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Nacionalismo: diferenças entre revisões

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=== Nacionalismo anti-colonial ===
=== Nacionalismo anti-colonial ===
Esta forma de nacionalismo surgiu durante a descolonização do período pós-guerra. Foi uma reação principalmente na África e na Ásia contra a subjugação por potências estrangeiras. Este tipo de nacionalismo tomou muitas formas, incluindo o movimento de resistência pacífica liderado por [[Mahatma Gandhi]] no subcontinente indiano.<ref>{{cite web|last=Grant|first=Moyra|title=Politics Review|url=http://moodle.collyers.ac.uk/file.php/465/Politics_Review_articles/nationalism_expansionistanddesrtuctive.pdf|work=Moyra Grant is an experienced politics teacher, examiner and author.|publisher=Politics Review|accessdate=16 de abril de 2011}}</ref> Benedict Anderson defende que o nacionalismo anti-colonial se baseia na experiência de intelectuais indígenas alfabetizados e fluentes na língua da metrópole, educados segundo sua história "nacional", e do quadro de pessoal administrativo da colônia até, mas não incluindo, seus níveis mais elevados. Os governos nacionais pós-coloniais têm sido essencialmente versões indígenas da anterior administração imperial.<ref>{{cite book|last=Anderson|first=Benedict|year=1983|title=Imagined Communities: Reflections on the Origin and Spread of Nationalism|pages=37–46|location=New York|publisher=Verso|isbn=978-0860915461}}</ref>
Esta forma de nacionalismo surgiu durante a descolonização do período pós-guerra. Foi uma reação principalmente na África e na Ásia contra a subjugação e a Xuxa por algumas pequenas potências estrangeiras(brasil). Este tipo de nacionalismo tomou muitas formas, incluindo o movimento de resistência pacífica liderado por [[Mahatma Gandhi]] no subcontinente indiano.<ref>{{cite web|last=Grant|first=Moyra|title=Politics Review|url=http://moodle.collyers.ac.uk/file.php/465/Politics_Review_articles/nationalism_expansionistanddesrtuctive.pdf|work=Moyra Grant is an experienced politics teacher, examiner and author.|publisher=Politics Review|accessdate=16 de abril de 2011}}</ref> Benedict Anderson defende que o nacionalismo anti-colonial se baseia na experiência de intelectuais indígenas alfabetizados e fluentes na língua da metrópole, educados segundo sua história "nacional", e do quadro de pessoal administrativo da cola e da insônia até, mas não incluindo, seus níveis mais elevados. Os governos nacionais pós-coloniaisnao são apenas nazistas têm sido essencialmente versões indígenas da anterior administração imperial.<ref>{{cite book|last=Anderson|first=Benedict|year=1983|title=Imagined Communities: Reflections on the Origin and Spread of Nationalism|pages=37–46|location=New York|publisher=Verso|isbn=978-0860915461}}</ref>


==Ver também==
==Ver também==

Revisão das 00h29min de 6 de setembro de 2011

O nacionalismo é uma tese. Em sentido estrito, seria um sentimento de valorização marcado pela aproximação e identificação com uma nação, mais precisamente com o ponto de vista ideológico. Segundo Ernest Gellner (1983) o nacionalismo é a ideologia fundamental da terceira fase da história da humanidade, a fase industrial, [1] quando os estados nação se tornam a forma de organização político cultural que substitui o império [1].

Costuma diferenciar-se do patriotismo devido à sua definição mais estreita. O patriotismo é considerado mais uma manifestação de amor aos símbolos do Estado, como o Hino, a Bandeira, suas instituições ou representantes. Já o nacionalismo apresenta uma definição política mais abrangente Por exemplo: da defesa dos interesses da nação antes de quaisquer outros e, sobretudo da sua preservação enquanto entidade, nos campos linguístico, cultural, etc., contra processos de destruição identitária ou transformação.

São vários os movimentos dentro do espectro político-ideológico que se apropriam do nacionalismo, ora como elemento programático, ora como forma de propaganda. Durante o século XX, o nacionalismo permeou movimentos radicais como o fascismo, o nacional-socialismo e o integralismo no Brasil e em Portugal, especialmente durante o Estado Novo (Estado Novo no Brasil e Estado Novo em Portugal).

