Cronologia da Revolução dos Cravos: diferenças entre revisões

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== 24 de Abril ==
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No final do dia [[24 de Abril]] de 1974, um grupo de militares comandados por [[Otelo Saraiva de Carvalho]] instalou secretamente o posto de comando do movimento golpista no quartel da [[Pontinha]], em [[Lisboa]]. Esses militares eram o comandante [[Vítor Manuel Trigueiros Crespo|Vítor Crespo]], o major [[Sanches Osório]], o ten-coronel Fisher Lopes Pires, o major [[Garcia dos Santos]], o major [[Hugo dos Santos]] e o capitão [[Luís Macedo]].
No final do dia [[24 de Abril]] de 1974, um grupo de militares comandados por [[Otelo Saraiva de Carvalho]] instalou secretamente o posto de comando do movimento revolucionário no quartel da [[Pontinha]], em [[Lisboa]]. Esses militares eram o comandante [[Vítor Manuel Trigueiros Crespo|Vítor Crespo]], o major [[Sanches Osório]], o ten-coronel Fisher Lopes Pires, o major [[Garcia dos Santos]], o major [[Hugo dos Santos]] e o capitão [[Luís Macedo]].


=== 22h55 ===
=== 22h55 ===
* É transmitida a canção ”[[E depois do Adeus]]”, de [[Paulo de Carvalho]], pelo jornalista João Paulo Diniz dos [[Emissores Associados de Lisboa]]. Este foi a primeira das senhas previamente combinadas pelos golpistas para sincronizar as operações.
* É transmitida a canção ”[[E depois do Adeus]]”, de [[Paulo de Carvalho]], pelo jornalista João Paulo Diniz dos [[Emissores Associados de Lisboa]]. Este foi a primeira das senhas previamente combinadas pelos revolucionários para sincronizar as operações.


== 25 de Abril ==
== 25 de Abril ==

Revisão das 03h04min de 7 de março de 2015

Esta é uma cronologia da Revolução dos Cravos que, em 25 de Abril de 1974, pôs fim a 48 anos de ditadura em Portugal, abrindo caminho para a implementação de um governo democrático.

24 de Abril

No final do dia 24 de Abril de 1974, um grupo de militares comandados por Otelo Saraiva de Carvalho instalou secretamente o posto de comando do movimento revolucionário no quartel da Pontinha, em Lisboa. Esses militares eram o comandante Vítor Crespo, o major Sanches Osório, o ten-coronel Fisher Lopes Pires, o major Garcia dos Santos, o major Hugo dos Santos e o capitão Luís Macedo.

22h55

25 de Abril

0h20min

  • É dada a senha definitiva, quando foi transmitida a leitura gravada da primeira estrofe da canção "Grândola, Vila Morena" de José Afonso, no programa Limite transmitido através da Rádio Renascença. A senha definitiva confirma o início simultâneo das operações em todo o País e comanda o avanço das forças sobre os seus objectivos. Em seguida foram lidos dois poemas de Carlos Albino, jornalista do República e um dos responsáveis pelo programa, juntamente com Manuel Tomás, Leite de Vasconcelos e Marcel Almeida. A bobine original da Senha foi doada pelos seus executores à Fundação Mário Soares, onde se encontra.

0h30min

  • Os militares do MFA ocupam a Escola Prática de Administração Militar.

1h00min

3h00min

3h30min

4h00min

  • Devido à falta de noticias sobre o controlo do Aeroporto de Lisboa, é adiada a transmissão do primeiro comunicado do Movimento, prevista para esta hora no RCP..

4h15min

  • O regime reagiu, com o ministro da Defesa a ordenar a forças sediadas em Braga para avançarem sobre o Porto, com o objectivo de recuperar o Quartel-General, mas estas forças tinham aderido ao MFA e ignoraram as ordens.

4h20min

  • As forças da Escola Prática de Infantaria de Mafra controlam o aeroporto de Lisboa que é encerrado. O tráfego aéreo é reencaminhado para Madrid e Las Palmas.

