Hirohito: diferenças entre revisões

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'''Hirohito''' (裕仁), o Imperador Showa ''Showa Tennō'' (昭和天皇), ([[29 de abril]] de [[1901]] - [[7 de janeiro]] de [[1989]]), foi o 124º imperador do [[Japão]]. Reinou de [[1926]] a [[1989]], sendo conhecido fora do Japão como Hirohito.
'''Hirohito''' (裕仁), o Imperador Showa ''Showa Tennō'' (昭和天皇), ([[29 de abril]] de [[1901]] - [[7 de janeiro]] de [[1989]]), foi o 124º imperador do [[Japão]]. Reinou de [[1926]] a [[1989]], sendo conhecido fora do Japão como Hirohito.


Seu reinado foi o mais longo de todos os imperadores japoneses, período em que ocorreram grandes mudanças na sociedade japonesa.
Seu reinado foi o mais longo de todos os imperadores japoneses, período em que ocorreram grandes mudanças na sociedade japonesa.







==Biografia==
==Biografia==


''Michinomiya Hirohito'' nasceu em [[Tóquio]], enquanto jovem, interessou-se por [[biologia marinha]], assunto sobre o qual escreverá [[livro]]s mais tarde. Em [[1921]], ainda [[príncipe]], visitou a [[Europa]], fato inédito na [[monarquia japonesa]]. Em [[1926]] tornou-se imperador. Considerado um [[Divindade|deus]] vivo pelo povo, e a figura a quem os militares japoneses deviam obediência absoluta, Hirohito não governou de verdade o Japão. A [[Constituição]] conferia-lhe poder supremo, mas na prática ele apenas ratificava as políticas formuladas por seus [[ministro]]s e conselheiros.
''Michinomiya Hirohito'' nasceu em [[Tóquio]], enquanto jovem, interessou-se por [[biologia marinha]], assunto sobre o qual escreverá [[livro]]s mais tarde. Em [[1921]], ainda [[príncipe]], visitou a [[Europa]], fato inédito na [[monarquia japonesa]]. Em [[1926]] tornou-se imperador. Considerado um [[Divindade|deus]] vivo pelo povo, e a figura a quem os militares japoneses deviam obediência absoluta, Hirohito não governou de verdade o Japão. A [[Constituição]] conferia-lhe poder supremo, mas na prática ele apenas ratificava as políticas formuladas por seus [[ministro]]s e conselheiros.

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==Segunda Guerra Mundial==
==Segunda Guerra Mundial==
[[Imagem:Hirohito_in_dress_uniform.jpg|thumb|left|Hirohito, poder supremo do [[Exército Imperial Japonês]] e [[Marinha Imperial Japonesa]]]]
O professor [[Yoshiaki Yoshimi]] publicou uma série de obras importantes onde estudou os [[crime de guerra|crimes de guerra]] perpetrados pelo [[Exército Imperial Japonês]] e pela [[Marinha Imperial Japonesa]] durante a parte inicial do [[Período Showa]], tal como o uso pelo exército de [[guerra química|armas químicas]] por ordem do próprio Hirohito.


O professor [[Yoshiaki Yoshimi]] publicou uma série de obras importantes onde estudou os [[Crimes de guerra do Japão Imperial|crimes de guerra japoneses]] perpetrados pelo [[Exército Imperial Japonês|Exército]] e pela [[Marinha Imperial Japonesa|Marinha]] durante a parte inicial do [[Período Showa]], tal como o uso pelo exército de [[guerra química|armas químicas]] por ordem do próprio Hirohito.
De acordo com o historiador [[Akira Fujiwara]] Hirohito teria ratificado pessoalmente a decisão de remover as restrições do direito internacional ([[Convenção da Haia]]) no tratamento de prisioneiros de guerra chineses pela diretriz de [[5 de agosto]] de [[1937]]. Esta notificação também alertava aos oficiais do estado-maior para que parassem de usar a expressão "prisioneiros de guerra".<ref>Fujiwara, ''Nitchû sensô ni okeru horyo gyakusatsu'', 1995</ref>


