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A Lista de Schindler
Schindler's List
Fabiojrsouza/Atualização
Pôster de divulgação
 Estados Unidos
1993 •  p&b •  195 min 
Género biografia, drama
Direção Steven Spielberg
Produção Steven Spielberg
Gerald R. Molen
Branko Lustig
Roteiro Steven Zaillian
Baseado em Schindler's Ark, de Thomas Keneally
Elenco Liam Neeson
Ben Kingsley
Ralph Fiennes
Caroline Goodall
Jonathan Sagall
Embeth Davidtz
Música John Williams
Cinematografia Janusz Kamiński
Edição Michael Kahn
Companhia(s) produtora(s) Amblin Entertainment
Distribuição Universal Pictures
Lançamento Estados Unidos 15 de dezembro de 1993
Portugal 4 de março de 1994
Brasil 11 de março de 1994
Idioma inglês
Orçamento US$ 22 milhões[1]
Receita US$ 321 306 305[1]

A Lista de Schindler[2][3] (em inglês: Schindler's List) é um filme de drama histórico norte-americano de 1993 dirigido e produzido por Steven Spielberg e escrito por Steven Zaillian. É baseado no romance de 1982,Schindler's Ark, do romancista australiano Thomas Keneally. O filme segue Oskar Schindler, um empresário alemão dos Sudetos que, junto com sua esposa Emilie Schindler, salvou mais de mil refugiados judeus holandeses do Holocausto, principalmente poloneses, empregando-os em suas fábricas durante a Segunda Guerra Mundial. É estrelado por Liam Neeson como Schindler, Ben Kingsley como o contador judeu de Schindler Itzhak Stern e Ralph Fiennes como o oficial da SS Amon Göth.

As idéias para um filme sobre os Schindlerjuden (judeus Schindler) foram propostas desde 1963. Poldek Pfefferberg, um dos Schindlerjuden, fez da sua vida a missão de contar a história de Schindler. Spielberg ficou interessado quando o executivo Sidney Sheinberg enviou a ele uma resenha sobre a Schindler's Ark. A Universal Pictures comprou os direitos do romance, mas Spielberg, sem saber se estava pronto para fazer um filme sobre o Holocausto, tentou passar o projeto para vários diretores antes decidir dirigi-lo.

A fotografia principal ocorreu em Cracóvia, Polônia, durante 72 dias em 1993. Spielberg filmou em preto e branco e abordou o filme como um documentário. O diretor de fotografia Janusz Kamiński queria criar uma sensação de atemporalidade. John Williams compôs a partitura, e o violinista Itzhak Perlman tocou o tema principal.

A Lista de Schindler estreou em 30 de novembro de 1993, em Washington, DC e foi lançada em 15 de dezembro de 1993, nos Estados Unidos. Frequentemente listado entre os melhores filmes já feitos,[4][5][6][7] o filme recebeu elogios da crítica internacional por seu tom, direção de Spielberg, performances e atmosfera; também foi um sucesso de bilheteria, faturando US $ 322 milhões em todo o mundo com um orçamento de US $ 22 milhões. Foi indicado a doze Oscars, vencendo sete, incluindo Melhor Filme e Melhor Diretor (Spielberg), como também muitos outros prêmios (incluindo 3 Globos de Ouro e 7 BAFTAs).[8] Em 2007, o American Film Institute elegeu Schindler's List como o oitavo melhor filme americano da história.[9] O filme foi designado como "cultural, histórico ou esteticamente significativo" pela Biblioteca do Congresso em 2004 e selecionado para preservação no National Film Registry.

Enredo[editar | editar código-fonte]

