Plataforma Cívica

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Plataforma Cívica
Platforma Obywatelska
Plataforma Cívica
Líder Borys Budka
Presidente Donald Tusk
Secretário-geral Marcin Kierwiński
Porta-voz Jan Grabiec
Fundadores Donald Tusk
Maciej Płażyński
Fundação 24 de janeiro de 2001 (23 anos)
Sede ul. Wiejska 12A, 00-490, Varsóvia
Ideologia Conservadorismo liberal[1][2][3]
Democracia-cristã
Espectro político Centro a centro-direita
Membros (2018) 33 500[4]
País  Polónia
Afiliação nacional Coalizão Cívica
Afiliação europeia Partido Popular Europeu
Grupo no Parlamento Europeu Grupo do Partido Popular Europeu
Sejm
127 / 460
Senado
39 / 100
Parlamento Europeu
14 / 52
Cores      Laranja
     Azul
Página oficial
https://platforma.org/

A Plataforma Cívica (em polonês/polaco: Platforma Obywatelska), mais conhecida pelo acrónimo PO, é um partido político polaco fundado por Maciej Płażyński e Donald Tusk, seu atual presidente, em 24 de janeiro de 2001 como uma dissidência do Solidariedade, antiga central sindical posteriormente convertida em partido político após a queda do regime comunista no país, e da União pela Liberdade, partido dissolvido em 2005.

Histórico[editar | editar código-fonte]

Em 2001, logo em suas primeiras eleições legislativas, a PO foi o segundo partido mais votado, obtendo 12.68% dos votos válidos e elegendo 65 dos 460 deputados que compõem a Sejm, a câmara baixa da Assembleia Nacional da Polônia. Para a disputa dos 100 assentos do Senado, a câmara alta, em conjunto com outros cinco partidos, integrou a coalizão partidária Senado 2001, que elegeu 15 senadores, dos quais 2 eram filiados à PO.[5]

Em 2005, pesquisas de intenção de voto conferiam ao partido uma preferência que oscilava entre 25% a 30% do eleitorado polaco. Entretanto, os resultados eleitorais obtidos nas eleições legislativas trouxeram um resultado aquém das expectativas, obtendo somente 24.14% dos votos válidos. Apesar de tal votação ter permitido à PO mais que dobrar sua bancada na Sejm e alcançar mais de 1/3 dos assentos no Senado, o partido foi novamente o segundo mais votado, tendo sido superado pelo Lei e Justiça (PiS), partido nacionalista e conservador que também havia integrado a Senado 2001 no pleito anterior e que obteve 26.99% dos votos. Diante do fato de nenhum dos partidos políticos ter logrado alcançar a maioria absoluta, PO e PiS eram considerados os mais cotados a formar um novo governo de coalizão, porém ambos não chegaram a um acordo de governabilidade após a ocorrência de uma série de atritos políticos ocasionada por uma disputa bastante renhida entre seus candidatos na eleição presidencial de 2005, bem como pela exigência da PO em comandar todos os ministérios ligados às Forças Armadas Polacas. O PiS rechaçou a exigência e decidiu negociar com os partidos minoritários Autodefesa da República da Polônia (SRP) e Liga das Famílias Polonesas (LPR) para formar um governo de minoria, relegando a PO à oposição.[6]

A coalizão governista liderada pelo PiS desfez-se em 2007 após a descoberta de um escândalo de corrupção envolvendo o então primeiro-ministro Andrzej Lepper e Tomasz Lipiec, ex-atleta e ministro dos Desportos à época. Diante disso, o então presidente da Polônia, Lech Kaczyński, dissolveu a Assembleia Nacional e convocou eleições legislativas antecipadas para aquele ano. Nelas, a PO obteve vitórias arrasadoras tanto para a Sejm quanto para o Senado, conquistando a maioria absoluta na segunda e ficando próxima de alcançar o mesmo patamar na primeira.[7] Um acordo de governabilidade com o Partido Popular da Polônia (PSL) foi alcançado e um novo gabinete ministerial comandado por Donald Tusk chegou ao poder.[8]

Para eleição presidencial de 2010, após o desastre aéreo de Smolensk que vitimou Kaczyński, Tusk decidiu por não apresentar candidatura ao pleito e a PO realizou primárias internas para escolher o seu candidato. Bronisław Komorowski venceu a disputa contra o ministro das Relações Exteriores, Radosław Sikorski, e obteve a indicação oficial do partido para o pleito. Komorowski acabaria por eleger-se para o cargo após derrotar Jarosław Kaczyński, candidato oficial do PiS e irmão gêmeo do presidente falecido, após obter 53.01% dos votos válidos no 2.º turno.[9]

Em 2011, a PO foi novamente o partido mais votado nas eleições legislativas, conseguindo expandir ligeiramente sua bancada no Senado, de modo a compensar a diminuição discreta de sua bancada parlamentar na Sejm. Em meio ao seu segundo mandato consecutivo como primeiro-ministro, Donald Tusk elegeu-se deputado no Parlamento Europeu nas eleições europeias de 2014, vindo a tornar-se presidente da Comissão Europeia no mesmo ano. Com sua renúncia do cargo, Ewa Kopacz foi nomeada primeira-ministra e tornou-se a primeira mulher a chefiar o Poder Executivo na Polônia.[10]

