Itabapoana (São Francisco de Itabapoana)

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Itabapoana
  Distrito do Brasil  
Localização
Mapa
Mapa de Itabapoana
Coordenadas 21° 18' 14" S 40° 58' 10" O
Estado Rio de Janeiro
Município São Francisco de Itabapoana
História
Criado em 15 de outubro de 1857 (166 anos)
Características geográficas
População total (2010) 12 402[1] hab.
Densidade 59,23 hab./km²
Outras informações
Limites Maniva e São Francisco de Itabapoana

Itabapoana é o segundo distrito do município brasileiro de São Francisco de Itabapoana, no interior do estado do Rio de Janeiro. De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), sua população no ano de 2010 correspondia a 30% da população do município, sendo 6 226 homens e 6 176 mulheres, possuindo um total de 8 099 domicílios particulares.[1] O distrito foi criado pelo Decreto Provincial n.º 989, de 15-10-1857 e por Decretos Estaduais n.ºs 1, de 08-05-1892 e 1-A, de 03-06-1892, com a denominação de São Sebastião de Itabapoana, e anexado ao município de São João da Barra.[2] Passou a entregar o município de São Francisco de Itabapoana, em 1992, já com o nome de "Itabapoana" e não mais "São Sebastião do Itabapoana", quando o mesmo ganhou sua emancipação passando assim a ser o segundo distrito do município.

História[editar | editar código-fonte]

Não se sabe exatamente a localização exata da vila fundada por Pero de Góis em sua capitania, em qual dos dois núcleos seria teria sido fundada a Vila da Rainha, no interior, situado nas primeiras quedas do Rio Managé, hoje Itabapoana, ou o do litoral. Esta foi e ainda é uma das primeiras questões que a equipes de pesquisas arqueológicas procuraram responder através de levantamentos de documentos históricos, chegando à conclusão de que a Vila era formada pelos dois núcleos, tanto o do interior, como o do litoral.[3] As pesquisas mostram que Pero de Góis atribuiu uma única denominação aos dois núcleos de povoação da Vila da Rainha, em trecho de carta escrita para D. João III. Pero de Góis conhecia bem o litoral, pois já anteriormente estivera acompanhando expedição de Martim Afonso de Sousa e de seu irmão Pero Lopes de Sousa.[4] A escolha da enseada do Retiro seria possível, posteriormente, quando achasse que ali seria mais conveniente para ele. Talvez mais protegida. Segundo Augusto de Carvalho, Góis escolheu para seu ancoradouro essa enseada de Retiro, a poucas braças ao sul do rio Managé. Ali, no sítio que se conhece pela denominação de Barreira do Retiro, lançou os fundamentos da nova povoação, começando por erigir uma pequena capela por invocação de Catarina, rainha de Portugal que inspirara o nome de Vila da Rainha à sua povoação.[5] Pero de Góis buscou socorro na capitania do Espírito Santo, em virtude da ferocidade dos Goitacases, em 1546, junto a Vasco Fernandes Coutinho. Deixando para trás inúmeras construções.[6] O major Fernando José Martins diz em sua obra, que, ainda em 1868, existiam algumas ruínas no local conhecido como Barreira de Góis, ou Ribeira de Góeis. O autor ainda acrescenta que Francisco Dias, primeiro povoador de Barra do Itabapoana depois dos donatários, encontrou, restos e ruínas da colônia… como fornos, fragmentos de muralhas e outros objetos que não poderiam ser transportados para bordo.[7] Fernando José Martins e Cezar Augusto Marques[5] concordam que no local entre a Ponta de Manguinhos e o Rio Itabapoana, perto da Ponta do Retiro se acharam vestígios de antiga povoação, e em um cômoro umas mós,[8] tendo Pedro de Góies ali levantado uma engenhoca e uma capela dedicada a Santa Catarina, que ficaram depois abandonadas, local que recebeu o nome de Santa Catarina das Mós.[9] A confusão em relação ao local onde teria sido erguida a Vila se dá pelo capitão e cartógrafo Manoel do Couto Reys, que em seu relatório, 1785, referiu o nome de Santa Catarina de Mós às ruínas que ele encontrara na foz do Itabapoana (Managé), na Enseada do Retiro. Confusão perfeitamente explicável porque a capela erigida na Vila da Rainha tinha por invocação Santa Catarina, em homenagem à rainha de Portugal, D. Catarina, esposa de D. João III. Homenagem feita a essa rainha por Pero de Góis ao atribuir, também aos seus povoados o nome de Vila da Rainha

Geografia e subdivisões[editar | editar código-fonte]

