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Mariana Crioula (1744-Morte não datada, Brasil) foi uma mulher negra escravizada durante o século XVIII, que se tornou símbolo da resistência negra à escravidão no Brasil.[1]

História[editar | editar código-fonte]

Mariana Crioula foi costureira e mucama de Francisca Elisa Xavier, esposa do capitão-mor Manuel Francisco Xavier, descrita como sendo uma "preta de estimação", ou seja, uma das escravizadas mais dóceis e confiáveis de sua patroa.

Apesar de ser casada com o escravo José, que também trabalhava na lavoura da família, Mariana Crioula vivia e dormia na casa-grande, indicativo de que possuía privilégios concedidos por seus senhores.

Escravizada, ela foi uma das líderes da última grande insurgência do Império que ajudou a libertar cerca de 400 outros escravizados na região do Vale do Café, no Rio de Janeiro, em 1838. Esta revolta foi liderada por Mariana Crioula, ao lado de Manuel Congo, ambos nomeados pelos escravos da fazenda como rei e rainha. Nessa época, ela tinha cerca de 30 anos de idade.[2]

A revolta foi bem-sucedida, com a fuga de 300 escravos, que foram reunidos para participar da rebelião. No entanto, a Guarda Nacional foi acionada e havia um contingente de 160 homens conduzidos pelo Coronel Luiz Alves de Lima e Silva, que capturaram Mariana junto com outros 15 fugitivos, levando-os a julgamento. Mariana e todas as demais escravas capturadas foram absolvidas.[3]

Homenagens[editar | editar código-fonte]

  • Em 2020, a escritora Jarid Arraes, na segunda edição de seu livro Heroínas negras brasileiras em 15 cordéis [4], apresentou a biografia de Mariana Crioula em forma de cordel e em breve relato: "Mariana estava junto/ E com Manuel fez par/ O casal era tão forte/ E capaz de inspirar/ Que de rei e rainha/ Se fizeram aclamar".[5] O livro traz ainda a biografia de outras 14 heroínas: Antonieta de Barros, Aqualtune, Carolina Maria de Jesus, Dandara, Esperança Garcia, Eva Maria do Bonsucesso, Laudelina de Campos, Luisa Mahin, Maria Felipa, Maria Firmina, Na Agontimé, Tereza de Benguela, Tia Ciata e Zacimba Gaba.
  • Em 2021, foi inaugurada a Sala de Exposições Marianna Crioula, aberta com mostra do Projeto Revelando Vassouras, iniciativa da Fundação CSN com apoio da MRS Logística, da Secretaria de Desenvolvimento Econômico e Turismo, e da Secretaria de Educação da Prefeitura de Vassouras. Marianna Crioula, ícone da luta pela liberdade na região, foi uma mulher negra, costureira, escravizada nas terras cariocas que participou da revolta de Paty do Alferes, ao lado de Manoel Congo. Figura de liderança, conhecida como rainha do quilombo, quando surpreendida pela Guarda Nacional foi relutante em se render e, conforme os autos, gritava em alto e bom som: “Morrer sim, se entregar jamais!”.[6]

Referências

  1. MONTEIRO, Patrick (28 de maio de 2022). «Heroína do Brasil, Marianna Crioula liderou a maior insurreição de escravizados do Rio; conheça» 
  2. MONTEIRO, Patrick. «Notícia sobre a participação de Marianna Crioula na rebelição». Consultado em 27 de março de 2023 
  3. BSSINGER, Aderson (17 de março de 2021). «A luta das mulheres e o legado de Marianna Crioula». Esquerda Online. Consultado em 27 de março de 2023 
  4. «Segunda edição do livro na página da editora.». Consultado em 27 de março de 2023 
  5. ARRAES, Jarid (2017). Heroínas negras brasileiras em 15 cordéis. São Paulo: SEGUINTE. 
  6. «Notícia da abertura da sala de exposição». 26 de agosto de 2021. Consultado em 27 de março de 2023