Museu e Monumento dos Vinte e Seis Mártires
Museu e Monumento dos Vinte e Seis Mártires 日本二十六聖人記念館 | |
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O Museu e Monumento dos Vinte e Seis Mártires. | |
Informações gerais | |
Tipo | Museu de arte religiosa |
Arquiteto(a) | Kenji Imai |
Inauguração | 10 de junho de 1962 |
Religião | Igreja Católica |
Website | www |
Geografia | |
País | Japão |
Cidade | Nagasáqui |
Localidade | Província de Nagasáqui |
Coordenadas | 32° 45′ 16,94″ N, 129° 52′ 18,21″ L |
Localização em mapa dinâmico |
O Museu e Monumento dos Vinte e Seis Mártires (日本二十六聖人記念館 Nihon nijūroku seijin kinenkan?) é um museu de arte religiosa, situado na colina Nishizaka, na cidade de Nagasáqui, na província homónima do Japão.[1][2][3]
História
[editar | editar código-fonte]O museu foi projetado pelo arquiteto japonês Kenji Imai, que se inspirou nas obras arquitetónicas de Antoni Gaudí como o Templo Expiatório da Sagrada Família[4] e foi inaugurado a 10 de junho de 1962 para comemorar o centenário da canonização dos vinte e seis mártires do Japão pela Igreja Católica, um grupo de cristãos que foram crucificados neste local a 5 de fevereiro de 1597, por ordem do daimyo Toyotomi Hideyoshi no período Sengoku, durante a perseguição ao cristianismo promovida pelo xogunato de Tokugawa, na época em que este dominou o Japão.[1][5] Os mártires eram compostos por vinte japoneses, cinco espanhóis (incluindo um de origem mexicana) e um português de origem indiana, todos jesuítas, franciscanos e leigos, que foram presos em Kyoto e Osaka e obrigados a marchar sobre a neve até Nagasáqui, para que as suas execuções pudessem servir de exemplo a grande população cristã do local. Os mártires foram atados a vinte e seis cruzes com correntes e cordas e lanceados até a morte, em frente a uma multidão na colina Nishizaka. São Paulo Miki pregou para a multidão na sua cruz.[6]
O missionário português Luís Fróis descreveu o martírio dos cristãos ordenado por Toyotomi Hideyoshi no seu último livro Relacion del martirio de los 26 cristianos crucificados em Nagasaki el Febrero de 1597. Este foi escrito sob a tremenda impressão do cruel acontecimento, terminado cinco semanas após as execuções, e quatro meses da morte do autor[7].
O principal tema inerente ao museu e ao monumento é "O Caminho até Nagasáqui", que simboliza não apenas o trajeto físico, mas também o espírito cristão dos mártires. A coleção do museu inclui os importantes artigos históricos do Japão e da Europa (como as cartas originais do missionário jesuíta e santo católico Francisco Xavier), bem como as obras artísticas modernas sobre o período cristão no Japão. As exposições são organizadas cronologicamente em três períodos: a propagação cristã, os martírios e a persistência da cristandade clandestina durante a perseguição.[2]
O monumento principal com uma estrutura de bronze extensa a representar os vinte e seis mártires, foi projetado pelo escultor japonês Yasutake Funakoshi, que levou quatro anos para completar a obra.[8]
As exposições incluem os exemplos do fumi-e (imagens para pisar). Entre 1629 e 1857, os residentes de Nagasáqui foram forçados a participar num ritual de pisar nas imagens de Jesus e Maria para provar que não eram cristãos, do contrário eram torturados ou lançados sob o vulcão do Monte Unzen.[9] Também há estátuas da Virgem Maria com os aspetos das deidades budistas como Miroku e Kwannon, bodhisattvas a quem os cristãos escondidos (隠れキリシタン Kakure Kirishitan?) rezavam.[10]
