Fábio Pestana Ramos

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Fábio Pestana Ramos
Fábio Pestana Ramos
O historiador em palestra na Granja Viana.
Nascimento 21 de setembro de 1974 (49 anos)
São Paulo
Nacionalidade  Brasil
Ocupação Historiador
Cargo Professor

Fábio Pestana Ramos (São Paulo, 21 de setembro de 1974) é um historiador brasileiro, defensor da tese da não existência da Escola de Sagres[nota 1] e do descobrimento do Brasil anterior a Pedro Álvares Cabral em 1500.[2]

Seus principais trabalhos concentram-se na história moderna, com ênfase em Portugal e Brasil Colônia, mas publicou trabalhos sobre outros temas como história das relações internacionais, história da educação e história da África.[3] Em seus artigos abordou temas da Idade Antiga, Idade Média e Idade Moderna.

Biografia[editar | editar código-fonte]

Formado em filosofia pela Universidade de São Paulo (USP), recebeu o título de doutor em história social pela mesma universidade em 2002.[4]

Foi agraciado com uma menção honrosa pela USP pelo desenvolvimento de uma pesquisa de iniciação científica que, posteriormente, foi publicada pela Humanitas no ano 2000, resultando no livro Naufrágios e Obstáculos enfrentados pelas armadas da Índia Portuguesa: 1497-1653.[5]

A pesquisa foi financiada pela FAPESP, fazendo uma análise quantitativa sobre os navios naufragados na Carreira da Índia, unindo pressupostos sociais, econômicos e culturais.[6]

Em 2000, participou do livro História das Crianças no Brasil, escrevendo o primeiro capítulo da obra A História Trágico-Marítima das crianças nas embarcações portuguesas do século XVI, livro que recebeu o prêmio Casa Grande e Senzala.[7]

Em 2002, participou do livro Festa Cultura e Sociabilidade na América portuguesa, organizado por István Jancsó e Iris Kantor, que recebeu o Prêmio Jabuti na categoria Ciências Humanas.[8]

No âmbito acadêmico, iniciou a carreira docente na Universidade Bandeirante de São Paulo, lecionando em disciplinas na área de Ciências Humanas e Gestão na Pontifícia Universidade Católica de Campinas, Fundação Santo André e Unimonte[6], entre outras universidades particulares. Atualmente é professor na Faculdade Pentágono (FAPEN), exercendo a função de editor de publicações e coordenação de projetos.

Em 2004, lançou o livro No tempo das especiarias, abordando o âmbito das navegações e descobrimentos portugueses, na realidade uma adaptação do texto de sua tese de doutorado. A obra demonstra como a pimenta e depois o açúcar ajudaram a articular o sistema capitalista já no século XVI, quando as especiarias tiveram fundamental importância para compor o mercantilismo europeu.[9]. Este livro foi reeditado várias vezes e passou a ser adotado em faculdades de história como leitura obrigatória, inclusive na Pontifícia Universidade Católica de Campinas, e em algumas escolas do ensino fundamental e médio, dado sua linguagem acessível

Em 2008 publicou o livro Por mares nunca dantes navegados: a aventura dos descobrimentos[4][10]. No livro defendeu a ideia que a escola de sagres nunca existiu e que o Brasil não foi descoberto por Pedro Álvares Cabral, noticia que gerou polêmica e repercutiu nos meios de comunicação de Portugal.[2][11]

Em parceria com Marcus Vinicius de Morais, em 2010, publicou o livro Eles Formaram o Brasil: Grandes personagens do Brasil.[12] O livro demonstra a formação da nacionalidade brasileira, afirmando que diferentes tipos de pessoas participaram da formação do Brasil: índios, portugueses, escravos, perseguidos religiosos, dentre os quais: o Caramuru, a índia Bartira, Manuel da Nóbrega, Raposo Tavares, Manuel Beckman, Felipe dos Santos, Chica da Silva, Maurício de Nassau e Marquês do Lavradio.

Em seus livros defende a ideia de que a miscigenação é a grande força do brasileiro, pois, a partir deste componente, o Brasil possui grande capacidade de adaptação.

Desde de 13 de agosto de 2010, edita a publicação eletrônica online Para entender a história, a qual conta com Mary Del Priore no seu Conselho Editorial[13].

Prêmios[editar | editar código-fonte]

  • 2002 Prêmio Jabuti, na categoria Ciências Humanas, atribuído pela Câmara Brasileira do Livro, para o livro por Festa Cultura e Sociabilidade na América portuguesa.[8].
  • 2000 Prêmio Casa Grande e Senzala, atribuído pela Fundação Joaquim Nabuco, para o livro História das Crianças no Brasil do qual é um dos co-autores,[7].
  • 1997 Menção Honrosa outorgada pela USP por Naufrágios e Obstáculos enfrentados pelas Armadas da India Portuguesa, Universidade de São Paulo[6].
  • 2015 Prêmio Professor Padre Geraldo Magela: práticas para uma educação inovadora - 1º. Lugar na Categoria Projeto Individual Unimonte - pelo projeto A evolução histórica-estrutural da cidade de Santos: um olhar da engenharia civil sobre o passado, pensando em um futuro sustentável (recuperando a memória), Grupo Ânima[14].
  • 2016 Prêmio Professor Padre Geraldo Magela: práticas para uma educação inovadora - 2º. Lugar Categoria Projeto Colaborativo Unimonte - em parceria com Renato Frosch e Cristina Porto pelo projeto Fomento ao empreendedorismo inovador: identidade profissional e pontencialização criativa, Grupo Ânima[14].
  • 2016 Prêmio Mérito Docente - 1º. Lugar Unimonte, Grupo Ânima.

