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Sandrali de Campos Bueno (Porto Alegre, 10 de maio de 1949)[1], de nome mítico social Ìyá Sandrali de Òsún, ou Ìyá Sandrali, é uma ìyálorisá (ou ialorixá), mulher negra, educadora, dirigente de uma comunidade de tradição de matriz africana e psicóloga brasileira. Sandrali é ativista antirracista, feminista e de tradição de matriz africana e afrodiaspórica.[2][3] Também é especialista em criminologia pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUC-RS), servidora pública e psicóloga da Fundação de Atendimento Sócio Educativo do Rio Grande do Sul (FASE/RS)[4]. Exerce a função de Secretária executiva do Conselho do Povo de Terreiro do Estado do Rio Grande do Sul, única instância com esta característica no país.[2][3][5]

Biografia[editar | editar código-fonte]

Sandrali começou sua trajetória profissional e militante aos 20 anos, na Fundação Estadual do Bem-estar do Menor (Febem-RS), onde ingressou em janeiro de 1970[6]. No extinto Instituto Central de Menores (ICM), principal unidade da Febem em Porto Alegre, trabalhava na alfabetização de jovens em conflito com a lei que a escola não acolhia por terem passado da faixa etária. No ICM, foi praxiterapeuta, instrutora de artes, auxiliar técnica, coordenadora de atividades e diretora, tendo sido a primeira mulher, no Estado, a dirigir uma instituição destinada a menores em conflito com a lei do sexo masculino, no período de 1987 a 1989. A luta por justiça e respeito à infância e à juventude levou-a à direção do Albergue Ingá Brita, que acolhia meninos e meninas em situação de rua.[1]

Sandrali formou-se em Psicologia pela Universidade do Vale do Rio dos Sinos (UNISINOS) em 1984. Possui especialização em Criminologia pela PUC-RS.[7][2]

Ativista social, integra a coordenação da organização de mulheres negras Akann, no Instituto de Pesquisa e Assessoria em Direitos Humanos, Gênero e Etnias, com sede em Porto Alegre. Faz parte do núcleo gaúcho da Rede Nacional de Religiões de Matriz Africana e Saúde.[7]

Como ialorixá, é uma das dirigentes da Sociedade Afro-brasileira Ilé Àiyé Orishá Yemanjá, na cidade de Pelotas.[7]

Vida pública[editar | editar código-fonte]

Em 1992, assumiu a presidência do extinto Movimento Assistencial de Porto Alegre (MAPA), tendo contribuído para construção da política pública de assistência social do município no atendimento às crianças e aos adolescentes em situação de vulnerabilidade social.[1] Ocupou o cargo até o ano seguinte.[3]

Contribuiu na implantação do Conselho Municipal dos Direitos da Cidadania e Contra as Discriminações e a Violência, em 1994, tendo sido a 1ª secretária-executiva.[1]

Em 1996, disputou uma cadeira de vereadora em Porto Alegre, tendo feito 2.666 votos, sem conseguir se eleger.

Sandrali foi nomeada, em 2011, integrante do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social (CDES) do Estado do Rio Grande do Sul. Ela foi indicada como representante dos Povos Tradicionais de Matriz Africana, que fizeram a solicitação ao então governador Tarso Genro na semana da Consciência Negra, no mês de novembro daquele ano. Exerceu a função até 2013.[1][8]

Em 2018, foi candidata a deputada estadual no Rio Grande do Sul pelo Partido dos Trabalhadores (PT), sem conseguir se eleger.[9]

Religião[editar | editar código-fonte]

Sua iniciação religiosa na tradição de matriz africana (Batuque) foi realizada sob a orientação do Bàbálórisá (lê-se babalorixá) Enio de Oxum Pandá Miwuá, sendo neta religiosa do Bàbálórisá Romário de Osalá Jobocum Onifã, bisneta da Iyálòrisà Madalena de Osún Demun, tataraneta do Bàbálórisá Valdemar de Sango Kamuká Baruwálofina.

Optou por plantar seu asé (lê-se axé) na cidade de Pelotas, onde dirige seu ilé-asé (lê-se ilê axé).[1]

Família[editar | editar código-fonte]

Nascida Sandrali Souza de Campos, filha primogênita de Wilson Albino de Campos e de Ely Souza de Campos, tornou-me Sandrali de Campos Bueno quando casou e, mesmo depois de descasada, continuou Sandrali de Campos Bueno, em homenagem às filhas, Winnie de Campos Bueno e Ayanna de Campos Bueno.[1][10]

Referências

  1. a b c d e f g Bueno, Sandrali De Campos (1 de outubro de 2013). «Mulher de Pele Preta: Um Pouco do Meu Memorial.». Mulher de Pele Preta. Consultado em 16 de outubro de 2020 
  2. a b c «Entrevista Ìyá Sandrali de Òsún». FEPAL. Consultado em 16 de outubro de 2020 
  3. a b c «Entrevista Ìyá Sandrali de Òsún». Geledés. 26 de outubro de 2019. Consultado em 16 de outubro de 2020 
  4. Vaz, Marcelo. «Realizado sorteio de avaliação de desempenho no critério antiguidade 2013». Consultado em 16 de outubro de 2020 
  5. Comércio, Jornal do. «Terreiros atendem a papel que seria do Estado, avalia Sandrali Bueno». Jornal do Comércio. Consultado em 16 de outubro de 2020 
  6. Vaz, Marcelo. «Realizado sorteio de avaliação de desempenho no critério antiguidade 2013». Consultado em 16 de outubro de 2020 
  7. a b c Comércio, Jornal do. «Terreiros atendem a papel que seria do Estado, avalia Sandrali Bueno». Jornal do Comércio. Consultado em 16 de outubro de 2020 
  8. «Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social tem representação dos povos de matriz africana». Portal do Estado do Rio Grande do Sul. 20 de dezembro de 2011. Consultado em 16 de outubro de 2020 
  9. «Eleições 2018 | Iya Sandrali Deputado Estadual 13737». Estadão. Consultado em 16 de outubro de 2020 
  10. «Blogger: Perfil do usuário: Sandrali de Campos Bueno». www.blogger.com. Consultado em 16 de outubro de 2020