Ibitiúva

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Ibitiúva
  Distrito do Brasil  
Localização
Mapa
Mapa de Ibitiúva
Coordenadas 20° 59' 55" S 48° 19' 44" O
Estado  São Paulo
Município Pitangueiras
História
Criado em 27 de dezembro de 1919 (104 anos)
Características geográficas
Área total 124,668 km²
População total (2010) 3 722 hab.

Ibitiúva é um distrito do município brasileiro de Pitangueiras, que integra a Região Metropolitana de Ribeirão Preto, no interior do estado de São Paulo[1][2].

História[editar | editar código-fonte]

Origem[editar | editar código-fonte]

No final do século XIX a criação de gado impulsionou o surgimento de vários povoados no interior de São Paulo, sendo a principal causa da fundação de Ibitiúva[3].

Conforme registros por volta de 1882 já existia um povoado com o nome de Vila Dama, assim chamado devido ao sobrenome dos proprietários. Em 1908 foi construída a igreja e nesta época a vila contava, além da igreja e casas, com um armazém de secos e molhados e uma farmácia.

Os primeiros moradores da vila, além da família proprietária, foram as famílias de José Rigoto, José Cardoso, Eurico Rosas, Major Joaquim Rodrigues, Elisiário Barbosa e Sultério Barbosa, entre outros[3].

Planta da área urbana original.

Com o objetivo de escoar a produção de café da região a ferrovia chega ao local em 1907 pelos irmãos engenheiros Bernardino e Francisco de Queiroz Catoni, através da construtora Peti & Catoni, mas devido às condições de relevo a ferrovia não passou próxima ao povoado de Vila Dama[4]. Este fato fez com que o local do povoado, que era composto de pequenos produtores de café, comerciantes e operários da obra do grupo da construtora Peti & Catoni, mudasse gradativamente para as margens da ferrovia[3].

Assim em 1909 já existiam várias famílias que residiam às margens da ferrovia, dando origem ao povoado de Ibitiúva, entre elas as famílias de Joaquim Prudêncio da Silva, Antonio Quintino de Oliveira, Marcos e Elisio Teixeira, Deocleciano Pulino, Major Sultério de Camargo Barbosa, Antonio Ferraz Dutra e Moyses de Mello. Já em 1910 foi fincado um cruzeiro no local onde hoje é a Praça da Matriz de Ibitiúva, sendo um marco de fundação do povoado que crescia[3].

Em 1912, a ferrovia foi incorporada à Estrada de Ferro São Paulo — Goyaz, que inaugurou a estação ferroviária de Ibitiúva[4]. No mesmo ano o Major Joaquim Prudêncio da Silva doou o terreno e as pedras para a construção da primeira capela.

Em 1918 foi concluída a construção da igreja e o povoado já contava com comerciantes e alguns estabelecimentos. Na época, as casas eram construídas de madeira com o chão em terra nua. Já a primeira casa de tijolos de Ibitiúva foi a Cooperativa de Consumo Popular[3].

Formação administrativa[editar | editar código-fonte]

  • Distrito Policial de Ibitiúva criado em 09/03/1915 no município de Pitangueiras[5].
  • Distrito criado pela Lei nº 1.666 de 27/12/1919[6][7].

Pedidos de emancipação[editar | editar código-fonte]

O distrito tentou a emancipação político-administrativa e ser elevado à município, através de processos que deram entrada na Assembléia Legislativa do Estado de São Paulo nos anos de 1963[8] e 1979[9], mas como não atendia os requisitos necessários exigidos por lei para tal finalidade, os processos foram arquivados.

Em 1987, em outra tentativa de emancipação, o distrito de Ibitiúva chegou a ser elevado a categoria de município, através da Lei nº 6.645 de 09/01/1990, mas a emancipação foi cancelada judicialmente por uma ADIn (Ação Direta de Inconstitucionalidade), pois na realização do plebiscito em 05/11/1989 somente foi consultada a população do distrito, não sendo consultada a população de Taquaral, que na época também era distrito de Pitangueiras e que seria integrado ao novo município de Ibitiúva[10].

Por ironia do destino, posteriormente Taquaral se emancipou de Pitangueiras e Ibitiúva continua até hoje sendo distrito. Em 1994 Ibitiúva entrou com outro pedido de emancipação, mas o processo encontra-se com a tramitação suspensa na ALESP[11].

Geografia[editar | editar código-fonte]

Trecho da SP-322 próximo ao trevo de Ibitiúva.

