Tempestade subtropical Ubá

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Tempestade subtropical Ubá
Tempestade tropical (SSHWS/NWS)
imagem ilustrativa de artigo Tempestade subtropical Ubá
Tempestade subtropical Ubá na costa do Sul do Brasil em 10 de dezembro
Formação 10 de dezembro de 2021
Dissipação 13 de dezembro de 2021

Ventos mais fortes sustentado 1 min.: 65 km/h (40 mph)
Pressão mais baixa 995 hPa (mbar); 29.38 inHg

Fatalidades 15
Danos Grandes
Áreas afectadas Argentina, Brasil (Bahia, Espírito Santo, Minas Gerais, Paraná, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Santa Catarina e São Paulo) e Uruguai

Parte da Temporada de ciclones do Atlântico Sul de 2021

A tempestade subtropical Ubá foi a quarta em 2021 e a décima-quinta a se formar no Brasil desde o furacão Catarina de 2004.[1] O sistema de baixa pressão evoluiu para um ciclone subtropical e, junto com a Zona de Convergência do Atlântico Sul (ZCAS), causou chuvas volumosas em Minas Gerais, no Espírito Santo e principalmente na Bahia.

Evolução[editar | editar código-fonte]

O sistema de baixa pressão se formou na costa do Rio de Janeiro e evoluiu-se para um ciclone subtropical. A baixa causou, junto com a Zona de Convergência do Atlântico Sul, chuvas volumosas em Minas Gerais, no Espírito Santo e principalmente na Bahia onde volumes altíssimos de precipitação foram registrados na cidade de Itamaraju, com 527 milímetros.[2] Mais de 30 municípios baianos decretaram estado de emergência por causa das fortes chuvas e dez pessoas morreram no estado.[3]

No dia 10 de dezembro, o ciclone evoluiu e deu origem na costa do Sul do Brasil uma depressão subtropical, segundo carta sinótica da Marinha do Brasil. Na manhã do mesmo dia, segundo o CHM, o sistema evoluiu para uma tempestade subtropical e foi batizada "Ubá".[4]

No dia 12 de dezembro, o sistema foi rebaixado a depressão subtropical ao sair da METAREA V e um dia depois, encontrando águas mais frias e muito cisalhamento do vento, foi rebaixado novamente para uma baixa pressão comum em alto mar.[5]

Consequências[editar | editar código-fonte]

Inundações em Minas Gerais[editar | editar código-fonte]

No Vale do Jequitinhonha, em Minas Gerais, a chuva provocada pela ZCAS e este ciclone subtropical causaram alagamentos, com o rio Jucuruçu transbordado. Mais 5 mortes por causa destes sistemas foram relatadas.[6] Uma barragem transbordou em Crisólita[7] e na cidade de Monte Formoso, foram registrados 331 mm. 31 cidades mineiras estavam em estado de emergência.[8]

Inundações no sul da Bahia[editar | editar código-fonte]

Fotografia aérea da região alagada no sul da Bahia

As inundações no Sul da Bahia começaram em 7 de dezembro de 2021, com as fortes chuvas que atingiram a região. Entre as cidades mais afetadas no Sul do estado estão Itamaraju, Eunápolis e Itabela, onde foi registrada uma forte elevação do nível dos rios e deslizamentos de terra. Outras cidades também estão sendo afetadas, necessitando de assistência aérea para o resgate e suprimento de itens básicos. Em Ilhéus, a piscina de um resort de luxo transbordou, e alguns hóspedes tiveram que ser transferidos para outro hotel.[9] O governo do estado da Bahia decretou situação de emergência em 24 municípios no dia 9. Notícias de mortes e desaparecimento circulam na mídia, são estimados mais de mil pessoas deslocadas.[10]

O evento foi causado pela Zona de Convergência do Atlântico Sul, que é uma faixa de nebulosidade de orientação noroeste/sudeste que se estende desde o sul da região amazônica até a região central do Atlântico Sul e é um fator climático frequente na região e por um ciclone subtropical. Em 2021, porém, o volume de chuvas se intensificou dramaticamente, em Itamaraju, que no mesmo período de 2020 recebeu 13 milímetros de chuvas, registrou aproximadamente 527 milímetros nesse ano. Em Jucuruçu, as chuvas causaram a elevação do nível dos rios da região, deixando inúmeras famílias desabrigadas.[11][12][13]

Ver também[editar | editar código-fonte]

Referências

  1. NACHTIGALL, LUIZ F. «Enorme ciclone na costa do Sul do Brasil vira tempestade subtropical Ubá». MetSul. MetSul Meteorologia. Consultado em 10 de dezembro de 2021 
  2. «Entenda porque choveu tanto sobre a Bahia». Terra. Climatempo. Consultado em 10 de dezembro de 2021 
  3. «Governo atualiza número de mortes e de pessoas atingidas na Bahia». CNN Brasil. WarnerMedia. 13 de dezembro de 2021. Consultado em 13 de dezembro de 2021 
  4. NACHTIGALL, LUIZ F. «Ciclone se forma na costa do Sul do Brasil e provoca calamidade na Bahia». MetSul. MetSul Meteorologia. Consultado em 10 de dezembro de 2021 
  5. «Cartas Sinóticas 13 de dezembro | Centro de Hidrografia da Marinha». www.marinha.mil.br. 13 de dezembro de 2021. Consultado em 15 de dezembro de 2021 
  6. Jornal Nacional (11 de dezembro de 2012). «Chuva deixa mortos e milhares de desabrigados em Minas Gerais». G1. Consultado em 12 de dezembro de 2021 
  7. Pimentel, Thais (11 de dezembro de 2021). «Em 24 horas, número de desabrigados pela chuva aumenta quase cinco vezes em MG». G1. Consultado em 12 de dezembro de 2021 
  8. «Incomum combinação trouxe chuva extrema na Bahia e Minas Gerais». MetSul Meteorologia. 12 de dezembro de 2021. Consultado em 12 de dezembro de 2021 
  9. «Chuva na Bahia: resort de luxo fica alagado em Ilhéus; hóspedes ilhados foram transferidos para outro hotel». G1. 10 de dezembro de 2021. Consultado em 12 de dezembro de 2021 
  10. «Inundações no Sul da Bahia deixam vítimas e casas submersas; Governo decreta emergência». Diário do Nordeste. 10 de dezembro de 2021. Consultado em 10 de dezembro de 2021 
  11. «Saiba o que causa temporal no extremo sul da Bahia e veja previsão do tempo para todo estado». G1. 10 de dezembro de 2021. Consultado em 10 de dezembro de 2021 
  12. «Moradores são resgatados com auxílio de colchão inflável após enchente atingir Jucuruçu, no sul da Bahia». G1. 10 de dezembro de 2021. Consultado em 10 de dezembro de 2021 
  13. «Temporal atinge cidades do sul da Bahia; famílias estão desabrigadas em Jucuruçu». G1. 10 de dezembro de 2021. Consultado em 10 de dezembro de 2021 

Ligações externas[editar | editar código-fonte]