[[Imagem:Hiro4.jpg|thumb|184px|right|'''Hirohito preparando-se para realizar o discurso radiofônico em que anunciará a rendição do país aos aliados. Neste discurso ao povo japonês, em nenhum momento ele usa a palavra "rendição".''' ]]
O governo do [[Lista de primeiros-ministros do Japão|primeiro-ministro]] e general [[Hideki Tojo]] era dominado pelos militares, que travaram a guerra em nome do imperador, mas só com o seu consentimento tácito. Hirohito tentou usar de sua influência para evitar a guerra, mas, finalmente, deu seu consentimento para os ataques que desembocaram na [[Guerra do Pacífico|Guerra do Pacífico]]. Aliados aos [[Alemanha|alemães]] e [[Itália|italianos]] durante a [[II Guerra Mundial]], os japoneses atacam a base norte-americana de [[Pearl Harbor]], no [[Havaí]], em [[1941]], o que faz os [[Estados Unidos da América|Estados Unidos]] (EUA) entrarem no conflito.
De acordo com o historiador [[Akira Fujiwara]] Hirohito teria ratificado pessoalmente a decisão de remover as restrições do direito internacional ([[Convenção da Haia]]) no tratamento de prisioneiros de guerra chineses pela diretriz de [[5 de agosto]] de [[1937]]. Esta notificação também alertava aos oficiais do estado-maior para que parassem de usar a expressão "''[[prisioneiros de guerra]]''".<ref>Fujiwara, ''Nitchû sensô ni okeru horyo gyakusatsu'', 1995</ref>

O governo do [[Lista de primeiros-ministros do Japão|primeiro-ministro]] e general [[Hideki Tojo]] era dominado pelos militares, que travaram a guerra em nome do imperador, mas só com o seu consentimento tácito. Hirohito tentou usar de sua influência para evitar a guerra, mas, finalmente, deu seu consentimento para os ataques que desembocaram na [[Guerra do Pacífico|Guerra do Pacífico]].

Aliados aos [[Alemanha Nazi|alemães]] e [[Itália fascista|italianos]] durante a [[II Guerra Mundial]], os japoneses atacam a base norte-americana de [[Ataque a Pearl Harbor|Pearl Harbor]], no [[Havaí]], em [[1941]], o que faz os [[Estados Unidos da América|Estados Unidos]] (EUA) entrarem no conflito.

Hirohito apoiou a guerra num grau mais alto ou mais baixo (os historiadores divergem nesse ponto) até os ataques com [[Bomba atômica|bombas atômicas]] ao Japão em agosto de [[1945]]. Após os [[Bombardeamentos de Hiroshima e Nagasaki]] atingidas pelas bombas atômicas, o Japão se rende e Hiroíto anuncia o fato em cadeia nacional de [[Radiodifusão|rádio]]. Os governos aliados permitiram que ele permanecesse no trono após a guerra e, para o espanto de alguns, não foi tratado como [[Crime de guerra|criminoso de guerra]].


Hirohito apoiou a guerra num grau mais alto ou mais baixo (os historiadores divergem nesse ponto) até os ataques com [[Bomba atômica|bombas atômicas]] ao Japão em agosto de [[1945]]. Após ter as cidades de [[Hiroshima]] e [[Nagasaki]] atingidas pelas bombas atômicas, o Japão se rende e Hiroíto anuncia o fato em cadeia nacional de [[rádio]]. Os governos aliados permitiram que ele permanecesse no trono após a guerra e, para o espanto de alguns, não foi tratado como [[Crime de guerra|criminoso de guerra]].


