Shock (filme)

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Shock
Shock (filme)
Cartaz promocional do filme.
No Brasil Choque
 Estados Unidos
1946 •  p&b •  71 min 
Gênero noir
suspense psicológico
mistério
Direção Alfred L. Werker
Produção Aubrey Schenck
Roteiro Eugene Ling
Martin Berkeley
História Albert DeMond
Elenco Vincent Price
Lynn Bari
Música David Buttolph
Cinematografia Joseph MacDonald
Glen MacWilliams
Direção de arte Lyle R. Wheeler
Boris Leven
Efeitos especiais Fred Sersen
Figurino Kay Nelson
Edição Harmon Jones
Companhia(s) produtora(s) 20th Century-Fox
Distribuição 20th Century-Fox
Lançamento
  • 8 de março de 1946 (1946-03-08) (Nova Iorque)[1]
Idioma inglês
Orçamento US$ 350.000[2]
Receita US$ 800.000[3]

Shock (bra: Choque)[4][5] é um filme noir estadunidense de 1946, dos gêneros suspense psicológico e mistério, dirigido por Alfred L. Werker, estrelado por Vincent Price e Lynn Bari, e coestrelado por Frank Latimore e Anabel Shaw. O roteiro de Eugene Ling e Martin Berkeley foi baseado em uma história de Albert DeMond.[6]

A trama retrata a história de uma mulher psicologicamente perturbada que é internada em um hospital psiquiátrico pelo homem que ela testemunhou cometer um assassinato.[7][8]

A ausência de renovação dos direitos autorais originais do filme resultou na sua entrada em domínio público, permitindo que praticamente qualquer pessoa pudesse duplicar e vender cópias em VHS e em DVD. Por isso, muitas das versões disponíveis no mercado são severamente editadas e/ou de qualidade extremamente ruim, já que foram duplicadas de cópias de segunda ou terceira geração do filme.[9][10][11]

Sinopse[editar | editar código-fonte]

Janet Stewart (Anabel Shaw) faz o registro de entrada em um hotel para encontrar seu marido Paul (Frank Latimore), que está retornando da Segunda Guerra Mundial. No entanto, ele se atrasa, e durante a espera, ela testemunha um assassinato. Profundamente abalada emocionalmente, Janet entra em estado de choque, e o médico do hotel, ao perceber sua fragilidade, chama o renomado psiquiatra Dr. Richard Cross (Vincent Price), que percebe que Janet o viu assassinar sua esposa. Para manter seu segredo seguro e evitar que ela revele o que sabe, Cross convence Paul a permitir que ele leve Janet para observação em seu hospital psiquiátrico. Lá, com a ajuda de sua amante, a enfermeira Elaine Jordan (Lynn Bari), Cross mantém a mulher medicada e confusa. Apesar das dificuldades, Janet precisa encontrar uma maneira de provar sua sanidade antes que seja tarde demais.

Elenco[editar | editar código-fonte]

  • Vincent Price como Dr. Richard Cross
  • Lynn Bari como Elaine Jordan
  • Frank Latimore como Tenente Paul Stewart
  • Anabel Shaw como Janet Stewart
  • Stephen Dunne como Dr. Stevens (creditado como Michael Dunne)[12]
  • Reed Hadley como O'Neil
  • Renee Carson como Sra. Hatfield
  • Charles Trowbridge como Dr. Franklin Harvey
Não-creditada

Produção[editar | editar código-fonte]

O filme seria originalmente dirigido por Henry Hathaway.[2]

Recepção[editar | editar código-fonte]

Após seu lançamento, o filme gerou uma controvérsia considerável por causa de sua descrição da terapia por choque insulínico. Bosley Crowther, em sua crítica para o The New York Times, condenou o tratamento irresponsável do filme em relação à psiquiatria e psicoterapia. Com a produção vindo no rastro da Segunda Guerra Mundial, na qual diversas pessoas se encontravam em estado de choque e conseguiam se beneficiar do tratamento de suas ansiedades, ele escreveu: "Há milhares de veteranos cujas experiências durante a guerra os tornaram mais ou menos necessitados de psicoterapia ... A confiança no médico é de vital importância ... um filme como Shock gera exatamente o oposto em mentes perturbadas e suspeitas". Crowther também pediu ao "observador crítico para protestar de forma inequívoca" contra o "desserviço social" do filme em fomentar a "apreensão contra o tratamento de distúrbios nervosos", lamentando a falta de consideração para com aqueles que necessitam de tratamento, evidenciada pelo produtor Aubrey Schenck e pela 20th Century-Fox.[1] Diversos profissionais da saúde também protestaram.[6]