4h26min

  • Leitura do primeiro comunicado do MFA, pela voz do jornalista Joaquim Furtado, aos microfones do Rádio Clube Português:
Aqui posto de comando do Movimento das Forças Armadas.
As Forças Armadas portuguesas apelam a todos os habitantes da cidade de Lisboa no sentido de se recolherem a suas casas, nas quais se devem conservar com a máxima calma. Esperamos sinceramente que a gravidade da hora que vivemos não seja tristemente assinalada por qualquer acidente pessoal, para o que apelamos para o bom senso dos comandos das forças militarizadas, no sentido de serem evitados quaisquer confrontos com as Forças Armadas. Tal confronto, além de desnecessário, só poderá conduzir a sérios prejuízos individuais que enlutariam e criariam divisões entre os portugueses, o que há que evitar a todo o custo. Não obstante a expressa preocupação de não fazer correr a mínima gota de sangue de qualquer português, apelamos para o espírito cívico e profissional da classe médica, esperando a sua acorrência aos hospitais, a fim de prestar a sua eventual colaboração, que se deseja, sinceramente, desnecessária
  • Após a leitura do comunicado, foi tocada A Portuguesa, prosseguindo a emissão com a passagem de marchas militares, entre as quais a marcha "A Life on the Ocean Waves" de Henry Russell (1812-1900), que haveria de ser adoptada como hino do MFA.
  • Às 4 horas e 20 minutos o Aeroporto Militar de Figo Maduro (Aeródromo de Trânsito nº. 1), adjacente ao Aeroporto de Lisboa, foi ocupado por um só homem, o capitao piloto-aviador Costa Martins. Controlado o AT1, com o "bluff" de que se encontrava cercado por uma Companhia da Escola Prática de Infantaria, o capitão Costa Martins dirigiu-se à torre de controlo do aeroporto de Lisboa, com o mesmo "bluff" e deu ordens de encerrar todo o trafego aéreo instruindo o ATC no sentido de divulgar um "NOTAM" que oficializou o encerramento da FIR de Lisboa e de todos os sobrevoos e ou operações aéreas civis em Portugal. Costa Martins seria mais tarde difamado e vilipendiado sendo a sua promoção suspensa e afastado da Força Aérea. Após um longo processo judicial que chegou ao Supremo Tribunal de Justiça o capitão Costa Martins foi reintegrado e promovido a coronel, o posto que teria se nunca tivesse sido afastado.

4h45min

  • Leitura do segundo comunicado do MFA, na antena do RCP:
A todos os elementos das forças militarizadas e policiais o comando do Movimento das Forças Armadas aconselha a máxima prudência, a fim de serem evitados quaisquer recontros perigosos. Não há intenção deliberada de fazer correr sangue desnecessário, mas tal acontecerá caso alguma provocação se venha a verificar.
Apelamos, portanto, para que regressem imediatamente aos seus quartéis, aguardando as ordens que lhes serão dadas pelo M. F. A.
Serão severamente responsabilizados todos os comandos que tentarem por qualquer forma conduzir os seus subordinados à luta com as Forças Armadas.

5h15min

  • É lido o terceiro comunicado do MFA:
Para que a gravidade da hora que vivemos não seja tristemente assinalada por qualquer acidente pessoal, apelamos para o bom senso dos comandos das Forças Militarizadas no sentido de serem evitados confrontos com as Forças Armadas. Tal confronto, além de desnecessário, só poderá conduzir a sérios prejuízos individuais que enlutariam e criariam divisões entre os portugueses, o que há que evitar a todo o custo. Não obstante a expressa preocupação de não fazer correr a mínima gota de sangue de qualquer português, apelamos para o espírito cívico e profissional da classe médica, esperando a sua ocorrência aos hospitais a fim de prestar a sua eventual colaboração, que se deseja sinceramente desnecessária.
A todos os elementos das Forças Militarizadas e policiais, o Comando do Movimento das Forças Armadas aconselha a máxima prudência, a fim de serem evitados quaisquer recontros perigosos. Não há intenção deliberada de fazer correr sangue desnecessariamente, mas tal acontecerá caso alguma provocação se venha a verificar.
Apelamos, portanto, para que regressem imediatamente aos seus quartéis, aguardando as ordem que lhes serão dadas pelo Movimento das Forças Armadas. Serão severamente responsabilizados todos os comandos que tentarem por qualquer forma conduzir os seus subordinados à luta com as Forças Armadas.
Informa-se a população de que, no sentido de evitar todo e qualquer incidente ainda que involuntário, deverá recolher a suas casas, mantendo absoluta calma. A todos os elementos das forças militarizadas, nomeadamente às forças da G.N.R. e P.S.P. e ainda às Forças da Direcção-Geral de Segurança e Legião Portuguesa, que abusivamente foram recrutadas, lembra-se o seu dever cívico de contribuírem para a manutenção da ordem pública, o que, na presente situação, só poderá ser alcançado se não for oposta qualquer reacção às Forças Armadas. Tal reacção nada teria de vantajoso, pois conduziria a um indesejável derramamento de sangue, que em nada contribuiria para a união de todos os portugueses. Embora estando crentes no bom senso e no civismo de todos os portugueses, no sentido de evitarem todo e qualquer recontro armado, apelamos para que os médicos e o pessoal de enfermagem se apresentem em todos os hospitais para uma colaboração que fazemos votos seja desnecessária.