Demografia[editar | editar código-fonte]

População urbana[editar | editar código-fonte]

Crescimento população urbana
Censo Pop.
1934634
194081328,2%
1950810−0,4%
19601 03828,1%
19701 41736,5%
19801 92035,5%
19913 26870,2%
20003 138−4,0%
20103 2062,2%
Fonte: IBGE e Fundação SEADE

População total[editar | editar código-fonte]

Pelo Censo 2010 (IBGE) a população total do distrito era de 3 722 habitantes[12].

Passagem de nível na entrada de Ibitiúva.

Área territorial[editar | editar código-fonte]

A área territorial do distrito é de 124,668 km²[13].

Rodovias[editar | editar código-fonte]

O principal acesso ao distrito é a Rodovia Armando de Salles Oliveira (SP-322)[14].

Ferrovias[editar | editar código-fonte]

Pátio Ibitiúva (ZIB) da Linha Tronco (Companhia Paulista de Estradas de Ferro), estando a ferrovia atualmente desativada sob concessão da Rumo Malha Paulista[15].

Serviços públicos[editar | editar código-fonte]

Praça.

Administração[editar | editar código-fonte]

A administração do distrito é feita pela Diretoria Administrativa / Subprefeitura de Ibitiúva[16]

Registro civil[editar | editar código-fonte]

Atualmente é feito no próprio distrito, pois o Cartório de Registro Civil das Pessoas Naturais ainda continua ativo[17][18][19]. Os primeiros registros dos eventos vitais realizados neste cartório são:[20]

  • Nascimento: 03/08/1920
  • Casamento: 25/09/1920
  • Óbito: 30/08/1920
Aspecto local.

Assistência Social[editar | editar código-fonte]

  • CRAS - Centro de Referência de Assistência Social, que agora tem posto do Cadastro Único (CadÚnico)[21][22]

Educação[editar | editar código-fonte]

  • Creche Nossa Senhora Aparecida
  • Escola Municipal Antônio Domingos Paro
  • Escola Estadual Domingos Paro[21]

Saúde[editar | editar código-fonte]

  • Pronto Atendimento de Ibitiúva
  • Programa da Saúde de Ibitiúva[21]

Segurança[editar | editar código-fonte]

  • Guarda Civil Municipal[21]

Saneamento[editar | editar código-fonte]

O serviço de abastecimento de água é feito pela Prefeitura Municipal de Pitangueiras[23].

Energia[editar | editar código-fonte]

A responsável pelo abastecimento de energia elétrica é a CPFL Paulista, distribuidora do grupo CPFL Energia[24][25].

Telecomunicações[editar | editar código-fonte]

O distrito era atendido pela Telecomunicações de São Paulo (TELESP), que inaugurou a central telefônica utilizada até os dias atuais. Em 1998 esta empresa foi vendida para a Telefônica, que em 2012 adotou a marca Vivo para suas operações[26].

Atividades econômicas[editar | editar código-fonte]

Usina de açúcar e álcool[editar | editar código-fonte]

No distrito está instalada a Unidade Andrade da Tereos Açúcar & Energia Brasil, que produz o Açúcar Guarani[27]. Controlada pelo Grupo Tereos, a empresa é a quarta maior produtora mundial de açúcar e a terceira maior produtora de açúcar do Brasil[28][29].

Também está instalada a Usina Termelétrica Ibitiúva, que possui uma unidade geradora de energia movida a bagaço de cana-de-açúcar, com capacidade instalada de 33 MW. Controlada pela Engie Brasil Energia, iniciou sua operação em 2010[30].

Religião[editar | editar código-fonte]

Igreja.

O Cristianismo se faz presente no distrito da seguinte forma:[31]

Igreja Católica[editar | editar código-fonte]

Igrejas Evangélicas[editar | editar código-fonte]

Ver também[editar | editar código-fonte]

