Ponte do Prado
Ponte de Prado | |
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A ponte de Prado | |
Arquitetura e construção | |
Material | granito |
Engenheiro | António de Castro |
Mantida por | Infraestruturas de Portugal |
Data de inauguração | 1617 |
Património nacional | |
Classificação | Monumento Nacional |
Data | 1910 |
DGPC | 70616 |
SIPA | 1250 |
Geografia | |
Via | EN 201 |
Cruza | Rio Cávado |
País | ![]() |
Localização | Entre Braga e Vila Verde |
Coordenadas |
Ponte do Prado | |
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Localização da ponte |
A Ponte do Prado localiza-se sobre o rio Cávado, entre as freguesias de São Paio de Merelim, do concelho de Braga e Vila de Prado, do concelho de Vila Verde, em Portugal.
História[editar | editar código-fonte]
A descoberta dum miliário do tempo de Augusto indica que a construção original desta ponte remonta ao período da ocupação romana da região, tendo como objetivo de ligar a cidade de Bracara Augusta com os restantes territórios do Noroeste peninsular[1].
Durante o período medieval, em que muitas das vias romanas continuaram a ser utilizadas, a Ponte do Prado funcionou como um importante ponto de ligação entre Braga, principal centro religioso do Condado Portucalense, e Ponte de Lima, a vila mais antiga de Portugal, localizada ao Norte[1]. Foi ainda neste período que a ponte sofreu sua primeira reconstrução, com a ajuda do arcebispo de Braga, D. Paio Mendes, que doou bens (entre 1118-1128), que tinha em Braga a Ordem do Templo, na condição que dois terços dos rendimentos sejam dedicados a construção da ponte de Prado[2].
Permanece uma lenda, que um rei leonês teria mandado reparar a Ponte do Prado com objetivo de se encontrar com D. Branca Guterrez da Silva, uma mulher pela qual teria se apaixonado. Séculos mais tarde, nas imediações deste monumento, desenvolveu-se um pequeno povoado de relativa importância regional, que recebeu foral, em 1260, das mãos de Afonso III, num tempo em que o reino de Portugal se recuperava da guerra civil[1].
Em 1510, a antiga ponte medieval foi destruída no decurso de uma cheia do rio Cávado, sendo logo reerguida. Contudo, parece estes reparos não tiveram muito sucesso, uma vez que no século XVII a mesma estrutura voltou ser obrada, recebendo a sua configuração atual[1]. Esta última intervenção data do ano 1616, quando a Ponte do Prado foi totalmente reconstruída segundo o projeto do arquiteto António de Castro, que procedeu com a eliminação de qualquer vestígio da estrutura medieval[1].
Encontra-se classificada como Monumento Nacional desde 1910, à partir de decreto[1].
Ao longo de sua história, foi, por diversas vezes, arruinada pelas cheias do Cávado. Desde a altura da tragédia de Entre-os-Rios, quando todas as pontes da região foram vigiadas para certificar a sua segurança, tem o trânsito interdito a veículos pesados.
Tradição pradense do "Ovo na Ponte"[editar | editar código-fonte]
À meia noite do dia de Páscoa, a ponte é invadida por um mar de gente, que para lá se desloca para cumprir a tradição do Ovo na Ponte.
“Aquele que, à meia-noite do dia de Páscoa, sobre ela comer um ovo cozido, passará todo o ano sem ser acometido de dores de cabeça”, reza a lenda.
Diz a voz do povo que as cascas do ovo devem ser lançadas sobre o leito do Rio Cávado para que se cumpra a profecia popular.
Com ou sem superstição, a verdade é que os ovos cozidos tomam conta do tabuleiro da ponte.
A ocasião é de festa e celebração, uma tradição suis generis que dá o mote para momentos de alegria e confraternização, encontros de velhos amigos e conversas que se estendem pela noite dentro.
Características[editar | editar código-fonte]
A ponte, em estilo seiscentista, em aparelho de granito, é constituída por nove arcos (5 ogivais e 4 redondos).
Em ambas as margens tem duas praias fluviais.
Referências
Ver também[editar | editar código-fonte]
Ligações externas[editar | editar código-fonte]
- Ponte do Prado na base de dados Ulysses da Direção-Geral do Património Cultural.