Gianni Ratto

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Gianni Ratto
Gianni Ratto
Gianni Ratto em 1955.
Nascimento 27 de agosto de 1916
Milão
Morte 30 de dezembro de 2005 (89 anos)
São Paulo
Ocupação Ator

Gianni Ratto (Milão, 27 de agosto de 1916São Paulo, 30 de dezembro de 2005) foi um diretor, cenógrafo, iluminador, figurista, escritor e ator italiano. Veio ao Brasil em 1954, a convite de Maria Della Costa para dirigir um espetáculo e aqui ficou.

Biografia[editar | editar código-fonte]

Em mais de cinquenta anos de carreira teatral, Ratto exerceu funções de diretor, cenógrafo, figurinista e iluminador. A seguir alguns dos espetáculos em que atuou como diretor.

Fundou, no ano de 1946, ao lado de Paolo Grassi e Giorgio Strehler, o Piccolo Teatro de Milão. Foi sua fama de cenógrafo que lhe garantiu um contrato com o Teatro alla Scala de Milão, no cargo de vice-diretor técnico. Foi lá que teve a oportunidade de dirigir a diva da ópera Maria Callas.

Chegou ao Brasil no ano de 1954 a convite da atriz Maria Della Costa e seu marido Sandro Polônio. A intenção da atriz era que o encenador a dirigisse no espetáculo de inauguração de seu teatro e sua companhia teatral: O Canto da Cotovia, de Jean Anouilh.

A chance de dirigir uma companhia brasileira o seduziu. Já no ano seguinte (1955) dirigia uma obra brasileira: A Moratória, de Jorge Andrade. Atitude que ia na contramão da cena teatral da época, dominada pelo Teatro Brasileiro de Comédia, que contava com outros diversos encenadores italianos: Adolfo Celi, Ruggero Jacobbi, Flaminio Bolini Cerri e Luciano Salce, todos sob a proteção dos mecenas Franco Zampari e Cicillo Matarazzo.

No ano de 1959, uniu-se à companhia teatral Teatro dos Sete, formada por: Fernanda Montenegro, Fernando Torres, Sérgio Britto, Cleide Yáconis, Paulo Autran e outros. É considerado por muitos um dos renovadores da encenação brasileira ao lado de nomes como Ziembinski, Tomás Santa Rosa, Ruggero Jacobbi e Adolfo Celi.

Além de seus trabalhos no teatro, dirigiu várias óperas, inclusive no Teatro Municipal do Rio de Janeiro e no Scala de Milão, onde também acumulou as funções de cenógrafo e iluminador.

Espetáculos encenados[editar | editar código-fonte]

  • 1955 Com a Pulga Atrás da Orelha, de Georges Feydeau. No elenco: Fernanda Montenegro. Foi também cenógrafo.
  • 1955 A Moratória, de Jorge de Andrade. No elenco: Fernanda Montenegro.
  • 1955 A Ilha dos Papagaios, de Sérgio Tófano. No elenco: Fernanda Montenegro.
  • 1956 Eurídice, de Jean Anouilh. No elenco: Fernanda Montenegro. Foi também cenógrafo.
  • 1959 O Mambembe, de Arthur Azevedo - No elenco: Fernanda Montenegro, Fernando Torres e outros.
  • 1960 A Profissão da Sra. Warren, de George Bernard Shaw. No elenco: Fernanda Montenegro. Foi também cenógrafo.
  • 1960 Cristo Proclamado, de Francisco Pereira da Silva. No elenco: Fernanda Montenegro. Foi também cenógrafo.
  • 1960 Com a Pulga Atrás da Orelha, de Georges Feydeau. No elenco: Fernanda Montenegro. Foi também cenógrafo.
  • 1961 Apague Meu Spotlight, de Jocy de Oliveira. No elenco: Fernanda Montenegro. Foi também cenógrafo.
  • 1966 Se Correr o Bicho Pega, Se Ficar o Bicho Come[1], de Oduvaldo Vianna Filho e Ferreira Goullart para o Grupo Opinião - No elenco: Odete Lara, Fregolente, Hugo Carvana, Antônio Pitanga, Jofre Soares, Agildo Ribeiro, entre outros.
  • 1975 Gota D´Água, de Chico Buarque de Hollanda e Paulo Pontes - Espetáculo musical protagonizado por Bibi Ferreira.
  • 1996 Morus e Seu Carrasco, de Renato Gabrielli - No elenco: Ariel Moshe, Otávio Mendes, Ronaldo Artnic, Luiz Miranda, Graziela Moretto, Gerson Steves, Lara Córdula e Jorge Cerutti. Foi também cenógrafo e iluminador.

Livros[editar | editar código-fonte]

  • 1996 - A Mochila do Mascate, uma coletânea de escritos e fragmentos de memória. Editora Hucitec.
  • 1999 - Antitratado de Cenografia – Variações Sobre o Mesmo Tema. Editora Senac.
  • 2002 - Crônicas Improváveis, ficção. Editora Codex
  • 2005 - Noturnos, ficção. Editora Codex

Documentário[editar | editar código-fonte]

  • 2006 A Mochila do Mascate[2], documentário dirigido por Gabriela Greeb, com roteiro da diretora juntamente com Antônia Ratto (filha de Gianni e produtora executiva) - O filme traz uma série de depoimentos (Fernanda Montenegro, Millôr Fernandes, Maria Della Costa e Dario Fo), alternados com depoimentos do próprio Ratto e trechos filmados de uma viagem que o diretor/cenógrafo fez com a filha à Itália, já nos últimos anos de vida.

Referências

  1. «SE CORRER O BICHO PEGA, SE FICAR O BICHO COME». Memórias da Ditadura. Consultado em 5 de março de 2019 
  2. «A Mochila do Mascate». Adoro Cinema. Consultado em 5 de março de 2019 

Ligações externas[editar | editar código-fonte]

Wikiquote
Wikiquote
O Wikiquote possui citações de ou sobre: Gianni Ratto