Parto distócico: diferenças entre revisões

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{{Info/Patologia
'''Distócias''' são dificuldades encontradas na evolução de um [[trabalho de parto]], tornando uma função difícil, impossivel ou perigosa para a mãe e para o [[feto]].
| Nome = Parto distócico
| Imagem = Illustration of a deformed female pelvis - angular distortion Wellcome L0038229.jpg
| Caption = As deformações na [[Pelve|bacia]] são um fator de risco para um parto distócico
| DiseasesDB = 4025
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}}
<!-- definição e sintomas -->
'''Parto distócico''' é o [[parto]] em que, apesar do [[útero]] se contrair normalmente, o bebé não consegue passar pela [[Pelve|bacia]] por estar bloqueado fisicamente.<ref name=WHO2008S1/> Entre as complicações imediatas estão o risco do bebé [[Asfixia perinatal|não conseguir receber oxigénio suficiente]], o que pode provocar a sua morte, e o risco da mãe contrair uma [[infeção puerperal]], de desencadear uma [[rutura uterina]] ou de ocorrer uma [[hemorragia pós-parto]].<ref name=BMJ2003>{{cite journal|last1=Neilson|first1=JP|last2=Lavender|first2=T|last3=Quenby|first3=S|last4=Wray|first4=S|title=Obstructed labour.|journal=British medical bulletin|date=2003|volume=67|pages=191–204|pmid=14711764|doi=10.1093/bmb/ldg018}}</ref> Entre as complicações a longo prazo para a mãe está o risco de [[fístula obstétrica]]. Diz-se que o parto distócico resulta em [[trabalho de parto prolongado]] quando a fase ativa do trabalho de parto é superior a doze horas.<ref name=WHO2008S1/>


<!-- Causas e diagnóstico -->
==Ver também==
As principais causas do parto distócico são um bebé grande ou em posição anormal, uma [[Pelve|bacia]] pequena e problemas no canal de parto. Entre as posições anormais está a [[Distócia de ombro]], em que o ombro anterior não passa com facilidade por baixo do [[Púbis|osso púbico]].<ref name=WHO2008S1/> Entre os fatores de risco para uma bacia pequena estão a [[má-nutrição]] e a falta de exposição à luz solar, o que causa deficiência de [[vitamina D]].<ref name=WHO2008S2>{{cite book|title=Education material for teachers of midwifery : midwifery education modules|date=2008|publisher=World Health Organisation|location=Geneva [Switzerland]|isbn=9789241546669|pages=38–44|edition=2nd|url=http://whqlibdoc.who.int/publications/2008/9789241546669_4_eng.pdf?ua=1}}</ref> A condição é mais comum durante a [[adolescência]], quando o crescimento da bacia pode ainda não estar completo.<ref name=BMJ2003/> Entre os problemas relacionados com o canal de parto estão uma [[vagina]] ou [[períneo]] demasiadamente estreitos, o que pode ter origem em [[tumor]]es ou em [[Mutilação genital feminina|mutilações genitais]].<ref name=WHO2008S1/> Muitas vezes é usado um [[Partograma|partógrafo]] para registar a evolução do trabalho de parto e diagnosticar problemas<ref name=BMJ2003/> que, juntamente com o exame físico, pode identificar o parto distócico.<ref name=WHO2008S3>{{cite book|title=Education material for teachers of midwifery : midwifery education modules|date=2008|publisher=World Health Organisation|location=Geneva [Switzerland]|isbn=9789241546669|pages=45–52|edition=2nd|url=http://whqlibdoc.who.int/publications/2008/9789241546669_4_eng.pdf?ua=1}}</ref>
*[[Distocia de ombro]]

<!-- Tratamento e epidemiologia-->
A resolução de um parto distócico pode necessitar de uma [[cesariana]] ou de extração a vácuo com possível abertura cirúrgica da [[sínfise púbica]]. Entre outras medidas estão manter a mulher hidratada e administrar [[antibióticos]] no caso da [[Bolsa amniótica|membrana amniótica]] se ter rompido há mais de 18 horas.<ref name=WHO2008S6>{{cite book|title=Education material for teachers of midwifery : midwifery education modules|date=2008|publisher=World Health Organisation|location=Geneva [Switzerland]|isbn=9789241546669|pages=89–104|edition=2nd|url=http://whqlibdoc.who.int/publications/2008/9789241546669_4_eng.pdf?ua=1}}</ref> Em África e na Ásia, entre dois e cinco por cento dos partos são distócicos.<ref>{{cite book|last1=Usha|first1=Krishna|title=Pregnancy at risk : current concepts|date=2004|publisher=Jaypee Bros.|location=New Delhi|isbn=9788171798261|page=451|url=https://books.google.ca/books?id=gadYMLeYXOkC&pg=PA451}}</ref> Em 2013 ocorreram cerca de cinco milhões de partos distócicos<ref>{{cite journal|last1=Global Burden of Disease Study 2013|first1=Collaborators|title=Global, regional, and national incidence, prevalence, and years lived with disability for 301 acute and chronic diseases and injuries in 188 countries, 1990-2013: a systematic analysis for the Global Burden of Disease Study 2013.|journal=Lancet (London, England)|date=22 August 2015|volume=386|issue=9995|pages=743–800|pmid=26063472|doi=10.1016/s0140-6736(15)60692-4}}</ref> que foram a causa de {{formatnum:19000}} mortes, uma diminuição em relação às {{formatnum:29000}} em 1990, o que corresponde a 8% de todas as mortes maternas durante a gravidez.<ref name=WHO2008S1>{{cite book|title=Education material for teachers of midwifery : midwifery education modules|date=2008|publisher=World Health Organisation|location=Geneva [Switzerland]|isbn=9789241546669|pages=17–36|edition=2nd|url=http://whqlibdoc.who.int/publications/2008/9789241546669_4_eng.pdf?ua=1}}</ref><ref name=GDB2013>{{cite journal|last1=GBD 2013 Mortality and Causes of Death|first1=Collaborators|title=Global, regional, and national age-sex specific all-cause and cause-specific mortality for 240 causes of death, 1990-2013: a systematic analysis for the Global Burden of Disease Study 2013.|journal=Lancet|date=17 December 2014|pmid=25530442|doi=10.1016/S0140-6736(14)61682-2|pmc=4340604|volume=385|pages=117–71}}</ref> A maior parte das mortes por esta condição ocorre nos [[países em vias de desenvolvimento]].<ref name=BMJ2003/>

