Acidose metabólica de intervalo aniônico elevado: diferenças entre revisões

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Conteúdo apagado Conteúdo adicionado
Linha 1: Linha 1:
A '''acidose metabólica de intervalo aniônico elevado''' ou '''acidose metabólica normoclorêmica''' é caracterizada pelo acúmulo de ácidos fixos no organismo sem alteração na concentração plasmática de cloro, resultando num intervalo aniônico elevado.<ref>{{Citar livro|nome=Riella, MC; Riella, LV; Riella, MC; Pachaly, MA|seção=Metabolismo acidobásico|editor=Riella, C.R|url=|título=Princípios de nefrologia e distúrbios hidroeletrolíticos|subtítulo=|língua=Português|edição=5|local=Rio de Janeiro|editora=Guanabara Koogan|ano=2010|páginas=168-193|volumes=|volume=|isbn=978-85-277-1649-9}}</ref>
{{Wikificação|data=novembro de 2012}}
Acidose metabólica de intervalo aniônico elevado é caracterizado pelo acúmulo de ácidos fixos no organismo sem alteração na concentração plasmática de cloro, resultando num intervalo aniônico elevado.


==Definição de intervalo aniônico==
==Definição de intervalo aniônico==
Para mantermos a eletroneutralidade do organismo, a soma de todos os cátions do nosso corpo deve ser igual a soma de todos os ânions, caso contrário acumularíamos carga elétrica, semelhante a alguns peixes elétricos. O principal cátion do organismo é o sódio e os principinas ânions são o bicarbonato e o cloro. Considere o valor normal de sódio no plasma sendo 140 meq/l, o de cloro de 106 meq/l e bicarbonato de 24 meq/l. Pela princípio da eletroneutralidade, a soma dos cátions deve ser igual as dos ânions, porem, a soma do cloro com o bicarbonato não se iguala ao valor do sódio, faltado 10 unidades para isso. Essas 10 unidades faltantes são os ânions não mensuráveis, ou seja, não medidos pelos exames de sangue de rotina. Essa diferença que falta para igualar a soma de cátions e ânions (que corresponde aos ânions não mensuráveis) recebe o nome de '''anion gap''' ou '''iato aniônico''' ou '''intervalo aniônico'''. Considera-se o valor normal de anion gap entre 8 a 12.
Para mantermos a eletroneutralidade do organismo, a soma de todos os cátions do nosso corpo deve ser igual a soma de todos os ânions.<ref>{{Citar periódico|nome=Kraut, J.A.; Madias, N.E|titulo=Serum anion gap: its uses and limitations in clinical medicine|jornal=Clin J Am Soc Nephrol|volume=2|data=Janeiro de 2007|paginas=162-174|url=http://cjasn.asnjournals.org/content/2/1/162.full.pdf}}</ref> O principal cátion do organismo é o sódio e os principais ânions são o bicarbonato e o cloro.<ref>{{Citar livro|nome=Zatz, R; Seguro, AC|seção=Acidoses e alcaloses|editor=Zatz, R|url=|título=Bases fisiológicas da nefrologia|subtítulo=|língua=Português|edição=1|local=São Paulo|editora=Atheneu|ano=2011|páginas=223-249|volumes=|volume=|isbn=978-85-388-0262-4}}</ref> Considere o valor normal de sódio no plasma sendo 140 meq/l, o de cloro de 105 meq/l e bicarbonato de 24 meq/l. Pelo princípio da eletroneutralidade, a soma dos cátions deve ser igual as dos ânions, porem, a soma do cloro com o bicarbonato não se iguala ao valor do sódio, faltado 11 unidades para isso. Essas 11 unidades faltantes são os ânions não mensuráveis, ou seja, não medidos pelos exames de sangue de rotina. Essa diferença que falta para igualar a soma de cátions e ânions (que corresponde aos ânions não mensuráveis) recebe o nome de '''anion gap''' ou '''iato aniônico''' ou '''intervalo aniônico'''. Considera-se o valor normal de anion gap entre 4 a 12.<ref>{{Citar periódico|nome=Kellum, J.A |titulo=Clinical review: reunification of acid-base physiology|jornal=Crit Care|volume=9|data=Outubro de 2005|paginas=500–507 |url=http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC1297616/pdf/cc3789.pdf}}</ref>


==Causas de acidose metabólica de intervalo aniônico elevado==
==Causas de acidose metabólica de intervalo aniônico elevado==
São causadas pelo acúmulo de ácidos no organismo, os quais não são medidos pelos exames de rotina, funcionando assim como ânions não mensuráveis. Portanto, a retenção desses ácidos promove a elevação do anion gap, acima de 12. Nesses casos, a concentração plasmática de cloro não se altera e por essa razão essas acidose também são conhecidas como ''acidose metabólica com anion gap aumentado ou normoclorêmicas''.
São causadas pelo acúmulo de ácidos no organismo, os quais não são medidos pelos exames de rotina, funcionando assim como ânions não mensuráveis. Portanto, a retenção desses ácidos promove a elevação do anion gap, acima de 12. Nesses casos, a concentração plasmática de cloro não se altera e por essa razão essas acidose também são conhecidas como acidose metabólica com anion gap aumentado ou normoclorêmicas.<ref>{{Citar livro|nome=Dubose Jr, T.D|seção=Disorders of acid-base balance|editor=Rector, F. C.; Brenner, B. M|url=|título= Brenner & Rector's the kidney |subtítulo= |língua=Inglês |edição=9|local=Philadelphia|editora=Elsevier Saunders |ano=2012|páginas=595-639|volumes=|volume=1|isbn=978-1-4160-6193-9}}</ref>
As principais causas são:
As principais causas são:


