SS Arabic (1902)

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SS Arabic
SS Arabic (1902)
 Reino Unido
Proprietário White Star Line
Fabricante Harland and Wolff, Belfast
Lançamento 18 de dezembro de 1902
Comissionamento 21 de junho de 1903
Viagem inaugural 26 de junho de 1903
Porto de registro  Reino Unido
Número do casco 340
Estado Naufragado
Destino Torpedeado e afundado pelo U-24 em 19 de agosto de 1915
Características gerais
Tonelagem 15.801 t
Maquinário Motores a vapor de expansão quádrupla
Comprimento 183,06 m
Boca 19,94 m
Propulsão 2 hélices
Velocidade 16 nós (30 km/h)

O SS Arabic foi um navio de passageiros britânico operado pela White Star Line e construído pelos estaleiros da Harland and Wolff em Belfast. No dia 19 de agosto de 1915, durante a Primeira Guerra Mundial, ele foi afundado pelo submarino alemão SM U-24 a 80 km ao sul de Kinsale, causando um incidente diplomático.

Construção[editar | editar código-fonte]

O Arabic em 1905.

O Arabic, originalmente chamado de Minnewaska, foi um dos quatro navios encomendados pela Atlantic Transport Line (ATL), mas foi vítima de uma recessão e da racionalização na construção naval após a incorporação da ATL em 1902 à International Mercantile Marine Company, sendo transferido para a White Star Line e renomeado para Arabic antes de sua conclusão nos estaleiros da Harland and Wolff em Belfast.[1] Ele foi extensivamente modificado antes de seu lançamento, com uma nova acomodação sendo adicionada, o que estendeu sua superestrutura. A embarcação poderia acomodar 200 passageiros de primeira classe e 1000 de terceira classe.

Carreira[editar | editar código-fonte]

O Arabic iniciou sua viagem inaugural de Liverpool para Nova Iorque via Queenstown em 26 de junho de 1903, chegando em Nova Iorque em 5 de julho.[2]

Ele passou a maior parte de sua vida operando entre Liverpool, Queenstown e Nova Iorque, mas também operava ocasionalmente entre Liverpool e Boston. Em 1903, seu alojamento de primeira classe foi readaptado como segunda classe e foram acrescentados botes salva-vidas extras em decorrência aos novos regulamentos instituídos após a perda do RMS Titanic, retomando sua operação entre Liverpool e Nova Iorque no fim de 1914.[3]

Naufrágio[editar | editar código-fonte]

Mapa comtemporâneo com a localização dos destroços, marcado com uma cruz vermelha.

Em 19 de agosto de 1915, durante uma travessia entre Liverpool e Nova Iorque, o Arabic foi afundado pelo U-24 a 80 quilômetros ao sul de Kinsale. O Arabic estava navegando em ziguezague, fazendo com que o capitão do U-24 interpretasse a ação como uma tentativa de bater em seu submarino. Ele disparou um único torpedo que atingiu a popa do Arabic; a embarcação afundou em apenas 10 minutos, matando 44 passageiros e tripulantes, dos quais 3 eram americanos.[4][5] Em 22 de agosto, o assessor de imprensa do presidente Wilson, dos EUA, divulgou uma declaração afirmando que a equipe da Casa Branca estava especulando sobre o que fazer se a investigação do naufrágio do Arabic indicasse um ataque deliberado da Alemanha. Caso fosse verdade, havia especulações de que os EUA cortariam relações com a Alemanha, enquanto, se não fosse verdade, as negociações seriam possíveis.[4]

Ao mesmo tempo, o secretário de Estado dos EUA, Robert Lansing, aprovou a sugestão do secretário adjunto Chandler Anderson para realizar uma reunião com o embaixador alemão Johann Heinrich von Bernstorff, a fim de explicar informalmente que se a Alemanha abandonasse a guerra submarina, a Grã-Bretanha seria a única violadora dos direitos americanos. Anderson conheceu Bernstorff no Hotel Ritz-Carlton, em Nova Iorque, e informou a Lansing que Bernstorff reconhecera imediatamente a vantagem de responsabilizar a Grã-Bretanha por atos ilegais, a menos que a Grã-Bretanha encerrasse sua zona de guerra.[4]

Após o incidente do Arabic, o chanceler alemão Theobald von Bethmann-Hollweg e o ministro das Relações Exteriores Gottlieb von Jagow decidiram contar aos americanos suas ordens secretas de 1 de junho e 5 de junho, no qual instruíram os comandantes de submarinos a não torpedear navios de passageiros sem aviso prévio.

Berthmann-Hollweg e von Jagow também procuraram a aprovação da Marinha Imperial Alemã para poupar todos os navios de passageiros de ataques submarinos; esta proposta irritou o almirante alemão Alfred von Tirpitz. Em 28 de agosto, a Marinha Imperial emitiu novas ordens para os comandantes de submarinos. As novas ordens afirmavam que, todos os navios de passageiros só poderiam ser afundados após o aviso prévio e resgate de passageiros e tripulantes.[6]

Referências

  1. John Eaton et Charles Haas, 1989, p. 186
  2. Richard de Kerbrech, 2009, p. 111 - 112
  3. Duncan Haws, 1990, p. 62
  4. a b c John Eaton et Charles Haas, 1989, p. 187
  5. Richard de Kerbrech, 2009, p. 112 - 113
  6. (em inglês) Brune, Lester H; Burns, Richard Dean (2003). Chronological History of US Foreign Relations. [S.l.]: Routledge. p. 371. ISBN 0-415-93915-1 

Ligações externas[editar | editar código-fonte]

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