Convento de Cristo
Convento de Cristo | |
---|---|
Igreja do Convento | |
Nomes alternativos | Mosteiro de Cristo |
Estilo dominante | Gótico, Manuelino, Renascentista |
Início da construção | século XII |
Fim da construção | século XVIII |
Proprietário inicial | Ordem dos Templários |
Função inicial | Convento |
Proprietário atual | Estado Português |
Função atual | Museu |
Visitantes | 100.000 (1º semestre de 2015)[1] |
Website | http://www.conventocristo.pt/ |
Património Mundial | |
Critérios | C(i) C(vi) |
Ano | 1983 |
Referência | 265 en fr es |
Património Nacional | |
Classificação | Monumento Nacional |
Ano | 1910 |
DGPC | 70237 |
SIPA | 4718 |
Geografia | |
País | Portugal |
Cidade | Tomar |
Coordenadas |
O Convento de Cristo é um monumento nacional de Portugal, situado na cidade de Tomar, freguesia de São João Baptista, classificado pela UNESCO como Património Mundial e votado como um dos finalistas da iniciativa da eleição das Sete Maravilhas do País.
História
Foi fundado em 1160 [2] pelo Grão-Mestre da Ordem dos Cavaleiros Templários, D. Gualdim Pais, e ainda conserva memórias desses monges cavaleiros e dos herdeiros do seu cargo, a Ordem de Cristo, os quais fizeram deste edifício a sua sede. Sob Infante D. Henrique o Navegador, Mestre da ordem desde 1418, foram construídos claustros entre a Charola e a fortaleza dos Templários, mas as maiores modificações verificam-se no reinado de D. João III (1521-1557). Arquitectos como João de Castilho e Diogo de Arruda procuraram exprimir o poder da Ordem construindo a igreja e os claustros com ricos floreados manuelinos que atingiram o máximo esplendor na janela da fachada ocidental.
Trata-se de uma construção periurbana, implantada no alto de uma elevação sobranceira à planície onde se estende a cidade. Está circundado pelas muralhas do Castelo de Tomar e pela mata da cerca.
Actualmente é um espaço cultural, turístico e ainda devocional. A arquitectura partilha traços românicos, góticos, manuelinos, renascentistas, maneiristas e barrocos.
Caracterização arquitectónica
Claustros
Os claustros são originalmente de estilo gótico, com estrutura de arcadas quebradas sobre colunas grupadas. Já a nave manuelina de espaço unificado está coberta com abóbada rebaixada. As janelas, frisos e platibandas têm corpo manuelino com decoração vegetalista, enquanto a planta do conjunto monacal quinhentista parece inspirar-se na do Ospedale Maggiore, em Milão.
O claustro grande, também referenciado como Claustro Principal, ou chamado de Claustro de D. João III, pelo seu realce que distintamente o caracteriza, pela luminosidade a ele inerente e pelas suas características tão particulares, acaba por ofuscar os claustros a ele adjacentes.[3]
Iniciado nos anos 50 do século XVI por João de Castilho e substituído em parte por Diogo Torralva, o Grande Claustro reflecte a paixão de D. João III pela arte italiana. Escadas em espiral ocultas nos cantos conduzem ao Terraço da Cera.
O Claustro da Lavagem é quadrangular de dois pisos; o Claustro do Cemitério é quadrangular, com um piso com cinco tramos por ala. Os claustros de João de Castilho: o Claustro da Micha é quadrangular com quatro alas, enquanto o dos Corvos é também quadrangular, mas com duas galerias de dupla arcada separadas por contrafortes. Por último, o Claustro de D. João III é ainda quadrado, com chanfros nos ângulos. O Refeitório é rectangular, com abóbada de berço com nervuras formando caixotões quadrados. O Dormitório está disposto em cruz, com dois grandes corredores. Existem ainda o Claustro da Hospedaria e o Claustro de Santa Bárbara, quadrado, com quatro arcos rebaixados por ala, sobre colunas de fuste liso, o Claustro dos Corvos, o único com jardim e o Claustro das necessarias.