{{Referências|col=2}}


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[[Categoria:Gravidez]]
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[[it:Taglio cesareo#Distocia]]

Revisão das 23h49min de 15 de agosto de 2016

Parto distócico
Parto distócico
Especialidade ginecologia e obstetrícia
Classificação e recursos externos
CID-10 O64O66
CID-11 1617264610
DiseasesDB 4025
eMedicine med/3280
MeSH D004420
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Parto distócico é o parto em que, apesar do útero se contrair normalmente, o bebé não consegue passar pela bacia por estar bloqueado fisicamente.[1] Entre as complicações imediatas estão o risco do bebé não conseguir receber oxigénio suficiente, o que pode provocar a sua morte, e o risco da mãe contrair uma infeção puerperal, de desencadear uma rutura uterina ou de ocorrer uma hemorragia pós-parto.[2] Entre as complicações a longo prazo para a mãe está o risco de fístula obstétrica. Diz-se que o parto distócico resulta em trabalho de parto prolongado quando a fase ativa do trabalho de parto é superior a doze horas.[1]

As principais causas do parto distócico são um bebé grande ou em posição anormal, uma bacia pequena e problemas no canal de parto. Entre as posições anormais está a Distócia de ombro, em que o ombro anterior não passa com facilidade por baixo do osso púbico.[1] Entre os fatores de risco para uma bacia pequena estão a má-nutrição e a falta de exposição à luz solar, o que causa deficiência de vitamina D.[3] A condição é mais comum durante a adolescência, quando o crescimento da bacia pode ainda não estar completo.[2] Entre os problemas relacionados com o canal de parto estão uma vagina ou períneo demasiadamente estreitos, o que pode ter origem em tumores ou em mutilações genitais.[1] Muitas vezes é usado um partógrafo para registar a evolução do trabalho de parto e diagnosticar problemas[2] que, juntamente com o exame físico, pode identificar o parto distócico.[4]

A resolução de um parto distócico pode necessitar de uma cesariana ou de extração a vácuo com possível abertura cirúrgica da sínfise púbica. Entre outras medidas estão manter a mulher hidratada e administrar antibióticos no caso da membrana amniótica se ter rompido há mais de 18 horas.[5] Em África e na Ásia, entre dois e cinco por cento dos partos são distócicos.[6] Em 2013 ocorreram cerca de cinco milhões de partos distócicos[7] que foram a causa de 19 000 mortes, uma diminuição em relação às 29 000 em 1990, o que corresponde a 8% de todas as mortes maternas durante a gravidez.[1][8] A maior parte das mortes por esta condição ocorre nos países em vias de desenvolvimento.[2]

Referências

  1. a b c d e Education material for teachers of midwifery : midwifery education modules (PDF) 2nd ed. Geneva [Switzerland]: World Health Organisation. 2008. pp. 17–36. ISBN 9789241546669 
  2. a b c d Neilson, JP; Lavender, T; Quenby, S; Wray, S (2003). «Obstructed labour.». British medical bulletin. 67: 191–204. PMID 14711764. doi:10.1093/bmb/ldg018 
  3. Education material for teachers of midwifery : midwifery education modules (PDF) 2nd ed. Geneva [Switzerland]: World Health Organisation. 2008. pp. 38–44. ISBN 9789241546669 
  4. Education material for teachers of midwifery : midwifery education modules (PDF) 2nd ed. Geneva [Switzerland]: World Health Organisation. 2008. pp. 45–52. ISBN 9789241546669 
  5. Education material for teachers of midwifery : midwifery education modules (PDF) 2nd ed. Geneva [Switzerland]: World Health Organisation. 2008. pp. 89–104. ISBN 9789241546669 
  6. Usha, Krishna (2004). Pregnancy at risk : current concepts. New Delhi: Jaypee Bros. p. 451. ISBN 9788171798261 
  7. Global Burden of Disease Study 2013, Collaborators (22 August 2015). «Global, regional, and national incidence, prevalence, and years lived with disability for 301 acute and chronic diseases and injuries in 188 countries, 1990-2013: a systematic analysis for the Global Burden of Disease Study 2013.». Lancet (London, England). 386 (9995): 743–800. PMID 26063472. doi:10.1016/s0140-6736(15)60692-4  Verifique data em: |data= (ajuda)
  8. GBD 2013 Mortality and Causes of Death, Collaborators (17 December 2014). «Global, regional, and national age-sex specific all-cause and cause-specific mortality for 240 causes of death, 1990-2013: a systematic analysis for the Global Burden of Disease Study 2013.». Lancet. 385: 117–71. PMC 4340604Acessível livremente. PMID 25530442. doi:10.1016/S0140-6736(14)61682-2  Verifique data em: |data= (ajuda)