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Rogério Duarte[editar | editar código-fonte]

Rogério Duarte Guimarães OMC (Ubaíra, 10 de abril de 1939Brasília, 14 de abril de 2016) foi um designer, ilustrador, músico, compositor, escritor, intelectual, tradutor e professor brasileiro. Duarte é considerado uma das figuras-chave no desenvolvimento do movimento Tropicália e foi mais conhecido pelo seus trabalhos no design gráfico, especialmente na concepção do pôster de Deus e o Diabo na Terra do Sol, de Glauber Rocha[1].

Ele foi uma figura do underground criativo carioca dos anos 1960 e foi associado a vários projetos artísticos da época. Polímata, seus trabalhos abrangem vários campos, porém, destacam-se as obras realizadas como designer de cartazes para vários filmes do cinema brasileiro, como, Deus e o Diabo na Terra do Sol, Selva Trágica, Vidas Secas, entre outros. Também desenhou capas de discos para muitos nomes da música popular brasileira, como Caetano Veloso, Gilberto Gil, Gal Costa, João Gilberto e Jorge Ben Jor.[Referência?]

Possui um filho, chamado Diogo Duarte (aprofundar!!)

Infância e juventude[editar | editar código-fonte]

Rogério Duarte nasceu em Ubaíra - cidade no interior da Bahia, à aproximadamente 5h de Salvador - na fazenda que fora de seu avô, e que seu pai veio a instalar a sede de sua empresa de energia elétrica. Neto de desembargador, sobrinho do educador Anísio Teixeira, e filho de um empresário do ramo de energia, Rogério Duarte teve a oportunidade de ter uma base educacional sólida e de qualidade. Apesar disso, Duarte conta que só pode frequentar a escola aos nove anos de idade devido às doenças tropicais que contraiu nas viagens que seu pai fazia acompanhado da família ao interior da Bahia para construir usinas hidrelétricas. Após alguns anos, a família se estabeleceu na capital, Salvador.[2]

Com a ajuda de seu tio, Anísio Teixeira, Duarte ganha uma bolsa de estudos e, em 1959, sai de Salvador para o Rio de Janeiro estudar desenho industrial.[3] Nesse momento, ele conhece o alemão Max Bense, que foi seu professor e influenciou seu trabalho no futuro.[4]

Carreira[editar | editar código-fonte]

Início da carreira[editar | editar código-fonte]

Estabelecido no Rio de Janeiro, trabalhou como diretor do Departamento de Artes Visuais do Centro Popular de Cultura (CPC), ligado à União Nacional dos Estudantes (UNE), sendo o responsável pelos projetos gráficos da instituição no começo da década de 60. Paralelamente, trabalhou como diretor de arte na Editora Vozes.[5][6]

Logo no início de sua carreira, a situação sociopolítica do Brasil se estreitou com o então Golpe Militar de 1964. O movimento, que instaurou uma Ditadura Militar no Brasil, mudou os rumos da vida de Duarte. Neste período, o prédio da UNE no Rio de Janeiro é incendiado[7] e os artistas ligados ao CPC são perseguidos pelo regime ditatorial. No mesmo ano, Duarte assina o cartaz de Deus e o Diabo na Terra do Sol, importante filme do Cinema Novo, de Glauber Rocha.[Referência?]

Tropicália[editar | editar código-fonte]

Em 1967, explode o Tropicalismo. O movimento, formado por artistas interessados em se manifestar à cultura hostil instaurada pelo regime militar atinge também o design gráfico, representado por Rogério Duarte. Autor da maior parte das peças gráficas do período, Duarte tinha conhecimento técnico e funcional, como os designers modernistas. No entanto, para que essa “tradição gráfica não virasse um dogma no Brasil”, além do caráter formal, as obras de Duarte traziam a ideia de rompimento e transgressão. Nesse sentido, alguns estudiosos apontam que Rogério Duarte “não deixou de observar a cultura brasileira, como as festas populares, as pinturas dos trios elétricos e a tipografia popular”, em que a linguagem gráfica anárquica e anticonvencional era consequência de uma possibilidade de libertar-se da arte das galerias. Nessa perspectiva, o design, assim como a música popular, permitia-lhe a possibilidade de uma comunicação com um grande público.[8]

Já em 1967, Duarte produz o segundo cartaz para Glauber Rocha, no filme Terra em Transe. Em 1968, produz o cartaz de Cara a Cara de Júlio Bressane e a capa do homônimo primeiro álbum solo de Caetano Veloso.[Referência?]