6h45min

  • Quarto comunicado do MFA:
Aqui Posto de Comando do Movimento das Forças Armadas.
Atenção elementos das forças militarizadas e policiais. Uma vez que as Forças Armadas decidiram tomar a seu cargo a presente situação, será considerado delito grave qualquer oposição das forças militarizadas e policiais às unidades militares que cercam a cidade de Lisboa. A não obediência a este aviso poderá provocar um inútil derramamento de sangue, cuja responsabilidade lhes será inteiramente atribuída. Deverão, por conseguinte, conservar-se dentro dos seus quartéis até receberem ordens do Movimento das Forças Armadas. Os comandos das forças militarizadas e policiais serão severamente responsabilizados, caso incitem os seus subordinados à luta armada.»

7h30min

  • Quinto comunicado do MFA:
Aqui posto de comando das Forças Armadas.
Conforme tem sido transmitido, as Forças Armadas desencadearam, na madrugada de hoje, uma série de acções com vista à libertação do País do regime que há longo tempo o domina.
Nos seus comunicados as F. A. têm apelado para a não intervenção das forças policiais, com o objectivo de se evitar derramamento de sangue. Embora este desejo se mantenha firme, não se hesitará em responder, decidida e implacavelmente, a qualquer oposição que se venha a manifestar.
Consciente de que interpreta verdadeiros sentimentos da Nação, o M. F. A. prosseguirá na sua acção libertadora, e pede à população que se mantenha calma e que recolha às suas residências.
Viva Portugal.

8h45min

As Forças Armadas iniciaram uma série de acções com vista à libertação do País do regime que há longo tempo o domina. Nos seus comunicados, as Forças Armadas têm apelado para a não intervenção das forças policiais, com o objectivo de se evitar derramamento de sangue. Embora este desejo se mantenha firme, não se hesitará em responder, decidida e implacavelmente, a qualquer oposição que venha a manifestar-se. Consciente de que interpreta os verdadeiros sentimentos da nação, o movimento das Forças Armadas prosseguirá na sua acção libertadora e pede à população que se mantenha calma e que recolha às suas residências.
Viva Portugal!

12h30min

  • É cercado, pelas forças de Salgueiro Maia, o Quartel da GNR do Largo do Carmo, onde se encontra o presidente do Conselho, Marcelo Caetano.

16h00min

  • Forças do CIOE controlam as instalações da RTP do Monte da Virgem e do RCP, no Porto.

16h30min

  • Após negociações, Marcelo Caetano decide render-se, mas apenas a um oficial de alta patente.

17h45min

18h45min

19h30min

  • Marcelo Caetano e os ministros que com ele estavam no quartel foram transportados, numa Chaimite, para o posto de comando do MFA(Movimento das Forças Armadas), na Pontinha.

Referências

  1. Diário do Governo, de 25 de abril de 1974 [1]. Acesso a 4 de janeiro de 2011.
  • Centro de Documentação 25 de Abril: "Cronologia" [2], Universidade de Coimbra. Acesso a 4 de janeiro de 2011.
  • Município de Odivelas: "O 25 de Abril" [3]. Acesso a 4 de janeiro de 2011.

Ver também