Radioterapia: diferenças entre revisões
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A radioterapia utiliza a radiação ionizante no tratamento de tumores, principalmente os malignos e baseia-se na destruição do tumor pela absorção de energia da radiação. O princípio básico utilizado, maximiza o dano no tumor e minimiza o dano em tecidos vizinhos normais, o que se consegue irradiando o tumor de várias direções.<ref name=Emico /> |
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'''Radioterapia''', ou Rádio-oncologia, é uma especialidade [[medicina|médica]] focada no tratamento [[câncro|oncológico]] utilizando [[radiação]] ionizante. |
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Há duas maneiras de utilizar radiação contra o [[câncer]]: <ref name=SBR /><ref name=Emico2/> |
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* Radioterapia externa: utiliza uma fonte de radiação externa com isótopos radioativos (césio, cobalto) ou aceleradores lineares; |
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* Braquiterapia: é o tratamento através de isótopos radioativos inseridos nos tecidos alvo dentro do corpo do paciente, onde a radiação é administrada. |
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* Braquiterapia: é o tratamento por meio de materiais radioativos inseridos no interior do paciente, no local acometido, de forma temporária ou permanente. |
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=== Radioterapia Externa === |
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* Radioterapia externa: utiliza uma fonte de radiação externa que é emitida de um aparelho em direção ao corpo do paciente. |
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É um [[Tratamento (medicina)|tratamento]] de radioterapia em que o paciente recebe a [[radiação]] de uma fonte externa. Ou seja, a radiação que atinge o [[tumor]] é emitida por um aparelho fora do corpo do paciente. Nesse tipo de tratamento a radiação também atinge todas as estruturas (tecidos e órgãos) que estiverem no trajeto do feixe de radiação até o tumor. |
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=== Braquiterapia === |
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Nesse caso a fonte radioativa é colocada a uma distancia que varia de 80 cm no caso das antigas máquinas de cobalto a 1m da região a ser tratada como acontece nos aceleradores lineares. Os equipamentos utilizados na radioterapia externa podem ser quilovoltagem, de megavoltagem e de teleisotopoterapia. |
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{{AP| Braquiterapia }} |
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A [[braquiterapia]] (o prefixo brachi deriva do grego e significa próximo) é uma forma de radioterapia na qual uma [[radioatividade|fonte de radiação]] selada é colocada no interior ou próxima ao corpo do paciente. |
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==== Equipamentos de Quilovoltagem ==== |
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[[Ficheiro:Teletherapy-device-en.gif|miniaturadaimagem|Figura 2: Esquema de funcionamento da "cabeça" de um equipamento de teleterapia com radioisótopos.]] |
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[[Imagem:Radiation therapy.jpg|thumb|20opx|Uma mulher em tratamento radioterápico.]] |
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As fontes de braquiterapia podem ter a forma de sementes ou cápsulas lineares. Essas fontes geralmente contém uma pequena quantidade de material radioativo dentro da cápsula metálica, que possui uma parede de 0,1 a 1 mm de espessura. A cápsula impede que o material radioativo entre em contato com os tecidos ou fluidos do paciente. Ela também impede a contaminação do ambiente durante a manipulação e armazenamento.<ref name=Subra /> |
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São tubos convencionais de [[raios X]]. A voltagem aplicada entre os eletrodos é no máximo de 250 k[[volt|V]]. Por essa razão, esses equipamentos são usados principalmente no tratamento de tumores superficiais (lesões malignas da pele), devido à maior parte da energia do feixe ser depositada a apenas alguns milímetros de profundidade (possuem um pequeno fall-off). As doses administradas neste tipo de técnica são muito variáveis, podendo ir até algumas dezenas de Grays (Gy). |
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Um dos [[Radioisótopo|radioisótopos]] mais empregados na braquiterapia é o [[Irídio]]-192, na forma de fios finos feitos com uma liga de irídio e [[platina]]. O fio é revestido com uma capa de platina ou [[Aço inoxidável|aço inox]], que blinda a radiação [[Partícula beta|beta]] proveniente do decaimento, e apenas a radiação [[Radiação gama|gama]] é aproveitada no tratamento. |
