Paussinae

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Como ler uma infocaixa de taxonomiaPaussinae
Ilustração do ano de 1837 com besouros Paussinae.
Ilustração do ano de 1837 com besouros Paussinae.
Fotografia de Paussinae australiano do gênero Arthropterus. Muitas espécies, como esta, apresentam o tegumento piloso.
Fotografia de Paussinae australiano do gênero Arthropterus. Muitas espécies, como esta, apresentam o tegumento piloso.
Classificação científica
Reino: Animal
Filo: Arthropoda
Classe: Insecta
Ordem: Coleoptera
Superfamília: Caraboidea
Família: Carabidae
Subfamília: Paussinae
Latreille, 1807[1]
Tribos
ver texto
Besouros Paussinae e seus formatos de antenas.

Paussinae (denominados popularmente, em inglês, ant nest beetles; cujo significado, em português, é besouros de ninhos de formigas) é uma subfamília de insetos da ordem Coleoptera e da família Carabidae, proposta por Pierre André Latreille no ano de 1807.[1] Em sua antiga nomenclatura eram uma família, Paussidae, agora em desuso.[2][3] Somente algumas espécies desta subfamília parecem ser abundantes enquanto a maioria, especialmente as com hábitos mirmecófilos,[1] ou termitófilos,[4] são raras, com pouco mais da metade das espécies catalogadas na tribo Paussini.[1]

Descrição, hábitos, habitat e distribuição[editar | editar código-fonte]

Os Paussinae são besouros de tamanho pequeno a médio (de 4 a 20 milímetros) e de cor uniformemente enegrecida,[5] amarelada[6] ou marrom-avermelhada,[5][7] raramente com duas tonalidades em seus élitros[8][9] paralelos e quase planos, podendo deixar o pigídio descoberto.[2] Sua característica mais distintiva são as antenas amplas e achatadas,[5] ora segmentadas,[10] ora sólidas.[11] Essas antenas foram relatadas como sendo pegas por formigas para arrastar o besouro ao redor do formigueiro; onde secretam uma substância volátil a partir de glândulas subcutâneas que são lambidas vorazmente pelas formigas, suprimindo a sua agressão habitual contra intrusos e apaziguando-as. Em troca, o besouro e suas larvas se alimentam de alimentos fornecidos pelas formigas ou as larvas se alimentam da ninhada de seus hospedeiros. Em espécies mais especializadas, as peças mandibulares do besouro são em forma de colher para poder receber facilmente as gotas de comida das formigas. Espécies evolutivamente mais primitivas dependem da força bruta e se defendem com um tegumento resistente, bombardeando as formigas atacantes com um gás que contém quinone, secretado por glândulas especiais. O gás se volatiliza, liberando explosivamente um sopro de vapor, assim como ocorre com o besouro-bombardeiro, da mesma família.[5] Poucas espécies podem, com este mecanismo de defesa, causar erupções cutâneas, como a africana Cerapterus concolor.[4] Em algumas espécies, os adultos só deixam o formigueiro para a cópula e, provavelmente, ocorrem acima do solo durante o enxame das formigas em voo nupcial.[5] De noite se pode atraí-los com uma lâmpada, porque voam muito bem. São conhecidas mais de 500 espécies nas regiões tropicais e subtropicais da maior parte do mundo. Os mais ricos biomas de Paussinae são a África, Madagáscar, China, Índia e Austrália,[3] também apresentando representantes neotropicais e neárticos, na América.[12] No Brasil o mais encontradiço representante desta subfamília é Homopterus brasiliensis,[4] com cerca de 10 milímetros,[2] de coloração puxada para o castanho e élitros frágeis, quase translúcidos.[4]

Sonorização[editar | editar código-fonte]

Besouros Paussinae também podem produzir sons, imitando os chamados das formigas, para enganá-las. Esta peculiaridade foi encontrada em Paussus favieri, que consegue imitar os chamados de todas as castas da formiga Pheidole pallidula, no Marrocos.[6][13]

Tribos de Paussinae[editar | editar código-fonte]

A subfamília Paussinae contém cinco tribos:

