Saltar para o conteúdo

Voluntários da Pátria (banda)

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
(Redirecionado de Miguel Barella)
Voluntários da Pátria
Informação geral
Origem São Paulo, São Paulo
País  Brasil
Gênero(s) Rock alternativo, pós-punk, New romantic
Período em atividade 1982 - 1986 (reuniões em 1991, 2016, 2019 e 2024)[1][2]
Gravadora(s) Baratos Afins
Afiliação(ões) Ira!, Ultraje a Rigor, Zero
Integrantes Nasi
Ricardo Gaspa
Miguel Barella
Thomas Pappon
Giuseppe “Frippi” Lenti
Ex-integrantes Sandra Coutinho
Guilherme Isnard
Mauricio Defendi
Edson X
Akira S
Kuki
Paulo Horácio

Voluntários da Pátria foi uma banda brasileira formada em São Paulo (SP)[3][4] em 7 de setembro de 1982.[5] O quinteto paulistano foi a primeira banda brasileira com uma proposta estética e sonora representante do pós-punk, com influências de bandas como Gang of Four e The Cure.[6]

A sua formação clássica era composta por Nasi (vocais), Thomas Pappon (bateria), Ricardo Gaspa (baixo) e os guitarristas Miguel Barella e Giuseppe “Frippi” Lenti.

Formação e lançamento do álbum

[editar | editar código-fonte]

A banda foi criada em 7 de setembro de 1982 por Thomas Pappon e Miguel Barella.[5] A primeira formação da banda tinha ainda Minho K (Celso Pucci).[5] Na sequencia, Mauricio Rodrigues (que viria a fazer parte do Ultraje a Rigor) e Guilherme Isnard entrariam na banda.[5]

Giuseppe Frippi entrou na banda em substituição ao guitarrista Minho K, ex-Verminose. Com a saída de Isnard[7], Nasi foi convidado.[5]

Em 1983, a banda se apresentou no show pelas Diretas Já no Centro Cultural São Paulo.[8]

Com dificuldades em se apresentar e sem grandes perspectivas, Thomas saiu da banda, pois ele já integrava a banda Fellini e a Smack[9][10].[8]

A banda deixou apenas um registro, o LP autointitulado Voluntários da Pátria[11], de 8 canções em 24 minutos, gravado no estúdio paulistano Mosh em julho e lançado em 7 de setembro de 1984[6], sendo o 11º lançamento do selo paulistano Baratos Afins. Antes de gravar os vocais do álbum, Nasi quebrou o queixo num acidente de carro e a produção aguardou a sua recuperação.[8] O Lado A abre com uma canção de título provocativo "O homem que eu amo"[12], segue com o "Iô-iô" de versos niilistas e sarcásticos, como "Meu iô-iô não quer subir/Vou reclamar na coca-cola". "Cadê o socialismo?" foi uma boa provocação para aqueles anos de abertura política, não é por acaso que a canção fora interditada para execução pública. O disco ainda traz as instrumentais "Marcha" e "Nazi über alles". "Verdades e mentiras" tem a cara do pós-punk paulistano, umas das melhores do disco. O álbum recebeu reedição em CD em 1996, com o acréscimo de 7 faixas bônus, incluindo duas inéditas.

Apesar da curta trajetória da banda, que logo daria espaço a projetos individuais e novas bandas (Nasi e Gaspa se dedicariam ao Ira!, Thomas montou o Fellini e o Smack, Miguel e Giuseppe com o Alvos Móveis), o Voluntários da Pátria teve uma boa repercussão na capital e foi banda precursora no estilo, tendo se apresentado em todos os palcos do underground paulistano, tais como Carbono 14[13], Madama Satã, Napalm[14], Lira Paulistana, Rose Bom Bom e palcos cariocas como Noites Cariocas e Circo Voador.[15]

A banda ainda resistiu com uma terceira formação, com Paulo H no vocal, Miguel e Giuseppe nas guitarras, Akira S no baixo e Edson X na bateria.[8]

A banda durou apenas até fevereiro de 1986, quando fizeram o seu último show, no programa Mixto Quente da Rede Globo.[8]

O Voluntários da Pátria tentou algumas voltas durante a década de 1980, com outras formações que reuniram mais uma turma de figuras conhecidas do rock paulistano, tais como Sandra Coutinho (As Mercenárias), Guilherme Isnard (Zero), Edson X (Gueto), Maurício (Ultraje a Rigor), Kuki Stolarski e Akira S.[16] Durante um tempo, foi estável a formação com a cozinha de Edson X e Akira S, a mesma do Akira S e As Garotas Que Erraram, grupo com o qual Giuseppe e Miguel colaboraram.