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==== Equipamentos de Megavoltagem ==== |
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Nessa classe situam-se os [[aceleradores de partículas]] como aceleradores lineares e bétatrons. Num caso típico em que os electrões atingem uma energia de 22 MeV, a dose máxima dos a raios-X ocorrerá entre 4 e 5 cm de profundidade, decresce para 83% a 10 cm e para 50% a 25 cm. Portanto, na terapia de tumores nos órgãos mais profundos, como pulmão, bexiga, próstata, útero, laringe, esôfago, etc, usam-se radiações de energias mais elevadas para que se consigam poupar os tecidos sãos mais superficiais. |
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O fio é inserido dentro do tumor e a radiação gama destrói as células tumorais, as células sadias, mais distantes, são preservadas.<ref name=Regina /> |
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=== Braquiterapia === |
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A [[Braquiterapia]] é uma forma de radioterapia na qual a [[radioatividade|fonte de radiação]] é colocada no interior ou próxima ao corpo do paciente. Materiais radioativos, geralmente pequenas [[cápsula (medicamento)|cápsulas]], são colocadas junto ao [[tumor]] liberando doses de radiação diretamente sobre ele, afetando ao mínimo os órgãos mais próximos e preservando os mais distantes da área do implante. |
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=== Radioterapia externa === |
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A radioterapia externa ou teleterapia (o prefixo tele, deriva do grego e significa distante), é um [[Tratamento (medicina)|tratamento]] no qual o paciente recebe a radiação de uma fonte externa situada a uma distância entre 30 a 150 cm. |
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Há duas grandes categorias de máquinas usadas para a aplicação dessa radiação: aquelas que usam fontes de radioisótopos e os [[aceleradores de partículas]] (os aparelhos que geram [[raios X]] são aceleradores de baixa energia).<ref name=Subra /> |
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[[Ficheiro:Technik-Museum Kassel 03.JPG|miniaturadaimagem|Figura 3: Equipamento de quilovoltagem Siemens Dermopan com tensão de 50 kV<ref name= Tekhne /> |
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==== Equipamentos com radioisótopos ==== |
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Radioisótopos como o [[Rádio (elemento químico)|rádio]]-226, [[césio]]-137 e o [[cobalto]]-60 tem sido usados como fontes de raios gama para teleterapia. |
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De todos os radioisótopos, o cobalto-60 provou-se o mais adequado, em função da sua maior [[atividade específica]] ([[Curie|curies]] por grama), e da maior energia média dos [[Fotão|fótons]].<ref name=Khan /> |
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Uma fonte típica de cobalto-60 para radioterapia é um cilindro com diâmetro variando de 1 a 2 cm que fica armazenado na “cabeça” da máquina. Esta consiste de uma carapaça de aço preenchida com chumbo para blindagem da radiação. Um dispositivo mecânico expõe a fonte na frente de uma abertura existente na “cabeça” por onde a radiação emerge, vide figuras 1 e 2.<ref name=Khan /> |
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==== Equipamentos de quilovoltagem ==== |
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São tubos convencionais de raios X que operam na região de 50 a 150 [[Volt|kV]] e por essa razão, esses equipamentos são usados principalmente no tratamento de tumores superficiais (lesões malignas da pele), devido à maior parte da energia do feixe ser depositada a apenas alguns milímetros de profundidade, vide figura 3. |
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Os tratamentos superficiais são geralmente aplicados com a ajuda de cones de vidro ou aço inox que ficam em contato com a superfície e são usados para colimar o feixe. A distância típica da fonte à superfície é de 15 a 20 cm. |
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As taxas de dose administradas neste tipo de técnica podem chegar até várias centenas de cGy por minuto.<ref name=Hendee /><ref name=Khan /> |
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==== Equipamentos de megavoltagem ==== |
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São aqueles que produzem raios X com energia acima de 1 [[Elétron-volt|MeV]]. |
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[[Ficheiro:Radiation therapy.jpg|miniaturadaimagem|Figura 4: Acelerador linear para radioterapia.]] |