Prêmios[editar | editar código-fonte]

[Incluir uma seção relativa a prêmios e reconhecimentos, se houver - Dani]

Obras[editar | editar código-fonte]

O crítico de cinema Ismail Xavier (1947) chama a multiplicidade de linguagens e estilos presentes na obra de Rogério Duarte de “jogo de contaminações”.[9] De fato, a polifonia dos trabalhos do artista e os campos diversos nos quais ele atua não permitem classificação de sua obra em apenas um movimento. Sua obra engloba cartazes do Cinema Novo, Capas de LPs do movimento Tropicália, letras de rock, poemas, traduções, textos teóricos, etc.[Referência?]

O primeiro trabalho que tira Rogério Duarte do anonimato é o cartaz do filme Deus e o Diabo na Terra do Sol, feito em 1964. Segundo o designer Chico Homem de Melo, se por um lado o cartaz tem “preocupação modernista com clareza diagramática”, por outro há “camadas cromáticas que parecem um sol em torno da cabeça do [...] Corisco e acabam por ofuscar a nitidez do retrato [...] [10]”. Nas palavras do crítico Jorge Caê Rodrigues, “Rogério mantém o rigor e o conhecimento técnico, mas faz uma síntese entre o racionalismo e a exuberância tropical”.[10]

Deus e o Diabo na Terra do Sol[editar | editar código-fonte]

Cartaz de "Deus e o Diabo na Terra do Sol", produzida por Duarte em 1964.

Duarte conta que teve total liberdade criativa na concepção do cartaz do filme Deus e o Diabo na Terrra do Sol e que, quando concluiu o projeto "[...] Glauber estava em Roma. Ele só viu depois de impresso. Não deu nenhuma opinião. Deixou-me inteiramente à vontade para eu fazer o que me parecesse melhor".[11]

Existem evidentes características no cartaz de Deus e o diabo na terra do Sol que indicam influências construtivistas, na composição, e do Estilo Internacional, na tipografia. A fotomontagem, as cores, a tipografia sem serifa, o leiaute limpo e o uso de formas geométricas são o indício disso.[REF?]

Ainda em relação ao texto, causou grande polêmica à época por ter-se grafado “Deus” com minúsculas. Todas as informações textuais foram, no cartaz, blocadas em quatro conjuntos na parte superior, diferenciando- -se por tamanho ou cor: a produtora, o título, os atores e a direção. A proximidade de toda essa informação pode causar certo desconforto, pois a ordem de leitura pode confundir- -se e não há contraste suficiente entre os pesos de cada bloco. A tipografia escolhida para os dizeres é uma variação da Helvetica. Fontes sem serifa são mais legíveis e melhor adequada para títulos. Imprimem, também, caráter moderno à composição, por romperem com a tradição das serifas. (rever este parágrafo)[12]

O autor do cartaz, Rogério Duarte, afirma ter-se inspirado na obra de Sergei M. Eisenstein. Duarte, todavia, não adere totalmente aos princípios construtivistas em sua arte. Aumenta a complexidade da linguagem ao sobrepor elementos e camadas cromáticas – inclusive com um sobretom de magenta e vermelho que pode causar dificuldades de reprodução. O vermelho, classicamente associado ao calor, ao sangue e à paixão, também se refere à revolução e à rebeldia. Por um lado, refere-se à realidade do sertão bárbaro, por outro, aos ideais imbuídos no filme. Lançado em junho de 1964, dois meses após o golpe militar que destituiu João Goulart da presidência da República, pode-se imaginar o impacto que as cores do cartaz devem ter causado na opinião pública.[13]

Segundo Rogério Duarte, "Neste cartaz eu utilizo toda uma nova concepção de cor, que é fruto de toda uma pesquisa profunda. O offset se caracteriza pela pouca quantidade de tinta. Então se você pega uma fotografia, por mais bela que seja, e apenas a reproduz sem conhecer direito as especificidades do offset, e se você imprime só o vermelho, fica desbotado. [...] Então você tem que estudar o meio que trabalha e tirar dele o máximo partido. E foi o que eu fiz. Por exemplo, no cartaz do Deus e diabo na terra do sol, era o vermelho que assustava. Para dar mais colorido, conseguir uma cor mais forte, possibilitar que o espectador sinta a tinta, eu formei o vermelho com seus componentes, utilizando a teoria da cor moderna. Misturei o magenta com o amarelo, que são os componentes em termos de pigmento para formar o vermelho. E aquilo causou um efeito muito forte. O que era a concretização de toda minha pesquisa sobre design. E assim eu consegui que meus trabalhos passassem a ser não mais uma referência de uma outra coisa, mas obras em si, reais. O papel expressava."[2]

