Kim Song-ae

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Kim Song-ae
김성애
Kim Song-ae
Kim Song-ae em 1994
Primeira-dama da Coreia do Norte
Período 11 de dezembro de 1963
até 15 de agosto de 1974
Antecessor(a) Cargo estabelecido
Sucessor(a) Ri Sol-ju
Presidente do Comitê Central da Liga Democrática das Mulheres da Coreia
Período 1993 até 25 de abril de 1998
Antecessor(a) Vago
Sucessor(a) Cheon Yeon-ok
No cargo
Período 1971–1976
Antecessor(a) Kim Ok-sun
Sucessor(a) Vago
Dados pessoais
Nascimento 29 de novembro de 1924
Kangso-guyok, Pyongan Sul, Coreia ocupada pelo Japão
Morte Setembro de 2014 (89 anos)
Kanggye, Coreia do Norte
Nacionalidade norte-coreana
Esposo Kim Il-sung (c. 1952–94)
Filhos(as) Kim Kyong-jin (filha)
Kim Pyong-il (filho)
Kim Yong-il (filho)[nota 1]
Partido Partido dos Trabalhadores da Coreia
Serviço militar
Lealdade Coreia do Norte
Serviço/ramo Forças Terrestres da Coreia do Norte
Anos de serviço 1950–1953
Graduação Sargento-mor

Kim Song-ae (em coreano: 김성애; hanja: 金聖愛; rr: Gim Seong-ae; MR: Kim Sŏng-ae; Pyongan Sul, 29 de novembro de 1924[1]Kanggye, setembro de 2014[2]) foi uma política norte-coreana que serviu como primeira-dama da Coreia do Norte de 1963 a 1974. Song-ae foi a segunda esposa do fundador da Coreia do Norte, Kim Il-sung.

Biografia[editar | editar código-fonte]

Inicialmente era conhecida como: Kim Seong-pal (hanja: 金星八).[3]

Em 1948, conheceu Kim Il-sung, enquanto trabalhava como secretaria clerical no Ministério da Defesa Nacional. Depois passou a trabalhar na residência oficial de Kim Il-sung, como assistente de Kim Jong-suk, a primeira esposa de Kim Il-sung.

Em 1949, após a morte de Kim Jong-suk, começou a administrar a casa e a vida doméstica de Kim Il-sung. Durante a Guerra da Coreia, ela cuidou de Kim Jong-il e de Kim Kyong-hui[4].

Em 1952, se casou com Kim Il-sung, mas, devido à Guerra da Coreia, nenhuma cerimônia formal foi realizada. Mas, em 1951, já tinha dado a luz a Kim Kyong-jin (filha), depois nasceriam Kim Pyong-il, em 1954; e Kim Yong-il, em 1955[5].

Em 1958, seu casamento foi divulgado, por meio da publicação de fotos de família.[6]

Entre meados dos anos 1960 até meados dos anos 1970, supostamente exerceu uma influência política significativa na Coreia do Norte.[7] Sua importância política ocorreu, aproximadamente, no mesmo período em que o de Jiang Qing (quarta esposa de Mao Tsé-Tung) se destacou na China, durante a revolução cultural. Segundo Jang Jin-sung, Kim Song-ae seria a "imagem espelhada norte-coreana de Jiang Qing".[7]

Em 1965, se tornou vice-presidente do Comitê Central da União Socialista de Mulheres da Coreia (USMC) e, em 1971, ela passou a ser presidente.[8]

Em dezembro de 1972, ela se tornou representante da Assembleia Popular Suprema.[7]

De acordo com Jang Jin-sung, Kim Song-ae pretendia que seu filho, Kim Pyong-il, fosse o sucessor de Kim Il-sung, afastando Kim Jong-il, filho do primeiro casamento de Il-sung. Para isso, recebeu o apoio de Kim Yong-ju, irmão mais novo de Kim Il-sung.

No decorrer da década de 1970, sua influência foi considerada excessiva pelo Partido dos Trabalhadores da Coreia, que começou a restringi-la.[7] Paralelamente, seu enteado, Kim Jong-il, se tornou o herdeiro designado de Kim Il-sung, e sua facção trabalhou para tirá-la da influência política.[7][8]

Em 1976, perdeu sua posição como presidente da USMC, o que removeu seu canal de comunicação com o público e efetivamente restringiu sua base de poder.[7]

Em 1981, teria sido colada em prisão domiciliar, juntamente com cunhado Kim Yong-ju, em represália à sua pretensão de colocar seu filho na posição de herdeiro em vez de Kim Jong-il.[7]

Em 1993, foi reintegrada por Kim Jong-il como presidente da USMC, mas sua posição era puramente simbólica e nominal, e ela foi destituída pela segunda vez em 1998.[9]

A partir de 1998, poucas informações sobre ela chegaram ao mundo exterior.[10]

Houveram rumores de que ela havia morrido em um acidente de carro em Pequim em junho de 2001.[10] Outros relatos afirmam que ela ainda estava viva em julho de 2011, embora com problemas de saúde, e que Kim Pyong-il, seu filho, voltou a Pyongyang de seu posto na Polônia para visitá-la.