O filme começa em 1939 com os alemães iniciando a relocação dos judeus poloneses para o Gueto de Cracóvia, pouco tempo depois do início da Segunda Guerra Mundial. Enquanto isso, Oskar Schindler, um empresário alemão de Morávia, chega na cidade com a esperança de fazer uma fortuna lucrando com a guerra. Schindler, um membro do Partido Nazista, prodigaliza subornos para oficiais da Wehrmacht e da SS em troca de contratos. Patrocinado pelos militares, ele adquire uma fábrica para produzir panelas para o exército. Sem saber muito como comandar a empresa, ele ganha a colaboração de Itzhak Stern, um oficial da Judenrat (Conselho Judeu) de Cracóvia que possui contatos com a comunidade empresária de judeus e os mercadores negros dentro do Gueto. Os empresários judeus emprestam o dinheiro à Schindler para a fábrica em troca de uma pequena parte dos produtos produzidos. Ao abrir a fábrica, Schindler agrada os nazistas, aproveita sua nova fortuna e sua posição como "Herr Direktor", enquanto Stern cuida de toda a administração. Schindler contrata judeus poloneses ao invés de poloneses católicos por serem mais baratos (os próprios trabalhadores não recebem nada; os salários são pagos a SS). Os trabalhadores da fábrica recebem permissão para sair do Gueto, e Stern falsifica documentos para garantir que o maior número de pessoas sejam consideradas "essenciais" para o esforço de guerra da Alemanha Nazista, que os salva de serem transportados para campos de concentração, ou de serem mortos.

O Tenente Amon Göth da SS chega em Cracóvia para supervisionar a construção do novo campo de concentração de Płaszów. Com o campo completo, ele ordena a liquidação final do gueto e a Operação Reinhard em Cracóvia começa, com tropas esvaziando os apartamentos e matando arbitrariamente qualquer um que proteste ou não coopere. Schindler, assistindo ao massacre de um morro, é profundamente afetado. Mesmo assim ele é cuidadoso para ficar amigo de Göth e, através da atenção de Stern para subornos, Schindler continua a ter apoio e proteção da SS. Durante esse período, Schindler suborna Göth para que ele possa construir seu próprio sub-campo para seus trabalhadores, para sua fábrica continuar funcionando e para proteger os judeus de serem randomicamente executados. Enquanto o tempo passa, Schindler age conforme as informações dadas por Stern e tenta salvar o maior número possível de vidas. Enquanto os rumos da guerra mudam, Göth recebe ordens de Berlim para exumar e queimar os restos de todos os judeus mortos no Gueto de Cracóvia, desmantelar Płaszów e enviar os judeus restantes—incluindo os trabalhadores de Schindler—para o campo de concentração de Auschwitz-Birkenau.

Em um primeiro momento, Schindler se prepara para deixar Cracóvia com sua fortuna. Ele não consegue fazer isso, todavia, e prevalece sobre Göth para permitir que ele mantenha seus trabalhadores para levá-los a uma fábrica em Zwittau-Brinnlitz, sua cidade natal, longe da Solução Final, em funcionamento na Polônia ocupada. Göth eventualmente consente, porém cobra grandes subornos para cada trabalhador. Schindler e Stern fazem uma lista de trabalhadores que serão mantidos longe dos trens para Auschwitz.

"A Lista de Schindler" compreende esses judeus "especializados", e para muitos no campo de Płaszów, ser incluído na lista significa a diferença entre a vida e a morte. Quase todos os membros de sua lista chegam em segurança a Brinnlitz. O trem que levava as mulheres judias acidentalmente é redirecionado para Auschiwitz. Ao saber disso, Schindler vai imediatamente para o campo. Com a intenção de resgatar as mulheres, ele suborna o comandante do campo, Rudolf Höß, com diamantes. Com o problema resolvido, as mulheres finalmente chegam em Brinnlitz. Schindler institui um controle firme nos oficiais da SS enviados para a fábrica, os proibindo de entrar nas áreas de produção. Para manter seus trabalhadores vivos, ele gasta sua fortuna subornando oficiais nazistas e comprando produtos de outras companhias, significando que ele nunca produziu cartuchos de artilharia funcionais durante sete meses. Seu dinheiro acaba quase ao mesmo tempo que o exército alemão (Wehrmacht) se rende, encerrando a guerra.

Como um membro do Partido Nazista e alguém que lucrou com a guerra, em 1945, Schindler deve fugir do Exército Vermelho. Ele arruma suas coisas em um carro e se despede de seus trabalhadores. Antes de ir embora, seus trabalhadores lhe entregam uma carta explicando que ele não é um criminoso, junto com um anel com uma citação do Talmude, "Aquele que salva uma vida salva o mundo inteiro". Schindler fica tocado mas profundamente envergonhado, achando que poderia ter feito mais para salvar mais vidas, como vender seu carro e seu broche nazista para salvar outras pessoas. Chorando, ele deixa a fábrica com sua esposa durante a noite.

