Palácio dos Biscainhos
Museu dos Biscainhos | |
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Tipo | Museu de arte |
Inauguração | 11 de fevereiro de 1978 (44 anos) |
Visitantes | 38 039 (2016) |
Curador | Maria Isabel Cunha e Silva |
Website | http://museus.bragadigital.pt/Biscainhos/ |
Património Nacional | |
DGPC | 73935 |
SIPA | 1047 |
Geografia | |
País | ![]() |
Cidade | Braga |
Coordenadas |
O Palácio dos Biscainhos, também designado por Casa dos Biscainhos e Museu dos Biscainhos, localiza-se na freguesia de Braga (Maximinos, Sé e Cividade), cidade e município de Braga, distrito de mesmo nome, em Portugal.[1]
Está classificado como Imóvel de Interesse Público desde 1949.[2]
História[editar | editar código-fonte]
Foi erguido no século XVII e modificado ao longo dos séculos. Concebido pelo arquiteto Manuel Fernandes da Silva, foram contratados, para a sua execução, os artífices da Biscaia (os biscainhos), que estavam a trabalhar nas obras da Sé.
No século XIX foi propriedade dos segundos condes de Bertiandos e a filha destes, D. Maria da Conceição Eugénia, foi casada com D. João Lobo Machado Cardoso do Amaral e Meneses, 2º visconde de Paço de Nespereira, antigo governador civil de Braga.
O seu último proprietário, Dr. Gaspar José Maria Lobo Machado do Amaral Cardoso de Menezes, 3º visconde de Paço de Nespereira e senhor da Casa dos Lobo Machado em Guimarães, faleceu em 10 de julho de 1963, tendo, às vésperas da morte, doado os seus bens à cidade.
Encontra-se classificado como Imóvel de Interesse Público desde 1949.
A ala nascente do imóvel está tutelado pela Câmara Municipal de Braga, tendo aí em tempos funcionado provisoriamente a antiga Assembleia Distrital, criada em 1977 e extinta posteriormente. Essa parte encontra-se abandonada e em avançado estado de degradação. Em 2011, apesar de a gestão do edifício ser da responsabilidade do Ministério da Cultura, o então presidente da Câmara Municipal de Braga, Mesquita Machado, instalou nesta parte do palácio a Associação de Motoristas Aposentados dos TUB. Apesar de diligências várias no sentido da desocupação, a referida associação não desocupou o local.
No restante palácio e espaço exterior, sob a tutela da Direção Regional de Cultura do Norte, está instalado o Museu dos Biscainhos.
Em Outubro de 2020, foi anunciado que o museu vai ser alvo de obras de conservação e restauro orçadas em 700 mil euros. A intervenção incidirá nas coberturas, vãos e arranjos exteriores.[3]
Em novembro de 2021, foi anunciado um investimento total de 1,3 milhões de euros, que prevê a reabilitação de fachadas, a melhoria das condições de acessibilidade e a instalação de rede ‘wifi’. Incluem ainda a beneficiação de coberturas e de sistemas de drenagem pluvial, assim como o restauro e a conservação do Jardim Histórico. O início da empreitada está marcado para o primeiro trimestre de 2023 e, o termo, para o final do primeiro trimestre de 2024[4].
Características[editar | editar código-fonte]
Palácio[editar | editar código-fonte]
Este palácio aristocrático, com amplos salões com tetos luxuosos, e os jardins barrocos revelam o quotidiano da nobreza setecentista, assim como numerosas referências à vida dos outros habitantes do espaço: criados, escravos, capelães.
O pavimento estriado do rés-do-chão, particularmente invulgar, permitia que as carruagens entrassem no edifício a fim de desembarcarem os passageiros e seguissem para as cavalariças.
Jardim[editar | editar código-fonte]
O jardim, formado por volta de 1750, é considerado um dos mais importantes jardins históricos do período barroco em Portugal.
O espaço, de aproximadamente um hectare, está dividido no "terreiro", "jardim formal", "patamares do pomar e das hortas" ("parterres"), "recinto das muralhas", "canavial" e "largo do pombal", estando enriquecido com diversas fontes e esculturas barrocas.
O "jardim formal" apresenta um traçado labiríntico de canteiros de buxo. A embelezá-lo, existem janelas e portões ornamentais, encimados por pináculos ou por meninos com charamelas, esculturas decorativas, painéis de azulejos polícromos, cinco fontes de repuxo, um pavilhão de jardim, um mirante e duas monumentais e paralelas casas de fresco (construídas por árvores vivas) de japoneiras oitocentistas com chafarizes no interior.
Dentre as várias árvores existentes, a mais notável é um majestoso tulipeiro da Virgínia ("Liriodendron tulipifera") plantado no século XVIII.
No reinado de Luís I de Portugal, o jardim mereceu a honra de ser visitado pela família real a convite dos condes de Bertiandos, senhores do Palácio.
O Museu dos Biscainhos[editar | editar código-fonte]
Trata-se de museu público, inaugurado em 11 de fevereiro de 1978. Esta instituição permite o conhecimento contextualizado da vida quotidiana do período compreendido entre os séculos XVII e XIX, através de coleções de peças de artes decorativas (mobiliário, ourivesaria, cerâmicas, vidros, têxteis etc.), instrumentos musicais e meios de transporte, nacionais e estrangeiras.
Faz também parte do acervo do museu a única colecção pública de brinquedos portugueses existente no país, que transitou nos anos 90 do Museu de Etnologia e História do Porto, albergado então no Palácio de São João Novo. O espólio no seu conjunto não se encontra acessível ao público.
Número de visitantes[editar | editar código-fonte]
Em 2015 o museu foi visitado por 28.086 turistas número que aumentou para 38 039 em 2016.[5]
Ver também[editar | editar código-fonte]
Referências
Ligações externas[editar | editar código-fonte]
- Página oficial
- Museu dos Biscainhos na página da Direção Regional de Cultura do Norte
- Museu dos Biscainhos na página da Direção-Geral do Património Cultural
- Casa dos Biscainhos na base de dados (SIPA/DGPC)
- Museu dos Biscainhos (artigo no Braga Cool)
- Fotos dos jardins e palácio dos Biscainhos