Quipá

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Uma quipá[1] (em hebraico כיפה, kipá/kippah, "cobertura") é o chapéu, boina, touca ou outra peça de vestuário utilizada pelos judeus tanto como símbolo da religião como símbolo de temor a D'us.

Também chamada de Yarmulkke (palavra Yiddish referente ao termo aramaico "yarei malka" [lit. temor ao Rei]) ou Koppel (palavra Yiddish para pequena cúpula). Durante a época do Holocausto e poucas décadas antes, a kipá foi bastante substituída por Kashkettels  :

[ https://en.m.wikipedia.org/wiki/Kashket ] (chapéus semelhantes aos kapis militares)

Rabino Shabsai Djaen com cartola sobre a kipá (o costume do chapéu sobre a kipá é bastante antigo e vive até os dias de hoje nas comunidades mais Ortodoxas).
Rabino Dovid de sola Pool com capelo(Bastante usada entre chazanim durante às rezas, é um chapéu tradicional que se tornou popular entre as congregações reformistas e poucas comunidades Ortodoxas).
Grão-rabino Shlomo Amar com turbante(Esse costume sefaradi, é usado até hoje entre os rabinos [sefaradim], se assemelha ao turbante árabe e tem origem no mesmo).
Kipá de crochet, o símbolo da ortodoxia moderna e do sionismo religioso, se parece com a Taqiyah muçulmana (embora a Quipá seja mais tradicional). Texto adaptado por Moishe Jakób Ben Jozef Isaac Lejzer Lejzerowitsch - Diretor da Comunidade Yigmas Hatoireh.

Justificação haláquica[editar | editar código-fonte]

O Talmude enfatiza a necessidade de se ter sempre o temor a Deus sobre a cabeça[2]. Na sua maioria, os judeus utilizam a quipá apenas em ocasiões solenes e de devoção, enquanto alguns utilizam-no o dia inteiro, ilustrando a necessidade de se temer a Deus em todos os momentos da vida. Seu uso é usualmente associado ao reconhecimento da superioridade divina sobre o ser humano, sendo símbolo de humildade perante o Criador e de submissão à sua vontade.[3]

Nos ramos ortodoxos somente os homens usam chapéus como o solidéu, ainda que nos tempos modernos ramificações não-ortodoxas do judaísmo permitam que as mulheres também o utilizem. As mulheres geralmente usam véus, e alguns ramos hassídicos requerem que rapem a cabeça e usem perucas.[4]

O uso de coberturas para a cabeça não era visto como obrigação religiosa (haláquica) até o século XVI.[4]

Tradicionalmente, no mundo ocidental os homens usavam chapéus como quipá. No entanto, no final do século XVIII popularizou-se entre judeus asquenazis a kippah. similar ao zucchetto dos clérigos católicos. A kippah já era utilizado por algumas comunidades judias da época do exílio.

Outras formas de coberturas[editar | editar código-fonte]

É antigo o uso de xales (Talit) nos serviços, para cobrir a cabeça em determinados momentos litúrgicos. Há vários estilos de chapéus masculinos para o uso religioso, embora no século XX o uso do solidéu se tenha tornado popular como quipá.

Referências

  1. Substantivo de dois gêneros, podendo portanto ser "o quipá" ou "a quipá". Entre os próprios judeus, predomina o uso no feminino: a quipá, uma quipá. Entre os judeus, é também mais comum o uso da grafia estrangeira, kipá. Ver Dicionário Houaiss, verbete "quipá".
  2. Jewish Practices & Rituals:Kippah (Yarmulke)
  3. Sara E. Karesh, Mitchell M. Hurvitz, ed. Encyclopedia of Judaism, p. 273
  4. a b Bonnie G. Smith(2008)The Oxford encyclopedia of women in world historyVolume 1, p. 245. Oxford.