Matuno

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Matuno
Outro(s) nome(s) Matutino
Local de culto Gália
Romano equivalente Mercúrio

Matuno (em latim: Matunus; em gaulês: Matunos) foi um deus do politeísmo céltico-britônico. Ele foi cultuado na Britânia romana e altares de pedra erguidos para eles foram recuperados em Bremênio (Alto Rochester) e Habitanco (Risingam), ambas no Reino Unido. No deus gaulês chamado similarmente, Matutino, é atestado ao menos em três inscrições da Suíça; em todas é associado com Mercúrio e é também identificado com Cissônio.[1]

Etimologia[editar | editar código-fonte]

Seu nome vem da raiz protocelta *matu-, "bom, favorável" ou "urso"[2] (ver também o irlandês antigo math para "urso", ou também o celta antigo *mati e o irlandês antigo maith para "bom" e o sinônimo do galês mad), e também está na raiz das cidades dos língones, inclusive Andemantuno (atual Langres, na França). A transição a partir de *matu- para math pode ser explicada pela utilização problemática da designação urso (ver o alemão "urso" ou o inglês "o Marrom"). A interpretação de Matuno significando "(deus do) bom dia" é, portanto, também possível. Os temas concorrentes i- (*mati-) e u- (*matu-) foram posteriormente divididos de tal forma que o primeiro significa "bom", e o último significa "urso".[3][4]

Inscrição dedicatória[editar | editar código-fonte]

Assume-se que Matuno era o principal deus adorado pelos língones. Pode significar "(Grande) urso" e, assim como Artaio, assumiu um papel como deus urso. É comumente classificado junto a Artio e Andarta, duas divindades de apoio.[5] Uma unidade militar do exército romano, a Coorte dos Primeiros Língones Montados, composta principalmente pela tribo dos língones, foi estacionada em Bremênio (Alto Rochester, Nortúmbria), na Britânia. Ali foi encontrado em 1715 um santuário com uma inscrição dedicatória a ele (IRB 1265; CIL VII, 995).[a]

Referências

  1. Jufer 2001, p. 34-35.
  2. Melrose 2010, p. 81.
  3. Birkhan 1997, p. 713 f..
  4. Olmsted 1994, p. 433.
  5. Maier 1994, p. 228.

Notas[editar | editar código-fonte]

[a] ^ Deo Matuno / pro salute / M(arci) [A]ur[eli 3] / [6] / bono generis / humani impe/rante C(aius) [Iulius] / [Marcus] leg(atus) / Aug(usti) pr(o) pr(aetore) posuit / ac dedicavit / c(uram) a(gente) Caecil(io) Optato trib(uno)

Bibliografia[editar | editar código-fonte]

  • Birkhan, Helmut (1997). Kelten: Versuch einer Gesamtdarstellung ihrer Kultur. [S.l.]: Verlag der österreichischen Akademie der Wissenschaften. ISBN 3700126093 
  • Jufer, Nicole; Luginbühl, Thierry (2001). Les dieux gaulois : répertoire des noms de divinités celtiques connus par l'épigraphie, les textes antiques et la toponymie. Paris: Editions Errance 
  • Maier, Bernhard (1994). Lexikon der keltischen Religion und Kultur. [S.l.]: Woodbridge 
  • Melrose, Robin (2010). The Druids and King Arthur: A New View of Early Britain. [S.l.]: McFarland. ISBN 0786460059 
  • Olmsted, Garrett S. (1994). The Gods of the Celts and the Indo-Europeans. Budapeste: Archaeolingua Alapítvány. ISBN 3-85124-173-8