Referências

  1. «Divisão Territorial do Brasil». IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística 
  2. «Municípios e Distritos do Estado de São Paulo» (PDF). IGC - Instituto Geográfico e Cartográfico 
  3. a b c d e «Dados do Distrito de Ibitiúva». Prefeitura Municipal de Pitangueiras. Consultado em 13 de agosto de 2022 
  4. a b «Ibitiúva -- Estações Ferroviárias do Estado de São Paulo». www.estacoesferroviarias.com.br. Consultado em 22 de fevereiro de 2021 
  5. «Divisão judiciária e administrativa do Estado de São Paulo em 1937 - publicação: 1938». bibliotecadigital.seade.gov.br. Consultado em 14 de agosto de 2022 
  6. «Documentos Históricos». www.al.sp.gov.br. Consultado em 7 de março de 2021 
  7. «Lei n° 1.666, de 27/11/1919». www.al.sp.gov.br. Consultado em 13 de agosto de 2022 
  8. «Comissão de Divisão Administrativa e Judiciária - Relação Geral de Processos - 1963» (PDF). Diário Oficial do Estado de São Paulo 
  9. «Relatório Normativo de 1979 e relação dos processos de emancipação na Comissão de Assuntos Municipais» (PDF). Diário Oficial do Estado de São Paulo 
  10. «Lei nº 6.645, de 09/01/1990 - Dispõe sobre alterações no Quadro Territorial Administrativo do Estado». Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo 
  11. «Ofício de 12/12/2011 da CAMM de não arquivamento de diversos processos de emancipação» (PDF). Diário Oficial do Estado de São Paulo 
  12. «IBGE | Censo 2010 | Sinopse por Setores». censo2010.ibge.gov.br. Consultado em 7 de março de 2021 
  13. «Organização do território | IBGE». www.ibge.gov.br. Consultado em 7 de março de 2021 
  14. «DER/SP: Mapas» (PDF). www.der.sp.gov.br. Consultado em 13 de agosto de 2022 
  15. «Declaração de Rede - 2020». Agência Nacional de Transportes Terrestres - ANTT. Consultado em 14 de agosto de 2022 
  16. «Diretoria Administrativa de Ibitiúva/Sub-prefeitura». Prefeitura Municipal de Pitangueiras. Consultado em 13 de agosto de 2022 
  17. «Portal do Extrajudicial - Endereços das Unidades». extrajudicial.tjsp.jus.br. Consultado em 11 de agosto de 2022 
  18. «Endereços Cartórios». ANOREG/SP. Consultado em 11 de agosto de 2022 
  19. «Diretorias Regionais». arpensp.org.br. Consultado em 29 de outubro de 2022 
  20. Seade, Fundação. «| Fundação Seade - Primeiros Registros dos Eventos Vitais». produtos.seade.gov.br. Consultado em 16 de agosto de 2022 
  21. a b c d «Telefones Úteis». Prefeitura Municipal de Pitangueiras. Consultado em 13 de agosto de 2022 
  22. «Ibitiúva agora tem posto do Cadastro Único». Prefeitura Municipal de Pitangueiras. 25 de janeiro de 2021. Consultado em 13 de agosto de 2022 
  23. «Municípios e Saneamento». IAS - Instituto Água e Saneamento. Consultado em 13 de agosto de 2022 
  24. «CPFL Paulista | Grupo CPFL». www.grupocpfl.com.br. Consultado em 13 de agosto de 2022 
  25. «Arsesp - Mapa de Concessionárias». www.arsesp.sp.gov.br. Consultado em 13 de agosto de 2022 
  26. «Área de atuação da Telesp em São Paulo». Página Oficial da Telesp (arquivada) 
  27. «Guarani - Mais que açúcar». Guarani - Mais que açúcar. Consultado em 14 de novembro de 2022 
  28. «Usina Andrade - Tereos (antiga Guarani) (Pitangueiras - São Paulo) | NovaCana». www.novacana.com. Consultado em 1 de dezembro de 2023 
  29. «Tereos Açúcar & Energia». Brasil. Consultado em 14 de novembro de 2022 
  30. «Usina Termelétrica Ibitiúva - ENGIE Brasil». engie.com.br. Consultado em 14 de novembro de 2022 
  31. O termo "cristão" (em grego Χριστιανός, transl Christianós) foi usado pela primeira vez para se referir aos discípulos de Jesus Cristo na cidade de Antioquia (Atos cap. 11, vers. 26), por volta de 44 d.C., significando "seguidores de Cristo". O primeiro registro do uso do termo "cristianismo" (em grego Χριστιανισμός, Christianismós) foi feito por Inácio de Antioquia, por volta do ano 100. Tyndale Bible Dictionary, pp. 266, 828
  32. Strategy, Daksa-Digital (29 de outubro de 2022). «Paroquias». Guia Diocesano. Consultado em 29 de outubro de 2022 
  33. «Localidade - Congregação Cristã no Brasil». congregacaocristanobrasil.org.br. Consultado em 29 de outubro de 2022 

Ligações externas[editar | editar código-fonte]

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