O cartaz de Deus e o diabo na terra do Sol insere-se, assim, na tendência seguida pelos cartazes de outros filmes do Cinema Novo, que, como esses, procuraram romper, de alguma forma, com costumes passados. No caso, nota-se a insatisfação em compreender o cartaz meramente como veículo publicitário, sem qualquer pretensão contestatória nem artística. É compreensível que, assim como os filmes, esses cartazes de inícios dos anos 1960 incomodassem de alguma forma o público, por sua compreensão difícil. Negava-se, porém, o conformismo, acreditando-se que o indivíduo seria capaz de apreender a informação transmitida. A sociedade brasileira passava por drásticas mudanças, e suas manifestações culturais não poderiam permanecer neutras. (acrescentar mais coisas, colocar ref )

Qualquer Coisa - Caetano Veloso[editar | editar código-fonte]

A capa do disco Qualquer Coisa, de 1975, de Caetano Veloso, por exemplo, tem influências da Arte Pop e da capa do disco Let it Be, de 1970, do grupo de rock inglês Beatles. Para Rogério Duarte, “tudo aquilo que não tinha status de ´bom desenho`, para usar o termo maniqueísta que Ulm usava, interessava à Tropicália”[8]. Se por um lado, Rogério Duarte rompe com os ulmianos, por outro, há nos seus projetos esforço de afirmação do Design Gráfico no Brasil. No documentário Rogério Caos e os experimentalismos tropicais, de Claudio César Gonçalves, o artista situa seu trabalho da década de 1960 em novo espaço. O design brasileiro significa, até essa época, a criação de logomarcas no mundo corporativo ou o design funcionalista proposto pela Esdi. Ao utilizar o design gráfico em capas e cartazes, Rogério Duarte transforma-o em veículo de comunicação de massas. Além disso, insere o design em campo antes ocupado pela pintura e pelo desenho. Assim, surge a figura do capista conhecedor da tipografia e da maquinaria das gráficas.[Referência?]

Notas sobre o Desenho Industrial[editar | editar código-fonte]

A ida de Rogério Duarte ao Rio de Janeiro, em 1959, permite que ele trave conhecimento com Alexandre Wollner (1928), Max Bense (1910-1990), Tomás Maldonado (1922), Otl Aicher (1922-1991), entre outros herdeiros da Escola de Ulm. Em 1963, é inaugurada a Escola Superior de Desenho Industrial (Esdi), que segue as diretrizes ulmianas de simplicidade, racionalidade e funcionalidade. Conhecedor desses preceitos, Rogério Duarte escreve, em abril de 1965, as Notas Sobre o Desenho Industrial, nas quais define o desenho industrial como “a ideação de formas para a produção em série”[2]. O texto apresenta o movimento Art Nouveau, a Bauhaus e a Escola de Ulm. Sobretudo contra essas duas últimas escolas, afirma o perigo da transformação do designer em técnico e insiste na relação entre arte e desenho industrial.[Referência?]

Apocalipopotese[editar | editar código-fonte]

Em julho de 1968, Duarte, Helio Oiticica, Antonio Manuel e Lygia Pape organizaram a exposição Apocalipopotese, realizada no MAM. Apocalipopotese (fusão das palavras apoteose, hipótese e apocalipse) foi uma manifestação de arte pública. Conforme o crítico de arte e curador do evento Frederico Moraes, a manifestação tinha o objetivo de democratizar e dessacralizar a arte no Brasil, até então confinada nas galerias e museus.[14]

Prisão[editar | editar código-fonte]

Em 1968, Rogério e seu irmão Ronaldo Duarte foram presos e torturados durante dez dias. A prisão dos irmãos mobilizou artistas e intelectuais e foi amplamente divulgada, inclusive no extinto jornal carioca Correio da Manhã, que chegou a publicar uma carta coletiva pedindo a libertação dos "Irmãos Duarte". Os dois foram os primeiros a denunciar publicamente a tortura no regime militar. Após a prisão, Rogério Duarte permaneceu até 1971 em hospitais psiquiátricos que o interviram.[Referência?] [a família que tirou ele? saiu por conta própria? como foi isso? - Dani] Com o endurecimento da ditadura e a promulgação do AI-5, Rogério foi para a clandestinidade e iniciou a sua fase "transcendental", [nas palavras de quem? - Dani] que o levou a estudar o sânscrito e iniciar a tradução do Bhagavad Gita.[15]

Últimos trabalhos[editar | editar código-fonte]

Em 1980, Rogério assina o cartaz e a trilha sonora do filme Idade na Terra.[Referência?]