Os Judeus de Schindler dormem ao lado dos portões da fábrica e são acordados pelo Sol no dia seguinte. Um soldado soviético chega e anuncia aos judeus que eles foram libertados pelo Exército Vermelho. Eles andam até uma cidade próxima em busca de comida.

Depois de algumas cenas mostrando eventos do pós-guerra, como a execução de Amon Göth e um sumário sobre a vida posterior de Schindler, o filme retorna para os judeus andando até a cidade. Enquanto eles andam, as imagens e preto e branco mudam para imagens coloridas dos Judeus de Schindler no presente, no túmulo de Schindler em Jerusalém (onde ele queria ser enterrado).[10] O filme se encerra mostrando uma procissão dos judeus que trabalharam na fábrica de Schindler, cada um colocando um pedra em sua lápide—um tradicional costume judeu de indicar grande gratidão ou agradecimentos a alguém falecido. Os atores que interpretaram os personagens principais caminham de mãos dadas com a pessoa real interpretada, colocando suas pedras enquanto passam. Na cena final, Liam Neeson (apesar de seu rosto não ser visível) coloca um par de rosas na lápide.[11]

Elenco[editar | editar código-fonte]

Liam Neeson (visto aqui em 2012) foi escalado como Oskar Schindler no filme

Principal[editar | editar código-fonte]

Secundário[editar | editar código-fonte]

  • Ezra Dagan como Rabino Lewartow
  • Malgoscha Gebel como Wiktoria Klonowska
  • Shmuel Levy como Wilek Chilowicz
  • Mark Ivanir como Marcel Goldberg
  • Béatrice Macola como Ingrid
  • Andrzej Seweryn como Julian Scherner
  • Friedrich von Thun como Rolf Czurda
  • Krzysztof Luft como Herman Toffel
  • Harry Nehring como Leo John
  • Norbert Weisser como Albert Hujar
  • Adi Nitzan como Mila Pfefferberg
  • Michael Schneider como Juda Dresner
  • Miri Fabian como Chaja Dresner
  • Anna Mucha como Danka Dresner
  • Albert Misak como Mordecai Wulkan
  • Hans-Michael Rehberg como Rudolf Höß
  • Daniel Del Ponte como Dr. Josef Mengele

Produção[editar | editar código-fonte]

Desenvolvimento[editar | editar código-fonte]

Seleção de elenco[editar | editar código-fonte]

Filmagens[editar | editar código-fonte]

As filmagens de Schindler's List começaram em 1° de março de 1993 em Cracóvia, Polônia, continuando por mais setenta e um dias.[12] A equipe filmou em locações reais, apesar do campo de Płaszów teve de ser reconstruído em uma área adjacente ao local original devido a mudanças pós-guerra no campo. A equipe foi proibida de entrar em Auschwitz-Birkenau, então eles filmaram em uma réplica ao lado do original.[13] Os poloneses locais receberam bem os cineastas. Houve alguns incidentes antissemitas; símbolos antissemitas apareceram em painéis perto dos locais de filmagem.[14] Uma mulher idosa confundiu Fiennes com um nazista e disse a ele "os alemães eram pessoas encantadoras. Eles não mataram ninguém que não merecesse",[15] enquanto Ben Kingsley quase entrou em uma briga com um empresário alemão que insultou o ator israelense Michael Schneider.[16] Mesmo assim, Spielberg disse que na Pessach, "todos os atores alemães apareceram. Eles colocaram os quipás e abriram hagadás, e os atores israelenses se aproximaram deles e começaram a explicar tudo. E essa família de atores se sentaram e raças e culturas ficaram para trás".[16]

"Eu fui atingido no rosto com minha vida pessoal. Minha formação. Minha condição judia. As histórias que meus avós me contaram sobre a Shoah. E a vida judia começou a afluir de volta para meu coração. Eu chorei o tempo todo."

