Anna Kalmanovich

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Anna Andréievna Kalmanovitch
Nascimento 1893
Império Russo
Morte 1920 (27 anos)
Tallinn, União Soviética
Nacionalidade russa
Cônjuge Samuil Kalmanovich
Ocupação Feminista, escritora e sufragista

Anna Andréievna Kalmanovitch (Império Russo, ? – Tallinn, 1920) foi uma pioneira feminista, escritora e sufragista russa.

Biografia[editar | editar código-fonte]

Anna nasceu no Império Russo, em data incerta. Era casada com Samuil Eremeevich Kalmanovich, um proeminente advogado envolvido em vários casos políticos de grande repercussão durante a Revolução de 1905.[1]. Eles tiveram filhos, mas pouco ou nada se sabe a respeito. Em 1893, ela fundou uma Sociedade Hebraica, em Saratov, para cuidar do doentes e necessitados, sendo sua presidente até 1904. Seu primeiro discurso foi em dezembro daquele ano no simpósio do Conselho Internacional de Mulheres, em Berlim.[1][2]

Ataques anti-semitas e ultra-nacionalistas dos Centenas Negras obrigaram o casal a fugir de Saratov.[2] Ela pode então ir aos encontros da Aliança Internacional da Mulher de 1906 e 1908, e pode palestrar em vários grupos de russos exilados na Suíça.[1] Em 1908, o casal retornou à Rússia, onde ela se filiou à União pela Igualdade da Mulher (em russo: Всероссийский союз равноправия женщин) e começou a escrever para revistas, como a Union of Women (Soiuz Zhenshchin) e Woman’s Herald (Zhenskii Vestnik). No mesmo ano, fez seu famoso discurso O movimento das mulheres e como os partidos estão envolvidos (Zhenskoe Dvizhenie i Otnosheniia Partii k Nemu).[1]

Feminismo[editar | editar código-fonte]

Diferente de muitas contemporâneas, Anna era abertamente anti-socialista.[2] Anna escreveu que os conservadores nunca serão apoiadores das mulheres na busca por igualdade e equidade.[1][3] Para a lógica conservadora, a mulher "de valor", ou mulher "verdadeira" é a que garante a manutenção do status masculino no controle do poder, seja no âmbito familiar, submissa ao homem, ou no ambiente de trabalho, em posições subalternas.[1][3] O lugar da mulher nunca é o de protagonismo sob essa lógica, mas de limitação e submissão.[3][2]

Desta forma, para uma sociedade machista acostumada a desconfiar da figura feminina, como na perseguição e queima às bruxas, ela é bastante consciente de como a mente feminina é progressista e se recusarão a aceitar e oferecer qualquer assistência às mulheres para não interferir em sua ordem social.[3] Anna também defendia que o feminismo é apartidário e não deve confiar que os homens se preocuparão com suas demandas e premissas. Desta forma, é necessária que as mulheres tenham clareza de que devem ser elas a perseguir a liberdade e a equidade, sem contar com ajuda dos homens.[1][3][2]

Morte[editar | editar código-fonte]

Anna faleceu no exílio em Tallin, na atual Estônia, em 1920.[1]

Referências

  1. a b c d e f g h Ruthchild, Rochelle Goldberg (2005). «Kalmanovich, Anna». Biographical Dictionary of Women's Movements and Feminisms in Central, Eastern, and South Eastern Europe: 19th and 20th Centuries. Nova York: Central European University Press. ISBN 978-963-7326-39-4 
  2. a b c d e Stites, Richard (1978). The Women's Liberation Movement in Russia: Feminism, Nihilism, and Bolshevism, 1860-1930. Princeton: Princeton University Press. p. 512. ISBN 978-0691100586 
  3. a b c d e Stephanie Ribeiro (ed.). «#ELENÃO: O feminismo pode não ter partido, mas tem lado. E é o oposto ao fascismo». Revista Marie Claire. Consultado em 9 de outubro de 2018