Marcelo Knobel

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Marcelo Knobel
Marcelo Knobel
Nascimento 18 de julho de 1968 (55 anos)
Buenos Aires, Argentina
Alma mater Universidade Estadual de Campinas
Ocupação Físico, professor universitário e ex-presidente do Insper
Prêmios Comendador da Ordem Nacional do Mérito Científico
Empregador(a) Universidade Estadual de Campinas
Campo(s) Física, física da matéria condensada

Marcelo Knobel (Buenos Aires, 18 de julho de 1968) é um físico brasileiro nascido na Argentina. Seus pais migraram para Campinas, Brasil, fugindo da ditadura militar quando tinha 8 anos.[1][2]

É professor titular do Instituto de Física Gleb Wataghin da Universidade Estadual de Campinas (IFGW–Unicamp) e ao longo da carreira trabalhou na área experimental de magnetismo e materiais magnéticos, em pesquisas de percepção pública da ciência, na divulgação científica e de educação superior.

Tomou posse como reitor da Unicamp em abril de 2017 para um mandato de quatro anos, após vencer a consulta à comunidade acadêmica em primeiro turno e ter seu nome confirmado pelo Conselho Universitário (Consu) e pelo governador de São Paulo, Geraldo Alckmin.[3]

No dia 15 de fevereiro de 2023, Marcelo Knobel foi anunciado pelo Insper como o novo presidente da instituição, substituindo o economista Marcos Lisboa após 8 anos no cargo.[4] Marcelo assumiu a presidência do Insper integralmente no dia 1º de março de 2023.

Carreira acadêmica[editar | editar código-fonte]

Graduou-se Bacharel em física em 1989 e realizou doutorado em ciências em 1992 pela Unicamp, e estágios de pós-doutorado no Instituto Eletrotécnico Nacional Galileo Ferraris (Turim, Itália) e no Instituto de Magnetismo Aplicado (Madri, Espanha).[5]

Foi pioneiro no estudo da magnetoresistência gigante em sistemas granulares e também na investigação da magnetoimpedância gigante em fios e fitas amorfos e nanocristalinos.

Na Unicamp, além de ser professor titular do Instituto de Física Gleb Wataghin (IFGW), colabora com as atividades do Laboratório de Estudos Avançados em Jornalismo (Labjor) e do Núcleo de Desenvolvimento da Criatividade (Nudecri). Já publicou mais de 270 artigos científicos e 15 capítulos de livros, e frequentemente escreve artigos de opinião e de divulgação científica para jornais e revistas. É editor-in-chief da revista científica Journal of Magnetism and Magnetic Materials (Elsevier).

Foi membro (notório saber) da Comissão Nacional de Avaliação da Educação Superior (Conaes), de 2010 a 2016, além de membro do Comitê Assessor de Física e Astronomia do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e da Coordenação de Área de Física da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp). Também é fellow da Eisenhower Fellowships (2007), da John Simon Guggenheim Memorial Foundation (2009) e da Fundação Lemann (2015). É senior member da IEEE.

Recebeu, entre outros, o Prêmio de Reconhecimento Acadêmico Zeferino Vaz (2004), da Unicamp, e o TWAS-ROLAC Young Scientist Prize (2007). Em 2010, foi agraciado pela Presidência da República com a insígnia de Comendador da Ordem Nacional do Mérito Científico.[6]

Em seu trabalho de divulgação científica, idealizou o Museu Exploratório de Ciências da Unicamp, foi editor-chefe da revista Ciência & Cultura da SBPC durante 10 anos (2007-2017) e coordena a série Meio de Cultura da Editora da Unicamp. Idealizou e coordenou o projeto NanoAventura[7], exposição interativa e itinerante sobre nanociência e nanotecnologia para crianças e adolescentes com recursos tecnológicos, que recebeu mais de 150 mil visitantes.

Em maio de 2020, criou o canal Espaço Recíproco no YouTube, no qual promove conversas com nomes das ciências, das artes, dos negócios e outras áreas, com foco na difusão do pensamento científico, da inovação e da universidade pública. Mantém também o perfil Espaço Recíproco no Instagram.

Cargos administrativos[editar | editar código-fonte]

Coordenações e diretorias[editar | editar código-fonte]

Na Unicamp, foi coordenador do Laboratório de Materiais e Baixas Temperaturas (1999-2009); coordenador associado e coordenador de Graduação do Instituto de Física Gleb Wataghin (IFGW, 2000-2002); coordenador do Núcleo de Desenvolvimento da Criatividade (Nudecri, 2002-2006) e primeiro diretor do Museu Exploratório de Ciências (2006- 2008). Fora da universidade, dirigiu, de agosto de 2015 a novembro de 2016, o Laboratório Nacional de Nanotecnologia (LNNano) do Centro Nacional de Pesquisa em Energia e Materiais (CNPEM). Foi curador científico da exposição “Einstein” realizada pelo Instituto Sangari em parceria com o American Museum of Natural History (AMNH).