—Steven Spielberg sobre seu estado emocional durante as filmagens.[17]

Filmar Schindler's List foi um período extremamente emocional para Spielberg, já que o assunto em foque o forçou a confortar elementos de sua infância, como o antissemitismo que ele enfrentou. Ele ficou furioso consigo mesmo por não ter "chorado baldes" enquanto visitava Auschwitz, e foi um de vários membros do elenco a não olhar para o cenário durante a filmagem da cena onde os judeus são forçados a correr nus enquanto são selecionados por médicos para irem a Auschwitz.[13] Várias atrizes começaram a chorar enquanto filmavam a cena do chuveiro, incluindo uma que nasceu em um campo de concentração.[18] Kate Capshaw, esposa de Spielberg, e seus cinco filhos o acompanharam no cenário, ele mais tarde agradeceu a sua esposa "por me resgatar noventa e dois dias seguidos… quando as coisas ficaram muito insuportáveis". Os pais de Spielberg e seu rabino o visitaram nas locações. Robin Williams ligava para Spielberg a cada duas semanas para animá-lo com algumas piadas,[12] por haver tão pouco humor no cenário. Spielberg também pediu vários episódios de Seinfeld em VHS para assisti-los em seu hotel depois de cada dia de filmagem.[18] Ironicamente, Jerry Seinfeld assistindo Schindler's List no cinema se tornou o enredo de um episódio da série. Spielberg recusou aceitar qualquer salário, chamando-o de "dinheiro de sangue", e acreditou que o filme iria ser um fracasso.[12]

Spielberg usou alemão e polonês em certas cenas para recriar a sensação de estar presente no passado, e o usou o inglês para enfatizar os pontos dramáticos. O diretor estava interessado em fazer o filme inteiro em alemão e polonês, porém decidiu que "há muita segurança ao ler. Seria uma desculpa para desviar o olho da tela e assistir a algo mais".[18]

Fotografia[editar | editar código-fonte]

Spielberg decidiu não planejar o filme com storyboards e filmá-lo como um documentário, assistindo documentários como The Twisted Cross (1956) e Shoah (1985) para inspiração. Quarenta por cento do filme foi filmado com câmeras de mão, e o modesto orçamento de 22 milhões de dólares[1] significou que ele foi filmado rapidamente em um período de setenta e dois dias.[19] Spielberg achou que isso deu ao filme "um espontaneidade, uma vantagem, e também serve como sujeito".[20] O diretor disse que, "livrei-me da grua, livrei-me da steadicam, livrei-me das lentes com zoom, [e] livrei-me de tudo que eu possa considerar como um rede de segurança".[20] Tal estilo fez Spielberg se sentir mais um artista, já que ele limitou suas próprias ferramentas para um filme que não precisava ser um sucesso comercial. Isso amadureceu Spielberg, que no passado sempre achou que estava homenageando diretores como Cecil B. DeMille e David Lean.[21] Aqui, o estilo era inteiramente dele.[14]

A decisão de filmar Schindler's List quase que inteiramente em branco e preto deu a fotografia um estilo documentarista, que o diretor de fotografia Janusz Kamiński comparou ao Expressionismo Alemão e o Neorrealismo Italiano.[20] Kamiński disse que ele queria criar uma sensação atemporal para o filme, para que o público "não tivesse um senso de quando foi feito".[22] Spielberg estava seguindo com "virtualmente tudo o que eu havia visto sobre o holocausto… que em grande parte havia sido imagens fortes em branco e preto". O presidente da Universal Studios, Tom Pollock, pediu a Spielberg filmar tudo com negativos coloridos, para permitir que cópias coloridas em VHS fossem vendidas, porém o diretor não queria "embelezar os eventos".[20]

Música[editar | editar código-fonte]

Ver artigo principal: Schindler's List (trilha sonora)

John Williams, que freqüentemente colabora com Spielberg, compôs a partitura para A Lista de Schindler. O compositor ficou maravilhado com o filme e achou que seria muito desafiador. Ele disse a Spielberg: "Você precisa de um compositor melhor do que eu para este filme." Spielberg respondeu: "Eu sei. Mas eles estão todos mortos!"[23] Itzhak Perlman executa o tema no violino.[24]