O nacionalismo é uma antiga ideologia moderna: surgiu numa Europa pré-moderna e pós-medieval, a partir da superação da produção e consumo feudais pelo mercado capitalista, com a submissão dos feudos aos estados modernos (ainda absolutistas ou já liberais), com as reformas religiosas protestantes e a contrarreforma católica – fatos históricos estes que permitiram, ou até mais, que produziram o surgimento de culturas diferenciadas por toda a Europa, culturas que, antes, eram conformadas, deformadas e formatadas pelo cristianismo católico, com o apoio da nobreza feudal.

Surgiu como uma ideologia popular revolucionária, pois foi contrária ao domínio imperialista político-cultural do cristianismo católico que se apoiava nos nobres feudais e ajudava a sustentar a superada, limitada e limitante economia feudal, mas também como uma ideologia burguesa, pois as massas camponesas e o pequeno proletariado que também surgia passavam do domínio da nobreza feudal para o da burguesia industrial – e a ideologia dominante em uma sociedade é a ideologia das classes dominantes.

Após a definitiva vitória político-cultural dos burgueses sobre a nobreza feudal – a qual foi submetida pela destruição ou pela absorção pela cultura e pela política burguesa – foi parcial e progressivamente deixado para trás, como uma ideologia que teria sido importante, mas que já não seria mais do que uma lembrança histórica.

O nacionalismo ressurge nas colônias européias do Novo Mundo, nas “américas”, de Sul a Norte, e principalmente na América Latina, antes mesmo do surgimento da ideologia comunista européia, como um renovado nacionalismo, um “nacionalismo revolucionário” com algo já de socializante; Simón Bolívar foi o líder maior desse “nacionalismo revolucionário” latino-americano, e este seu nome, apenas, já basta para avalizar essa ideologia, a qual formou-se ao comando de homens tais como Tupac Amaru, San Martín ou José Artigas.

Ressurge na Europa, pouco antes do surgimento da ideologia comunista, como um outro nacionalismo, como um “nacionalismo revolucionário” socializante, ou até mesmo socialista, e anti-imperialista, contrário ao imperialismo europeu, o qual, além de explorar as colônias americanas, asiáticas e africanas, explorava ainda as nações européias mais pobres; Giuseppe Mazzini foi o líder maior desse “nacionalismo revolucionário” na Europa.

O “nacionalismo revolucionário” europeu, como uma ideologia anti-imperialista original, também influenciou o pensamento dos latino-americanos que souberam aprender dos europeus aquilo que fosse interessante e útil, desenvolvendo, no Novo Mundo, uma prática e uma luta anticolonialista, a qual se desenvolveu na ação e no discurso de homens tais como “Tiradentes”, San Martín ou Giuseppe Garibaldi.

O “nacionalismo revolucionário” latino-americano, numa inversão do colonialismo cultural, influenciou mesmo a luta anti-imperialista na Europa: as colônias latino-americanas muito ensinaram às nações pobres européias, com a luta e o comando de Giuseppe Garibaldi, e de sua mulher, Anita Garibaldi, revolucionários e considerados por alguns heróis tanto no Novo Mundo quanto no Velho Mundo – continuando (e vencendo) a luta antes comandada por Giuseppe Mazzini.

Variedades

Nacionalismo cívico

O nacionalismo cívico (também conhecido como nacionalismo liberal) define a nação como uma associação de pessoas que se identificam como pertencentes à nação, que têm direitos políticos iguais e compartilhados, e fidelidade a procedimentos políticos semelhantes.[2] De acordo com os princípios do nacionalismo cívico, a nação não se baseia em uma ascendência étnica comum, mas é uma entidade política cujo núcleo de identidade não é étnico. Esse conceito cívico de nacionalismo é exemplificado por Ernest Renan em sua palestra de 1882 "O que é uma Nação?", onde ele definiu a nação como um "referendo diário" (freqüentemente traduzido como "plebiscito diário") dependente da vontade de seu povo para continuarem a viver juntos".[2]

