Pé diabético

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Ferida num pé diabético
Pé diabético

O pé diabético é uma série de alterações anatomopatológicas e neurológicas periféricas que ocorrem nos pés de pessoas acometidas pelo diabetes mellitus.[1] Essas alterações constituem-se de neuropatia diabética, problemas circulatórios, infecção e menor circulação sanguínea no local.[2] Essas lesões geralmente apresentam contaminação por bactérias, e como o diabetes provoca uma retardação na cicatrização, ocorre o risco do pé ser amputado. O pé diabético ocorre pela ação destrutiva do excesso de glicose no sangue.[3] A nível vascular, causa endurecimento das paredes dos vasos, além de sua oclusão, o que faz a circulação diminuir, provocando isquemia e trombose.[3]

Locais de risco[4][editar | editar código-fonte]

  • Dedos: podem ser formadas deformidades, que por pressão formam calosidades ulceráveis.
  • Sulcos interdigitais: local com facilidade para fissuras e cortes, além da presença de fungos.
  • Região distal do pé: metatarsos ulcerados podem levar a osteomielite.
  • Região medial do pé: é um local de apoio, sujeito a calosidades.

Princípios do tratamento de feridas de pé diabético[editar | editar código-fonte]

Segundo os artigos: Practical guidelines on the management and prevention of the diabetic foot.[5] e «Diabetic foot disorders: a clinical practice guideline» (em inglês). , baseados no consenso internacional sobre pé diabético (1997) e preparados por grupos de trabalho distintos, o tratamento de pacientes com feridas de pé diabético segue as segunites diretrizes: 

  • Alívio da compressão e proteção da úlcera
  • Restabelecimento da perfusão sanguínea cutânea
  • Tratamento de infecções
  • Controle metabólico e tratamento de comorbidades
  • Cuidados locais com a ferida
  • Inspeção frequente da ferida;
  • Debridamento frequente de ferida (procedido por profissionais habilitados);
  • Controle de exsudação e manutenção de ambiente úmido;
  • Considerar terapia com curativos a pressão negativa no pós-operatório;
  • Emprego de produtos biologicamente ativos (colágenos, fatores de crescimento, tecidos de bioengenharia) em úlceras neuropáticas;
  • Oxigenoterapia hiperbárica;
  • Emprego de curativos com sais de prata ou outros agentes antimicrobianos.
  • Fototerapia

Pé diabético é uma das complicações mais graves, pois, têm um grande impacto socioeconômico incluindo despesas com o tratamento, grandes períodos de internação, incapacidades físicas já que em muitas vezes evoluem para a amputação e sociais como desemprego e perda de produtividade[6]. O tratamento da úlcera diabética é difícil e prolongado, associa-se a altas taxas de insucesso e recidiva, requerendo a combinação de várias modalidades terapêuticas[7]

É importante que o tratamento seja acompanhado por uma equipe de saúde, para que processo de cicatrização seja efetivo e num menor tempo. A cicatrização é um processo lento que depende de condições locais e sistêmicas. As lesões nos pés de pacientes com DM podem levar a graves sequelas mesmo quando tratadas a tempo, quando não há tratamento os danos são quase inevitáveis, as deformações do pé, podem levar a amputação e até mesmo uma infecção sistêmica[8] .

Classificação e conduta[editar | editar código-fonte]

A tabela abaixo mostra diretrizes estabelecidas pelo Consenso Internacional Sobre Pé Diabético, quanto à neuropatia.

Classificação do pé em risco Conduta
0: Neuropatia ausente 1. Educação

2. Cuidados gerais

3. Avaliação anual

1: Neuropatia presente 1. Educação

2. Cuidados gerais

3. Uso de calçados adequados

4. Avaliação semestral

2: Neuropatia presente, com deformidades 1. Educação

2. Cuidados gerais

3. Uso de calçados adequados

4. Avaliação trimestral com equipe especializada

3: Úlcera e/ou amputação 1. Educação

2. Cuidados gerais

3. Uso de calçados adequados

4. Avaliação 1 a 3 meses com equipe especializada

Referências

  1. O PÉ DIABÉTICO, no http://www.abcdasaude.com.br ; Acesso em 26 de Dez de 2008
  2. Pé Diabético, no http://www.emedix.com.br ; Acesso em 26 de Dez de 2008
  3. a b GOMES, Celso. Diabético. Cuide de seus pés! Porto Alegre: Editora Age, 2005
  4. “Pé diabético” como uma das complicações do diabetes Arquivado em 21 de abril de 2008, no Wayback Machine., no http://www.rrferidas.com Arquivado em 1 de março de 2009, no Wayback Machine. ; Acesso em 26 de Dez de 2008
  5. Practical guidelines on the management and prevention of the diabetic foot, Diabetes Metab Res Rev 2008; 24(Suppl 1): S181–S187. DOI: 10.1002/dmrr.848
  6. «Representações sociais do pé diabético para pessos com diabetes mellitus tipo 2». Rev Esc Enferm USP. doi:http://dx.doi.org/10.1590/S0080-62342009000100008 Verifique |doi= (ajuda) 
  7. «Low-level laser therapy in the treatment of diabetic ulcers an evidence problem». Acta Med Port. doi:http://dx.doi.org/10.1155/2014/626127 Verifique |doi= (ajuda) 
  8. «Avaliação dos fatores interferentes na adesão ao tratamento do cliente portador de pé diabético». Revista de Enfermagem Referência. doi:http://dx.doi.org/10.12707/RIII1107 Verifique |doi= (ajuda) 

Ver também[editar | editar código-fonte]

Ligações externas[editar | editar código-fonte]