O distrito de Itabapoana faz fronteira a leste com o oceano Atlântico, com o distrito-sede ao sul, a oeste com o distrito de Maniva e ao norte com o município de Presidente Kennedy (ES). Aproximadamente 30 km do litoral do município se encontram no distrito, o mesmo possui o relevo formado por superfícies planas, constituídas de depósitos argiloarenosos e argilosos. Possui os terrenos muito mal drenados, inundáveis, com padrão de canais meandrantes e divagantes, presente nas baixadas litorâneas, em baixos vales dos principais rios que convergem para a linha de costa ou resultantes da colmatação de paleolagunas. Baixa capacidade de suporte dos terrenos. Resumidamente, é formado por planícies de inundação e fluviomarinhas.[10] Em sua hidrográfia se destaca o rio Itabapoana e alguns riachos, córregos e brejos, como o brejo da Cobiça e o rio Guaxindiba. O distrito é divido em 23 bairros/localidades,[11] sendo a sede do distrito localizado no bairro de Barra do Itabapoana; possui em torno de 12 402 habitantes sendo, sendo 6 176 mulheres e 6 226 homens. Em relação ao meio ambiente, a vegetação a qual pertence é a de Mata Atlântica, tendo nas áreas litorâneas o predomínio de vegetação de restinga, mais da metade da Estação Ecológica Estadual de Guaxindiba fica no distrito, possui um total de 13 praias. O clima é caracterizado como tropical, com menos chuvas no inverno que no verão, na classificação climática de Köppen e Geiger o clima e classificado como Aw. A temperatura média anual é de 23.1°C e a média de pluviosidade é de 958 mm.[12]

Bairros[editar | editar código-fonte]

A tabela a seguir relaciona os bairros e localidades que se encontram no distrito de Barra Seca:

Listas das localidades e bairros do 2° distrito
Ilha dos Mineiros

Guaxindiba

Barrinha

Coréia

Buena

Barra do Itabapoana

Tatagiba

Guriri

Lagoa Doce

Praça da Fé

Máquina

Morro do Bode

Lagoa Feia

São Pedro

Faxina

Largo

Travessão de Barra

Batelão

Santa Terrinha

Campo do Junco

Amontoado

Guarixima

Retiro

Demografia e economia[editar | editar código-fonte]

Em 2010, a população de Itabapoana foi estimada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) em 12 402 habitantes, sendo 6 226 homens e 6 176 mulheres, distribuídos em um total de 8 099 domicílios particulares permanentes. A razão de sexo era de 100.81 e Barra do Itabapoana era o bairro mais populoso do distrito, com aproximadamente 3 000 residentes, sendo o terceiro mais habitado da cidade.[1] A atuação pastoral católica das comunidades situadas nos bairros do distrito é subordinada às paróquias São Francisco de Paula, sediada no bairro Centro, e Imaculada Conceição e São Sebastião, no bairro Barra do Itabapoana, ambas jurisdicionadas à Diocese de Campos.[13] No bairro de Buena esta instalada uma das unidades das Indústrias Nucleares do Brasil, que atua no processo de separação e na comercialização dos minerais pesados conhecidos como ilmenita, zirconita, rutilo e monazita.[14] Em outros bairros é comum a cultura da plantação de mandioca, para a produção de farinha de madioca, assim como a plantação de abacaxi e coco. No bairro de Barra do Itabapoana esta localizada umas das mais antigas fabrica de farinhas de mandioca do estado do Rio de Janeiro, a fabrica de farinhas Tipity.[15]

Infraestrutura[editar | editar código-fonte]

Os bairros do distrito de Itabapoana sediavam um total de 15 instituições de ensino, dentre as quais treze pertenciam à rede pública municipal e duas à rede pública estadual.[16] O distrito possui seis unidades básicas de saúde sendo as principais presentes nos bairros de Barra do Itabapoana, Buena, Guaxindiba e Travessão de Barra são administradas pelo serviço público municipal e oferecem atendimentos e consultas básicas à população e serviços de enfermagem, além de servir como postos de vacina durante campanhas de vacinação. O serviço de abastecimento de água é feito pela Companhia Estadual de Águas e Esgotos do Rio de Janeiro (CEDAE), enquanto que o abastecimento de energia elétrica é de responsabilidade da Enel. O distrito é servido pelas rodovias RJ-196, passando pelo litoral do distrito, do bairro de Guaxindiba ate seu termino no bairro de Barra do Itabapoana, RJ-224, a rodovia possui uma variante que vai até o bairro, e a via principal segue pelo bairro de Máquina até chegar no estado do Espírito Santo.

Cultura e lazer[editar | editar código-fonte]

Atrativos e eventos[editar | editar código-fonte]

Dentro os pontos turísticos no distrito de Itabapoana se destacam as Ruínas da Tipity, localizada no bairro de Máquina, as ruínas na década de 40 foi um dos grandes marcos da época para o município, ainda podem ser vistos a imponente chaminé de 30 metros de altura e as ruínas do prédio de três pavimentos, totalmente abandonados.[17] Já no bairro de Barra do Itabapoana, encontra-se a construção da década de 1940, Casa do Barão, que foi residência do barão austríaco Ludwing Kummer.[18] No dia de Corpus Christi, são confeccionados tapetes de serragem colorida em algumas ruas, avenidas e praças pelas comunidades pertencentes à Paróquia Imaculada Conceição e São Sebastião. Ainda cabem ser ressaltadas as festas juninas, muitas vezes realizadas pelas escolas nos bairros.[19] No bairro de Travessão de Barra, ocorre a tradicional Festa do Maracuja , que acontece desde 1986, o festival já recebeu atrações como a dupla sertaneja Guilherme & Santiago,[20] Naldo Benny,[21] João Neto & Frederico,[22] entre outras atrações de nível nacional e regional.

