram pedintes de esmola, não eram traficantes de drogas, como a polícia e os conservadores procuravam rotulá-los. Eram simplesmente jovens se recusando a levar a vida mecânica e sem sentido que seus pais levavam. Usavam um símbolo em forma de círculo estranho, falavam em “paz e amor”, em flower power, e faziam o “V” com os dedos, retomando o símbolo que Winston Churchill usava para a vitória na Segunda Guerra Mundial, mas que eles retomavam como um emblema pacifista. Essa geração dividia-se entre a leitura do guia de viagem Europa a 5 dólares por dia e do best-seller O despertar dos mágicos, que retomava os ensinamentos esquecidos de civilizações perdidas, da alquimia, de ciências ocultas e do esoterismo, entre outros conhecimentos antigos.

Personagens[editar | editar código-fonte]

Paulo é um jovem brasileiro bem magro, de cavanhaque e cabelos compridos, que quer ser escritor e sai pelo mundo à procura da liberdade e do significado mais profundo de sua existência. Um ano antes de Woodstock, ele havia viajado com a namorada, que era mais velha que ele, no famoso Trem da Morte para a Bolívia, chegando até a “cidade perdida dos incas”, Machu Picchu, no Peru. Juntos, também passaram por Chile e Argentina, de carona, antes de retornarem ao Brasil.

Karla é uma jovem holandesa que se interessou pela jornada de ônibus para o Nepal. A personagem, muito idealista, estava em busca de novos significados para sua jornada e estava à procura de uma companhia para ir, de ônibus, por 70 dólares, até o Nepal. Paulo e Karla se envolvem cada vez mais e constroem uma história de amor que preserva a busca de cada um.

O Magic Bus

Embora não seja propriamente um personagem, Paulo Coelho, em sua narrativa, constrói a imagem do ônibus de maneira extremamente significativa, como se tivesse vida própria. Seus integrantes são extremamente importantes à narrativa: um dos motoristas do Magic Bus tinha uma história marcante de prestar auxílio médico a populações carentes na África a bordo de um velho fusca, que resistiu a todas as aventuras. Um dos passageiros havia sido um alto executivo de uma das mais importantes multinacionais francesas e embarcou no ônibus junto com sua filha, que tinha sido uma ativista maoista no Maio de 68 parisiense. Ao longo do percurso, os passageiros passam por grandes transformações em relação a suas prioridades e seus valores. Numa parada forçada do Magic Bus em Istambul, Paulo realiza seu sonho de viver sob os ensinamentos do sufismo e de encontrar os dervixes.

Referências

  1. «Em seu livro mais autobiográfico, Paulo Coelho nos leva a reviver o sonho transformador e pacifista da geração hippie.». Editora Schwarcz. Consultado em 27 de abril de 2018 
  2. Carlota Cafiero (4 de agosto de 2017). «Os 70 anos de Paulo Coelho, segundo escritor mais vendido do mundo». A Tribuna. Consultado em 27 de abril de 2018 

Ligações externas[editar | editar código-fonte]

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