Em 2015, a PO amargou duas grandes derrotas eleitorais para o PiS. A primeira delas ocorreu na eleição presidencial de 2015 quando Komorowski perdeu sua reeleição ao cargo para Andrzej Duda em disputa decidida somente no 2.ºturno. Em uma disputa bastante renhida, o presidente em exercício obteve 48.45% dos votos contra 51.45% obtidos por Duda, que acabou eleito presidente da Polônia, posição que ocupa até os dias atuais.[11]

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Já a segunda delas ocorreu nas eleições legislativas, nas quais o partido conquistou somente 24.09% dos votos válidos e viu suas bancadas parlamentares em ambas as casas legislativas minguarem consideravelmente ao eleger 65 deputados e 29 senadores a menos em comparação à 2011. Tal situação inviabilizou a continuidade do partido no poder, de modo que acabou relegado à oposição, situação que perdura até os dias atuais, visto que os resultados das eleições legislativas de 2019 praticamente mantiveram-se frente aos observados quatro anos antes. Atualmente, a PO é o principal partido de oposição ao governo conservador liderado inicialmente por Beata Szydio e atualmente por Mateusz Morawiecki.[12][13]

Resultados eleitorais[editar | editar código-fonte]

Eleições legislativas[editar | editar código-fonte]

Eleições Sejm Senado Situação
Votos válidos % Assentos +/- Votos válidos % Assentos +/-
2001
1 651 099
12.68
65 / 460
Novo Senado 2001
2 / 100
Novo Oposição
2005
2 849 259
24.14
133 / 460
Aumento 68
4 090 497
16.94
34 / 100
Aumento 32
2007
6 701 010
41.51
209 / 460
Aumento 76
12 734 742
39.14
60 / 100
Aumento 26 Governo
2011
Coalizão Cívica
191 / 460
Baixa 18
5 173 300
35.60
63 / 100
Aumento 3
2015
126 / 460
Baixa 65
4 323 789
28.85
34 / 100
Baixa 29 Oposição
2019
102 / 460
Baixa 24
6 490 306
35.66
43 / 100
Aumento 9

Eleições presidenciais[editar | editar código-fonte]

Data Candidato apoiado 1.º Turno 2.º Turno
CI. Votos % CI. Votos %
2005 Donald Tusk 1.º 5 429 666
36,33 / 100
2.º 7 022 319
45,96 / 100
2010 Bronisław Komorowski 6 981 319
41,54 / 100
1.º 8 933 887
53,01 / 100
2015 2.º 5 031 060
33,77 / 100
2.º 8 112 311
48,55 / 100
2020 Rafał Trzaskowski 5 917 340
30,46 / 100
10 018 263
48,97 / 100

Eleições europeias[editar | editar código-fonte]

Data CI. Votos % +/- Deputados +/-
2004 1.º 1 467 775
24,1 / 100,0
Novo
15 / 54
Novo
2009 1.º 3 271 852
44,4 / 100,0
Aumento 20,3
25 / 50
Aumento 10
2014 1.º 2 271 215
32,1 / 100,0
Baixa 12,3
19 / 51
Baixa 6
2019 Coalizão Cívica
14 / 51
Baixa 5

Referências

  1. Hanley, Seán; Szczerbiak, Aleks; Haughton, Tim; Fowler, Brigid (julho de 2008). «Explaining Comparative Centre—Right Party Success in Post-Communist Central and Eastern Europe». Party Politics. 14 (4): 407–434. doi:10.1177/1354068808090253 
  2. Seleny, Anna (julho de 2007). «Communism's Many Legacies in East-Central Europe». Journal of Democracy. 18 (3): 156–170. doi:10.1353/jod.2007.0056 
  3. Szczerbiak, Aleks (2006). Jungerstam-Mulders, Susanne, ed. Post-communist EU Member States: Parties and Party Systems. London: Ashgate Publishing. p. 95. ISBN 978-0-7546-4712-6 
  4. Imgur. «imgur.com». Imgur (em inglês). Consultado em 26 de fevereiro de 2023 
  5. Elections in Europe : a data handbook. Dieter Nohlen, Philip Stöver 1st ed ed. Baden-Baden, Germany: Nomos. 2010. OCLC 617565273 
  6. PIENKOS, DONALD (2006). «A FRESH START? POLAND'S 2005 ELECTIONS». The Polish Review (2): 207–221. ISSN 0032-2970. Consultado em 26 de fevereiro de 2023 
  7. «Massive win for Polish opposition» (em inglês). 22 de outubro de 2007. Consultado em 26 de fevereiro de 2023 
  8. «New Start for Poland – DW – 11/16/2007». dw.com (em inglês). Consultado em 26 de fevereiro de 2023 
  9. Reuters (4 de julho de 2010). «Komorowski é eleito presidente na Polônia». Mundo. Consultado em 26 de fevereiro de 2023 
  10. France-Presse', 'Agência (15 de setembro de 2014). «Ewa Kopacz é nomeada primeira-ministra pelo presidente da Polônia». Acervo. Consultado em 26 de fevereiro de 2023 
  11. «Andrzej Duda é eleito novo presidente da Polônia – DW – 25/05/2015». dw.com. Consultado em 26 de fevereiro de 2023 
  12. Barbosa, Rodrigo (26 de outubro de 2015). «Polónia: vitória histórica dos conservadores eurocéticos nas legislativas». euronews. Consultado em 26 de fevereiro de 2023 
  13. especial), Paula Chouza (Enviada (14 de outubro de 2019). «Polônia referenda o partido ultraconservador nas urnas». El País Brasil. Consultado em 26 de fevereiro de 2023 
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