Esportes e instituições[editar | editar código-fonte]

No distrito encontram se alguns times de futebol amadores que disputam o Campeonato Municipal de Futebol, como o Travessão de Barra EC, Máquina FC, EC Guaxindiba e EC Buena.[23]

Ver também[editar | editar código-fonte]

Ligações externas[editar | editar código-fonte]

Referências

  1. a b c «Sinopse por setores». Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Consultado em 30 de agosto de 2018 
  2. «IBGE - Brasil em síntese- Rio de Janeiro - São João da Barra». Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Consultado em 30 de agosto de 2018 
  3. Jorge Pimentel Cintra (ed.). «Os limites das capitanias hereditárias do sul e o conceito de território» Verifique valor |url= (ajuda) (PDF). Terceiro Simpósio Brasileiro de Cartografia. Consultado em 3 de setembro de 2018 
  4. Morais e Silva, op. cit.. v. II, p. 150. [S.l.: s.n.] 
  5. a b Marques, Cezar Augusto (Coord.). Diccionario historico, geographico e estatistico da Provincia do Espirito Santo. Rio de Janeiro: Typ. Nacional, 1878
  6. Varnhagen, Op. [S.l.: s.n.] p. 199  Em falta ou vazio |título= (ajuda)
  7. Martins, Fernando José. História do Descobrimento e Povoação de São João da Barra e dos Campos dos Goitacazes antiga capitania da Parahyba do Sul e da causa e da origem do levante dos fidalgos acontecido no meado do século passado. Dividido em três partes. Rio de Janeiro: Typographia de Quirino & Irmão, 1868, pp. 41-43
  8. Augusto de Carvalho fala das 2 móz assaz rijas, de hum mármore grosseiro com mesclas de cor mais negra, mais ou menos escabrosas: huma toda inteira com mais de 5 palmos de diâmetro, e 1 de grossura, e outra quebrada, não por casualidade mas por curiosidade louca. op. cit.. p. 258; Martinz, in Manuscritos de Manoel Martinz do Couto Reys, observa que uma dessas mós, fabricada artificialmente se acha na praça da cidade de S. João da Barra, junto à grade da cadeia, que faz frente à Matriz.
  9. Reys, Manoel Martinz do Couto. Manuscritos de Manoel Martinz do Couto Reys. (Transcrição do manuscrito original). RJ: Arquivo Público do Estado do Rio de Janeiro, 1997.
  10. «Carta geomorfológica: município de São Francisco de Itabapoana, RJ». rigeo.cprm.gov.br. Consultado em 3 de setembro de 2018 
  11. Júlio César (ed.). «BANNERS DE PRAIA UM CARTÃO POSTAL DE BOAS VINDAS PARA QUEM VEM À SÃO FRANCISCO DE ITABAPOANA RJ». Show Francisco. Consultado em 6 de setembro de 2018 
  12. «CLIMA: ITABAPOANA». climate-data.org. Consultado em 6 de setembro de 2018 
  13. «Paróquias». Diocese de Campos. Consultado em 24 de maio de 2017 
  14. [http:// www.inb.gov.br/A-INB/Onde-estamos/Buena «Buena - INB»] Verifique valor |URL= (ajuda). INB. Consultado em 6 de setembro de 2018 
  15. «Tipity - Desde 1940, a sua farinha de mandioca». Tipity. Consultado em 6 de setembro de 2018 
  16. «LISTA DAS ESCOLAS DA REDE ESTADUAL DE ENSINO COMPLETA». SEEDUC. Consultado em 6 de setembro de 2018 
  17. «Ruínas da Tipity – Mapa de Cultura RJ». mapadecultura.rj.gov.br. Consultado em 6 de setembro de 2018 
  18. «Casa do Barão – Mapa de Cultura RJ». mapadecultura.rj.gov.br. Consultado em 6 de setembro de 2018 
  19. «Programação com os tradicionais tapetes de Corpus Christi está mantida em SFI». V Noticias. 30 de maio de 2018. Consultado em 6 de setembro de 2018 
  20. «Festival do Maracujá começa nessa sexta feira em São Francisco de Itabapoana, no RJ». G1 Norte Fluminense. 27 de julho de 2017. Consultado em 6 de setembro de 2018 
  21. «Festival do Maracujá de São Francisco tem show com Naldo Beny». G1 Norte Fluminense. 10 de julho de 2014. Consultado em 6 de setembro de 2018 
  22. «João Neto e Frederico é atração de festival em São Francisco, no RJ». G1 Norte Fluminense. 20 de julho de 2015. Consultado em 6 de setembro de 2018 
  23. «Premiados os destaques do Campeonato Municipal de Futebol de São Francisco». Esporte de Campos. 18 de setembro de 2017. Consultado em 6 de setembro de 2018