Philip K. Scheuer, para o Los Angeles Times, não se incomodou com a produção, chamando-a de "filme B nominal", cujo roteirista "Eugene Ling e o diretor Alfred Werker imbuíram ... de um suspense nível A".[13] Jonathan Malcolm Lampley escreveu em seu livro "Women in the Horror Films of Vincent Price" que o papel dele no filme "antecipa os médicos e cientistas loucos que Price frequentemente retrataria em sua carreira posterior".[14]

O presidente da Associação Americana de Psiquiatria afirmou que o filme era "inadequado e indesejável para ser mostrado ao público em geral, e causará muitos danos". Protestos semelhantes foram recebidos da Sociedade de Psiquiatria Clínica e da Academia de Medicina, ambas de Nova Iorque. Os censores de algumas cidades deletaram todas as referências ao tratamento por choque insulínico presentes no filme. O Dr. Manfred Sakel, que descobriu esse tipo de tratamento, viu o filme e chamou-o de "estúpida e terrivelmente prejudicial à psiquiatria".[6]

Notas[editar | editar código-fonte]

  1. Embora Clifford não tenha recebido créditos no filme, notícias posteriores sobre a produção a identificaram como Ruth Nelson.[12]

Bibliografia[editar | editar código-fonte]

Referências

  1. a b Crowther, Bosley (9 de março de 1946). «The Screen: Bad Medicine»Subscrição paga é requerida. The New York Times (em inglês). Consultado em 7 de abril de 2024 
  2. a b Weaver, Tom (9 de novembro de 2004) [2000]. It Came from Horrorwood: Interviews with Moviemakers in the SF and Horror Tradition (em inglês). Jefferson, Carolina do Norte: McFarland & Company. p. 271. ISBN 978-0786420698. Consultado em 7 de abril de 2024 – via Amazon 
  3. Solomon, Aubrey (2002). Twentieth Century-Fox: A Corporate and Financial History (em inglês) ilustrada ed. Lanham, Maryland: Rowman & Littlefield. p. 221. ISBN 978-0810842441. Consultado em 7 de abril de 2024 – via Google Livros 
  4. «A Manhã (RJ) – 1925 a 1953 – DocReader Web». Brasil: Hemeroteca Digital Brasileira. 30 de junho de 1946. p. 6. Consultado em 7 de abril de 2024 
  5. «Cine Reporter: Semanário Cinematográfico (SP) – 1946 a 1966 – DocReader Web». Brasil: Hemeroteca Digital Brasileira. 23 de novembro de 1946. p. 4. Consultado em 7 de abril de 2024 
  6. a b c «The First 100 Years 1893–1993: Shock (1946)». American Film Institute Catalog. Consultado em 7 de abril de 2024 
  7. Erlewine, Iotis. «Shock (1946)». AllMovie. Consultado em 7 de abril de 2024 
  8. Maltin, Leonard (2011) [2010]. Leonard Maltin's Movie Guide (em inglês). Nova Iorque: New American Library. ISBN 978-0451230874 
  9. «Shock (1946) [Film Noir] [Thriller]». Timeless Classic Movies. 17 de março de 2013. Consultado em 7 de abril de 2024. Cópia arquivada em 23 de agosto de 2021 – via YouTube 
  10. «Shock (1946)». Tinsel RoadTV. 20 de fevereiro de 2012. Consultado em 7 de abril de 2024. Cópia arquivada em 23 de dezembro de 2020 – via YouTube 
  11. «Shock 1946 Vincent Price, Film Noir, Thriller». old films. 7 de outubro de 2015. Consultado em 7 de abril de 2024. Cópia arquivada em 22 de dezembro de 2021 – via YouTube 
  12. a b «Hollywood». The Hollywood Reporter 44 ed. 26 de outubro de 1945. pp. 14–15. Consultado em 7 de abril de 2024 – via ProQuest. Cast: Vincent Price, Lynn Bari, Marjorie Henshaw, Frank Latimore, Michael Dunne, Ruth Nelson, Rene Carson, Roy Roberts, John Davidson. 
  13. Scheuer, Philip K. (7 de março de 1946). «'Shock' Joins Procession of 'Psychos'». Los Angeles Times (em inglês) 
  14. Lampley, Jonathan Malcolm (10 de janeiro de 2014) [2010]. Women in the Horror Films of Vincent Price. Jefferson, Carolina do Norte: McFarland & Company. p. 17. ISBN 978-0786457496. Consultado em 7 de abril de 2024 – via Google Livros 

Ligações externas[editar | editar código-fonte]