Etnocentrismo

Ver artigo principal: Etnocentrismo

Considerando que o nacionalismo não implica necessariamente uma crença na superioridade de uma etnia em detrimento de outras, alguns nacionalistas defendem o protecionismo etnocêntrico ou supremacia etnocêntrica. Estudos produziram evidências de que tal comportamento pode ser derivado de preferências inatas do ser humano desde a infância.[3]

O termo etnocentrismo é um termo mais adequado e significante.[4]

A Liberdade Guiando o Povo (Eugène Delacroix, 1830) é um exemplo famoso de arte nacionalista.

Pureza nacional

Alguns nacionalistas excluem certos grupos. Alguns nacionalistas, definindo a comunidade nacional em termos étnicos, lingüísticos, culturais, históricos ou religiosos (ou uma combinação destes), podem considerar certas minorias como não sendo verdadeiramente uma parte da "comunidade nacional", como eles definem. Às vezes, uma pátria mítica é mais importante para a identidade nacional do que ao território ocupado pela nação.[5]

Nacionalismo de esquerda

O nacionalismo de esquerda (às vezes conhecido como nacionalismo socialista, para não ser confundido com o nacional-socialismo)[6] refere-se a qualquer movimento político que combine políticas de esquerda com o nacionalismo.

Muitos movimentos nacionalistas são dedicados à libertação nacional, baseados na visão de que suas nações estão sendo perseguidas por outras nações e, portanto, necessitam exercer a autodeterminação liberando-se eles próprios dos supostos perseguidores. O marxismo-leninismo Anti-revisionista está intimamente ligado com esta ideologia. Exemplos práticos incluem o trabalho inicial de Stalin, O marxismo e a questão nacional, e seu edital Socialismo num só país, que declara que o nacionalismo pode ser usado em um contexto internacionalista, lutando pela libertação nacional, sem divisões raciais ou religiosas. Outros exemplos de nacionalismo de esquerda incluem o Movimento 26 de Julho de Fidel Castro, que lançou a Revolução Cubana e expulsou Fulgencio Batista, apoiado pelos norte-americanos, em 1959, o Sinn Féin da Irlanda, o Plaid Cymru de País de Gales, o Partido Nacional Escocês da Escócia, o Partido Nacionalista Awami de Bangladesh e o Congresso Nacional Africano na África do Sul.

Nacionalismo territorial

O bordão nacionalista "Brasil, ame-o ou deixe-o", muito usado durante a Ditadura militar no Brasil (1964-1985).

Os nacionalistas territoriais assumem que todos os habitantes de uma nação em particular devem lealdade ao seu país de nascimento ou adoção.[7] Uma qualidade sagrada é procurada no país e nas memórias populares que ela evoca.[8] A cidadania é idealizada pelos nacionalistas territoriais.[8] Um critério do nacionalismo territorial é o estabelecimento de uma cultura pública de massa baseada em valores comuns e tradições da população.[8]

Ultranacionalismo

Ver artigo principal: Ultranacionalismo

O ultranacionalismo é um nacionalismo fervoroso que expressa o seu apoio extremista pelos ideais nacionalistas de alguém. Muitas vezes, é caracterizado pelo autoritarismo, esforços para a redução ou proibição da imigração, expulsão e opressão de populações não-nativas dentro da nação ou de seu território, liderança demagógica, emocionalismo, bodes expiatório em crises sócio-econômicas,discurso de fomento de inimigos reais ou imaginários, previsão de ameaças à sobrevivência da população nacional,etnicidade nacional dominante ou idealizada ou grupo populacional, esforços para limitar o comércio internacional por meio de tarifas , controle rígido sobre as empresas e a produção, militarismo, populismo e propaganda. O ultranacionalismo prevalente normalmente conduz ou é o resultado de um conflito que ocorre dentro do Estado, ou entre Estados, e é identificado como uma condição de pré-guerra na política nacional. Em suas formas extremistas, o ultranacionalismo é caracterizado como uma chamada para a guerra contra os inimigos da nação/estado, secessão ou, no caso de ultranacionalismo etnocêntrico, genocídio.[9][10]