Linha 19: Linha 18:
* Insuficiência renal crônica
* Insuficiência renal crônica



==Bibliografia==
{{referências}}
#{{Citar livro|nome=Riella, MC; Riella, LV; Riella, MC; Pachaly, MA|seção=Metabolismo acidobásico|editor=Riella, C.R|url=|título=Princípios de nefrologia e distúrbios hidroeletrolíticos|subtítulo=|língua=Português|edição=5|local=Rio de Janeiro|editora=Guanabara Koogan|ano=2010|páginas=168-193|volumes=|volume=|isbn=978-85-277-1649-9}}

#{{Citar livro|nome=Zatz, R; Seguro, AC|seção=Acidoses e alcaloses|editor=Zatz, R|url=|título=Bases fisiológicas da nefrologia|subtítulo=|língua=Português|edição=1|local=São Paulo|editora=Atheneu|ano=2011|páginas=223-249|volumes=|volume=|isbn=978-85-388-0262-4}}


{{Desequilíbrio hidroeletrolítico e desequilíbrio ácido-básico}}
{{Desequilíbrio hidroeletrolítico e desequilíbrio ácido-básico}}

[[Categoria:Transtornos ácido-base]]

Revisão das 21h13min de 4 de dezembro de 2012

A acidose metabólica de intervalo aniônico elevado ou acidose metabólica normoclorêmica é caracterizada pelo acúmulo de ácidos fixos no organismo sem alteração na concentração plasmática de cloro, resultando num intervalo aniônico elevado.[1]

Definição de intervalo aniônico

Para mantermos a eletroneutralidade do organismo, a soma de todos os cátions do nosso corpo deve ser igual a soma de todos os ânions.[2] O principal cátion do organismo é o sódio e os principais ânions são o bicarbonato e o cloro.[3] Considere o valor normal de sódio no plasma sendo 140 meq/l, o de cloro de 105 meq/l e bicarbonato de 24 meq/l. Pelo princípio da eletroneutralidade, a soma dos cátions deve ser igual as dos ânions, porem, a soma do cloro com o bicarbonato não se iguala ao valor do sódio, faltado 11 unidades para isso. Essas 11 unidades faltantes são os ânions não mensuráveis, ou seja, não medidos pelos exames de sangue de rotina. Essa diferença que falta para igualar a soma de cátions e ânions (que corresponde aos ânions não mensuráveis) recebe o nome de anion gap ou iato aniônico ou intervalo aniônico. Considera-se o valor normal de anion gap entre 4 a 12.[4]

Causas de acidose metabólica de intervalo aniônico elevado

São causadas pelo acúmulo de ácidos no organismo, os quais não são medidos pelos exames de rotina, funcionando assim como ânions não mensuráveis. Portanto, a retenção desses ácidos promove a elevação do anion gap, acima de 12. Nesses casos, a concentração plasmática de cloro não se altera e por essa razão essas acidose também são conhecidas como acidose metabólica com anion gap aumentado ou normoclorêmicas.[5] As principais causas são:

1 - Produção aumentada de ácido no organismo

  • Cetoacidose diabética
  • Acidose lática

2 - Intoxicação exógena

  • Etilenoglicol
  • Metanol
  • Ácido acetil salicílico

3 - Déficit na excreção de ácidos

  • Insuficiência renal crônica


Referências

  1. Riella, C.R, ed. (2010). Princípios de nefrologia e distúrbios hidroeletrolíticos 5 ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan. pp. 168–193. ISBN 978-85-277-1649-9  |nome1= sem |sobrenome1= em Authors list (ajuda)
  2. «Serum anion gap: its uses and limitations in clinical medicine» (PDF). Clin J Am Soc Nephrol. 2: 162-174. Janeiro de 2007  |nome1= sem |sobrenome1= em Authors list (ajuda)
  3. Zatz, R, ed. (2011). Bases fisiológicas da nefrologia 1 ed. São Paulo: Atheneu. pp. 223–249. ISBN 978-85-388-0262-4  |nome1= sem |sobrenome1= em Authors list (ajuda)
  4. «Clinical review: reunification of acid-base physiology» (PDF). Crit Care. 9: 500–507. Outubro de 2005  |nome1= sem |sobrenome1= em Authors list (ajuda)
  5. Rector, F. C.; Brenner, B. M, ed. (2012). Brenner & Rector's the kidney (em inglês). 1 9 ed. Philadelphia: Elsevier Saunders. pp. 595–639. ISBN 978-1-4160-6193-9  |nome1= sem |sobrenome1= em Authors list (ajuda)