Em 1987 volta à Bahia, e em 1990 passa a lecionar disciplinas no Departamento de Comunicação da Universidade Federal da Bahia.[16]

Em 1998 tem sua tradução de Bhagavad Gita publicada pela Companhia das Letras.[15]

Em 2003 publica o livro Tropicaus, aonde revive memórias, como o texto "Notas sobre o Desenho Industrial", além de seu período na prisão, tortura, diagnósticos psiquiátricos, visão sobre o movimento tropicalista, e vários outros temas.[2]

Em 2011 publica o livro Gita Govinda - A cantiga do Amor Negro.[Referência?]

Morte[editar | editar código-fonte]

No dia 13 de abril de 2016, Rogério Duarte falece em decorrência à um câncer que lutava a dois meses.[17]

Ver também[editar | editar código-fonte]

[na seção Ver também vcs devem colocar apenas hiperlinks que não tenham sido mencionados ao longo do texto - Dani]

Referências[editar | editar código-fonte]

  1. «Rogério Duarte – Tropicália». Consultado em 13 de janeiro de 2023 
  2. a b c d Duarte, Rogério (2003). Tropicaos. Narlan Matos, Mariana Rosa, Sergio Cohn. [Rio de Janeiro]: [s.n.] OCLC 55704958 
  3. «Prime Video: Rogério Duarte - O Tropikaoslista». www.primevideo.com. Consultado em 14 de dezembro de 2022 
  4. Cultural, Instituto Itaú. «Rogério Duarte». Enciclopédia Itaú Cultural. Consultado em 13 de janeiro de 2023 
  5. «Rogério Duarte». Dicionário Cravo Albin. Consultado em 14 de dezembro de 2022 
  6. «Folha Online - Ilustrada - Rogério Duarte reúne escritos inéditos em livro "Tropicaos" - 28/04/2003». www1.folha.uol.com.br. Consultado em 14 de dezembro de 2022 
  7. Memórias, Rio. «Ataques à sede da UNE». Rio Memórias. Consultado em 14 de dezembro de 2022 
  8. a b O design gráfico brasileiro : anos 60. Chico Homem de Melo. São Paulo, SP: CosacNaify. 2006. OCLC 71308569 
  9. Elaine., Melo, Chico Homem de. Ramos, (2011). Linha do tempo do design gráfico no Brasil. [S.l.]: Cosac Naify. OCLC 784363813 
  10. a b O design gráfico brasileiro : anos 60. Chico Homem de Melo. São Paulo, SP: CosacNaify. 2006. OCLC 71308569 
  11. «"Esse cartaz virou minha cruz", diz autor do pôster de "Deus e o Diabo"». cinema.uol.com.br. Consultado em 14 de dezembro de 2022 
  12. Gonçalves, Thomas. «Design e Desenho na Terra do Cinema: Análise Estética da Arte de Rogério Duarte» (PDF) 
  13. SILVA, VICTOR H. O. (2016). «"NÓ QUE NÃO DESATA": ARTE, RAZÃO E TRANSCENDÊNCIA NA TRAJETÓRIA DE ROGÉRIO DUARTE» (PDF)  line feed character character in |título= at position 53 (ajuda)
  14. «APOCALIPOPÓTESE - GUERRA E PAZ :: LAB LACE». lab-lace.webnode.page. 5 de julho de 2021. Consultado em 14 de dezembro de 2022 
  15. a b «Rogério Duarte – Tropicália». Consultado em 13 de janeiro de 2023 
  16. «UFBA lamenta o falecimento do professor Rogério Duarte». UFBA em Pauta. 2016. Consultado em 13 de janeiro de 2023 
  17. BA, Do G1 (14 de abril de 2016). «Rogério Duarte, mentor da Tropicália, morre aos 77 anos; artistas lamentam». Bahia. Consultado em 14 de dezembro de 2022 

Ligações externas[editar | editar código-fonte]