A tribo Ozaenini é composta de predadores livres da vida em comunidades de artrópodes, geralmente sendo encontrados, os seus representantes, correndo sobre troncos de árvores à noite, em madeira podre e sob cascas.[15]

Referências

  1. a b c d Nagel, Peter (30 de setembro de 2006). «Ant Nest Beetles of the Carnegie Museum (Coleoptera, Carabidae, Paussinae, Paussini)» (PDF) (em ingles). Annals of Carnegie Museum. Vol. 75, Number 3 (Institut für Biogeographie - Homepage - Universität Basel) / (Wayback Machine). 1 páginas. Consultado em 27 de janeiro de 2018 
  2. a b c BORROR, Donald J.; DELONG, Dwight M. (1969). Introdução ao Estudo dos Insetos. São Paulo: Editora Edgard Blücher/Editora da Universidade de São Paulo. p. 227. 654 páginas 
  3. a b STANEK, V. J. (1985). Encyclopédie des Insectes. 270 illustrations en couleurs (em francês) 2ª ed. Praga: Gründ. p. 49. 352 páginas. ISBN 2-7000-1319-0 
  4. a b c d GODINHO JR., Celso L. (2011). Besouros e Seu Mundo. Com 1400 ilustrações em cores desenhadas pelo autor 1ª ed. Rio de Janeiro, Brasil: Technical Books. p. 167. 478 páginas. ISBN 978-85-61368-16-6 
  5. a b c d e Cochrane, Margie. «Subfamily: Paussinae (ants' guest beetles, ants' nest beetles)» (em inglês). Biodiversity Explorer (Wayback Machine). 1 páginas. Consultado em 27 de janeiro de 2018 
  6. a b «Paussus favieri» (em inglês). AntWiki. 1 páginas. Consultado em 27 de janeiro de 2018 
  7. Christenson, Katarina (28 de março de 2012). «Arthropterus ant-nest beetle» (em inglês). Flickr. 1 páginas. Consultado em 27 de janeiro de 2018 
  8. Gbohne (22 de abril de 2011). «Ant nest beetle (Paussinae, Carabidae) from a Javan mountain rainforest» (em inglês). Flickr. 1 páginas. Consultado em 27 de janeiro de 2018 
  9. Paussinae
  10. Lance, Allan (23 de setembro de 2013). «"Arthropterus ant-nest beetle" Carabidae: Paussinae» (em inglês). Flickr. 1 páginas. Consultado em 27 de janeiro de 2018 
  11. Yoshida, Kohichiro (26 de fevereiro de 2014). «Paussinae / ヒゲブトオサムシ» (em japonês). Flickr. 1 páginas. Consultado em 27 de janeiro de 2018 
  12. ARNETT JR., Ross H.; THOMAS, Michael C. (2000). American Beetles, Volume I. Archostemata, Myxophaga, Adephaga, Polyphaga: Staphyliniformia (em inglês). USA: CRC Press - Google Books. p. 62. 464 páginas. ISBN 0-8493-1925-0. Consultado em 27 de janeiro de 2018 
  13. Zimmer, Carl (16 de julho de 2015). «A Social Parasite's Sophisticated Mimicry» (em inglês). The New York Times. 1 páginas. Consultado em 16 de fevereiro de 2019 
  14. a b c d e Bouchard et all. «SISTEMÁTICA DE COLEOPTERA». Coleoptera-neotropical.org. 1 páginas. Consultado em 27 de janeiro de 2018 
  15. Moore, Wendy. «Information for Paussine Collectors» (em inglês). Tree of Life Web Project. 1 páginas. Consultado em 28 de janeiro de 2018. Ozaenines are generally found running tree trunks at night, in rotting wood, and under bark. 
  16. «Ozaenini Hope 1838» (em inglês). Tree of Life Web Project. 1 páginas. Consultado em 27 de maio de 2020 
O Commons possui uma categoria com imagens e outros ficheiros sobre Paussinae
Ícone de esboço Este artigo sobre coleópteros é um esboço. Você pode ajudar a Wikipédia expandindo-o.