Bibliografia[editar | editar código-fonte]

  • RAMOS, Fábio Pestana. Naufrágios e Obstáculos enfrentados pelas armadas da Índia Portuguesa: 1497-1653. São Paulo: Humanitas, 2000, v.1. p. 330.
  • RAMOS, Fábio Pestana. No tempo das especiarias: o império da pimenta e do açúcar. São Paulo: Contexto, 2004, v.1. p. 288. ISBN 85-7244-267-7
  • RAMOS, Fábio Pestana. Por mares nunca dantes navegados: a aventura dos descobrimentos. São Paulo: Contexto, 2008, v.1. p. 224. ISBN 978-85-7244-412-5
  • RAMOS, F. P. & MORAIS, M. V. Eles Formaram o Brasil. Grandes personagens do Brasil: outro olhar - 1. Colônia. São Paulo: Contexto, 2010, v.1. p. 271. ISBN 978-85-7244459-0
  • RAMOS, Fábio Pestana. Filosofia e ética profissional: temáticas e recortes. Santo André: Clube de Autores/PEAH, 2012, v.1. p. 334. ISBN 978-85-9135-140-4
  • RAMOS, Fábio Pestana. O apogeu e declínio do ciclo das especiarias: 1500-1700 - Volume 1: Em busca de cristãos e especiarias. Santo André: Clube de Autores/PEAH, 2012, v.1. p. 584. ISBN 978-85-9135-142-8
  • RAMOS, Fábio Pestana. O apogeu e declínio do ciclo das especiarias: 1500-1700 - Volume 2: A Carreira da Índia e a primazia da pimenta. Santo André: Clube de Autores/PEAH, 2013, v.1. p. 648. ISBN 978-85-9135-147-3
  • RAMOS, Fábio Pestana. O apogeu e declínio do ciclo das especiarias: 1500-1700 - Volume 3: A Carreira do Brasil e a primazia do açúcar. Santo André: Clube de Autores/PEAH, 2014, v.1. p. 670. ISBN 978-85-9135-149-7
  • RAMOS, Fábio Pestana. A guerra no Atlântico Sul: a 2º guerra mundial em águas brasileiras. Santo André: Clube de Autores/PEAH, 2013, v.1. p. 156. ISBN 978-85-9135-144-2
  • RAMOS, Fábio Pestana (org.). Desenvolvimento Gerencial: estudos de caso e novas perspectivas. Santo André: Clube de Autores/PEAH, 2015, v.1. p. 266. ISBN 978-85-9188-690-6
  • RAMOS, Fábio Pestana (org.); ALVAREZ, José Ângelo Justo (Org.).  Cadeias de Suprimento: estudos de caso e novas perspectivas. Santo André: Clube de Autores/PEAH, 2015, v.1. p. 122. ISBN 978-85-9188-692-0

Notas

  1. A teoria de que a escola de Sagres nunca existiu já foi anteriormente apresentada pelo brasileiro Thomaz Marcondes de Souza, em 1953, e pelo português Luís de Albuquerque, em 1990.[1].

Referências

  1. «L'Ecole de Sagres est un mythe». Luso.fr. 8 de fevereiro de 2009. Consultado em 21 de janeiro de 2011 
  2. a b Lusa. «Brasil: historiador nega existência da Escola de Sagres». publico.pt. Consultado em 29 de janeiro de 2010 [ligação inativa]
  3. CNPQ
  4. a b Giovana Sanchez do G1. «Portugal já comandou império de 14 colônias em quatro continentes». G1.globo.com. Consultado em 29 de janeiro de 2010 
  5. Livraria Cultura[ligação inativa]
  6. a b c Biblioteca Virtual FAPESP: Fonte primária de informação para a pesquisa apoiada pela FAPESP.
  7. a b «Fundação Joaquim Nabuco». Consultado em 10 de janeiro de 2011. Arquivado do original em 10 de junho de 2011 
  8. a b «54º Prêmio Jabuti 2002.». Consultado em 3 de fevereiro de 2013. Arquivado do original em 10 de maio de 2013 
  9. No tempo das especiarias. São Paulo: Contexto, 2004.[ligação inativa]
  10. Livraria Travessa
  11. «Brasileiro nega existência da Escola de Sagres». Consultado em 27 de janeiro de 2011. Arquivado do original em 22 de janeiro de 2013 
  12. Publish News
  13. Para entender a história... Revista eletronica indexada pela Latindex,CNEN e LivRE ISSN:2179-4111.
  14. a b «Premiados na segunda edição.». Consultado em 11 de fevereiro de 2015. Arquivado do original em 11 de fevereiro de 2015 

Ligações externas[editar | editar código-fonte]


Ícone de esboço Este artigo sobre uma pessoa é um esboço. Você pode ajudar a Wikipédia expandindo-o.