Em fevereiro de 1996, realizaram um show no Aeroanta, na zona oeste de São Paulo, com as bandas também extintas na época Mercenárias e Smack, outras bandas do pós-punk[17].[18]

20 anos depois, em 7 de outubro de 2016, a banda se reuniu para um show no Sesc Belenzinho, em São Paulo, com a formação clássica e Sandra Coutinho no lugar de Gaspa.[19][20]

Em 7 de abril de 2019, com Nasi, Miguel Barella, Ricardo Gaspa, Giuseppe "Frippi" Lenti e Thomas Pappon, a banda se reuniu para uma apresentação no Centro Cultural São Paulo.[6][19][21]

Em 2022, lançam os singles "O Voluntário"[22][23] e "Ainda Estamos Juntos"[24].[25]

Em 23 de outubro de 2024, a banda se reuniu novamente, com sua formação clássica, para realização de um show comemorativo no Sesc Pompeia, em São Paulo, em celebração aos 40 anos do álbum autointitulado “Voluntários da Pátria”.[11][26]

  • Voluntários da Pátria (1984)

Notas e Referências

  1. Voluntários da Pátria: banda cult dos anos 80 fará show nesta semana em SP
  2. Banda Voluntários da Pátria evoca cena pós-punk dos anos 1980 em show raro
  3. Personalidades; Música; Entretenimento; Editora, On Line (11 de setembro de 2017). Guia Rock Nacional Anos 80: Edição 1. [S.l.]: On Line Editora 
  4. Publicações, Discovery (23 de agosto de 2021). Guia dos anos 80 Ed. 01 - Para Matar a Saudade de Uma Década Inesquecível. [S.l.]: Discovery Publicações 
  5. a b c d e Beting, Mauro; Petillo, Alexandre (18 de outubro de 2012). A ira de Nasi. [S.l.]: Belas-Letras 
  6. a b c de Menezes, Thales (6 de abril de 2019). «Banda Voluntários da Pátria evoca cena pós-punk dos anos 1980 em show raro». Folha de S.Paulo. Consultado em 19 de abril de 2021 
  7. Dapieve, Arthur (1995). Brock: o rock brasileiro dos anos 80. [S.l.]: Editora 34 
  8. a b c d e «Voluntários da Pátria». rockdigital. Consultado em 22 de outubro de 2024 
  9. Figueiredo, Alexandre (12 de dezembro de 2020). O Mundo Não Quer Ler. [S.l.]: Clube de Autores 
  10. Figueiredo, Alexandre (1 de dezembro de 2020). Pelas Entranhas Da Cultura Rock. [S.l.]: Clube de Autores 
  11. a b «Voluntários Da Pátria». Sesc São Paulo. Consultado em 22 de outubro de 2024 
  12. SA, Trip Editora e Propaganda (julho de 2001). Trip. [S.l.]: Trip Editora e Propaganda SA 
  13. SA, Trip Editora e Propaganda. Trip. [S.l.]: Trip Editora e Propaganda SA 
  14. Villa-Lobos, Dado (1 de maio de 2015). Dado Villa-Lobos - Memórias de um Legionário. [S.l.]: Mauad Editora Ltda 
  15. «Voluntários da Pátria (1984)». MundoIRA!. 13 de março de 2011. Consultado em 19 de abril de 2021 
  16. Osmi (9 de abril de 2019). «Um Pouco Mais de Rock 05». Um Pouco Mais de Rock. Consultado em 19 de abril de 2021 
  17. Nascimento, Clemente Tadeu; Paiva, Marcelo Rubens (27 de setembro de 2016). Meninos em fúria: E o som que mudou a música para sempre. [S.l.]: Alfaguara 
  18. «Folha de S.Paulo - Rock dos anos 80 ressuscita por um dia - 13/2/1996». www1.folha.uol.com.br. Consultado em 16 de julho de 2020 
  19. a b «Combate Rock - Notas roqueiras: Voluntários da Pátria, Giallos, Golpe de Estado...». combaterock.blogosfera.uol.com.br. Consultado em 19 de abril de 2021 
  20. «Voluntários da Pátria». VEJA SÃO PAULO. Consultado em 19 de abril de 2021 
  21. «Fotos da Banda Voluntários da Pátria, 07/04 no CCSP Vergueiro | Boomerang Music». Consultado em 22 de outubro de 2024 
  22. «Voluntários da Pátria lança o single 'O Voluntário'». Headbangers News. Consultado em 22 de outubro de 2024 
  23. Moro, Guilherme (11 de abril de 2022). «Nasi e Ricardo Gaspa lançam faixa "O Voluntário" em volta da banda Voluntários da Pátria». Música Boa. Consultado em 22 de outubro de 2024 
  24. Moro, Guilherme (24 de maio de 2022). «Voluntários da Pátria lança o single "Ainda Estamos Juntos"». Música Boa. Consultado em 22 de outubro de 2024 
  25. «Voluntários da Pátria lança o single 'Ainda Estamos Juntos'». Headbangers News. Consultado em 22 de outubro de 2024 
  26. Moreira, Marcelo (21 de outubro de 2024). «Voluntários da Pátria comemoram 40 anos em show único no Sesc Pompeia». Combate Rock. Consultado em 22 de outubro de 2024 
Este artigo sobre uma banda ou grupo musical é um esboço. Você pode ajudar a Wikipédia expandindo-o.