Na cena em que o gueto está sendo liquidado pelos nazistas, a canção folclórica Oyfn Pripetshik (em Iídiche: אויפֿן פּריפּעטשיק, 'On the Cooking Stove') é cantada por um coro infantil. A canção era frequentemente cantada pela avó de Spielberg, Becky, para seus netos.[25] Os solos de clarinete ouvidos no filme foram gravados pela virtuose de Klezmer, Giora Feidman.[26] Williams ganhou um Oscar de Melhor Trilha Sonora Original para A Lista de Schindler, sua quinta vitória.[27] Seleções da trilha foram lançadas em um álbum de trilha sonora.[28]

Símbolos[editar | editar código-fonte]

O filme explora o tema do bem e do mal, tendo como principal protagonista um "bom alemão", uma caracterização popular no cinema americano.[29][30] Enquanto Göth é caracterizado como uma pessoa quase completamente sombria e malvada, Schindler gradualmente evolui de apoiador nazista a salvador e herói.[31] Assim, um segundo tema de redenção é introduzido quando Schindler, um conspirador de má reputação à beira da respeitabilidade, torna-se uma figura paterna responsável por salvar a vida de mais de mil pessoas.[32][33]

A menina do casaco vermelho[editar | editar código-fonte]

Schindler vê uma menina usando um casaco vermelho. O casaco vermelho é um dos poucos casos de cor nas cenas em preto e branco do filme

Embora o filme seja primariamente em branco e preto, vermelho é usado para distinguir uma menina com um casaco. Mais tarde no filme, a menina é vista entre os mortos, reconhecida apenas pelo casaco vermelho que ela ainda estava usando. A garota foi retratada por Oliwia Dąbrowska, de três anos na época das filmagens. Spielberg pediu a Dąbrowska que não assistisse ao filme até os dezoito anos, mas ela o assistiu aos onze e disse que ficou "horrorizada". Ao ver o filme novamente como adulta, ela ficou orgulhosa do papel que desempenhou.[34]

Apesar de não ser intencional, a personagem é coincidentemente bem similar a Roma Ligocka, que era conhecida no Gueto de Cracóvia por seu casaco vermelho. Ligocka, ao contrário de sua contraparte, sobreviveu ao Holocausto. Depois do lançamento do filme, ela escreveu e publicou sua própria história, Dziewczynka w Czerwonym Płaszczyku (A Menina do Casaco Vermelho).[35] A garota de vermelho pode ter se inspirado na residente de Cracóvia Genya Gitel Chil, de acordo com uma entrevista de 2014 de membros de sua família. [36]

De acordo com Andy Patrizio da IGN, a menina do casaco vermelho é usada para indicar que Schindler mudou, "Spielberg põe uma virada na história dela, fazendo-a ser mais uma na pilha de corpos no carrinho para ser incinerada. O olhar no rosto de Schindler é inequívoco. Minutos antes, ele viu as cinzas e a fuligem dos corpos em chamas se acumulando em seu carro como apenas um incômodo".[37] André Caron perguntou se isso foi feito "para simbolizar inocência, esperança ou o sangue vermelho dos judeus sendo sacrificados no horror do Holocausto?".[38] O próprio Spielberg explicou que ele apenas seguiu o romance, e sua interpretação era:

Velas[editar | editar código-fonte]

A cena de abertura mostra uma família observando o Shabat. Spielberg disse que "começar o filme com as velas sendo acesas & nbsp; ... seria um ótimo suporte para livros, começar o filme com um serviço de Shabat normal antes do rolo compressor contra os judeus." [40] Quando a cor desaparece nos momentos de abertura do filme, dá lugar a um mundo em que a fumaça passa a simbolizar os corpos sendo queimados em Auschwitz. Somente no final, quando Schindler permite que seus trabalhadores realizem os serviços de Shabat, as imagens do fogo de velas recuperam seu calor. Para Spielberg, eles representam "apenas um lampejo de cor e um vislumbre de esperança." [40] Sara Horowitz, diretora do Centro Koschitzky de Estudos Judaicos da Universidade de York, vê as velas como um símbolo para os judeus da Europa, mortos e depois queimados nos crematórios. As duas cenas envolvem a era nazista, marcando seu início e fim.[41] Ela aponta que normalmente a mulher da casa acende as velas do Shabat. No filme, são os homens que realizam esse ritual, demonstrando não apenas o papel subserviente das mulheres, mas também a posição subserviente dos homens judeus em relação aos homens arianos, especialmente Göth e Schindler.[42]