Pró-reitoria de Graduação[editar | editar código-fonte]

Na Unicamp, Knobel foi pró-reitor de Graduação da universidade na gestão do médico Fernando Ferreira Costa, de 2009 a 2013. Nesse período, foi responsável, entre outras ações, pela implantação do Programa Interdisciplinar de Educação Superior (ProFIS)[8], que alia formação inovadora a inclusão social e ação afirmativa. Os estudantes do ProFIS são escolhidos em escolas públicas de Campinas a partir de suas notas no Enem, sem necessidade de vestibular. Cursam dois anos de formação geral (em áreas como economia, literatura e “planeta Terra”) e depois podem optar por praticamente qualquer curso da universidade, inclusive medicina. Pela iniciativa, foi reconhecido com sua equipe com o Prêmio Péter Murányi 2013 – Educação.[9]

Reitoria[editar | editar código-fonte]

Em 19 de abril de 2017, tomou posse como reitor da Unicamp, para um mandato de quatro anos, após vencer a consulta à comunidade acadêmica em primeiro turno e ter seu nome confirmado pelo Conselho Universitário (Consu) e pelo então governador de São Paulo, Geraldo Alckmin. Knobel é o 12º[10] na linha de sucessão de Zeferino Vaz, fundador e primeiro reitor da universidade.

Sua gestão teve medidas de contenção de despesar que permitiram recuperar o equilíbrio financeiro da universidade[11].

Na gestão, implantou uma mudança significativa no acesso à universidade, implantando as cotas étnico-raciais[12][13], o vestibular indígena, e reserva de 20% de vagas a serem preenchidas com resultados do ENEM. Além disso criou o programa de Vagas Olímpicas, processo no qual medalhistas de competições científicas também podem ingressar na instituição sem passar pelo vestibular. Também implantou as cotas étnico-raciais nos dois colégios técnicos da Universidade: Cotuca[14] e Cotil[15].

Criou a Diretoria Executiva de Direitos Humanos, o Instituto de Estudos Avançados (IdEA), a Diretoria Executiva de Ensino Pré-Universitário, a Diretoria Executiva da Área de Saúde e a Diretoria Executiva de Planejamento Integrado, responsável pelo inovador projeto do HUB Internacional para o Desenvolvimento Sustentável (HIDS).

No início da pandemia da Covid-19, a Unicamp foi a primeira universidade brasileira a suspender as atividades presenciais não-essenciais[16]. As aulas foram retomadas semanas depois, de forma remota. Nesse período, a universidade lançou a campanha Abrace o Futuro[17] para arrecadar verbas complementares para atividades de pesquisa, assistência social, atendimento nos hospitais e ensino.

Referências

  1. Savignano, Verónica (6 de agosto de 2015). «Gente da nossa comunidade: entrevista com o cientista Marcelo Knobel». Sociedade Brasileira de Pesquisa em Materiais. Consultado em 7 de julho de 2019 
  2. Marques, Fabrício (maio de 2019). «Marcelo Knobel: O aprendizado da autonomia». Revista Pesquisa Fapesp. Consultado em 7 de julho de 2019 
  3. «Físico Marcelo Knobel toma posse como reitor da Unicamp para mandato até 2021». G1. 19 de abril de 2017. Consultado em 7 de julho de 2019 
  4. «Marcelo Knobel assumirá presidência do Insper no lugar de Marcos Lisboa». Valor Econômico. Consultado em 21 de fevereiro de 2023 
  5. «Marcelo Knobel». Biblioteca Virtual Fapesp. Consultado em 13 de setembro de 2020 
  6. «Ordem Nacional do Mérito Científico admite novos membros». Jornal da Ciência. Centro Nacional de Pesquisa em Energia e Materiais. 8 de março de 2010. Consultado em 9 de julho de 2019 
  7. Científica, Por knobel em Divulgação (24 de junho de 2015). «Agência FAPESP: NanoAventura recebe menção honrosa no prêmio Mercosul de C&T». Prof. Dr. Marcelo Knobel. Consultado em 13 de setembro de 2020 
  8. «#Vestibular2018: por meio do ProFIS, bons resultados no Enem geram ingresso na Unicamp». Secretaria da Educação do Estado de São Paulo. 18 de setembro de 2017. Consultado em 13 de setembro de 2020 
  9. «Prêmio Péter Murányi 2013 - Educação». www.fundacaopetermuranyi.org.br. Prêmio Péter Murányi. Consultado em 24 de junho de 2021 
  10. «Marcelo Knobel toma posse como 12º reitor». Unicamp. Consultado em 13 de setembro de 2020 
  11. «Consu mantém resoluções voltadas ao equilíbrio financeiro». Unicamp. Consultado em 13 de setembro de 2020 
  12. Oliveira, Regiane (31 de maio de 2017). «Unicamp adota cotas para aumentar número de alunos negros na graduação». EL PAÍS. Consultado em 13 de setembro de 2020 
  13. Paulo, iG São (21 de novembro de 2017). «Unicamp aprova cota racial e uso da nota do Enem para ingresso - Educação - iG». Último Segundo. Consultado em 13 de setembro de 2020 
  14. EPTV. «Cotuca terá cotas para negros e alunos de escola pública». ACidade ON Campinas. Consultado em 13 de setembro de 2020 
  15. «Cotuca e Cotil adotam cotas raciais e para alunos de escolas públicas». O Liberal. 4 de junho de 2020. Consultado em 13 de setembro de 2020 
  16. «Unicamp anuncia suspensão das atividades por conta do coronavírus; é a 1ª universidade pública do Brasil a tomar medida, diz MEC». G1. Consultado em 13 de setembro de 2020 
  17. «Unicamp Solidária |». Consultado em 13 de setembro de 2020 

Ligações externas[editar | editar código-fonte]

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