Antônio Ernesto Gomes Carneiro
Antônio Ernesto Gomes Carneiro | |
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Nome completo | Antônio Ernesto Gomes Carneiro |
Dados pessoais | |
Nascimento | 28 de novembro de 1846 Serro |
Morte | 9 de fevereiro de 1894 (47 anos) Lapa |
Vida militar | |
País | Brasil |
Força | Exército |
Anos de serviço | de 1864 até 1894 |
Hierarquia | General de brigada |
Comandos |
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Batalhas |
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Honrarias | Patrono do 7°Batalhão de Infantaria Blindado, Santa Cruz do Sul - RS |
Antônio Ernesto Gomes Carneiro (Serro, 28 de novembro de 1846 - Lapa, 9 de fevereiro de 1894) foi um militar brasileiro, com participação na Guerra do Paraguai e na Revolução Federalista.
Biografia[editar | editar código-fonte]
Nasceu em Serro, Minas Gerais, em 28 de novembro de 1846, onde iniciou seus estudos, os quais deu seguimento no Seminário de Diamantina e em Curvelo.
Em 1864 cursava Humanidades, no mosteiro dos Beneditinos, no Rio de Janeiro, quando eclodiu a Guerra do Paraguai, decidindo então alistar-se como soldado, no Primeiro Corpo de Voluntários da Pátria.
Na guerra conquistou a graduação de Primeiro Sargento e Alferes, por bravura. Foi ferido três vezes em combate (Estero Bellaco, Piquissiri e Lomas Valentinas). Mal se restabelecia e já se apresentava para nova missão.
Após o final do conflito, matriculou-se na Escola Militar, em 1872, tendo atingido as seguintes promoções militares:
- Tenente em 1875;
- Capitão em 1877;
- Major em 1887;
- Tenente-coronel em 1890;
- Coronel em 1892.
Em 1881 acompanhou o Imperador D. Pedro II em sua viagem a Minas Gerais.
Chefiou a Comissão Construtora de Linhas Telegráficas na "Marcha para o Oeste", de 1890 a 1892, tornando-se o responsável pelo recrutamento do então tenente Cândido Rondon.
Revolução Federalista[editar | editar código-fonte]
Convocado para a região sul durante a Revolução Federalista, foi nomeado comandante do 5º Distrito Militar, mas depois por ordens de Floriano Peixoto passou o comando para o Marechal Pego Junior. Carneiro conhecia Pego por suas ideias monarquistas e temeu que este se unisse aos revoltosos, mas isso não ocorreu. Por outro lado, Pego Junior e Vicente Machado, então governador do Paraná, fugiram do estado covardemente com suas tropas, que contavam com mais de mil homens eficaram desorientadas, acabaram por desertar ou perder-se na fuga. O Paraná e a capital Curitiba estavam sem exército e governantes, só a Lapa estava guarnecida, Carneiro e suas tropas foram cercados na cidade, em um dos mais célebres episódios da vida militar brasileira, conhecido como Cerco da Lapa.
Cerco da Lapa[editar | editar código-fonte]
Foram vinte e seis dias de resistência, com um efetivo militar de 639 praças e patriotas (civis voluntários). Eles foram cercados por três mil homens comandados por Gumercindo Saraiva. A capitulação ocorreu após a morte de Carneiro e pela falta de comida e de munição. A resistência definiu o vencedor, pois atrasou o avanço dos federalistas e permitiu que as tropas legalistas se organizassem e posteriormente derrotassem os revoltosos.
O então Coronel Gomes Carneiro foi ferido, morrendo dois dias depois, em 9 de fevereiro de 1894, ainda dando ordens.[1] Um dia antes, sem o saber, fora promovido a General de Brigada, por bravura. Seus restos mortais se encontram no Panteão dos Heróis, na cidade de Lapa, junto com todos os combatentes, que morreram no cerco ou posteriormente.
Homenagens[editar | editar código-fonte]
Em sua homenagem foram batizados como " General Carneiro" um município no Paraná e outro no Mato Grosso, e uma avenida de Sorocaba, em São Paulo.
Personagem histórica[editar | editar código-fonte]
Na obra O Triste Fim de Policarpo Quaresma, o escritor Lima Barreto abandona momentaneamente a ficção e lhe faz um insuspeito elogio:
- ... só a Lapa resistia tenazmente, uma das poucas páginas dignas e limpas de todo aquele enxurro de paixões. A pequena cidade tinha dentro de suas trincheiras o Coronel Gomes Carneiro, uma energia, uma vontade, verdadeiramente isso, porque era sereno, confiante e justo. Não se desmanchou em violências de apavorado e soube tornar verdade a gasta frase grandiloquente: resistir até a morte.
Ao saber da queda da Lapa, Marechal Floriano Peixoto exclamou: "Se a Lapa caiu, Gomes Carneiro morreu!"
Foi, por seu valor inconteste, designado Patrono do Sétimo Regimento de Infantaria, na cidade rio-grandense de Santa Maria, uma das maiores e mais famosas unidades do Exército Brasileiro.
Ver também[editar | editar código-fonte]
Referências
- ↑ - Os 120 anos do Cerco da Lapa e o preço da consolidação da República Floriano Peixoto implantou uma ditadura militar no início da República e com isso gerou uma série de rebeliões. O Cerco da Lapa faz parte desse cenário de luta pelo poder e de debilidade política Jornal Paranaense - Gazeta do Povo