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A relação entre a dose depositada e a profundidade no corpo é exponencial, assim tratar um tumor localizado a 25 cm dentro de um paciente envolve doses elevadas depositadas antes do local do tratamento. Essas doses podem ser reduzidas com o feixe de radiação incidindo de vários ângulos mas sobrepondo-se no local do tumor. |
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<ref name= Emico>{{Citar livro |autor=Okuno, Emico|titulo=Radiação: efeitos, riscos e benefícios |editora= Harbra |local=São Paulo,SP-Brasil |ano=1988}}</ref> |
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<ref name= Subra>{{Citar livro |autor1=Subramania Jayaraman|autor2=Lawrence H. Lanzl|titulo=Clinical Radiotherapy Physics|capitulo=Capítulos 9 e 17 |isbn =978-3-642-62155-0 |editora= Springer |ano=1996|lingua=Inglês }}</ref> |
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<ref name=Hendee> {{citar livro | titulo = Radiation therapy physics|data=2005|editora=J. Wiley & Sons|ultimo1=Hendee|primeiro1=W.R.|ultimo2=Ibbott|primeiro2=G.S.|ultimo3=Hendee|primeiro3=E.G.|capitulo=Capítulo 4: Radiation units|isbn=0-471-39493-9|lingua=Inglês}}</ref> |
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<ref name=Khan> {{citar livro | titulo = The physics of radiation therapy |data=1994|editora= Lippincott Williams & Wilkins |ultimo1= Khan |primeiro1=F.M. |capitulo=Capítulo 4: Clinical Radiation Generators ||isbn =0-683-04502-4|lingua=Inglês }}</ref> |
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<ref name=Eickhoff>{{Citar periódico|ano=2008|titulo=Medical Applications of Accelerators|jornal=Reviews of Accelerator Science and Technology|volume=1|paginas=143-161| |ultimo1=Eickhoff|primeiro1=H.|ultimo2=Linz|primeiro2=U.}} </ref> |
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<ref name=Emico2>{{Citar livro|nome=Emico|sobrenome=Okuno|nome2=Elisabeth|sobrenome2=Yoshimura|título=Física das radiações|local=São Paulo|editora=Oficina de textos|ano=2010|página=254|capítulo=Capítulo 12 - Aplicações médicas|isbn =978-85-7975-005-2}}</ref> |
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<ref name=Regina>{{Citar livro|url=http://portal.sbpcnet.org.br/livro/energianuclearnasaude.pdf|nome=Regina P. de|sobrenome=Carvalho|nome2=Silvia M.V. de|sobrenome2=Oliveira|título=Aplicações da energia nuclear na saúde|formato=e-book|local=São Paulo - Viena |editor=Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência - International Atomic Energy Agency|ano=2017|página=40|capítulo=Capítulo 3 - Usos da radiação ionizante na saúde|seção=Tratamento|isbn =978-85-86957-26-0|acessodata=18/08/2017}}</ref> |
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<ref name=Tekhne>{{Citar periódico|titulo =Principais avanços e aplicações da radioterapia na medicina veterinária|jornal =Tekhne e Logos|autor=Vettorato, M.C.|coautores =Fogaça, J.l.;Fernandes M.A.R.;Vulcano L.C. |ano =2017 |mes =abril |volume =8 |numero =1 |local =Botucatu |url =http://www.fatecbt.edu.br/seer/index.php/tl/article/view/455 |acessadoem =19/08/2017}}</ref> |
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== {{Ligações externas}} == |
== {{Ligações externas}} == |
Revisão das 13h12min de 19 de agosto de 2017
Radioterapia, ou rádio-oncologia, é uma especialidade médica focada no tratamento oncológico utilizando radiação ionizante.[1]
Princípio de atuação
A radioterapia utiliza a radiação ionizante no tratamento de tumores, principalmente os malignos e baseia-se na destruição do tumor pela absorção de energia da radiação. O princípio básico utilizado, maximiza o dano no tumor e minimiza o dano em tecidos vizinhos normais, o que se consegue irradiando o tumor de várias direções.[2]
Os efeitos da radiação são quantificados de acordo com a dose, que é definida como a energia depositada por unidade de massa e sua unidade é o gray (1Gy = 1J/kg).[3]
Normalmente, as células tumorais são mais sensíveis à radiação do que as células sadias, porque se dividem com muita frequência. Porém, como as doses necessárias para erradicar o tumor são muito elevadas (da ordem de 50 a 100 Gy), nem sempre é possível poupar adequadamente os tecidos vizinhos.[4]
![](http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/thumb/3/33/Cobalt_Radioisotopes_Amsterdam1973.jpg/220px-Cobalt_Radioisotopes_Amsterdam1973.jpg)
Tipos de radioterapia
Há duas maneiras de utilizar radiação contra o câncer: [5][4]
- Braquiterapia: é o tratamento por meio de materiais radioativos inseridos no interior do paciente, no local acometido, de forma temporária ou permanente.
