Museu Quinta das Cruzes

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Museu Quinta das Cruzes
Museu Quinta das Cruzes
Tipo Museu de artes decorativas
Inauguração 28 de maio de 1953
Website mqc.madeira.gov.pt
Património Nacional
SIPA 4134
Geografia
País Portugal Portugal
Localidade São Pedro, Funchal, Madeira
Coordenadas 32° 39' 3.87" N 16° 54' 49.55" O

O Museu da Quinta das Cruzes é um museu de artes decorativas no Funchal, na ilha da Madeira. Foi oficialmente aberto ao público em 1953 com a denominação Casa-Museu de César Gomes.[1][2][3]

História[editar | editar código-fonte]

A Quinta das Cruzes situa-se no local da última residência de João Gonçalves Zarco (povoador da Madeira e primeiro capitão-donatário do Funchal), no século XV, que veio a ser aumentada pelo seu filho, João Gonçalves da Câmara.

O traçado atual da moradia resulta de grandes obras nos séculos XVIII e XIX. A quinta de cerca de um hectare conta com uma capela a Nossa Senhora da Piedade, de c. 1692, uma casinha de prazer e um jardim, que inclui um núcleo de objetos arqueológicos e um orquidário.

O edifício foi sede da Banda Filarmónica do Funchal (1929-33), consultório médico e fábrica de bordados (1945-48?), indústria relacionada com a última família proprietária da quinta.

A 19 de dezembro de 1946, o ourives César Filipe Gomes doa toda a sua coleção de arte e antiguidades à Junta Geral do Distrito Autónomo do Funchal com o fim explícito de ser criado um museu na Quinta das Cruzes. A Junta Geral inicia então o processo de negociações com os proprietários da casa, a qual viria a ser expropriada em 1948.

A 29 de dezembro de 1949 é inaugurada a primeira exposição na quinta: Exposição de Gravuras Antigas da Madeira, incluída no programa de festas de fim de ano e que compreendia 156 estampas e 80 gravuras avulsas dos séculos XVIII e XIX da vida e costumes regionais, organizados numa reconstituição da época, ao longo de seis salas. A exposição foi um sucesso, com 5000 visitantes.

O museu abriu ao público a 28 de maio de 1953 com o nome Casa-Museu César Gomes, reunindo a coleção de artes decorativas de Gomes. A comissão organizadora do museu reuniu personalidades destacadas madeirenses, como José Leite Monteiro, Frederico de Freitas, Ângelo Augusto da Silva, padre Eduardo Pereira, Basto Machado e João Maria Henriques. No mesmo ano, é inaugurada no museu uma mostra do pintor Francisco Maya.

Em 1966, João Wetzler legou ao museu a sua coleção de ourivesaria – nascido Hans Wetzler em Viena de Áustria, tinha vindo para a Madeira em 1939 enquanto refugiado da II Guerra Mundial, estabelecendo-se como antiquário.

As duas coleções particulares de Gomes e Wetzler constituem a base do museu e permitem a ambiência caseira que lhe preside.[1][2][4][5][6][7][8]

Acervo[editar | editar código-fonte]

As peças do museu datam de entre o século XV e a primeira metade do século XX.

A coleção de artes decorativas portuguesas e europeias, especialmente inglesas, foi enriquecida ao longo dos tempos com aquisições e doações. O acervo de artes decorativas inclui peças de mobiliário, ourivesaria, joalharia e cerâmica europeias e orientais.

Para além das artes decorativas, o museu possui coleções de escultura e epigrafia arqueológicas, objetos etnográficos, pintura e desenho. As esculturas e epigrafias estão integradas no jardim e provêm de demolições, sobretudo do Funchal, ao longo dos séculos XIX e XX, de construções do século XVI ao XIX.

São de destacar também o "orquestrofone", um instrumento musical mecânico de grandes dimensões, datado de 1900, situado nos jardins e que ainda toca regularmente; duas janelas de estilo manuelino que pertenciam ao Hospital da Santa Casa da Misericórdia do Funchal ("Hospital Velho") do início do século XVI; fontenários em fajoco, e um fresco datado de finais do século XVIII sobre um dos fontenários. Segundo a tradição, uma das pedras tumulares expostas no jardim era a de Henrique Alemão, um dos primeiros povoadores da ilha.[4][5][6][7][9][10][11]

Galeria[editar | editar código-fonte]

Referências

  1. a b «História do Museu». Museu Quinta das Cruzes. Consultado em 7 de dezembro de 2018 
  2. a b «História do Edifício». Museu Quinta das Cruzes. Consultado em 7 de dezembro de 2018 
  3. «Museu Quinta das Cruzes». Madeira Cultura. Consultado em 31 de dezembro de 2014 
  4. a b «Museu Quinta das Cruzes». Direção-Geral do Património Cultural. Consultado em 18 de março de 2018 
  5. a b «Museu Quinta das Cruzes». Site oficial do Turismo da Madeira. Consultado em 18 de março de 2018 
  6. a b «Museu Quinta das Cruzes». Visit Funchal. Consultado em 18 de março de 2018 
  7. a b Silva, Luísa (2012). As lojas dos museus e o seu papel na valorização e divulgação das instituições museológicas da Região Autónoma da Madeira, Centro de Artes e Humanidades
  8. «Jardins». Museu Quinta das Cruzes. Consultado em 7 de dezembro de 2018 
  9. «Colecções». Museu Quinta das Cruzes. 27 de abril de 2008. Consultado em 18 de março de 2018. Arquivado do original em 18 de março de 2018 
  10. «Jardim da Quinta das Cruzes». Visit Funchal. Consultado em 18 de março de 2018 
  11. «Janela Manuelina». Museu Quinta das Cruzes. 26 de abril de 2008. Consultado em 18 de março de 2018. Arquivado do original em 18 de março de 2018 

Ligações externas[editar | editar código-fonte]