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Tibiriçá

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
 Nota: Para outros significados, veja Tibiriçá (desambiguação).
Tibiriçá
Tibiriçá
Outros nomes Martim Afonso
Morte 25 de dezembro de 1562
São Paulo
Cônjuge Potira
Filho(a)(s) Ítalo, Ará, Pirijá, Aratá, Toruí, Bartira e Maria da Grã
Ocupação líder tupiniquim
Religião cristianismo

Tibiriçá (nascido em data e local desconhecidos — São Paulo de Piratininga, 25 de dezembro de 1562), também conhecido como Tebiriçá e Tebireçá, foi um importante líder indígena tupiniquim dos primórdios da colonização portuguesa do Brasil. Era aliado dos portugueses. Teve papel destacado nos eventos relacionados à fundação da atual cidade de São Paulo, em 1554.[1]

Etimologia

O escritor Eduardo Bueno, baseado em Teodoro Sampaio, diz que "Tibiriçá" significa "vigilante da terra" em tupi,[2] também cabendo a expressão "sentinela da serra".[3] [4] [5] Já o tupinólogo Eduardo de Almeida Navarro defende que "Tibiriçá", "Tebireçá" e "Tebireçá" provêm do tupi tebiresá, que significa "olho das nádegas" (tebira, "nádegas + esá, "olho").[6]

Biografia

Foi convertido e batizado pelos jesuítas José de Anchieta e Leonardo Nunes. Seu nome de batismo cristão foi Martim Afonso, em homenagem ao fundador de São Vicente. Seus restos mortais encontram-se na cripta da Catedral da Sé, na cidade de São Paulo. Era chefe de uma parte da nação indígena estabelecida nos campos de Piratininga, com sede na aldeia de Inhampuambuçu. Irmão de Piquerobi e de Caiubi, índios que se salientaram durante a colonização portuguesa do Brasil: o primeiro, como inimigo; e o segundo, como grande colaborador dos jesuítas. Teve muitos filhos. Com a índia Potira, teve Ítalo, Ará, Pirijá, Aratá, Toruí, Bartira e Maria da Grã.

Bartira viria a desposar João Ramalho, de quem Tibiriçá era grande amigo e a pedido do qual defendeu os portugueses quando estes chegaram a São Vicente. Em 1554, acompanhou Manuel da Nóbrega e Anchieta na obra da fundação de São Paulo e estabeleceu-se no local onde hoje se encontra o Mosteiro de São Bento, espalhando seus índios pelas imediações. A atual rua de São Bento era, por esse motivo, chamada, primitivamente, Martim Afonso (nome em que fora batizado o cacique). Graças à sua influência, os jesuítas puderam agrupar as primeiras cabanas de neófitos nas proximidades do colégio. Tibiriçá deu, aos jesuítas, a maior prova de fidelidade a 9 de julho de 1562 (e não 10 como habitualmente se escreve), quando, levantando a bandeira e uma espada de pau pintada e enfeitada de diversas cores, repeliu, com bravura, o ataque à vila de São Paulo efetuado pelos índios tupis, guaianás e carijós chefiados por seu sobrinho (filho de Piquerobi) Jagoaranho, no ataque conhecido como o Cerco de Piratininga. Durante o combate, Tibiriçá matou seu irmão Piquerobi e seu sobrinho Jaguaranho.[7]

Tibiriçá morreu em 25 de dezembro de 1562, como atesta José de Anchieta em sua carta enviada ao padre Diogo Laínes,[8] devido a uma peste que assolou a aldeia. Em 1580, Susana Dias, sua neta, fundou uma fazenda à beira do Rio Tietê, a oeste da cidade de São Paulo, próximo à cachoeira denominada pelos indígenas de "Parnaíba": hoje, é a cidade de Santana de Parnaíba.

Bibliografia

  • DE LUCA, Roberto Ribeiro, Ascendentes e Descendentes do Alferes Joaquim Franco de Camargo e Maria Lourença de Moraes Edicon, s/d. pp. 117-118;
  • RODRIGUES, Edith Porchat. Informações Históricas sobre São Paulo no Século de sua Fundação, Martins Editora, 1954, pp. 142-143.
  • MONTEIRO, John Manuel. "Os Negros da Terra, Índios e Bandeirantes nas origens de São Paulo, no séc.XVI". São Paulo: Companhia das Letras, 1999

Referências

  1. NAVARRO, E. A. Dicionário de tupi antigo: a língua indígena clássica do Brasil. São Paulo. Global. 2013. p. 469.
  2. BUENO, E. Capitães do Brasil: a saga dos primeiros colonizadores. Rio de Janeiro. Objetiva. 1999. p. 60.
  3. http://www.osignificadodonome.com/significado-do-nome-tibirica-11434.html
  4. http://www.dicionariodenomesproprios.com.br/tibirica/
  5. http://www.significadodonome.com/Tibiri%C3%A7a/
  6. NAVARRO, E. A. Dicionário de tupi antigo: a língua indígena clássica do Brasil. São Paulo. Global. 2013. p. 469, 602.
  7. BUENO, E. Capitães do Brasil: a saga dos primeiros colonizadores. Rio de Janeiro. Objetiva. 1999. p. 61.
  8. ANCHIETA, José de. Minhas Cartas. São Paulo: Editora Melhoramentos, pág. 96.
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