==Aliados==
==Aliados==
[[Imagem:Reagan hirohito.jpg|thumb|[[Ronald Reagan]] e Hirohito. Tóquio, Japão. 9 de Novembro de 1983]]


Por imposição dos Aliados, que ficam no Japão até [[1950]], toma medidas democratizantes, entre elas a negação do caráter divino de seu cargo, que transforma em [[monarquia]] constitucional. Economicamente destruída pela [[guerra]], a nação se transforma em potência industrial no período seguinte. Hiroíto não segue muitos dos rituais da corte. Abandona o uso do [[quimono]], permite a publicação de [[foto]]s da família imperial e assume publicamente sofrer de [[câncer]]. Morre em [[Tóquio]], depois de reinar por 63 anos. É sucedido por seu filho [[Akihito]].
Por imposição dos [[Aliados]], que ficam no Japão até [[1950]], toma medidas democratizantes, entre elas a negação do caráter divino de seu cargo, que transforma em [[monarquia]] constitucional. Economicamente destruída pela [[guerra]], a nação se transforma em potência industrial no período seguinte. Hiroíto não segue muitos dos rituais da corte. Abandona o uso do [[quimono]], permite a publicação de [[foto]]s da família imperial e assume publicamente sofrer de [[câncer]]. Morre em [[Tóquio]], depois de reinar por 63 anos. É sucedido por seu filho [[Akihito]].

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|[[Imagem:Reagan hirohito.jpg|thumb|220px|right|'''[[Ronald Reagan]], [[Nancy Reagan]] e Hirohito. Tóquio, Japão. 9 de Novembro de 1983.''']]
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==Filhos==
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No dia [[26 de Janeiro]] de [[1924]], Hirohito se casou com sua prima distante, a Princesa Nagako Kuni (futura [[Imperatriz Kōjun]]), a filha mais velha do [[Príncipe Kuni Kuniyoshi]]. Eles tiveram dois filhos e cinco filhas.
No dia [[26 de Janeiro]] de [[1924]], Hirohito se casou com sua prima distante, a Princesa Nagako Kuni (futura [[Imperatriz Kōjun]]), a filha mais velha do [[Príncipe Kuni Kuniyoshi]]. Eles tiveram dois filhos e cinco filhas.
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* [[Príncipe Hitachi|Príncipe Masahito]], 1º Príncipe Hitachi ([[28 de Novembro]] de [[1935]] - ) Sem Filhos
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* [[Princesa Takako]] ([[2 de Março]] de [[1939]] - )
* [[Princesa Takako]] ([[2 de Março]] de [[1939]] - )



==Condecorações==
==Condecorações==

* {{flagicon|Japão}} Grande Cordão da [[Ordem do Crisântemo]]
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* {{flagicon|Japão}} Grande Cordão da [[Ordem do Sol Nascente]]
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* {{flagicon|Espanha}} Cavaleiro da [[Ordem do Tosão de Ouro]]
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==Referências==
==Referências==

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== {{Ver também}} ==
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* [[Segunda Guerra Mundial]]
* [[Segunda Guerra Mundial]]

Revisão das 23h19min de 15 de setembro de 2008

Predefinição:Político Hirohito (裕仁), o Imperador Showa Showa Tennō (昭和天皇), (29 de abril de 1901 - 7 de janeiro de 1989), foi o 124º imperador do Japão. Reinou de 1926 a 1989, sendo conhecido fora do Japão como Hirohito.

Seu reinado foi o mais longo de todos os imperadores japoneses, período em que ocorreram grandes mudanças na sociedade japonesa.




Biografia

Michinomiya Hirohito nasceu em Tóquio, enquanto jovem, interessou-se por biologia marinha, assunto sobre o qual escreverá livros mais tarde. Em 1921, ainda príncipe, visitou a Europa, fato inédito na monarquia japonesa. Em 1926 tornou-se imperador. Considerado um deus vivo pelo povo, e a figura a quem os militares japoneses deviam obediência absoluta, Hirohito não governou de verdade o Japão. A Constituição conferia-lhe poder supremo, mas na prática ele apenas ratificava as políticas formuladas por seus ministros e conselheiros.