- Radioterapia externa: utiliza uma fonte de radiação externa que é emitida de um aparelho em direção ao corpo do paciente.
Braquiterapia
![](http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/thumb/3/3a/Magnifying_glass_01.svg/17px-Magnifying_glass_01.svg.png)
A braquiterapia (o prefixo brachi deriva do grego e significa próximo) é uma forma de radioterapia na qual uma fonte de radiação selada é colocada no interior ou próxima ao corpo do paciente.
![](http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/thumb/c/ce/Teletherapy-device-en.gif/220px-Teletherapy-device-en.gif)
As fontes de braquiterapia podem ter a forma de sementes ou cápsulas lineares. Essas fontes geralmente contém uma pequena quantidade de material radioativo dentro da cápsula metálica, que possui uma parede de 0,1 a 1 mm de espessura. A cápsula impede que o material radioativo entre em contato com os tecidos ou fluidos do paciente. Ela também impede a contaminação do ambiente durante a manipulação e armazenamento.[6]
Um dos radioisótopos mais empregados na braquiterapia é o Irídio-192, na forma de fios finos feitos com uma liga de irídio e platina. O fio é revestido com uma capa de platina ou aço inox, que blinda a radiação beta proveniente do decaimento, e apenas a radiação gama é aproveitada no tratamento.
O fio é inserido dentro do tumor e a radiação gama destrói as células tumorais, as células sadias, mais distantes, são preservadas.[7]
Radioterapia externa
A radioterapia externa ou teleterapia (o prefixo tele, deriva do grego e significa distante), é um tratamento no qual o paciente recebe a radiação de uma fonte externa situada a uma distância entre 30 a 150 cm.
Há duas grandes categorias de máquinas usadas para a aplicação dessa radiação: aquelas que usam fontes de radioisótopos e os aceleradores de partículas (os aparelhos que geram raios X são aceleradores de baixa energia).[6]
Equipamentos com radioisótopos
Radioisótopos como o rádio-226, césio-137 e o cobalto-60 tem sido usados como fontes de raios gama para teleterapia.
De todos os radioisótopos, o cobalto-60 provou-se o mais adequado, em função da sua maior atividade específica (curies por grama), e da maior energia média dos fótons.[9]
Uma fonte típica de cobalto-60 para radioterapia é um cilindro com diâmetro variando de 1 a 2 cm que fica armazenado na “cabeça” da máquina. Esta consiste de uma carapaça de aço preenchida com chumbo para blindagem da radiação. Um dispositivo mecânico expõe a fonte na frente de uma abertura existente na “cabeça” por onde a radiação emerge, vide figuras 1 e 2.[9]
Equipamentos de quilovoltagem
São tubos convencionais de raios X que operam na região de 50 a 150 kV e por essa razão, esses equipamentos são usados principalmente no tratamento de tumores superficiais (lesões malignas da pele), devido à maior parte da energia do feixe ser depositada a apenas alguns milímetros de profundidade, vide figura 3.