O altar dos mártires foi construído como um monumento às pessoas que morreram ali. A imagem da flor de ameixoeira no centro do altar foi escolhida porque as ameixeiras florescem em fevereiro, o mês do martírio dos vinte e seis santos, que comemora-se a 6 de fevereiro.[11]
Em 1962, Kenji Imai recebeu o Prémio do Instituto de Arquitetura do Japão pela elaboração do Museu e Monumento dos Vinte e Seis Mártires.[12][13] O museu foi visitado pelo papa João Paulo II em 1982.[14] Em 2003, o museu foi registado na Fundação DOCOMOMO (Documentação e Conservação dos Edifícios, Sítios e Espaços Públicos do Movimento Moderno) do Japão.[15]
Ver também
[editar | editar código-fonte]- Basílica dos Vinte e Seis Santos Mártires do Japão
- Catedral de Urakami
- História do Catolicismo Romano no Japão
- Kakure Kirishitan (cristão escondido)
- Mártires do Japão
- Os 26 Mártires do Japão
- Luís Fróis (missionário português que relatou o martírio)
Referências
- ↑ a b «Monument Commemorating the 26 Caints of Japan (Nishizaka Park)» (em inglês). Organização Nacional de Turismo do Japão. Consultado em 5 de fevereiro de 2017
- ↑ a b «日本二十六聖人記念館» (em japonês). Associação e Convenção do Turismo da Província da Nagasáqui. Consultado em 5 de fevereiro de 2017
- ↑ «26 Martyrs Museum». Shift (em inglês). Consultado em 5 de fevereiro de 2017
- ↑ Midant 2004, p. 429–430
- ↑ Bunson, Matthew E. (25 de outubro de 2011). «Twenty-Six Crosses on a Hill». Catholic Answers Magazine (em inglês). Catholic Answers
- ↑ Teixeira, Vítor (13 de fevereiro de 2015). «Os 26 Mártires do Japão (1597)». O Clarim. Universidade Católica Portuguesa
- ↑ Revista COLÓQUIO/Letras n.º 36 (Março de 1977), Um clássico português por descobrir - Luís Fróis, pág. 29.
- ↑ Nagasaki-ken Kōtō Gakkō Kyōiku Kenkyūkai Shakaika Bukai 1989, p. 26–27.
- ↑ Turnbull 1998, p. 42
- ↑ Turnbull 1998, p. 243
- ↑ Tristam 2007, p. 90.
- ↑ Kodansha. «今井兼次 いまいけんじ». Kotobank (em japonês). Asahi Shimbun e Voyage Group. Consultado em 5 de fevereiro de 2017
- ↑ «016 今井兼次». Arquivos Arquitetónicos de Waseda (em japonês). Universidade de Waseda. Consultado em 5 de fevereiro de 2017
- ↑ Matos 2015, p. 81
- ↑ «073 日本二十六聖人記念館 聖フィリッポ教会» (em japonês). Fundação DOCOMOMO. Consultado em 5 de fevereiro de 2017
Bibliografia
[editar | editar código-fonte]- Nagasaki-ken Kōtō Gakkō Kyōiku Kenkyūkai Shakaika Bukai (1989). Shinpan Nagasaki-ken no rekishi sanpo (新版 長崎県の歴史散歩?) (em japonês). Tóquio: Yamakawa Shuppansha. ISBN 4634294206
- Turnbull, Stephen (1998). «The Kakure Kirishitan of Japan». The Kakure Kirishitan of Japan: A Study of Their Development, Beliefs and Rituals to the Present Day (em inglês). Richmond: Routledge. ISBN 978-1873410707
- Midant, Jean-Paul (2004). Juan Calatrava Escobar, ed. Diccionario Akal de la Arquitectura del siglo XX (em espanhol). Madrid: Ediciones Akal. ISBN 978-84-460-1747-9
- Tristam (2007). «The Martyrs of Japan or Paul Miki, Priest, and the Martyrs of Japan». In: Simon Kershaw. Exciting Holiness: Collects and Readings for the Festivals and Lesser Festivals of the Calendars of the Church of England, the Church of Ireland, the Scottish Episcopal Church and the Church in Wales (em inglês). Norwich: Canterbury Press. ISBN 978-1853118067
- Matos, Inês Carvalho de (2015). Património de Cristianismo no Japão 1.ª ed. Lisboa: Edições Vieira da Silva. ISBN 978-989-736-440-2
- Este artigo foi inicialmente traduzido, total ou parcialmente, do artigo da Wikipédia em inglês cujo título é «Twenty-Six Martyrs Museum and Monument», especificamente desta versão.
Ligações externas
[editar | editar código-fonte]- «Sítio oficial» (em jp, inglês, espanhol, e coreano)
- Museu e Monumento dos Vinte e Seis Mártires no Facebook