Charola
O núcleo do mosteiro é a Charola do século XII, o Oratório dos Templários. Tal como em muitos dos seus templos, baseia-se na Rotunda do Santo Sepulcro de Jerusalém, adaptada pelo Infante D. Henrique. Em 1356, Tomar passou a ser a sede da Ordem de Cristo em Portugal, e a decoração da Charola reflecte a riqueza da Ordem. As pinturas e frescos (quase só cenas bíblicas do século XVI) e a estatuária dourada sob a cúpula bizantina, foram cuidadosamente restauradas. Quando foi construída a igreja manuelina, esta ficou ligada à Charola por uma arcada.
A Charola, poligonal, é o centro do conjunto de edificações, culminando-as visualmente. A norte e a este estão a Sacristia, os claustros do Cemitério e da Lavagem, as ruínas dos Paços, as Enfermarias e ainda a Sala dos Cavaleiros e a Botica.
A oeste, a igreja, os claustros e as dependências conventuais. A norte pontifica a Portaria Real, entre o corpo das Enfermarias e Hospedaria. A fachada sul está realçada pela arcaria do Aqueduto dos Pegões, apoiada numa plataforma rústica, que corresponde ao corpo do Claustro dos Corvos, Dormitórios e Claustro de D. João III.
A charola foi desenvolvida arquitetonicamente para a função de igreja dos cavaleiros e é, nessa circunstância, que a classificação “de tipo igreja em rotunda”, importada pelos Templários da sua prática oriental, e é ainda o ponto de chegada do Castelo dos Templários.[4]
No que diz respeito à planta da igreja, é composta por dois corpos diferentes: a Charola, actual capela-mor, e o corpo da nave, que se adapta ao desnível do terreno para oeste, onde possui três registos assentes num forte embasamento e marcados por frisos decorativos envolventes, com decoração naturalista emblemática manuelina.
No interior, a nave é coberta por uma abóbada polinervada de combados de João de Castilho.
Portal Sul
O Portal Sul é assinado e datado de 1515, por João de Castilho. O programa iconográfico do portal compreende a representação da Virgem com o Menino. A imagem é rodeada de outras de menores dimensões, no plano superior: São Jerónimo e São Gregório, Santo Agostinho e Santo Ambrósio, abaixo destes, um Profeta e São João Evangelista. No plano inferior encontram-se três profetas em que se pensa ser a imagem de Salomão. A lógica de representação demonstra a concordância do Novo e do Velho Testamento. Do ponto de vista estilístico, é notória uma mistura entre o Manuelino e o Gótico influenciado por uma linguagem decorativa do Renascimento. As ombreiras e arquivoltas dividem-se em dois registos de decoração tipicamente manuelina – troncos de árvores, animais, vegetação – e um registo plateresco - medalhões.[5]
Ver também
Referências
- ↑ http://www.publico.pt/culturaipsilon/noticia/visitantes-dos-museus-e-palacios-crescem-10-mas-museu-de-arte-antiga-lidera-perdas-1703061
- ↑ «Convento de Cristo». Portal da Cultura. Culturaonline.pt. Consultado em 22 de março de 2011
- ↑ PEREIRA, Paulo, “As grandes edificações” in História da Arte Portuguesa, vol. II, Lisboa, 1995, pp. 11-112
- ↑ PEREIRA, Paulo, “ As grandes edificações” in História da Arte Portuguesa, vol. II, Lisboa, 1995, p. 43
- ↑ PPEREIRA, Paulo, In História da Arte Portuguesa. Lisboa: Temas e Debates, 3.ª ed., vol.2, 1999, p. 75
Ligações externas
- «Convento de Cristo». (IGESPAR)
- «Documentário sobre o Convento de Cristo». (IGESPAR)
- «Convento de Cristo». (Base de dados do IGESPAR)
- «Tomar». , Cidade dos Templários: Convento de Cristo