Os tratamentos superficiais são geralmente aplicados com a ajuda de cones de vidro ou aço inox que ficam em contato com a superfície e são usados para colimar o feixe. A distância típica da fonte à superfície é de 15 a 20 cm.
As taxas de dose administradas neste tipo de técnica podem chegar até várias centenas de cGy por minuto.[10][9]
Equipamentos de megavoltagem
São aqueles que produzem raios X com energia acima de 1 MeV.
![](http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/thumb/d/d5/Radiation_therapy.jpg/220px-Radiation_therapy.jpg)
Nessa classe situam-se os aceleradores de partículas como aceleradores lineares, bétatrons, mícrotrons e cíclotrons. Atualmente, apenas os aceleradores lineares são usados em larga escala.[10]
Aceleradores lineares de elétrons com energia entre 5 e 30 MeV (operando na faixa de RF de 2 a 4 GHz) são as principais máquinas para radioterapia nos dias atuais (em 2008 existiam aproximadamente 5000 destes no mundo). Nessas máquinas, os raios X são produzidos quando os elétrons acelerados atingem um alvo de metal pesado, vide figura 4.[3]
A relação entre a dose depositada e a profundidade no corpo é exponencial, assim tratar um tumor localizado a 25 cm dentro de um paciente envolve doses elevadas depositadas antes do local do tratamento. Essas doses podem ser reduzidas com o feixe de radiação incidindo de vários ângulos mas sobrepondo-se no local do tumor.
Também é possível restringir a seção transversal do feixe para os diferentes ângulos usando-se colimadores sofisticados.[3]
Referências
- ↑ «Radioterapia – residência média». Hospital de Cancer de Barretos. Consultado em 12 de agosto de 2017
- ↑ Okuno, Emico (1988). Radiação: efeitos, riscos e benefícios. São Paulo,SP-Brasil: Harbra
- ↑ a b c Eickhoff, H.; Linz, U. (2008). «Medical Applications of Accelerators». Reviews of Accelerator Science and Technology. 1: 143-161
- ↑ a b Okuno, Emico; Yoshimura, Elisabeth (2010). «Capítulo 12 - Aplicações médicas». Física das radiações. São Paulo: Oficina de textos. p. 254. ISBN 978-85-7975-005-2
- ↑ «Como a radioterapia é aplicada?». Sociedade Brasileira de Radioterapia. Consultado em 12 de agosto de 2017
- ↑ a b Subramania Jayaraman; Lawrence H. Lanzl (1996). «Capítulos 9 e 17». Clinical Radiotherapy Physics (em inglês). [S.l.]: Springer. ISBN 978-3-642-62155-0
- ↑ Carvalho, Regina P. de; Oliveira, Silvia M.V. de (2017). «Capítulo 3 - Usos da radiação ionizante na saúde». In: Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência - International Atomic Energy Agency. Aplicações da energia nuclear na saúde (e-book). São Paulo - Viena: [s.n.] p. 40. ISBN 978-85-86957-26-0. Consultado em 18 de agosto de 2017
- ↑ Vettorato, M.C.; Fogaça, J.l.;Fernandes M.A.R.;Vulcano L.C. (abril de 2017). «Principais avanços e aplicações da radioterapia na medicina veterinária». Botucatu. Tekhne e Logos. 8 (1). Consultado em 19 de agosto de 2017
- ↑ a b c Khan, F.M. (1994). «Capítulo 4: Clinical Radiation Generators». The physics of radiation therapy (em inglês). [S.l.]: Lippincott Williams & Wilkins. ISBN 0-683-04502-4
- ↑ a b Hendee, W.R.; Ibbott, G.S.; Hendee, E.G. (2005). «Capítulo 4: Radiation units». Radiation therapy physics (em inglês). [S.l.]: J. Wiley & Sons. ISBN 0-471-39493-9