Outros símbolos[editar | editar código-fonte]

Para Spielberg, a apresentação em preto e branco do filme passou a representar o próprio Holocausto: "O Holocausto era vida sem luz. Para mim, o símbolo da vida é a cor. É por isso que um filme sobre o Holocausto tem que ser em preto e - white."[43] Robert Gellately observa que o filme em sua totalidade pode ser visto como uma metáfora para o Holocausto, com a violência esporádica inicial crescendo em um crescendo de morte e destruição. Ele também nota um paralelo entre a situação dos judeus no filme e o debate na Alemanha nazista entre fazer uso dos judeus para trabalho escravo ou exterminá-los completamente. [44] A água é vista como libertadora por Alan Mintz, professor de Estudos do Holocausto no Seminário Teológico Judaico da América em Nova York. Ele observa sua presença na cena em que Schindler providencia um trem do Holocausto carregado de vítimas aguardando transporte para serem lavadas, e a cena em Auschwitz, onde as mulheres recebem um banho real em vez de receber o esperado gaseamento. [45]

Lançamento[editar | editar código-fonte]

A Lista de Schindler estreou nos cinemas em 15 de dezembro de 1993 nos Estados Unidos e em 25 de dezembro no Canadá. Sua estreia na Alemanha foi em 1.º de março de 1994.[46] Sua estreia na rede de televisão dos Estados Unidos foi na NBC em 23 de fevereiro de 1997. Exibido sem comerciais, ficou em 3.º lugar na semana com uma avaliação / participação de 20,9 / 31,[47] a mais alta classificação Nielsen para qualquer filme desde a transmissão de Jurassic da NBC Park em maio de 1995. O filme foi exibido na televisão pública em Israel no Holocaust Memorial Day em 1998.[48]

O DVD foi lançado em 9 de março de 2004 nas edições widescreen e full screen, em um disco dupla-face com o filme começando no lado A e continuando no lado B. Os recursos especiais incluem um documentário apresentado por Spielberg.[49] Também foi lançado para ambos os formatos um conjunto de presente de edição limitada, que incluía a versão widescreen do filme, o romance de Keneally, a trilha sonora do filme em CD, um senitype e um livreto de fotos intitulado Schindler's List: Images of the Steven Spielberg Film, todos abrigados em um caso de acrílico.[50] O conjunto de presente do laserdisc era uma edição limitada que incluía a trilha sonora, o romance original e um livreto de fotos exclusivo.[51] Como parte de seu 20º aniversário, o filme foi lançado em Blu-ray Disc em 5 de março de 2013.[52] O filme foi remasterizado digitalmente em 4K, Dolby Vision e Atmos e foi reeditado nos cinemas em 7 de dezembro de 2018 para seu 25º aniversário.[53] O filme foi lançado em Ultra HD Blu-ray em 18 de dezembro de 2018.[54]

Após o sucesso do filme, Spielberg fundou a Survivors of the Shoah Visual History Foundation, uma organização sem fins lucrativos com o objetivo de fornecer um arquivo para o testemunho filmado do maior número possível de sobreviventes do Holocausto, para salvar suas histórias. Ele continua a financiar esse trabalho.[55] Spielberg usou a receita do filme para financiar vários documentários relacionados, incluindo Anne Frank Remembered (1995), The Lost Children of Berlin (1996) e The Last Days (1998).[56]

Recepção[editar | editar código-fonte]

A Lista de Schindler foi aclamado pela crítica especializada. No site Rotten Tomatoes o filme possui um indíce de aprovação de 97%, baseado em 60 resenhas, com uma nota média de 8,8/10. O consenso é "Schindler's List mistura o horror abjeto do Holocausto com a marca humanista de Steven Spielberg para criar a obra prima dramática do diretor".[57] No agregador Metacritic o filme possui uma aprovação de 93/100, baseado em 23 resenhas, indicando "aclamação universal".[58]

Referências

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  2. Fabiojrsouza/Atualização no AdoroCinema
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  4. Corliss & Schickel 2005.
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  7. «AFI's 100 Years ... 100 Movies – 10th Anniversary Edition» (em inglês). American Film Institute. 20 de junho de 2007. Consultado em 1 de junho de 2020 
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