Hirohito e seu cavalo Sirayuki.
Hirohito, poder supremo do Exército Imperial Japonês e Marinha Imperial Japonesa.
O imperador Hirohito e a Imperatriz Kōjun em 26 de Janeiro de 1924 logo após o casamento.


Segunda Guerra Mundial

O professor Yoshiaki Yoshimi publicou uma série de obras importantes onde estudou os crimes de guerra japoneses perpetrados pelo Exército e pela Marinha durante a parte inicial do Período Showa, tal como o uso pelo exército de armas químicas por ordem do próprio Hirohito.

Hirohito preparando-se para realizar o discurso radiofônico em que anunciará a rendição do país aos aliados. Neste discurso ao povo japonês, em nenhum momento ele usa a palavra "rendição".

De acordo com o historiador Akira Fujiwara Hirohito teria ratificado pessoalmente a decisão de remover as restrições do direito internacional (Convenção da Haia) no tratamento de prisioneiros de guerra chineses pela diretriz de 5 de agosto de 1937. Esta notificação também alertava aos oficiais do estado-maior para que parassem de usar a expressão "prisioneiros de guerra".[1]

O governo do primeiro-ministro e general Hideki Tojo era dominado pelos militares, que travaram a guerra em nome do imperador, mas só com o seu consentimento tácito. Hirohito tentou usar de sua influência para evitar a guerra, mas, finalmente, deu seu consentimento para os ataques que desembocaram na Guerra do Pacífico.

Aliados aos alemães e italianos durante a II Guerra Mundial, os japoneses atacam a base norte-americana de Pearl Harbor, no Havaí, em 1941, o que faz os Estados Unidos (EUA) entrarem no conflito.

Hirohito apoiou a guerra num grau mais alto ou mais baixo (os historiadores divergem nesse ponto) até os ataques com bombas atômicas ao Japão em agosto de 1945. Após os Bombardeamentos de Hiroshima e Nagasaki atingidas pelas bombas atômicas, o Japão se rende e Hiroíto anuncia o fato em cadeia nacional de rádio. Os governos aliados permitiram que ele permanecesse no trono após a guerra e, para o espanto de alguns, não foi tratado como criminoso de guerra.


Aliados

Por imposição dos Aliados, que ficam no Japão até 1950, toma medidas democratizantes, entre elas a negação do caráter divino de seu cargo, que transforma em monarquia constitucional. Economicamente destruída pela guerra, a nação se transforma em potência industrial no período seguinte. Hiroíto não segue muitos dos rituais da corte. Abandona o uso do quimono, permite a publicação de fotos da família imperial e assume publicamente sofrer de câncer. Morre em Tóquio, depois de reinar por 63 anos. É sucedido por seu filho Akihito.

Douglas MacArthur e o imperador Hirohito em seu primeiro encontro a 27 de Setembro de 1945.
A parir da esquerda: a Imperatriz Kōjun, a primeira-dama dos EUA Elizabeth Ann Ford, o imperador Hirohito, e o presidente americano Gerald Ford. 2 de Outubro de 1975.
Ronald Reagan, Nancy Reagan e Hirohito. Tóquio, Japão. 9 de Novembro de 1983.


Filhos

No dia 26 de Janeiro de 1924, Hirohito se casou com sua prima distante, a Princesa Nagako Kuni (futura Imperatriz Kōjun), a filha mais velha do Príncipe Kuni Kuniyoshi. Eles tiveram dois filhos e cinco filhas.


Condecorações


Referências


Ver também

Commons
Commons
O Commons possui imagens e outros ficheiros sobre Hirohito

Precedido por
Imperador Taisho
Imperador do Japão
1926 - 1989
Sucedido por
Imperador Heisei


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