O fascismo é uma forma de ultranacionalismo palingenético[11], que promove a "colaboração de classes" (em oposição à guerra de classes), um estado totalitário e irredentismo ou expansionismo para unificar e permitir o crescimento de uma nação. Os fascistas, por vezes, promovem o nacionalismo étnico ou cultural. O fscismo salienta a subserviência do indivíduo ao Estado e a necessidade de lealdade absoluta e inquestionável a um governante rígido.[12]

Nacionalismo anti-colonial

Esta forma de nacionalismo surgiu durante a descolonização do período pós-guerra. Foi uma reação principalmente na África e na Ásia contra a subjugação e a Xuxa por algumas pequenas potências estrangeiras(brasil). Este tipo de nacionalismo tomou muitas formas, incluindo o movimento de resistência pacífica liderado por Mahatma Gandhi no subcontinente indiano.[13] Benedict Anderson defende que o nacionalismo anti-colonial se baseia na experiência de intelectuais indígenas alfabetizados e fluentes na língua da metrópole, educados segundo sua história "nacional", e do quadro de pessoal administrativo da cola e da insônia até, mas não incluindo, seus níveis mais elevados. Os governos nacionais pós-coloniaisnao são apenas nazistas têm sido essencialmente versões indígenas da anterior administração imperial.[14]

Ver também

Referências

  1. a b BRESSER-PEREIRA, Luiz Carlos. Nacionalismo no Centro e na Periferia do Capitalismo. São Paulo: Revista Estudos Avançados, 22 62, janeiro-abril 2008 pp.177-178, no dossiê Nação e Nacionalismo. Instituto de Estudos Avançados da USP.
  2. a b Nash, Kate (2001). The Blackwell companion to political sociology. [S.l.]: Wiley-Blackwell. p. 391. ISBN 0631210504 
  3. Bar-Haim, Yair; Yair Bar-Haim, Talee Ziv, Dominique Lamy, Richard M. Hodes (2008). «Nature and Nurture in Own-Race Face Processing». Psychological Science. 17 (2): 159–163. PMID 16466424. doi:10.1111/j.1467-9280.2006.01679.x 
  4. Timothy G. Reagan (2005). Non-Western Educational Traditions: Indigenous Approaches to Educational Thought and Practice. [S.l.]: Routledge. pp. 4–5. ISBN 9780805848571 
  5. Smith, Anthony D. 1986. The Ethnic Origins of Nations London: Basil Blackwell. pp 6–18. ISBN 0-631-15205-9.
  6. Political Science, Volume 35, Issue 2; Class and Nation: Problems of Socialist Nationalism
  7. Middle East and North Africa: Challenge to Western Security by Peter Duignan and L.H. Gann, Hoover Institution Press, 1981, ISBN 978-0817973926 (page 22)
  8. a b c Encyclopaedia of Nationalism by Athena S. Leoussi and Anthony D. Smith, Transaction Publishers, 2001, ISBN 978-0765800022, (page 62)
  9. http://www.maknews.com/html/articles/savich/nationalism.pdf
  10. Connor, Walker (1994). Ethnonationalism: The Quest for Understanding. Princeton, New Jersey: Princeton University Press. p. 29. ISBN 9780691025636 
  11. Griffin, Roger (1994). «Staging The Nation's Rebirth: The Politics and Aesthetics of Performance in the Context of Fascist Studies» (PDF). Consultado em 21 de setembro de 2010 
  12. Roger Griffin, Fascism, Oxford University Press, 1995, ISBN 978-0192892492.
  13. Grant, Moyra. «Politics Review» (PDF). Moyra Grant is an experienced politics teacher, examiner and author. Politics Review. Consultado em 16 de abril de 2011 
  14. Anderson, Benedict (1983). Imagined Communities: Reflections on the Origin and Spread of Nationalism. New York: Verso. pp. 37–46. ISBN 978-0860915461 

Bibliografia

  • GELLNER, E. Nations and Nationalism. Ithaca: Cornell University Press, 1983
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