Em 2012, um relatório de um desertor norte-coreano afirmou que, no início de 1990 ela havia sido declarada louca, mesmo antes da morte de Kim Il-sung, e desde então era mantida sob a supervisão de uma enfermeira psiquiátrica em sua prisão domiciliar.[8]

Posteriormente, foi relatado que ela morreu em 2014,[11] uma data que foi confirmada pelo Ministério da Unificação em dezembro de 2018.[12]

Obras[editar | editar código-fonte]

  • Kim Song-ae (1969). Let Us Women Become Revolutionary Fighters Infinitely Loyal to the Party and Reliable Builders of Socialism and Communism by Revolutionizing and Working-classizing Ourselves. Pyongyang: Foreign Languages Publishing House. OCLC 253679297 
  • — (1970). On the Women's Emancipation Movement in Korea. Report at the Meeting Held in Honour of the 25th Anniversary of the Founding of the Korean Democratic Women's Union, November 17, 1970. Pyongyang: Foreign Languages Publishing House. OCLC 1012367 

Notas

  1. Não é a mesma pessoa que Kim Yong-il, o ex-primeiro-ministro.

Referências

  1. «북한정보포털 - 인물». nkinfo.unikorea.go.kr (em coreano). Consultado em 4 de janeiro de 2020. Arquivado do original em 18 de junho de 2018 
  2. «김일성 부인 김성애 사망설 제기». Naver (em coreano). Consultado em 4 de janeiro de 2020 
  3. 지면보기, 입력 1990 11 14 00:00 | 종합 11면 (14 de novembro de 1990). «여성들 최고회의 대의원 20%나 차지». 중앙일보 (em coreano). Consultado em 7 de setembro de 2020 
  4. Kim Song Ae (Kim So'ng-ae), em inglês, acesso em 12/10/2021.
  5. kim-family, em inglês, acesso em 12/10/2021.
  6. «秘話(비화) 金日成(김일성)과 北韓(북한) 前(전) 北韓軍(북한군) 師團(사단)정치위원呂政手記(여정수기) 金聖愛(김성애)는 시종비서女軍(여군)출신». NAVER Newslibrary. Consultado em 7 de setembro de 2020 
  7. a b c d e f g Chang 2014.
  8. a b c «Kim Il-sung's wife was declared insane over 20 years ago». newfocusintl.com. 18 de setembro de 2018. Consultado em 6 de setembro de 2020. Arquivado do original em 29 de dezembro de 2012 
  9. «Ro Song Sil: a key-elite of the North Korean system?». newfocusintl.com. 8 de abril de 2013. Consultado em 6 de setembro de 2020. Arquivado do original em 18 de março de 2014 
  10. a b Lee Su-gyeong (이수경) (2 de maio de 2006). «김부자 실체: 김정일의 계모 김성애». Radio Free Asia (Korean service). Consultado em 6 de setembro de 2020. Arquivado do original em 27 de junho de 2007 
  11. Dae-ro, Park (1 de dezembro de 2014). «김일성 부인 김성애 사망설 제기». n.news.naver.com (em coreano). Consultado em 6 de setembro de 2020 
  12. Min-kyung, Jung (27 de dezembro de 2018). «NK founder's second wife died in 2014: Unification Ministry». The Korea Herald. Consultado em 6 de setembro de 2020. Arquivado do original em 27 de dezembro de 2018 

Bibliografia[editar | editar código-fonte]

  • Chang, Chin-sŏng (2014). Lee, Shirley, ed. Dear Leader: Poet, Spy, Escapee-A Look Inside North Korea. Nova Iorque: 37 Ink; Atria Books. ISBN 9781476766560 
  • Lynn, Hyung Gu (2012). Bipolar orders: the two Koreas since 1989. Halifax; Londres; Nova Iorque: Fernwood Publishing; Zed Books. ISBN 9781842777435 
  • Kim, Yong-ho (2014). North Korean foreign policy: security dilemma and succession. Lanham: Lexington Books. ISBN 9780739148631